6 de fevereiro de 2015

Uma pulada de cerca - (show para o fim de semana)


Uma pulada de cerca
(André Anlub - 31/5/12)

Descreverei:

O embuste e o arcano entram pelo cano 
Quando se descobre o amor...
Descem aquém do ralo,
Perdem o faro como um cão sem dono.

O amor é colosso,
Multicolorido e de aura desmesurada...
Por si só já é um exército,
Não necessita armada nem patrono.

Manda calar em silêncio
Desmascara a arrogância,
Jamais conheceu a ganância
Tampouco a demência.

Mas o amor pode ser confundido...
Por um ser oprimido
Que arquiteta sua inocência.

Como uma alta montanha
É a deleitosa paixão...
Mas não esse monte que logo vem na mente 
(com neve).

Está mais voltada para uma muralha 
(um vulcão).

Pode ficar eternamente em uma vida 
(ser breve)
(...) Ou deliciosa e passageira emoção.

Em suma:
Agarre-se nessa dopamina,
Se dope do casto e verdadeiro anseio,
Arrume um meio de dobrar essa esquina,
Depois retorne a rua calma da sua história.

Vem assim no repentino

Dois livros "mal-educados", pois vão furar minha fila de leitura.

Inspirado na Ana Hatherly:

Seu amor me implantou uma espécie de dormência,
Algo incômodo que carrego junto à carência. 
Amor fantasiosamente assombroso – casto colosso,
Que me pisa impetuosamente com pés quilométricos
E me acende o sorriso mais um par de vezes.
- André Anlub

Vem assim no repentino
(André Anlub - 15/6/14)

Ontem: recuperei o tempo perdido, 
esqueci-me dos problemas e reescrevi um poema antigo; 
hoje: perdi algum tempo que tive, 
mas resolvi problemas antigos e escrevi um poema novo.

O amor qualquer
De qualquer uma pessoa,
Visto num lugar abandonado,
Esparramado com folhas secas
E sombras anêmicas.
As árvores já estavam nuas,
Céu nublado e o vento seco;
Era de dar medo tal quadro,
Causava transtorno
Já em pensamento.
Faria tortura
Se estivesse realmente acontecendo.
O amor nessa brenha largado,
E as aves que aqui já deixaram
Abandonados seus velhos ninhos.
O sol (coitado) só batia de lado,
Tímido e afastado
Quase que sentindo frio.
O amor nesse terreno baldio,
Cercado por uma cerca velha e enferrujada,
Que em toda sua extensão
Servia de apoio para uma parreira.
Há um portãozinho branco descascado,
Empenado,
Torto, caído, pálido, podre,
Cheirando a lenha velha,
Louco para ser queimado,
Ser alforriado,
Mas para os cupins ainda com serventia.
E o amor ainda lá, deitado,
Quem sabe aguardando a chuva
Ou talvez a uva da parreira ao lado...
E de repente o amor lá,
Sorriu, avistou o pão, o vinho...
Viu alguém andando sozinho,
Vago, com a cabeça baixa
E o rosto cálido;
Novamente riu, gargalhou,
Avistou seu alvo,
Sua vítima. Ajustou sua mira e arrebatou.

Minha consciência é extremamente leve,
Mas não há maleficência que leve.

Dueto da tarde (LVII)



Dueto da tarde (LVII)

O mato o deixou contente, pois finalmente cresceu mais verde no seu quintal.
Deixaria assim por enquanto. Que as urtigas e carrapichos fizessem a sua festa.
A grama do vizinho dantes o incomodava, pois era mais verde, mais fofa e estava sempre aplainada.
O vizinho perdia muitas horas trabalhando na sua grama. Ele aplicava muito tempo sonhando com a grama que não tinha.
Era uma espécie de alquimia, uma estranha fantasia, quiçá um vício insano que o dominava.
Alguns caçam borboletas. Outros veem filmes pornô. Ele sonhava com uma grama melhor que a do vizinho.
Já havia se separado de sua mulher por essa causa; já havia deixado seu trabalho como escritor; já havia desmarcado sua visita ao Redentor e por sorte nunca precisou ir a um oculista.
Mas hoje o sol brilhou mais forte no céu nublado de sua vida: o mato em seu quintal estava mais verde que a grama do outro lado.
Então convidou sua ex para um cinema, remarcou a visita ao Redentor, desempacotou uma resma de papel, pôs tinta na caneta e antes de começar qualquer coisa foi para o chuveiro cantando salsas cubanas. 
Perfumou-se com o melhor talco Lever que ainda tinha em casa, armou uma cadeira de praia no passeio da entrada, esticou as pernas magras e olhou fixamente/comumente/detalhadamente para a grama do vizinho.
Ninguém saberia qualificar o seu sorriso. Nem quando ele pegou no sono, deixando cair ao chão a Parker51 e as folhas acetinadas especiais para escrever esboços de romances.

Rogério Camargo e André Anlub
(6/2/15)

Na insistência do derradeiro amor



Na insistência do derradeiro amor
(André Anlub - 14/9/12)

Nas areias da praia inabitada de sua alma,
Caiu de súbito aquele imenso raio;
Transformou-se no mais resistente vidro:
Ninguém vê - ninguém pisa...

Ninguém quebra!

A perspectiva de um admirável amor
Faz bater o peito num ritmo frenético;

E é diurético no sangue que corre ligeiro
Feito um vírus bom, que espalha e entorpece.

Como uma cena em um teatro, à meia luz,
O espectador levanta e ovaciona...

Palmas ecoam por toda a realidade,
Fazem ondas que sorriem
Pelos mares, areias, pelos lençóis.

Sentimento inquestionável - inquieto
Incluso e visível até no breu mais profundo;
Transformou-se e foi transformador,
Agigantou-se - tocou o céu.

Ao menos um vento traz a verdade
Segredo de algum guerreiro antigo;
No céu o azul mais novo e amigo
Que exprime a valentia de apenas ser admirado.
Assim passou o dia,
Deixando só a memória
De mais um belo momento...
Ficam a saudade e o lamento,
Ficam o saber da busca e a brisa... 
Mas também por pouco tempo. 

5 de fevereiro de 2015

Algumas Histórias - Parte IV



Algumas Histórias - Parte IV
(16/3/12)

Conto um conto verídico:
- um céu absolutamente negro arranja essa paisagem que agora exponho,
Hoje me recordo não como pesadelo, mas sim um bom sonho.

Personagens afins...
Lua minguante – tímida boca sorrindo
Um grande amigo comigo,
Os dois loucos de pedra.

Um fusca branco
E um garrafão de cinco litros de vinho;
Disposição e atitude
E a insensatez da juventude.

Era um final de semana comum
Do nada (às três da manhã)
Tivemos a ideia de ir para Miguel Pereira (cidade);
A casa era de um conhecido,
Mas nunca havia ido e não conhecia o caminho.

Problemas e afins...

São Pedro solta uma água bem forte
E pra arrematar a imensa falta de sorte,
Não temos limpador de para-brisa...
Para resolvermos a premissa
Duas goladas bem fortes.

Metade do meu corpo estava fora do carro,
Camisa velha na mão,
Limpando o campo de visão
Até acharmos abrigo.

Encontramos um bar aberto de beira de estrada,
(tinham uns quatro indivíduos com ares suspeitos)
Mesmo assim esperamos o temporal passar.

Abrimos algumas cervas e jogamos sinuca,
Nos informamos e ainda demos carona pro sujeito.

Finalmente chegamos à cidade
“desovamos” o amigo em sua casa.
Entramos em uma estrada de barro
E nada do endereço procurado.

Estávamos tão ébrios que resolvemos ceder,
Entramos em uma pequena rua que dava em um portão;
Desligamos o carro,
Fechamos o vidro e fomos descansar...

Dormimos até o sol nascer.

Ficou mais fácil a busca com a luz do dia,
Logo em frente havia uma mercearia,
Perguntamos ao dono onde ficava a casa...

Com o dedo em riste e a face atroz sorrindo:
- “d’outro lado da rua, logo ali na esquina!”

Dueto da tarde (LVI)



Um sol muito especial dizia a uma lua tímida que não há nada como ser fria, pois acalora corações apaixonados, poéticos e ilumina as noites sombrias.
A lua não deixou de ser tímida com isso, mas começou a olhar os amarelos do sol com outros olhos; o flerte era incrível, visível e intenso: a lua tomou o sol como inspiração e começou a pintá-lo em suas telas, tornou-se tema de seus poemas.
Ele olhava para aquilo como um pai olha uma filha. A terra já tinha feito a mesma coisa, eternidades antes – infinidades depois; as intimidades eram para estar guardadas para caso aconteça um imprevisto, um dilema.
A lua não sabia disso. A lua só sabia dos calores que sentia em sua fantasia; ela queria mais aproximação, mais luz, imaginava andarem juntos pelo parque universal, beijos descontrolados e a missão de levarem uma nova lua e um novo sol a outras galáxias.
O sol olhava para isso como quem acompanha uma criança no playground.
A lua, mesmo tímida, queria mais... arregaçou as mangas e tentou com todas as forças, quase com jeito mórbido, sair de sua órbita.
Era uma menininha na ponta dos pés, querendo apanhar o avião que passava lá em cima. Ou querendo apanhar... a lua.
Era também um menininho de mãos dadas com ela, assoprando para afastar as nuvens, tentando sentir mais o sol num dia frio de inverno.

Rogério Camargo e André Anlub

(5/2/15)
ALGUNS MINICONTOS

A Pequena Pergunta queria muito falar com a Grande Pergunta. Mas a Grande Pergunta só tinha interesse na Grande Resposta, em mais nada. E a Grande Resposta era demais para a Pequena Pergunta.


- Olha, eu acho que você não sabe o que está dizendo.
- E eu acho que você não sabe o que está ouvindo. Mas isso pode ser coisa de quem não sabe o que está dizendo.


Lapiva morava muito longe, Clâmpio estava quase desistindo. Pegar três conduções para chegar lá e ser mal recebido não podia se chamar de um bom negócio. Mas Lapiva ainda lhe dava alguns sinais de que talvez, quem sabe. Por causa deles Clâmpio continuava enfrentando a maratona e, depois dela, a decepção.
- Você acha que vale a pena? – a voz da sensatez lhe perguntava.
- Talvez, quem sabe – respondia um exausto e neurastênico Clâmpio.


- Como é que se joga isso?
- Não sei. Não faço a menor ideia. Mas já perdi 200 reais em apostas.


- Você acha que eu sou muito egoísta?
- Só quando quer tudo pra você.


O anonimato encaixava muito bem com a vida que Pilitro vivia. Ele estava perfeitamente em paz com isso. Até o dia em que, bêbado numa festa, fez e disse coisas muito engraçadas que foram parar na internet. A partir daí reconhecido era na rua, alguns caçadores de talento apareceram com propostas “irrecusáveis”, Jô Soares e Marília Gabriela o queriam em seus programas e um vasto etc assim. Pilitro jurou que nunca mais poria uma gota de álcool na boca.


O sinal de vida estava muito preocupado: alguma coisa não corria bem. Ainda não era o colapso, mas alguma coisa não corria bem. Então o sinal de vida tentou ser apenas o que se esperava dele e deixar que acontecesse o que aconteceria mesmo sem a sua preocupação. Se alguma coisa continuou não correndo bem o sinal de vida não ficou sabendo.


O lugar ao sol não queria se afastar para que saísse da sombra o que não tinha lugar ao sol. Foi quando o próprio sol usou meia dúzia de nuvens para mostrar algumas verdades facilmente esquecíveis.


Por que Marivella não ficou, se gostava tanto do lugar, das pessoas e nada a impedia de ficar? Por que Marivella foi embora, se não precisava ir embora e ir embora não era melhor que ficar? Marivella não sabia explicar, mas sabia que se ficasse teria a explicação.


Carmelina sentou para esperar a felicidade na terça-feira. Parecia um dia bom para isso. Estava frio e chovendo. Não havia ninguém em casa. Nem na vizinhança, que há muito debandara do bairro. Goteiras empoçavam tudo. O gato Laércio morrera. Parecia um dia ótimo para Carmelina sentar e esperar a felicidade.


- Que fim levou Magulva, você sabe?
- Magulva?
- É, aquela galinha que a gente comia quando quisesse.
- Magulva foi para os Estados Unidos.
- Ah é?
- Formou-se em medicina.
- Ah é??
- Casou com um americano rico.
- Ah é???
- Tem dois filhos. Um engenheiro da NASA e outro embaixador da ONU.
- Ah é????
- É.
- Tem certeza que é mesmo a Magulva?
- Tenho. Me correspondo com ela desde que saiu do Brasil. Somos muito amigos.

- Hum... Ah... E a Tivinha, você sabe que fim levou? 

ROGÉRIO CAMARGO

Cheiro de madeira queimada




Algumas histórias
(André Anlub - 12/02/12)

Cheiro de madeira queimada,
Na ponta dos espetos - salsicha e queijo
Sicrano tocava um blues na viola
E eu tirava um som da minha velha gaita.
Fulana cantava melodiosamente no ritmo,
Enquanto Beltrano arrepiava nas latas de Nescau.
Os animais, com o barulho, já haviam corrido,
Era uma calma e bela noite logo após o Natal.
O show já estava frenético e sem rumo,
Vaga-lumes embriagados rodeavam o local.
Em uma nuvem se escondia a lua minguante
E não havia qualquer luz artificial.
Na sombra da fogueira imagens curiosas
Dançavam com a música nas árvores e arbustos.
Deu-se uma imagem sombria de um corvo,
Logo se transformou em uma flor formosa.
São momentos inesquecíveis na mente
Que nem mesmo o garrafão de vinho conseguiu apagar,
Transformadas anos depois em alguns versos e prosas
E essa história ocorreu em Visconde de Mauá.
Depois retorno para falar das cachoeiras...
Ah, as cachoeiras...

Parte II
(2/3/12)

Estava cá com meus botões,
Rememorando velhos bordões.
Pensando em épocas remotas,
Concupiscências e efígies mortas.
Lembrei-me de amores perdidos,
Esquecendo-me de dores achadas,
Pessoas que foram imaculadas
E demônios travestidos de amigos.
Recordo dos conhecidos porteiros
Nas calçadas com seus banquinhos,
Sentados o dia inteiro
Ao lado dos seus radinhos.
Vozes agudas dos rádios a pilha,
Diversão do seu dia a dia,
Hoje atrás de grades e guaritas,
Entregues a sorte e a morte,
Sem segurança...
(à revelia)
Lembrei-me das ruas sem movimento,
Que serviam de campo de futebol.
A ausência maciça de lamento,
Para todos nascia o sol.
O gol feito de chinelos,
A bola “dente de leite”,
Seguia torta em caminhos retos,
Felicidade que compunha a gente.

4 de fevereiro de 2015

Balé dos estorninhos



Balé dos estorninhos
(André Anlub - 14/10/13)

Vá falar aos quatro cantos desse enorme mundo vadio,
Fale logo, vá!
Fale aos ouvidos trancafiados, cimentados e mal acostumados.
Grite com todo o pulmão, todas as forças,
Até se esvair o ar.

E aquela velha inocência descabida? 
Deixe-a ir:
Já estava sufocada com sua maturidade,
Com seu desenvolvimento e sucesso,
Com o balé dos estorninhos.

Os passos largos, de gigantes dinossauros, são seus;
As impurezas das palavras impensáveis nunca existiram;
O seu barco naufragado é passado, ou pode até ter sido um sonho;
Ria, pois com o mar é casada e vive à vontade com os golfinhos.

E agora rebobinou sua idade ao azul bem vasto,
Fixado no fundo da sua íris.
Poderá observar os loucos abutres
Que voam por cima de um extenso deserto
Deixando a sombra de rastro,
Com a sede e a fome,
Que os escoltam de perto.

A sedução existe em várias formas...
A diplomática será sempre a mais fascinante.

De ínfima palavra é feita o amor...
Não tem vírgulas, pontos, nem mistério no ar.
Não é soneto ou acróstico - trova ou cordel.
Não há essência ou engano - acertar ou errar.
Não há contras nem prós...
É somente, e tão somente, “nós”.

Meus versos são libertos,
Não há musa nem mordaça
Nem há alvo que se faça;
Às vezes eles voam
E são de quem os pega,
São de quem os abraça.

Dueto da tarde (LV)



Dueto da tarde (LV)

É um homem fiel com sua alegria, por esse motivo não faz acordo com dias ruins, nem vez ou outra.
Não abre concessões para não gostar das concessões abertas. Não faz trato com o Demo para não se tornar sócio dele.
É gente comum que comumente mente para se enquadrar em quadros que tapam os estragos nas paredes.
É um homem que passa reto pelas curvas, que se aborrece com o aborrecimento, que não chove com a chuva nem com o guarda-chuva.
Segue alegre sem derrapar nos de repentes; todavia segue toda vida a via que o leva levemente na corrente de bem – de zen – de gente.
É humano, afinal. Não podia fazer nada que os humanos não fazem, afinal. Mesmo que a maior parte deles estranhe o que um deles faça diferente, no final.
Sente-se bem, e prioriza isso! Senta-se à beira do lago com sua vara de pescar, seu sanduiche de atum, sua consciência leve como a brisa que o beija... se deixa.
Não prega a igualdade nem defende seu direito: vive seu direito e deixa o esquerdo viver como quiser.
Afinal, ele está no claro, no escuro ou em cima do muro? Não importa, pois dizem as boas línguas que foi ele quem fez o muro (mas com uma imensa porta).
A porta é generosa: quem entrar entra, quem não quer fica de fora e ela sempre ali, com ele sempre ali – pois ele é ela, como ele é o muro.
Agora um peixe morde sua isca; no mesmo instante que no outro lago, do outro lado do muro, um outro peixe almoça, e enche sua barriga.
É um pescador. Sua pesca é sua alegria. Sua alegria é sua pesca. Há peixe de toda espécie nesta pescaria.

Rogério Camargo e André Anlub
(4/2/15)

Inteligência brilhante


Inteligência brilhante, por Rubem Alves

Tive um primo de inteligência fulgurante. Éramos da mesma idade. Aos oito anos brincávamos de soldadinhos de chumbo. Mas seu prazer era um dicionário comparativo de português, francês, inglês e alemão que estava fazendo.

Eu olhava para aquele livro enorme de capa preta, daqueles que os contadores usavam para registrar a contabilidade de firmas, cada página dividida em quatro colunas, uma para cada língua.

Na escola, quando tirava 98 numa prova ele batia com a palma da mão na testa em desespero e dizia: “Fracassei”. Dele jamais se poderia dizer que foi mau aluno. Seu brilho prometia uma vida de vitórias. Adulto, pela manhã, ao levantar, o seu primeiro gesto era ligar a fita da língua que estava aprendendo.

Veio a conhecer doze línguas. Não sei direito para quê. Que utilidade poderia lhe ter a língua húngara? Os benefícios de falar húngaro eram desproporcionais ao esforço de aprendizagem. Como psicanalista, eu pergunto: Será que ele estava em busca da língua desconhecida que lhe permitiria entender a Babel da sua alma?

Muitos brilhos são chamas de um coração infeliz. Lançou-se do sétimo andar de um prédio. Não suportou o sentimento de fracasso que lhe deu um discurso – pelos seus critérios, o tal discurso não era merecedor da nota 10.

Matou-se por não suportar a vergonha de um pequeno fracasso. Esse é o perigo de querer ser perfeito. Não conheço nenhum estudo que explore as relações entre genialidade e loucura. Mas deve haver.

Conheci um homem que se vangloriava por ter um QI acima de 200. E trazia sempre consigo a carteira de Membro dos Gênios de QI acima de 200. Acho que para certificar-se de que era inteligente. Quando os outros não concordavam com ele julgava-os burros e ele, um incompreendido. Autoritário.

Quem se julga possuidor de QI 200 e se gaba disso tem de ser autoritário. Não saltou do 7o. andar apesar de ser um chato presunçoso. Não sei onde andará. Suspeito que tenha se mudado para o país dos homens com QI acima de 200.

Rubem Alves,
No livro ” Ostra feliz não faz pérola”

Falando com nuvens



Falando com nuvens
(André Anlub - 16/1/14)

Noite passada sonhei com poesia,
Aquele sonho arranjado de calores misteriosos.
Ao som de uma orquestra as janelas se abriam
E em mil cantorias - pássaros curiosos.

Longe, no alto, algo reluzia,
Mas não sei o que era, tampouco queria.

Sempre enfoquei seu belo rosto em tudo
- é de um absurdo - é meu mundo de gosto.

No sonho alagado os caminhos imersos,
Feito um delírio aos montes, na mente famélica.

Estrelas pratas formavam de tão doces quimeras
E transbordam à vera, e transcorrem os versos.

Fiz de mim um homem pássaro
(o passo)
No meu eixo um homem peixe
(muito avexo)
No meu mundo, homem comum
(o oriundo).

Longe, as nuvens comunicam:
Surgirá a estigma do amor sem fim.
Tudo se torna arquipélago numa única ilha,
Uma desmesurada esperança que contente habita,
Fazendo-se amiga e parte de mim.

O mar me ganha assim: de jeito, de repente, de encanto; 
e mesmo eu envelhecendo 
e aos poucos ficando mais longe, 
o amor e o respeito só aumentam...
É o mesmo que acontece em relação à vida.

O lado bom da vida é fazer o que gosta! 
não pingar colírio em olhos alheios; 
viver pra ser invejado é tiro no pé... 
É egoísmo com a própria alegria, 
é fazer com a falsidade parceria, 
é ser Zé ruela, Zé Mané.

Podia ter sido mais sol



Sou como rolimã:
quanto mais pressão em cima 
quanto mais pressão embaixo...
vou “desenrolando” melhor.

Podia ter sido mais sol

O calor que batia na alma,
Sem refresco, mais e mais quente ficava.
Faltava isso, talvez aquilo, para montar uma elipse,
Envolta do desmesurado eclipse,
De tal sol.

Aquela fragrância de nova vida,
Da porta aberta do viveiro,
Batia nos orifícios do nariz; como coisa boa...
Fubá fresquinho, coco queimado, doce broa...
Acompanhada por um manacá-de-cheiro.

O orvalho brinca de tobogã,
Em uma enorme folha de taioba.
Sei, sei que ainda necessitava de mais música, 
Música boa, aquela apreciada pelos pássaros,
Que dançam valsa com o vento.

Vendo com alguns olhos críticos, 
Dizem que parecia perfeito, e era,
Mas podia melhorar.

Podia ter sido mais sol,
Pois geralmente sonhavam com a noite.
Podia também ter sido mais amor,
Com coloridos emblemáticos,
Dos mais profundos,
Nobres,
Raros.

Dos que alto berram, até as nuvens,
Vale a luta, vale a guerra,
Pintam aquarelas,
Nos anseios inebriados.

André Anlub®

3 de fevereiro de 2015

Dueto da tarde (LIV)




Dueto da tarde (LIV)

O tempo perdido e o tempo perdido lamentando o tempo perdido; formando-se um ciclo, dando voltas e voltas no infinito como um círculo que queria ser hexágono, abandonando o seu formato.
Parafuso ensandecido que sobe e desce sem sair do (seu?) lugar; quer deixar esse vagar em terras óbvias e ir atrás de inovações, vidas novas, novas trovas, trovões e tempestades, algo que traga medo e o tire da incumbência para que foi feito.
Ganhar o tempo com o tempo perdido nas mãos, com o vazio do tempo perdido nas mãos, com a angústia do tempo perdido nas mãos, tirar o atraso, os tempos jogados no ralo sujo e largo da estagnação...
Essa busca faz o tempo andar para trás. Mas o tempo não anda para trás. Então essa busca é apenas um presente mal desembrulhado, mal interpretado e com suas devidas contradições; assim o tempo apenas segue em seu furor; perdido hoje: talvez por ter acordado de mau humor, talvez por ter achado que acharia, talvez porque... talvez.

Rogério Camargo e André Anlub
(3/2/15)

Memórias da Guerra

                    Esta é uma notável obra de arte. 
Esta imagem é feita de rostos de 670 soldados que morreram na guerra do Iraque.

Memórias da Guerra
(André Anlub - 19/4/11)

Em meio a fumaça cinza com um toque avermelhado,
Embaixo de um céu que é testemunha:

Vejo ferros retorcidos, destroços,
Corações calados, que gritam...
Vejo o tempo congelado.

Em meio às ruas esburacadas
Vejo pertences abandonados (abrigos)
Vejo um rio frio...

Rio de cartuchos que tiveram seus projéteis deflagrados,
Todos com nomes - objetivos
Calar um peito inimigo,
Um corpo latente a ser alcançado,
Silenciando-o e roubando-lhe sonhos.

Como o corte de uma navalha,
Como quem tira o doce de uma criança,
Como quem tira o amor e a esperança,
Em troca de uma medalha.

Ainda bem que ninguém taxou de domínio
Pois com o meu cheiro, marquei o terreno
Mostrei os caninos ao meu cruel inimigo
Dediquei-me na íntegra a ser feliz ao extremo.

Não negue o seu beijo




Não negue o seu beijo
(André Anlub - 31/05/13)

Deveria ser lei:
Não se nega um beijo!
Ainda mais para um carente de amor,
Um desajeitado com as palavras,
Confuso com os sentimentos.
Jamais se nega um beijo,
Pois o mesmo é um elo...
Encontro do sabor marmelo,
Com gorgonzola, parmesão...
Quatro queijos.
Não, não se nega um beijo,
Ainda mais o desmedido,
Pois é a afirmação de um bem querer,
Doce momento de prazer,
Que faz no emudecer,
O grito de tudo a ser dito.

Falam de bailarinas,
De estrelas cadentes e flores;
Falam de amores, de destinos,
Esquinas, borboletas e odores; 
Mas poucos falam do artista
Em seu mergulho no meio, 
Sem medo e sem freio
Num oceano de caos.
E ao unir os extremos,
Teremos sem pressa
A composição de um poeta,
Que beija na cópula
O corpo e a alma
Do bem e do mal.

Preto e branca




Preto e branca
(André Anlub - 5/6/13)

Garanto minha frágil presença
No pensamento mais estranho
Que remete ao pesadelo
Da minha pele pintada de branco.

Enxergo essa minha entrega
Em reflexos de uma lâmina cega.
E de maneira sutil, tão simples,
Transcendo ao corte seguinte.

Em doação que faz mistura,
Nossas cruas carnes nuas
Fez contraste no arraste,
Na queima que é de praxe,
Do protocolo em leitura.

Ah, minha branquinha!
Bebemos na água pura.

Pegue o banco e a caipirinha
Venha sentar-se ao meu lado...
(desnuda – noite - minha)

2 de fevereiro de 2015

Iemanjá (parte III)

No dia de Iemanjá, se liga! ‪#‎respeiteomeioambiente‬



Veja dicas de como agradar a Rainha sem degradar o mar

Esta segunda-feira, dia 02 de fevereiro, é dia de Iemanjá. Nesta data tão especial, os baianos têm a tradição de levar oferendas coloridas, perfumadas, cheias de flores e presentes para a rainha do mar. Mas quais presentes podem ser oferecidos a Iemanjá e que não contribuam para a degradação do ambiente marinho?

Para ajudar a escolher presentes que não agridam o meio ambiente e saber quais oferendas podem ser evitadas, o biólogo e professor da Universidade Federal de Alagoas, Cláudio Sampaio manda às dicas. “Em um dia festivo, de confraternização, a gente, querendo agradar, acaba agredindo o mar”, afirma Sampaio. Ele ressalta que esta questão deve ser tratada com cuidado, já que estão envolvidas questões antropológicas, sociais, ambientais e que é uma tradição na Bahia.

“O presente é muito importante para manter a tradição viva, mas a gente tem que começar a pensar que os plásticos devem ser evitados”, ressalta o biólogo Cláudio Sampaio. Ou seja, as bonecas, embalagens e outros presentes feitos com este material, ao serem colocados no mar, afetam o meio ambiente. Neste caso, mudanças simples na oferenda podem ajudar a casa da rainha do mar e, ao mesmo tempo, manter a tradição. Se deseja presentear Iemanjá com uma boneca, escolha uma de pano, ou se pretende dar um pente, que seja de madeira, de preferência reflorestada, recomenda Sampaio.

Afinal, segundo o biólogo, os prejuízos que os plásticos trazem são tanto de ordem econômica, como danificar embarcações pesqueiras (no momento que este material se enrola nas hélices, por exemplo) e deixar as praias sujas, feias, espantando o turismo; quanto de ordem ambiental. A ingestão acidental de plástico por animais como tartaruga, peixes, tubarões e golfinhos, por exemplo, resulta na morte de milhares deles, sendo muitas espécies ameaçadas em extinção. Ele explica que os animais que não conseguem vomitar este plástico acabam morrendo por inanição, por ficar com o estômago cheio e permanecer mecanicamente saciado “É uma morte dolorosa, triste”, lamenta.

O perfume representa uma das oferendas mais tradicionais a Iemanjá. Para contribuir com a preservação da casa da rainha do mar, Cláudio Sampaio recomenda perfumar o balaio, ao invés de jogar o frasco, o vidro ou a tampa de plástico. Também deve ser evitado o despejo de perfume e de objetos nas piscinas naturais, presentes na orla de Salvador, aquelas que se formam durante a maré baixa. “Além de serem um ecossistema frágil, as piscinas naturais servem de berçário para peixes, lagostas”, explica o biólogo, que aponta que o impacto também é maior nestes ambientes por ter um volume reduzido de água.

- Flores podem ser a melhor opção

Se tiver dúvida do que presentear Iemanjá, opte por flores ou outros produtos naturais. Esta é a recomendação do biólogo Cláudio Sampaio. Afinal, as flores são um presente 100% natural, orgânico, com preço relativamente baixo. Além disso, “qual é a mulher que não gosta de receber flores?”, brinca. Mas também devemos ter cuidado com os arranjos: fitas e adereços plásticos devem ser evitados, dando preferência por arranjos com fibras naturais, por exemplo.

Sampaio ressalta que o dia 02 de fevereiro é um dia muito especial, porque traz boa parte da população baiana para a praia, não com o objetivo de lazer, mas para agradecer, fazer pedidos e orar. “Mas também pode ser uma oportunidade para chamar atenção para a poluição”, afirma o biólogo.

(Fonte: IBahia)

Iemanjá (parte II)


De toda a imensidão do planeta
só quero estar nesse mar belo
de Iemanjá, Iracema, Otelo.
Mar de perfeitos sonhos
folclores, tesouros e viços
dos nautas, vikings, corsários
navegadores fenícios.
Mar de amores lendários
imaginários, antigos
concretos, ambíguos
de interminável poesia
que em toda alma habita.

André Anlub
ALGUNS MINICONTOS

- Era você no telefone?
- Era.
- Por que não me disse que era, quando eu perguntei?
- Queria ver se você me reconhecia.
- E agora que eu reconheci, o que acontece?
- Agora eu ligo de novo. Mas não agora.


Quando o cachorro de Asquinando começou a miar, ele não se importou. Mas quando seu gato começou a latir foi demais pra ele. Vendeu os dois para um circo e comprou um canário. Até agora o canário não mugiu.


A brincadeira espirituosa disse algumas coisas para a grosseria que ela não gostou. Respondeu grosseiramente. A brincadeira espirituosa não disse mais nada. Mas continuou se divertindo.


- Que nome tinha aquele personagem incrível?
- Nenhum.
- Isso mesmo, Nenhum. Incrível, né?


O trabalho de esquecer estava indo muito além, do que Antinaldo esperava. A cada vez que o dava por findo, uma fisgada na memória o fazia lembrar que não esquecera. Muito aborrecido. Então Antinaldo resolveu inverter as coisas. Em vez de esquecer, exigiu-se lembrar de tudo, nos menores detalhes. Aí ficou mais fácil.


- Minha vida está muito chata!
- E o que você quer que eu faça, que eu arredonde ela pra você?
- Você consegue?


Uma brisa muito sutil, quase um suspiro da aragem, veio de manso e envolveu a pedra. Se a pedra tivesse percebido, talvez desse àquilo o nome de carinho. Mas a pedra não percebeu.


- Ela está te esperando.
- Eu disse pra ela não me esperar!
- Eu também disse. Não adiantou. Ela está te esperando.
- Bem, vai ficar esperando, então.
- Ela sabe. Só não sei por que. Você sabe?


Zantinho colecionava santinhos. Imagens de santos da igreja católica. Zantinho não era católico. Ou religioso. Também não era um descrente ácido ou agressivo. Zantinho colecionava santinhos, apenas isso. Sua coleção era tamanha que o papa, quando visitou o país, fez questão de conhecê-la. E trouxe uma caixa cheia de novas peças para ele. Das quais ele só não tinha duas.


Zícolo não suporta Zócolo. Se pudesse, Zícolo arrancava os olhos de Zócolo e dava para os ratos comerem. Se pudesse, Zícolo arrancava as tripas de Zócolo, esganava Zócolo com elas e pendurava o corpo dele num poste para os urubus bicarem. Mas de toda vez que fala em paz e amor, Zícolo sempre fala em paz e amor, fraternidade entre os homens, harmonia universal. E até fala bem. Mas não lhe venham falar em Zócolo!


Nênia e Vênio tinham hora certa para brigar. Todos os dias. Os vizinhos até acertavam os relógios pela pontualidade das discussões. Certo dia de outubro, alguns estranharam:
- O que está havendo com eles? Por que não começaram ainda?

- É que eles não se guiam pelo horário de verão.

ROGÉRIO CAMARGO 

Dueto da tarde (LIII)


Dueto da tarde (LIII)

É assim que acontece: noite, luzes da cidade grande, transeuntes, carros e mendigos sossegam,
Pesadelos abrandados pelo álcool, angústias que recebem tapinhas nas costas, ânsias que deitam pra dormir.
Corpos insanos ao chão, mas é somente mais uma noite comum, que a lua observa de camarote e às vezes chora em chuvas silenciosas.
O passeio dos animais escuros e abstratos é ruidoso e quente como um visco derretido e a boca da desolação tem dentes cariados até as gengivas.
Visão degradante sem “adiante”, sem fim; caça aos elefantes, matança atroz atrás de marfim.
Burro atrás da cenoura, cachorro atrás do rabo. Correr, correr, depois ter a noite assim à disposição da lassidão; como viver uma falsa comunhão, uma mentira no espelho; como o apavorado sem medo que oprime a si mesmo.
A lua, com inveja do sol, que pode queimar tudo, suspira uns ventos prateados e deixa correr o sangue ruim.
Mesmo sentindo-se cúmplice, cumpre a missão de só ser, e iluminar nas suas fases as faces dos mortos teimosos a viver.

Rogério Camargo e André Anlub

(2/2/15)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.