25 de junho de 2012

Fiel Amizade

Alcançando estrelas
Além da maior prosperidade
Do esplendor das purezas
Desvirginando em viagens...

Com sensações de requintes
Uma fiel amizade
Ser rei, porta voz e ouvinte
Misericordiosa saudade.

Sou tudo se estou ao seu lado
Sem fardo e zero amargura
Ser gigante em normal estatura
Infinitamente adorado.

Armado com rosas e risos
Conciso e a mais pura lisura
Você de mais bela escultura
Vejo-me em um poético indriso.

André Anlub

Trilogia de um Dia!

Foi hoje pela manhã

Solto os verbos com as rimas
Loucura sob o céu que observa
Fortes são minhas asas que vão ao vento...
Fazendo do meu mundo minha quimera.

Sem bússola e sem direção
Emoção no contato com novos povos
Povos com ritmo, sem inadequação
Que eternizam a ação do tempo.

Nas paredes descascadas das igrejas
Visíveis imagens do envelhecimento
Desmascaram as pelejas
Nas esquinas religiosas.

Joelhos ao chão em devoção
Entregam-se ao fado hipotético
Aproveito e solto meu canto poético
Afiada e desafinada oração.

Na saída não apago a luz
Entregue ao provável destino
Com estilo de esporte fino
Nos pés um belo bico fino.

Charuto cubano no boca
Fito no horizonte o disparate
Aceno para qualquer boa pessoa
Quero à toa uma guarida.

Volto do meu voo imaginário
Toquei o belo azul turquesa
Preservo com idoneidade e clareza
O que ponho no papel da minha vida.

André Anlub




Foi hoje no final da tarde

Correndo pelo campo de tulipas, braços abertos e mãos espalmadas
Uma leve garoa cai, refrescando meu quente corpo
Paro de correr, e me deliciar com a chuva, para pensar em você
Também paro de escrever, nesse escritório, para sonhar acordado com seus lábios.

Pois nada mais interessa nesse momento
Quero rimar amor com prazer...

Tento voltar ao foco da minha escrita
Seria um romance? – seria poesia?

E no desespero da causa, por mais que a mesma me machuque...
Afogo-me em citações famosas, pois sei que você iria gostar
Cito Shakespeare, Sartre, até amanhecer
Choro, como bem sabe que é de costume
Pois é a única que me entende, me ouve e me lê.

Mas retorno à mesa vazia
Com as anotações, o charuto e a bebida
E de saída, sinto como um aperto forte no peito
Uma insanidade que sussurra ao ouvido...
O lamento e o esvaecer da minha vida.

André Anlub



Foi Hoje na Madrugada

Querem saber o teu verdadeiro nome
Anseiam que digas teus mais secretos mistérios
Depois irão espalhar aos quatro cantos e ventos
Assim talvez possam beber na tua fonte.

Não que sejas pecadora ao extremo...
Que tenhas confessado teu passado e presente.
Sei que sou afetuoso e inexperiente
Pois meu coração está absolutamente enfermo.

Posso te ouvir gritando por dentro
Sentir o teu ventre ininterruptamente clamar
Queres novamente arriscar um rebento
Sei que tu sabes exatamente o que é amar.

Essa noite eu o vi em um maravilhoso sonho
Abraçado comigo, era belo e delicado
Voávamos por sobre a Ilha de Páscoa
Carregavas-me nos braços, batendo as asas.

Tinha o rosto de quando tu eras pequena
Sorriso, feição e fala serena
Vi-me abençoado e regado em satisfação
Criei esse filho em minha imaginação.

André Anlub

Carro-chefe da vida

Dizem que vive de pão e água
É intocável e onipresente
Seguidora do fluxo da vida
Violentamente inocente.

Pai e mãe da maioria dos desejos
Manifesta os sabores e dissabores
Inexauríveis amores e desamores
De calibre incoerente.

Pula pelos corações inflamados
Cutuca, grita e devora
Delibera-se nos canteiros que aflora
Corrente casta invisível.

Do atual lirismo à nostalgia inerente
Em serenatas e poesias...
Faz-se mais que presente.

André Anlub

24 de junho de 2012

Antologia Café com Verso

Não mais para ti

Não quis despertar-te
Engoli minha angustia
Calei também a devoção
Com enorme astúcia
Despontei-me na rua.

Nada invasivo na minha pele nua
Fiz tatuagem da real amada
Sacudi-me com destreza e bati asas.

Como um belo e doce felino
No ápice total do instinto...
Que desvirginou tuas matas
Lavei minhas mãos
Ou melhor...
Lambi minhas patas.

Fui-me
Deixei-te

Mas antes de todo o acontecido
Mostrei-te com frieza a verdade
Deixando um bilhete em teu leito
O suicídio do meu sentimento.

André Anlub

23 de junho de 2012

Viva São João

Nem toda Morte é Morte

Hoje bem cedo pela manhã
Sentei-me à mesa do bar para me fartar
Letras se formaram no café expresso
Não dei importância, confesso...
Queimei a língua e bebi.

Enterrei a inspiração ao nascer do sol
Errei de rumo, mudei de mão
Olhei-me no espelho e vi solidão
Fiz do fim uma música.

Peguei a gaita e o jeito
Berrou um blues dos pesados
Poesia traçada na harmonia única
Bate com o coração no meu peito.

André Anlub

Insanidades

Teria que ter sido pelo menos companheira
Mesmo não cobrando o amor que ela devia
Não importa cargas d’água tenha denegado
Diz que viu duendes, vacas voando, unicórnio alado.

Teria que ter sido pelo menos afeição
Mesmo se nada cobrassem, nem um beijo perspicaz
Nem se o desejo vem ao acaso ter sido esnobado
Meu corpo era seu leito, do seu jeito ao seu agrado.

Teria que ter sido pelo menos sincera
Calada no nosso leito, fechando-se e indo ao sono
Trancada a sete chaves, deixando-me em abandono
Parte da realidade pintada como quimera.

Teria que ter sido pelo menos uma verdade
Sendo personagem da imaginação mais fértil
Viva no papel, nas idéias, um lindo sonho
Que me deixa cancro exposto, frágil e medonho.

André Anlub


22 de junho de 2012

Memorável Amor

Congelando sentimentos
Lágrimas que caem em sonhos perpetuados e expostos
Regando e dando cor...
No cemitério da saudade, flores do amor.

Jazigo feito de mármore oneroso e tempero de solidão
Fruto de lembranças que serenam terremotos
Majestoso de uma colossal aura em clarão.

Forma-se a mais bela imagem de inocência
Usados os mais singulares instrumentos
Cinza da lava, nuvem cinza e cinzel do artesão
Escultura de insensatez e incoerência.

São deuses que consolam seu coração
Aquecendo novas vidas, novos ninhos
As estradas inóspitas são seus caminhos
Veredas de espinhos no corpo desnudo.

A força de ser afável manifestação
Torna o jaz amargo em farto mel
Apoia-se no inferno e toca o céu
Do mais poético e incompreendido absurdo.

André Anlub

21 de junho de 2012

Dos fascínios de uma única pura sorte
Entrando na farta imensidão do amor
Preparando-me para o seu ego absoluto...

Estou chegando maior que o mundo...
Mas sempre menor que a palma de sua mão.

- André Anlub -

Novo Dia

Perder um grande amor é algo muito triste...

João estende as mãos para o céu e solta um grito
Grito abafado de desabafo
Grito de desarmado e desalmado.

Maria em outro plano chora
Choro de saudade, solidão e solidariedade
Choro de pouca idade e muita aflição.

Achar um grande amor é algo maravilhoso...

Agora já podem acordar dos pesadelos
Secar os travesseiros
Largar os lençóis amarrotados...

Agora já podem sentar na beira da cama
Esquecer o pesadelo, as cenas
Relembrar dos verdadeiros problemas.

E com os olhares vazios no infinito
Os corações ainda aflitos
Se beijam e ensaiam um novo dia.

André Anlub
Sem inspiração enfraquecerei
Vivendo a cada momento chamando a vida para briga
Ouvi alguém dizer que a vida gosta de quem gosta dela
Por isso escrevo e a dor enterro
Uso e exploro minhas mazelas.

- André Anlub -

20 de junho de 2012

Decapitação à francesa

Por entre muros altos de pedras de arenito
Esquivando-se das cruéis flechas em fogo
Vejo-me invadindo a comarca inimiga
Na insensatez de um lúgubre rito.

Somente digo quem sou...
Abrindo mão de descer por um ralo depravado
Minha pulcra essência estará à mercê
Sei que só assim farei parte do seu legado.


Tenho a alma transbordando nesse doce momento
Um palpável amor que vai ao alto tormento
A devoção é promessa que nunca se viu abalável
Amparo é a certeza de jamais ser recusável.

Derramarei meu deleite ao máximo desatino
Seguirei suas pegadas nas areias quentes do destino
Em meus sonhos um querubim me confidencia...
Por trás dessa máscara negra há um mortal amável.

Por fim verá uma decapitação à francesa
Minha cabeça rolará por sobre o gramado
Na minha boca um sorriso estampado
Piscarei os olhos para a nobre condessa.

André Anlub

Boneco de engonço

Vivia teleguiado pela mídia e suas filiais
Encontrava resposta para tudo nos seus tele jornais
Indignava-se e sozinho resmungava sobre o bem e o mal
Sua opinião mudava conforme ele mudava o canal.

O ibope era o único divisor de águas que havia
As palavras saiam ao vento diante da televisão
Não sabia que era um atrapalhado boneco de engonço...
Nem que estava em cárcere com a corda no pescoço.

O pior cego às vezes é o que quer ver
Regando as mazelas da vida e as vendo crescer
Sem saber que muitas informações são manipuladas
E outros mil escândalos nunca darão em nada.

Temos que esmiuçar sempre o conhecimento
Lendo e relendo o que sabemos ter idoneidade
Saindo dos muros de letras que nos prendem em nossas cidades
Indo voar e se banhar em outras chuvas e ventos.

André Anlub

Só por ter você

É grande, exposto e de sensação deleitosa
Amor saudável, azul celeste e rosa silvestre
Eterno voo ao aconchegante desconhecido...
E tem como objetivo ser sempre bem-vindo nos acasos.

Seu suor é elixir da minha magia branca
No branco de seus olhos me aprofundo tanto que saio de mim
Algo assim muito ímpar, sucinta e particular
O sobrenatural sobrevivente, prazeroso e peculiar.

Entro no seu "eu" mais íntimo...
Descubro sua carícia preferida...
Suas orações proferidas...
Seus gestos, seus sexos...
Seu ritmo.

Coloco meu rosto no travesseiro
Um olhar surge por todos os lados
Os sorrisos que já se fazem impregnados
No colosso de todo amor verdadeiro.

André Anlub

19 de junho de 2012

Vídeo do texto "Há de se ter vida"

Parabéns Chico Buarque 68 anos







Utópico tempo

Disseram-me para dar tempo ao tempo
O mesmo passou...

Sóis e luas, estações, os anos
Rugas, cabelos brancos.

Perdi alguns amigos
Ganhei alguns zunidos.

Não soltei pião
Nunca aprendi violão
Jamais namorei de mãos dadas
Tampouco chutei latas.

Perdi praias e cachoeiras
Ganhei cataratas.

Dar tempo ao tempo?
Eu o fiz...

E ainda não fui feliz!

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.