8 de outubro de 2014

Para refletir...




Armageddon II




Armageddon II
(André Anlub - 7/4/13)

Caçadores de cobiças e amores perdidos,
Senhores dos seus projetos de ações duvidosas,
Jardineiro na ufania das flores de cera de ouvido,
Decifram a nostalgia de ocorrências rigorosas.

Lenhadores brutamontes, bruta montes
Com os seus machados cegos,
Filhos de escravas negras com índios...

São negros ou brancos, francos
Com seus olhos claros de guerra,
Sem ego, mas com a ganância de buscar o infinito.

Se a chuva de meteoros chegar em má hora
E quatro cavaleiros lhe derem guarida,
Com parcimônia de quem cultiva passiflora,
Empunha a espada, dá meia volta e procura saída.

Vivendo em um singelo passado do agora:
- é o azul que faz fronteira com um feio absurdo.

Os vieses que ecoam aos ouvidos de muitos,
Aquecem como o nome de Nossa Senhora.

7 de outubro de 2014

Animal do bem e o tal


Animal do bem e o tal
(André Anlub - 28/05/13)

São animais indiscretos e contemplativos,
Na mansidão imaginária e cada vez mais.

No hipotético paraíso na zona de conforto
Vão chegando, vão vivendo outros desafios,
Pés que não cansam de andar fora dos trilhos.

Vê-se os trilhos do bonde
No pé das frutas do conde,
No entorno do misto dos milhos
Com as doces e tortas espigas
Do conde de monte cristo.

Na ré do trépido bonde,
Tudo trepida e o vinho vai longe...
Entorna, esguicha e mancha
A roupa de linho da moça
Que o pranto fez poça (a olhos vistos).

São animais de cegos charmes
E quase sempre atrapalhados,
Na obsessão que alguém os agarre
Salvando-os do fortuito afogamento
Dos salgados e amargos mares.

São animais como nós,
Com nós nas vis ventas;
Que inventam o ar atroz
Logo após se lamentam. 

6 de outubro de 2014

La Femme

Dizem que nasceu pra fazer volume,
Como um vaga-lume com a luz queimada.
Jogada a esmo no mundo, cachorra sem dono.
Perdida na escuridão...

Bela mulher, travessia de prazer
Amor de repente, ardente, caliente.

Linda fêmea com a pele dourada
Endiabrada, imponente
Onipresente...
Não fica cansada.

Garota fatal com jeito imoral
Desapegada, imensamente humorada...
Sexo animal.

Vadia safada com emprego na Lapa,
Exercitava seus vícios vomitando sacrifícios;
Puros ossos do ofício.

Querendo ser imaculada, mas para muitos uma “nada”
No seu mundo de hospício.

É o que quer, bela mulher de alma e carnal - garota fatal
Largada a berlinda, fêmea linda...
Na horizontal.

André Anlub
(14/11/10)




5 de outubro de 2014

Sicrano e as eleições 2014

Sicrano disse que iria votar num tal deputado que prometeu a ele dez kg de carne... Colocou o n° do político, tirou a foto para provar seu voto e cancelou. Outro candidato concorrente do primeiro lhe prometeu quatro engradados de cerveja...
Sicrano seguiu o mesmo raciocínio anterior, e assim o fez com mais uma penca de candidatos...
Sicrano garantiu seu churrasco de domingo com fartura, e ainda chamou muitos amigos.
Ah, e como não gostava de nenhum dos candidatos... no final votou em branco.


André Anlub®
(5/10/14)

4 de outubro de 2014

HOJE (4) É O DIA MUNDIAL DOS ANIMAIS

 Veja o trabalho para preservar o soldadinho-do-araripe... 



Ótimo Sabadão - Flor de lis, de lírio e lírico




Flor de lis, de lírio e lírico
(André Anlub - 6/1/13)

Chegando do silêncio veio como tempestade
E mordia suas ideias.
Tirava os laços dos futuros presentes,
Mostrava o onipresente,
Que ao botar pra fora os dentes,
Provava não ser um Oni enfim:

Nomeada como imperatriz de amores,
Que ganha de súbito
Sua coroa, trono e sonho,
Se aproximando do súdito
Com suas suntuosas flores.

Ouço você falar em público:
- o que seria mais certo - onde estaria o erro - qual a importância disso

A resposta vem com o ar fecundo,
Quebrando o coeso silencio,
Queimando mil brancos lenços,
Prevendo o fim dos futuros lamentos.

A resposta bateu de frente,
Com seu cheiro de alfazema,
Com seu humor de hiena
E interpretação eloquente.

Na tela do cinema da esquina
Já se viu esse filme antigo
De um multicor lírico
Com tons de pura boemia.

3 de outubro de 2014

Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa



Pássaros que vem e que passam também são pássaros que ficam




Pássaros que vem e que passam também são pássaros que ficam

Indo bem mais profundo no nosso universo,
Habita o ponto cego da felicidade.
Ela vive numa espécie de vilarejo antigo, 
De casebres de pedra,
E dias tranquilos de sol dócil,
Ar sempre puro e vida que se vive.

Às vezes cai leve garoa,
Pois há a tal da nostalgia.
Nada combina mais com melancolia,
Do que uma garoa,
Acompanhada de um pouco de vinho e frio.

Para explicar melhor...
Fica na triangulação da apatia, a razão e o amor.
Alguns poetas sabem exatamente onde fica,
E alguns filósofos escondem.
Mas existe,
E algo me diz que é por lá, numa casa,
Que terminarei os meus dias.

Tem inúmeros pássaros que passam os dias rondando a região,
Mesmo sabendo que há comida suficiente por lá.

Já me vejo numa velha poltrona de couro,
Alguns tragos e um bom queijo,
Mas me contentaria com castanhas.
Vejo alguns vasos caros, com belas flores.
Mas poderiam ser de argila - comuns.

Ao surgir da lua cheia,
A expectativa da inspiração.
Sentaria na pequena varanda,
Na velha cadeira de balanço,
Com meu novo cão companheiro.

Pegaria minhas folhas e lápis,
E debaixo da mesma lua de anos,
Escreveria algo realmente interessante,
Depois, num gesto de saudação...
Soltaria ao vento.

André Anlub®
(14/7/13)
ALGUNS MINICONTOS

Em todos os tempos, desde que houve tempo, a fada brincou de não ser fada mas foi traída pela realidade. A realidade sempre quer a fada brincando de si mesma, e a realidade é dura e cruel quando se impõe. A fada então nunca tem outra alternativa.


A dor solitária quis fundar um clube de dores solitárias, congraçar os sofrimentos, provar umas às outras que havia outras como cada uma. O clube existiu, mas a dor solitária continuou existindo.


- Tudo isso é tudo isso mesmo?
- Não, só em parte.
- Então por que tudo isso?
- Porque, em parte, tudo isso é só o que há.


Por um sinal que tinha na testa, Juslira nunca deixava de ser reconhecida.
- Você é a Jusmara, não é, reconheci pelo sinal na testa.
- Não, eu sou a Juslira.
- Mas não é a Jusmara que tem um sinal na testa?
- Não, a Jusmara tem um sinal na bunda.
- Ah, bom, é por isso que tô confundindo, nunca vi o sinal de Jusmara.
Juslira respirava fundo e partia para outro reconhecimento infalível.


Discurso mais mentiroso não podia haver. O padre estava colocando Carlos Milho nas alturas como pai, filho, marido e amigo. E Carlos Milho fora um patife rematado, quase todos ali tinham ódio ou desprezo por ele. Muitos vieram só para desrecalcar. A maioria aguentara a obrigação com aborrecimento, olhando o relógio de meio em meio minuto. Mas o padre parecia encantado com o som da própria voz. Se estivesse enterrando o demônio em pessoa, seria um demônio tão bom quanto Carlos Milho.


- Vapores que dançam? Do que é que você está falando?
- De um efeito sensacional. Vi num filme. A gente podia aproveitar para a festa da Loló.
- E o que mais você viu neste filme? Não, não me conte...


O Nunca Mais olhou para o Outra Vez e disse:
- Nunca mais!
O Outra Vez devolveu o olhar e retrucou:
- Outra vez?


- E agora?
- José...
- Que José?
- Do poema do Drummond.
- Que Drummond?
- Tá, tem razão: e agora?


Bópilo vinha um tanto distraído e quase tropeçou em um pacote de boçalidade. Meio desamarrado, era um convite para a curiosidade. Mas Bópilo já havia tropeçado em um muito parecido anos atrás. Passou de largo e deixou a coisa lá.


- Em quem você vai votar?
- Não te interessa.
- Como, não me interessa? Se você vai votar errado, me interessa e muito, pois é por causa de gente como você que o país não sai do buraco. É preciso ter consciência cívica e...
- Tá, tudo bem. Só que o teu interesse não me interessa.

(Rogério Camargo)

2 de outubro de 2014

Lembrete do autoexame nas redes sociais

Abrindo o mês de conscientização sobre o câncer de mama, uma campanha de Cingapura apresentou uma releitura dos ícones de aplicativos das redes sociais (que sempre lembramos de conferir) para chamar atenção da mulherada a ficar antenadas ao autoexame:

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.