6 de agosto de 2012

In memoriam - Celso Blues Boy - *5/1/56 - †6/8/12

O Baile do Prazer

Por um segundo se afaga o céu...

Chega de mansinho, sobe pela espinha
Parece queimar por dentro
Sedento, dou mais linha na pipa
A contento... Quero repetir a façanha.

Ao som de um bom e velho blues...

O suor invade nossa cama
O calor emana dos corpos
O silencio agora é preceito
Tentamos acender novamente a chama.

Mãos bailam inquietas pelos relevos
Lábios molhados e soltos
Não há censura, não há barganha
Momento pleno, libertino e verdadeiro.

Por um segundo bulimos com o céu...

Ao som de Celso Blues Boy.

André Anlub

Morre o cantor Celso Blues Boy


Celso Ricardo Furtado, 56 anos, sofria de câncer na garganta.

Morreu na manhã desta segunda-feira, em sua casa, em Joinville, o cantor Celso Blues Boy.

A informação da morte foi confirmada pela central funerária de Joinville e o corpo está sendo levado para o crematório de Blumenau. Celso Ricardo Furtado, 56 anos, sofria de câncer na garganta e estava radicado em Joinville há alguns anos.

Celso foi um dos pioneiros no Brasil a cantar blues em português. Chegou a tocar - e ser elogiado - por B.B. King, e também chegou a se apresentar no Festival de Montreaux, na Suíça.

Mas o lugar em que Celso sempre se sentiu em casa foi o Circo Voador, no Rio de Janeiro, palco de muitas de suas apresentações. Já no primeiro disco solo, em 1984, emplacou oa que é, provavelmente, a sua canção mais conhecida, "Aumenta que isso aí é Rock'n Roll". Também era conhecido pela sua paixão pelo Vasco da Gama, seu time do coração.

5 de agosto de 2012

A Epopéia de Denise (caixa de Pandora - Parte I)

Como se começa uma história?
Algo que pode ter acontecido!
E se a mesma não existe na memória
Posto que é um fictício ocorrido!

Denise caminha em uma praia
Mesmo que o sol não raia...
Sua alegria insiste.

Se depara com uma caixa
Um baú velho e pequeno
O abre, deixando escapar um veneno.

A caixa...
Dentro havia um sonho
Remeteu-a a outros lugares
Voava por entre vales
Sentia na face leve brisa gélida.

Despiu-se de todos os seus disfarces...
Reviu todos que já se foram
Todos que por ela eram amados
E ela por eles.

Viu a morte, passou tão rápida e inexpressiva que, na verdade, poderia se tratar de uma nuvem negra!
Nuvem pequena e inútil
Dessas que não fazem chuva
Mas dependendo do ponto de vista
Pode fazer sombra
Tirando o reinado do sol.

André Anlub




A Epopéia de Denise (caixa de Pandora - Parte II)

...Voou sobre a ilha de Páscoa
Sorriu para seus mistérios
Atravessou alguns deltas de rios
Do Parnaíba ao Nilo.

Ao anoitecer viu Paris
Sentiu seus perfumes
Por um momento os odores a levaram a campos
Como se estivessem presos a uma redoma de vidro.

Foi testemunha do nascimento de uma pequena aldeia
África
Os lugares voltavam no tempo
Homens pré-históricos surgiam em grupos
Perseguiam mamutes
Comiam com as mãos
Descobrindo o fogo
Violência e pretensão.

Ninguém podia vê-la
Sequer podia ouvi-la
Mas tantas coisas para dizer...
Ensinar e aprender.

Por fim tudo foi simplificado a um só casal de humanos
Pode ver tanta coisa
Estar em tantos lugares
Mas ao retornar desse sonho tão real
Uma realidade maior a esperava.

Ela não pode encontrar quem seria prioritário,
Quem responderia suas recentes e antigas perguntas,
Que a acolheria, lhe daria afagos e força,
Quem a conhecia como ninguém!

Ela mesma!

André Anlub

4 de agosto de 2012

FERIDA ABERTA - (FLASH BACK)

                                          FOTO PESSOAL.


Sigo ferida, mas sem estar sangrando.
Pela região extensa de minha pena.
Denunciando essa minha dor em pranto.
Em rimas deslizando neste meu poema.

Então toco em meu coração ferido,
ali sei das agonias e dores que disparam!
Estanco, em uma lembrança, - um suspiro.
Onde as lágrimas de meu pranto brotaram.

Me recordarás, seja em algum momento.
Pois não te esqueci, em nenhum instante.
Tento te arrancar, bem daqui de dentro.

Tento, tento,... Mas te amo tanto, tanto,...!
Que por ti sentir assim, de mim, tão distante.
Dói essa ferida, mas em compensação eu não sangro!
 

Mônica Pamplona.
21/09/2010
Quem caça um poema?

Já nem sei por onde anda
No gole, na gola, na manga
Nem sei de onde veio
Do ventre, da saia, do seio.

Sei que em bares é citado
amado e temido.

Sei que fica exposto aos olhos
e dos olhos sorve o pranto
Das mãos às vezes é santo.

Dizem que é dissabor e contentamento...

No seu corpo tem amor
no coração, lamento
Dizem a má e a boa língua
Que é terra, mar e vento.

André Anlub

3 de agosto de 2012

Céu sereno...





Tão cedo desperto e encaro a porta no escuro quarto, o vento frio entra sem pedir licença e beija-me num gelado bom dia, meu corpo que outrora quente das cobertas aquece ao inverno de uma manhã de agosto, das primeiras do longo período ao perfume das flores. Ando contra a ventania que se instala no corredor de saída dos meus aposentos e encosto entre úmidas paredes para contemplar o branco céu, sem raios, sem manchas... Os pulmões se enchem do perfume de terra molhada, chuva fina que banha o ar e tece em mim presságios de silêncio, emudeço diante da paisagem quieta, calma, serena...  Sussurro os mais suaves sons de uma canção antiga e que apascenta a paz, o encanto, o gozo, a solidão...
...o Céu sereno.

2 de agosto de 2012

EM CIMA DO SALTO

                                FOTO PESSOAL

Com graça sofisticada
Aos teus pés te reverencio
Destaco,
realço
e calço
O teu bom gosto em que confio

Acompanho delicados passos
Daquela que me quer
Invisto,
insisto,
nessa ousadia
Em que se destaca uma mulher

Apurado prazer que,
liberta com maestria
 Na autenticidade que revela
A segurança de um salto
 Faz com que desafie uma passarela

No equilíbrio que me consentes
Reluzo nessa malícia
Audaciosa,
fugas,

...Sabendo-se da magia
que envolve cada mulher
Onde não poderia ser o contrário
Ressaltando a evidência da elegância
Quando tira um salto alto do seu armário!
 
 
 Mônica Pamplona.
20/10/2011

OLHOS E MÃOS - ANDRÉ ANLUB & MÔNICA PAMPLONA


FOTO PESSOAL.

Olhos que fitam o azul celeste
Pensando em um dia desvenda-lo
Olhos que veem vultos por detrás de ideias
Sabem da capacidade do poder imaginário.

Olhos que desvendam a escuridão.
Que buscam verdades na luz encontrar.
Desconhecem o afago que envolve,
os mistérios que delata cada olhar


Ousadia das mãos...
Plantam e criam
Remetendo os seres ao mais adiante mundo
Ser que fica desnudo
Ser que fica vestido
Todo e qualquer atributo.

Se na ousadia das mãos
que tentam expressar o que dizem.
Seguem adiante e falam.
No mudo silêncio permitido.
Acanham-se no tempo e se calam.

Olhos que mergulham em longínquas profundezas
Tirando o corpo físico do lugar comum
Olhos que trafegam no vão e vêm de letras
Na mão e contramão de amores e lendas.

Olhos que vaidosos pela visão
Trafegam apenas pelo que enxergam
Não conhecem as entrelinhas
Do sentir, contido, em cada verso.

Mãos de um ser...
Rápidas, elas desvendam segredos
Revelam medos da mais delicada forma
Transmitem o que dos olhos já foram vistos...
Ou até mesmo o que gostariam de ver.

Obscenas mãos que deslizam,
em aguçada revelação dos sentidos.
Na busca minuciosa em delação,
na qual transmite, em sintonia
de um reconhecimento, sem precisar da visão.


André Anlub & Mônica Pamplona.
02/08/2012

Laço em pingo d’água

Um amor quase impossível
Dividido e abstrato
irremediável, irreversível
Sem visão, sem olfato
Sem audição, paladar e tato.

Buscando sair do ostracismo
Além do mais querer
Além de tudo que é vivo
Além do mero prazer.

Se revirando em mil
Conquista a ser feita diariamente
Um enlouquecido jovem senil
Mil e uma faces, disfarces, vertentes.

No âmago do coração
Infinitamente se chamava de amor
Tão longe do alcance das mãos
Tão perto do alcance da dor.

Princípio ativo do fim
Primórdios de uma paixão ainda crua
Ilimitadamente para dizer sim
Mas o “não” ainda perpetua.

Busca consolo em quem te quer
Pena não existir tal figura
Roubando o coração de um qualquer
Castrando a paz e implantando amargura.

André Anlub

1 de agosto de 2012

Dia 31 de julho de 2012, marcou o centenário do nascimento do grande economista americano Milton Friedman.

Se você entregar o Deserto do Sahara para o governo administrar, em cinco anos haverá falta de areia”.

Milton Friedman (1912 - 2006)
A(cama)da Mulher!

O gramofone e uma leitura, novo dia e nova jornada

Lá esta ela... Com seus contra tempos, mas com demasiada calma
Paciente em recuperação, reabilitação que pinga lentamente
Do conta-gotas da existência...
Feito um veneno que não provem de uma serpente
Foi fabricado pela própria vítima.

Com os elos da corrente, que aos poucos se quebram
Já é tarde, mas não tarde demais
Riquezas e uma antiga beleza
Que se perdeu na memória...

Com sua boca mais contundente
Boca que exprime e se alimenta
A rosa que calou e novamente fala.

Santos nomes foram pronunciados
Pelas igrejas, mesquitas e casas santas que passou
Tugúrios de madeiras podres, em que se apoiou e derramou o pranto
Que outrora usava para seus pecados.

Atualmente coleciona livros
Bíblia, alcorão, guita e outros livros santos
As estantes cheias, coração vazio
Sem respostas, cem perguntas
Segue sucumbido nesse calafrio!

André Anlub

31 de julho de 2012



O baile do prazer

Por um segundo se afaga o céu...

Chega de mansinho, sobe pela espinha
Parece que queima por dentro
Sedento, dou mais linha na pipa
A contento... Quero repetir a façanha.

O suor invade nossa cama
O calor emana dos corpos
O silencio agora é preceito
Tentamos acender novamente a chama.

Mãos bailam inquietas pelos relevos
Lábios molhados e soltos
Não há censura, não há barganha
Momento pleno, libertino e verdadeiro.

Por um segundo bulimos com o céu.

André Anlub

Arte do inacabado

Estão nos planos os santos de barro
Tem sarro por debaixo dos panos
Clamam alto para nós que somos insanos
Na cruz em chamas vai que um dia me amarro.

Vagueando por claras crenças
As prensas apertando o miolo
Escuridão de densas indiferenças
No preconceito não se reparte o bolo.

É obra-prima a arte do inacabado
Foi passado, é presente e futuro.

Se o azul é insígnia do infinito
Onde o mito tem morada e poltrona
Na telona vê absurdos dos filhos
Um cochilo para diminuir a insônia.

Nada fiz, pois encarei só o que pude
Livre arbítrio é um tiro no pé
Tratei de lixo quem me mostrou ser rude...
E pra um suposto embuste sou feito de fé.

É obra-prima a arte do inacabado
Foi passado, é presente e futuro.

André Anlub (30/07/12)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.