7 de agosto de 2014

Indo ao Brio e pequena ponderação


Indo ao brio

Pousa para dar pé, pausa para um café;
Asa em construção – voo em atuação;
Ao distante a verve chamando, pois...
Incitante é a vida entoando:

Ela está insatisfeita (sem motivo),
Vive questionando o próprio talento,
Diz que é como um cágado...
Está lenta:
- não consigo agora chegar, ou, talvez, me virar no improviso.

Pausa para ter fé, pousa para outro café;
Pena, papel, ideia e silêncio...
Deixou bem longe a peleja, a amnésia,
A ausência de novo pensamento...
A inércia.

Alçando voo desbancando o frio, cruza o vale e o rio,
Voa com os sãos falcões peregrinos, aves de rapina, 
Sente quão facões na espinha, rasgando a carne e a alma...
A inspiração que lhe ataca, 
Afaga, assanha... e, na manha, a eleva ao brio.

André Anlub®
(6/8/14)


Há um vírus pernicioso que atua na contemporaneidade, sai dos grandes meios de comunicação (rádio/TV); há um vírus agourento que faz com que nivelem o povo por baixo, empurram goela abaixo o que se produz com menos disciplina, menos conhecimento, menos sonoridade e até letras pleonásticas e rasas... (sem querer citar exemplos e nem citando). Na literatura acontece a mesma coisa, só que é um pouco pior, pois o brasileiro não tem o hábito de ler, e a cada ano diminui o numero de leitores (vide matérias recentes sobre o assunto). Mas o que fazemos então? Fazer da sua arte o seu hobby? Sigo sem resposta... Meu abraço em todos, muita sorte e inspiração.

André Anlub®
(7/8/14)

6 de agosto de 2014

BUSCA PROCURA

Um soneto à procura de um soneto
como de um ombro onde encostar as culpas,
onde chorar remorsos em folhetos
com que leitora alguma se preocupa.

Feito um motor testando os magnetos
ou um covarde atrás de uma desculpa,
segue o soneto em busca de um soneto
armado de binóculos e lupa.

Pode estar longe e pode estar tão perto
quanto esta ânsia que corrói tecidos,
tecidos fracos e tecidos fortes.

E enquanto esta loucura a céu aberto
vai fabricando mortos e feridos,
vou te aguentando como me suportes.

(Rogério Camargo)

Haja e aja café...



Eu e meu café quente

Nada disso, nada.
Nem a cruz ou a espada
nem um milagre instantâneo.
Até viver litorâneo
com belo cenário da sacada...
Nada disso, nada.
Nem amor perdido e achado
tampouco o que ganhou no grito
nem um gemer sustenido
que alavanca o ser amado...
Nada disso, nada.
Na cachola do bardo
difícil é imaginar a vida
sem a poesia na lida
e derramando na gente.
E vai pôr do sol dourado
vem o tom do sol nascente.
Arregaça as mangas pro fardo
com a garrafa térmica ao lado
cheia do café mais quente.

André Anlub®
(5/6/13)

E por falar em café: Chegando na Bienal...



Pausa na Poesia para sermos roubados, voltamos já...


5 de agosto de 2014

Marcando toca


Marcando toca

E aquela folha se solta, se livra, se vai com o breve vento,
Se vai com o tempo como a lágrima esquecida no rosto...
Resseca, desaparece, e é esquecida, pois é consequência,
E já foi... num sopro.

O fim aparece e se disfarça de sombra,
Torna-se parte da vida, da caminhada,
Do respiro, do sono, da alegria e da raiva,
E a leva...

E o fim é assim, como um trem errado que se embarca,
Não percebendo o erro ou que não há mais nada a ser feito,
E já foi... num frêmito.

Numa tarde quente de verão,
O fim decidiu ter um novo começo:
Largou sua labuta, seu fardo,
Sua maleta cheia de acasos e agonias;
Largou suas metas, suas retas que mais pareciam curvas,
Suas negritudes e suas alvuras...

E uma folha que já estava se tornando pó, 
Reconstituiu-se,
Tornou novamente folha seca,
Levantando voo do chão,
Como se voltando no tempo,
Regressou à árvore e encaixou-se no galho,
Ficou amarelada, alaranjada, esverdeada,
A seiva percorrendo seu corpo,
Como sangue novo
E tornou-se novamente moça...

O solo junto com a vida (marcando toca),
Perderam seu adubo.

André Anlub®
(5/8/14)

4 de agosto de 2014

Antonnia Téppida, depois de esfregar a pele sob a água escaldante do chuveiro aberto no máximo (de água a de gás), ainda voltou lá e esfregou de novo e depois outra vez. Já não estava mais ali o odor e a sensação do toque ao mesmo tempo brutal e visguento, invasivo e pegajoso. Mas Antonnia Téppida não conseguia esfregar as lembranças, então esfregava a pele.


O nome dele era Bóris. O dela era Casemira. Amigos de longa data, ela sempre o chamara pe-lo apelido: Grandão. Ele, da mesma forma: Mirinha era como a chamava. Até que tiveram uma dis-cussão séria, ela magoou-se com ele e só o tratava por Bóris. Ele achava aquilo ridículo e, por sua vez, nunca dizia nenhum nome dela quando se falavam.


A chuva sabe que não gostam dela. Não agora, depois de três dias chovendo sempre. Mas a chuva não se importa e continua caindo como se fosse ontem.


- Você está me cantando!
- Estou?
- Você está me fazendo elogios que não mereço.
- Isso é te cantar? Talvez eu esteja apenas sendo infantil.


- Mas isso não é normal!
- E o que você sabe de normalidade?
- Ora, normal é...
- Normal é apenas o que não te assusta, não passa disto. É apenas aquilo que não perturba tua visão de mundo.

(Rogério Camargo)

3 de agosto de 2014

Rio de Janeiro 1938 - 1939

Name: David Glick's JDC mission to South America in the late 1930´s

Audio/Visual: color, silent
Length: 03:16
Year: 1938 - 1939

Source: United States Holocaust Memorial Museum, Washington D.C

A fotografia colorida foi explorada durante o século XIX e os experimentos iniciais em cores não puderam fixar a fotografia, nem prevenir a cor de enfraquecimento. Durante a metade daquele século as emulsões disponíveis ainda não eram totalmente capazes de serem sensibilizadas pela cor verde ou pela vermelha - a total sensibilidade a cor vermelha só foi obtida com êxito total no começo do século XX.A primeira fotografia colorida permanente foi tirada em 1861 pelo físico James Clerk Maxwell. O primeiro filme colorido, o Autocromo, somente chegou ao mercado no ano de 1907 e era baseado em pontos tingidos de extrato de batata.

O primeiro filme colorido moderno, o Kodachrome, foi introduzido em 1935 baseado em três emulsões coloridas. A maioria dos filmes coloridos modernos, exceto o Kodachrome, são baseados na tecnologia desenvolvida pela Agfa-color em 1936. O filme colorido instantâneo foi introduzido pela Polaroid — em Rio de Janeiro 1938 - 1939.




2 de agosto de 2014

No vocábulo certo

Folhas de Relva de Walt Whitman - pronto para degustação

No vocábulo certo

Num estalo a perfídia, o coração vai frigindo,
Encéfalo em ignição, ideias mortas no momento;
Logo vem a melodia serenando o acessível ouvido,
E o ócio vem em vão e se vai prostrado no vento.

O estalo agora se faz apostando nova contramão,
De antemão cria ilusão de um amor sem destino;
No antídoto da bomba caseira, é besteira a presunção,
Faz-se a retaguarda, desfaz-se a mágoa no sincero tino.

Num grito de piedade vem à aclamação do amor correto,
Vai o torto, vem o reto da amante com absoluta lealdade,
Tudo se faz na idade, se faz no tempo, no certo descoberto.

O grito emudece, o sol se acende e foi-se o astro miserável...
A força para o fardo e a farda aposentada pela verdade;
Não há disparidade e todo o vocábulo se entoa admirável.

André Anlub®
(2/8/14)

25 anos sem o Rei do Baião

Luiz Gonzaga do Nascimento, mais conhecido como Luiz Gonzaga e o Rei do Baião (Exu, 13 de dezembro de 1912 – Recife, 2 de agosto de 1989) foi um importante compositor popular brasileiro.2 Foi uma das mais completas, importantes e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, ao resto do país, numa época em que a maioria desconhecia o baião, o xote e o xaxado. (wikipédia)

Busto na entrada do Museu Luiz Gonzaga, em Caruaru

1 de agosto de 2014

“Imagina se cada bomba que eles jogam contra Israel atingisse o alvo, quantos já estariam mortos”. Me perdoa, amiga, mas eu tenho coisa melhor para imaginar. Imagino os fundadores do estado hebreu chegando com muito menos arrogância e abrindo seu espaço com muito menos imposição. Imagino seus irmãos palestinos recebendo-os com fraterna hospitalidade, com alegria até, não com hostilidade e resistência. Imagino a criação de um país onde não houvesse sectarismos e as diferenças raciais não fossem levadas em conta, muito menos que houvesse privilégios para uma delas. Imagino uma convivência não só pacífica como harmoniosa e complementar entre povos que decidissem não arrancar o melhor pedaço para si e sim dedicar o melhor de si para o pedaço que lhes coube e que eles honrariam com o suor de cada dia em proveito de todos. Isso acaba com  toda a minha capacidade de imaginar, amiga, não me sobra fôlego para o que aconteceria se o Hamas acertasse todas as suas bombas em Israel e o que Israel faria em represália.

(Rogério Camargo)

Tragam vozes e resmas


Tragam vozes e resmas, tragam versos e temas,
Porque meu amor pela praia passeia.
Na orelha uma açucena, emoção é plena
O coração tá sereno e o olhar tá sereia.
Delineei o passado no caso mais que perdido.
Etiquetei os bandidos ao som de música clássica.
Quero o encanto da plenitude, ir e vir com você ao meu lado, ofertar sem querer nada em troca e um lugar para ser coroado. E nesse imaginário reinado, recito versos aos anjos caídos e os desvalidos que antes afastados retornam céleres ao colo divino.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.