13 de junho de 2014

Fernando Pessoa

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português.

O guardador de rebanhos
(Fernando Pessoa)

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),

É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz

E corre um silêncio pela erva fora.

Liquidificador da loucura


Liquidificador da loucura
(9/10/12)

Sentia-se flutuando no rubro crepúsculo,
Como se houvessem douradas asas,
Solto ao vento e o corpo em brasa
Como pluma de uma ave rara e sem rumo.

Amor latente ao peito entregue
- De frente à porta da felicidade.
O jeito que seu orbe teve de dar-lhe presente,
O laço que desenlaça na fantasia da alma.

Brilho agudo da aura que passa célere,
De horas que passam em segundos,
Em lumes no gelo de um tempo absurdo,
Reflexo da cara metade em seu próprio espelho.

E quem:
Quem seria essa merecedora de intenso amor?
Seria o esplendor da gloria conquistada?
Seria a mais briosa enamorada?

Não, não houve procura!
Houve sorte e destino,
Houve física e química
No liquidificador da loucura.

André Anlub®

12 de junho de 2014

Dos Fetiches (feliz dia dos namorados)


Dos Fetiches
(4/4/12)

E foi assim:
- Posso passar as manhãs de domingo com você?
Faço a massa de pão com alho que você adora;
Faço suco de acerola da nossa árvore do quintal.

- Pensei em assistirmos aquele filme do cachorro...
Aquele que você sempre chora!
Confesso que em mim desce a lágrima no final. 

Podemos, após o filme,
Nos beijarmos em ventania...
Mas amor faremos serenamente,
Orquestrando nova sinfonia
Na varanda sob a lua crescente.

Em seguida tomaremos um delirante banho quente,
Quiçá na Jacuzzi,
Com aromatizantes e ervas calmantes
E “Only time” da Enya - fundo musical...

Agora apenas a luz de velas...
Podemos novamente fazer amor,
Com mais paixão.

As espumas na água formam desenhos;
A luz do ambiente compõe,
De forma majestosa, o cenário.

E as mãos, e as mãos? Outra hora!
E é assim:

Quando tudo acabar poderemos prosear...
Perguntarei o seu nome
E seus gostos e preferências;

Perguntarei se hoje fui o seu homem...
As suas andanças,
Sua profissão e reticências.

E por fim, nos dedos vazios...
Colocaremos novamente as alianças.


Falando de amor:
A dança da chuva funciona
Se todos os dias a dançarem,
Amarro-me ao relento
Com a corda mais sensata que houver...

Deixo-me molhar!
(nó cego, impossível desatar).

Nenhum amor é inútil
Absolutamente o contrário
Achado ou perdido o amor é tesouro,
Extravasa por lendas e mitos
Pois é água-viva no mar morto.

André Anlub®

10 de junho de 2014

Me apaixonei num sonho


Me apaixonei num sonho

Nenhuma noticia do juiz cruel
E seu dedo funesto e tremulante;
Nem por um instante, e dou graças aos deuses,
Deu sinal.

E cabe quando, a qual, a quem afinal,
Vestir o corpo com a tez do pecado?

Eu não, e por enquanto sigo no não...
Não sou réu aqui, sou sonho,
Aqui sou o que, o qual, e quem quero.

É sim me apaixonei no sonho
E como ela é, não digo.

É sim, pois aqui nada é pecado,
Nada é mutilação, traição, tampouco mau gosto,
E não existe nada de oposto,
Nem mesmo a contradição.

Esse sonho não é feito para olhos alheios;
Até mesmo a escrita é em linha reta
Sem partida – chegada, sem meta,
Sem nem ao menos “os meios”...
(uma boa merda).

Mas qual graça teria ser e ter o perfeito em volta
Sem a vida às vezes em reviravoltas,
Sem solda nem fenda,
Sem pouco nem sobra,
Sem erro ou acerto?
(uma boa bosta)

André Anlub®
(10/6/14)

Divagação vespertina...


"Tentei preencher minhas rachaduras com ouro. Ficaram mais bonitas aos olhos dos outros. Mas somente quando as preenchi com perdão foi que pude me sentir inteira de novo."

Belíssimo pensamento da amiga Macy Fonseca

8 de junho de 2014

Medalha Personalidade

Prêmio Medalha Personalidade 2013 pela Acadêmia de Artes de Cabo Frio (RJ) - (ARTPOP)


Ótimo domingo...




7 de junho de 2014

O Melhor de Poesias Encantadas...

Fui Outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA) - A publicação de “Poesias Encantadas” será divulgada desta vez em Angola através do Poeta Daniel Zinga Miguel Chave e mais uma vez em Portugal através da Poetisa Natalia Caetano!

Balé dos estorninhos


Aves que voam no além-mar
Sentindo a salinidade existente
Liberdade de tocar a epiderme da vida.
Aves migratórias de voos extensos
Atravessam continentes com suas asas enérgicas
A brisa é sua amiga e confidente
O homem aqui embaixo
Plantado!
Confinado na inveja.


Balé dos estorninhos

Vá falar aos quatro cantos desse enorme mundo vadio,
fale logo, vá!
Fale aos ouvidos trancafiados, cimentados e mal acostumados,
grite com todo o pulmão, todas as forças,
até se esvair o ar.

E aquela velha inocência descabida? 
Deixe-a ir:
já estava sufocada com sua maturidade,
com seu desenvolvimento e sucesso,
com o balé dos estorninhos.

Os passos largos, de gigantes dinossauros, são seus.
As impurezas das palavras impensáveis nunca existiram.
O seu barco naufragado é passado, ou pode até ter sido um sonho.
Ria, pois com o mar é casada e vive à vontade com os golfinhos.

E agora rebobinou sua idade ao azul bem vasto,
fixado no fundo da sua íris.
Poderá observar os loucos abutres,
que voam por cima de um extenso deserto,
deixando a sombra de rastro,
com a sede e a fome,
que os escoltam de perto.

André Anlub®
(29/6/13)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.