14 de setembro de 2014

Academia de Letras do Brasil e Não é brinquedo não...


Não é brinquedo não

Viu a poesia com seu pulo largo desviando-se das críticas,
Caindo nos contornos límpidos das consciências
E escolhendo nada a esmo o caminho que avaliou ser certo.

Ouviu o verso leve pisando intenso com seu calçado soturno,
Colocando a marmita no bolso, a viola no saco e perguntando:
Onde é que eu durmo?

Na alvorada não comeu foi nada, tomou o seu remédio,
Foi para o colégio, grande sortilégio é responder à chamada:
(como um digno crédulo).
- Sou o verso que tirou o corpo fora de onde é bola fora... resolvi tricotar sozinho.

Deixou os poetas no vácuo, na válvula do silencio eterno... 
(mesmo que por um momento).
Deixou todos ao relento, em alquebramento, de passo lento em todo o acontecimento...
(mesmo que somente interno).

Reprise de um filme, déjà vu diversas vezes visto e lido,
A imagem da poesia se resvalando e esvaindo.

Num instante a lenha crepita, já é espantado o frio e a chaleira canta...
Cai-se na realidade, cai-se no dever cumprido: o papel tingido, a ideia exposta.

Agora vê a poesia e seu pulo curto; quase inativa mergulhada em crítica...
(ela não está nem ai)
Descobre sua imortalidade e sua boemia, sua sagacidade de mulher vivida.
(ela sempre bem resolvida)

André Anlub®
(14/9/14)

13 de setembro de 2014

13 de Setembro - Dia Nacional da Cachaça


Um grande amigo de botequim
(Minas Gerais)

Dez da noite bate o ponto,
Uma coxinha, cerveja e a cachaça;
Álcool resolve em outra dimensão a sua peleja,
Coça a carteira e só moedas, migalhas...

Mas ao olhar para a saída do bar
Avista uma sorrateira nota de cem:

- oba! duas garrafas de pau pereira,
Porção de batatas fritas,
A conta paga,
Mata meia garrafa,
Incha e cora,
Chora.

Resolve espernear,
Resolve falar sozinho,
Conversa com estranhos,
Só ele pode vê-los, mas sempre respondem.

Ele diz que são homens de branco,
Geralmente mascarados,
Ele diz que quando os vê nasce uma sensação sufocante,
Mesclada com amargura.

Tem ânsia de vomito,
Vai ao banheiro e transborda...
Volta suado e sedento,
Pede um sal de frutas,
Coloca sal nas fritas,
Oferece-me um copo.

André Anlub®

12 de setembro de 2014

Ótima noite...


Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

A Academia Brasileira de Letras acaba de lançar, com acesso gratuito, o aplicativo do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), que contém a ortografia oficial do Português, para tablets e celulares. O usuário poderá fazer a consulta utilizando a internet apenas uma única vez, quando baixar o aplicativo ou quando for necessária a atualização da base de dados.
Leia mais:  http://goo.gl/jnRceQ

11 de setembro de 2014

Vale a pena dar uma olhada...

14 ESCRITORES ESCREVEM CONSELHOS DE ESCRITA NAS MÃOS.

Publicado em 2 de julho de 2014 por Rebeca Queiroz em Aleatoriedades
Encontrei isso no Quora, a Wofford College pediu a alguns escritores de ficção por uma foto de um conselho de escrita, escrito nas mãos. Isso me chamou a atenção por serem bons conselhos, sinceros e brutos. Além de que são bons nomes que o dizem. A equipe do Não Ultrapassado traduziu o que estava escrito nas imagens. Enjoy!


Neil Gaiman
    Escreva, termine as coisas, continue escrevendo.

Karen Lord
         Estória/ Estória de fundo
O que você consegue é mais do que você pode ver

David Drake
O mundo não é obrigado a se importar

Ekaterina Sedia
Não subestime a importância de contar detalhes

Garth Nix
1. Leia muito
2. Escreva com frequência
3. Continue
4. Acredite em suas estórias
(Consiga um anel mágico)

Karin Tidbeck
Seu primeiro pensamento é, com frequência, o melhor, Você sabe, o que pareceu muito esquisito ou bobo. Acredite na sua imaginação, ela sabe o que está fazendo.

Gene Wolfe
Comece o próximo!

Jaym Gates
Ache alguma coisa que o faça grato pela relativa docilidade dos prazos (???).
Jody Lynn
Escreva o que você amaria ler.
Termine o que você começar a escrever.
Sua voz é unicamente sua e nós todos estamos esperando para ouvi-la.
Joe Haldeman


Não “escreva o que você conhece”, faça algo novo!
Karin Lowachee

Termine suas estórias! - Leia muito!


Lev Grossman

1. Leia tudo.
2. Nunca desista.
3. Não leve o conselho de escrita de ninguém muito a sério.

N. K. Jemisin

Persista.
Patrick Rothfuss
Sente seu bumbum e escreva.

Ótima quinta, pois o ar corre solto.




E o ar corre solto

Qual o problema em não ser tão óbvio?
Será visto com maus olhos e/ou cairá na boca das más línguas? 
Tenha a liberdade para viver abrindo a porta do amanhã, do seu fado, lapidado, bem acabado na arte final do mais talentoso e fantasioso artista.
Venha aqui para perto, quero lhe contar um segredo
- O final do filme da sua existência.

Não sou um deus ou algo parecido, é sua obviedade que é tão transparente a ponto de ser redundante e ficar escrito nos seus olhos, na sua voz e suas pegadas, a cada instante.
Mude e diga-me o que sente ao rasgar o tempo sem clemência, sem apreensão, totalmente à vontade despretensioso (ou não).

Diga-me que é um prazer não ver as horas passando quando cada segundo é aproveitado, cada mexer dos ponteiros, sem serem notados. Mas não achincalhe com o tempo, nem por um minuto...
Os ventos vivem nos dizendo coisas novas, trazendo novos cheiros, aforismos, sorrisos e insultos.

Diga-me o que sente vendo o ar correndo solto, batendo as janelas, balançando as árvores, ondulando o lago. Quiçá uma revolta que nunca dá em nada, mas que mantem a alma vivendo.

(André Anlub - 12/5/13)

10 de setembro de 2014

Falando de Racismo...

“Quando você chama a pessoa de macaco, você está jogando toda a humanidade dela no lixo.”

Maria Carolina Trevisan — 10/09/14



Emicida explica de forma direta e simples o que é racismo no Brasil e como ele se expressa no futebol, no dia a dia, na escola, na favela, na delegacia e no sistema de Justiça. E revela que foi o rap que o ensinou a ter consciência racial.

“A luta contra o racismo na mão dos pretos é pela sobrevivência, pelo mínimo de dignidade para viver, construir uma vida honesta e criar seus filhos”, Emicida

Entrevista: Maria Carolina Trevisan
Produção: André Caramante
Imagens: Caio Palazzo e Gabriel Uchida
Edição: Gabriel Uchida

Ilustração: Junião/Ponte Jornalismo

9 de setembro de 2014

Mais uma noite triste de Setembro


Último poema do amigo poeta Nathan de Castro (dia 19 de agosto de 2014 - imagem escolhida pelo autor)


Motivos
                              © Nathan de Castro
.
.
.
Nas noites de insônia, caminho pelos versos em busca
de um sonho.
O amor está ali, bem perto do próximo poema.
Parece real, mas… Carrega o silêncio das palavras,
a música da solidão e uma metáfora perdida
nas entrelinhas do tempo.
Tem uma Estrela que escreve os meus caminhos, e canto
de paixão quando chegam as luzes da madrugada.
Quando encontro o verso iluminado pela música
desse astro, penso em escrever silêncios, vazios e luares.
Caminho pelas linhas, em busca dos teus olhos.
O amor está ali, bem perto do último sorriso.
Parece real, mas…
Tem essa coisa de tempo! Muito tempo.
Anos e anos perdidos nos caminhos de invernadas.
Qual nada! Nada se perde quando plantamos e assistimos
o brotar da poesia!
Preciso aplaudir o verso e entregar o meu sorriso à solidão.
Palavras!
Já nem sei se é fogo, paixão ou somente essa coisa
que chamamos de Saudade!
Mas, bem lá no fundo eu sei… É somente mais um canto
poeta para saudar os vazios, e os mistérios...
Motivos bastantes para a revoada de novos poemas.



Meus sentimentos aos familiares e amigos!

fábio kerouac grava o poeta andré anlub

Mais um dia triste de Setembro

Falecimento:
"Amigos poetas, nosso querido poeta Nathan de Castro faleceu agora a noite em Uberlândia. O corpo virá para nossa cidade - Patrocínio - MG. Aqui, o corpo de nosso querido poeta será velado e enterrado no dia de amanhã dez de setembro!"

Marta Peres


O Cara

© Nathan de Castro

Eu sou o cara e a cara que apresento
tem os sinais e as marcas da loucura
de bardo atrapalhado em meio à fúria
das tempestades mórbidas do tempo.

Eu sou o cara e o cara que alimento
tem fome de poesia e uma fratura, 
causada pelas pedras da luxúria, 
no peito acostumado ao passatempo.

Eu sou o cara, o morto-vivo, o ausente, 
o que perdeu o amor e, numa prece, 
quis ter de volta os olhos do poeta.

Voltar a ser criança?... Felizmente 
o tempo não tem volta e, se tivesse, 
traria as mesmas rugas na careta.

8 de setembro de 2014

1° Festiva de Poesia de Sampa


1º Festival de Poesia da Cidade de São Paulo convida os trabalhadores e trabalhadoras poetas a participar
25/08/2014
Inscrições estão abertas até 30 de setembro. Haverá premiação em dinheiro

Se você é trabalhador ou sócio de algum sindicato filiado à CUT, mora na cidade de São Paulo e escreve poesias, inscreva-se no 1º Festival de Poesia da Cidade de São Paulo. As inscrições estão abertas até o dia 30 de setembro.

O festival, realizado com apoio da Prefeitura de São Paulo, é uma iniciativa do coletivo Correspondência Poética. O evento de premiação acontecerá no dia 22 de outubro, com interpretação das poesias vencedoras, show musical e feira literária.

Serão três vencedores com prêmio em dinheiro e mais 10 menções honrosas.

Para participar, é necessário se inscrever através da página do coletivo (clique aqui). Lá é possível também conhecer o regulamento. Os poemas devem ser enviados na forma de vídeo – com o próprio autor ou outra pessoa interpretando-os.

O Correspondência Poética nasceu em 2009. O coletivo tem entre suas principais atividades a difusão de poesias de autores que moram na periferia de São Paulo. As poesias são distribuídas pela cidade, escritas a mão sobre papel reciclado colorido, enroladas como se fossem pergaminhos. Em terminais de ônibus e outros locais com grande circulação de pessoas, esse pergaminhos ficam em grandes caixas, sob o aviso: “Pegue Aqui a Sua Poesia”.

As poesias também são divulgadas na página virtual do grupo. Correspondência Poética e seus integrantes também são frequentadores assíduos de saraus por toda a cidade.

Escrito por: Isaías Dalle

Arte do inacabado


Dentro e fora do nada prático homem apático
Um específico sentimento colossal abrolhou. 
Abrigou a cautela num juízo lunático básico,
Cingindo o corpo e tocando o amor.

Arte do inacabado
(30/07/12)

Estão nos planos os santos de barro,
Tem sarro por debaixo dos panos.
Clamam alto para nós que somos insanos,
Na cruz em chamas vai que um dia me amarro.

Vagueando por claras crenças,
As prensas apertando o miolo.
Escuridão de densas indiferenças,
No preconceito não se reparte o bolo.

É obra-prima a arte do inacabado
Foi passado, é presente e futuro.

Se o azul é insígnia do infinito,
Onde o mito tem morada e poltrona,
Na telona vê absurdos dos filhos,
Um cochilo para diminuir a insônia.

Nada fiz, pois encarei só o que pude...
Livre arbítrio é um tiro no pé.
Tratei de lixo quem me mostrou ser rude...
E pra um suposto embuste sou feito de fé.
É obra-prima a arte do inacabado
Foi passado, é presente e futuro.
Poesias querem ser livres e voar; não fazem questão de egos e glórias! Senão seriam como belos pássaros em gaiolas!


Não devemos deixar ferver a cobiça, para não queimarmos a cabeça, grelhando os neurônios e temperando a soberba. Na bondade existe a candura, a face do nosso verdadeiro “eu”. 
E tão logo se alcança o apogeu quando estendidas nossas mãos tratando todos como irmão, nivelando à mesma altura e sem julgamentos em vão.


Se sou retrógrado? - Digo que sou como uma velha locomotiva a vapor, mas que gosta de uma sauna seca; tenho no eucalipto o odor e no suor minha seiva.


Fita uma rota, faz uma bola: 
(amassa, arremete, amarrota.) 
Na lixeira dos olhos no mundo, vendo tudo e uma suntuosa esmola que pelos dedos escorre.


Nunca temas as vozes: 
(algozes – atrozes) travestidas de pouco caso...
Não é um rei deposto, ainda tem um reinado,
E coroado de alento, tem a(s) rainha(s) de gosto.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.