10 de fevereiro de 2015

Por onde andei?



Por onde andei?

Sufocando-me com palavras de medo,
Pisei em recintos baldios, de escasso oxigênio.
Com o sentimento e o enredo em tormento,
Quase sempre acabava, na rua na vala, em desfecho infeliz.
(desagradável)

Ia de encontro ao trem bala da história,
Ao revolto trem expresso sem nexo,
Em conventos de inventos – Freiras nuas e loucas.
(insonhável)

Na imaginação em reverso de um incesto incerto,
Nunca foi sexo de pretexto, tampouco ultraje de um traste.

Perdia as estribeiras, perdi a linha – o vento e o vinho;
Já sabia que minhas palavras dormiam,
E as alcunhas surgiam
Em mil punhados de disfarces.

Perdi a noção do correto,
Fiz curvas do reto
E do cego um deus.

André Anlub
(10/2/15)

Dueto da tarde (LXI)



Dueto da tarde (LXI)

O sol inclemente fazia a pele gritar por sombra e a boca exigir água.
Na areia cálida, ilusões: cálices de um Château gelado e banhos de chuvas de granizo.
Na calçada escaldante, os pés sonhando com lagoas e os olhos mirando miragens impossíveis.
O mundo gira com o sol acoplado; seu corpo balança e parece flutuar no ar quente, entrando quase em autocombustão.
Os pulmões querem o que os pulmões não podem ter. Mas os pulmões querem, os pulmões querem.
Mente e corpo definhando, grito seco na garganta, olhos vermelhos em braseiros e uma única probabilidade de sair ileso:
Não estar ali. Mas ele está ali. Ele e seu corpo gritando para não ficar. Ele e o desafio à lógica da sobrevivência. 
Sim, ele está em evidência, pois talvez seja um insano andando perdido no destino; não, não está em um manicômio, mas nem ele sabe ao certo; só se sabe que de perto todos são loucos indefesos. 
Não está num hospício mas é um sacrifício viver neste sol louco. Ergue a voz num canto esquisito, vendendo seus picolés, e dentro de um som sustenido o sol se torna amigo, sócio fiel.

Rogério Camargo e André Anlub
(10/2/15)

Teus Cantos



Teus Cantos
(André Anlub - 5/2/09)

Quero agora tocar-te..
Corpo de seda,
Lábios de veludo.

Quero voar em teus olhos azuis,
Trocarmos de línguas,
Fazer-te um filho
Ou só ficar no tentar.

Quero meditar contigo,
Ser o primeiro e o último,
O maior e o melhor:
O mais amado, o menos temido.

Quero chamar-te de meu amor
E por entre carícias, pernas e braços,
Relevos e aperitivos...
Amar-te sem fim.

9 de fevereiro de 2015

Baú de conjecturas



Baú de conjecturas

Eis a questão: abrir aquele baú de memórias, 
Algumas boas, outras nem tanto, outras nem lembro:
(dizem que há lembranças do que não aconteceu).

Deixar a mente recordar – dar vazão na falta de razão,
Embarcar no trem das insanidades e paixões; 
Aquelas que foram feitas nas noites sem dormir,
Nas falas sem sentido, nos botecos e afins.

Lembrar-se de amizades esculpidas com pressa e formão cego;
De esculachos em rixas fartas; de escaladas em rochas altas...
Lembrar-se de ter esperado a nave com os Aliens me buscar.

Agora nós dois:

Passamos por dificuldades e terrorismos,
Andamos e nem sempre sorrimos.
Houve o momento de reflexão – a alma sentia dor;
Corpos enfastiaram, ideias se soltaram e, comumente, se desligavam;
Tudo não estava mais (ou nunca esteve) talvez, assim, pra nós: bem, bom.

Nos controlamos – põe-se freios, iluminações, mesmices,
Vagamos turbinados dentro do turbilhão (talvez seja aquele litro de uísque).
No céu, na época, pequenas estrelas prateadas e felizes,
Vibravam e cegavam nossas vistas – então notávamos o nosso amor.

Lembranças, lambanças, festas, sexos, escudos, elmos e esmos...
O sorriso de lado no ambiente azedo e o deboche no coldre do medo.

Laconicamente o lembrete: o jogo é incoerente – mesmo ganhando se perde. 
Mas ninguém ganha! – nem mesmo quem acha que vence,
Pois para ganhar é preciso não jogar.
E ninguém quer ser um covarde jogado na lama,
Que fica e faz alarde, que já vai tarde, que já veio cedo.

Agora só eu:

Fechei o baú, mas tudo já estava na mente (onde sempre esteve),
O que havia era medo de encarar o fantasma e ter a certeza que ainda o amo.

André Anlub
(9/2/15)

Dueto da tarde (LX)



Dueto da tarde (LX)

A loucura pula o muro do hospício e não deixa nem resquício para contar a história; mas será contada mesmo assim.
A lua registra tudo e não mente. Pelo menos é o que acredita, medita, edita e reedita o aluado.
A loucura vaga pelas ruas, passa pelo meu botequim, veste-se de arlequim e sai comigo rumo à folia.
E é setembro. Não há Carnaval nas avenidas. A loucura quer festa, no entanto, e em cada fresta um canto impõe obediência; e é setembro, mas bem me lembro, ainda prevalece à indecência que nessa hora ainda aquece as nossas almas, pernas, fartas demências.
Não há terreno plano, só há saliência. A loucura salienta-se.  E aguenta-se nas pernas também quentes com a lua companheira conselheira; e a lua abre um sorriso, lá do alto, e ela ilumina, lá ao longe, e influencia.
A ciência da influência faz a loucura mais confiante. Confiante, vai adiante. E com ela vou em frente.
Deixo a loucura aportar no cais do porto, já havíamos visto de tudo: um assalto, um beijo, o rato roubando o queijo, o gato comendo o rato, outro assalto, um parto, um aborto...
Só faltava ver a nós mesmos. E a lua era um espelho. Bastava olhar para cima.

Rogério Camargo e André Anlub
(9/2/15)

Dos desafios



Dos desafios
(André Anlub - 2/8/12)

Sentinelas do mais profundo amor, vejo pela janela as folhas e pétalas que caem pintando o chão... 
formam os tapetes dos amantes, síntese da emoção de todos os seres vivos.
Já tentei deixar de ser romântico, ver o mundo em branco e preto, lavar bem lavado meu despeito e organizar minha semântica.
Pego a massa e faço o pão, uso a farinha que vem do trigo;
Existe aqui dentro um insano coração que se materializou tão somente por você.
Vai dizer que me embriago por não tê-la, sons antigos na vitrola e deito-me em posição fetal... estou fraco para o viral e depressões e forte para construir minhas teias.
Em absoluto desafio... quero ser chefe dos meus desatinos
levantando e regressando à caminhada, vestindo minhas melhores roupas e colocando meus anéis...
(fazendo o que sei fazer de melhor).
ALGUNS MINICONTOS

Dalmério chegou atrasado, rosnou uma explicação qualquer e foi para o seu lugar como se nada tivesse acontecido. Bolívio podia ter deixado assim. Mas Bolívio era implicante e sabia que Dalmério tinha pavio curto. Quando fez a primeira ironia, Dalmério fingiu não ter escutado. Quando fez a segunda, viu o pescoço de Dalmério ficar vermelho e seu rosto ficar roxo. Devia ter parado por aí. Mas Bolívio era implicante. E Dalmério tinha o pavio curto.


- Me viaja?
- Mas eu não tenho teu mapa!
- Não importa. Embarca em mim que eu te levo por mim.
- Temeridade. E se eu não souber pedir informações na tua língua?


O fim da estrada queria ser o início da estrada, não o fim. Mas nunca lhe ocorria dizer “comece tudo outra vez” quando as pessoas chegavam a ele. Talvez não quisesse interromper a festa delas.


Ezépia não ouve ninguém. Mas Ezépia faz perguntas. E as pessoas tentam responder. Como Ezépia não ouve ninguém, as respostas que lhe dão caem no vácuo. E ela não se esclarece. E torna a perguntar.


A cabeça pesada de Molinetto vinha obrigando-o a fazer exercícios especiais com opescoço. Ele, o pescoço, algumas vezes ameaçou pedir demissão, depois exigiu um aumento dse salário, depois décimo-terceiro em dobro, depois um robusto adicional de insalubridade. Só não conseguiu férias. No máximo poderia dar um passeio enquanto Molinetto estivesse dormindo, a cabeça afundada no travesseiro.


Crépizo tinha dificuldade para achar o fim das histórias. O início delas era sempre muito claro, não havia problema para acompanhar o desenvolvimento, mas na hora de ver onde estava o fim Crépizo ficava tateando no escuro. Se fosse um teórico de recursos, poderia desenvolver uma tese polêmica: não há fim nas histórias. Crépizo, porém, era apenas alguém que lia com interesse e atenção, mas não achava o fim das histórias.


Na manhã mais triste de sua vida Mevizaldo viu o seu sonho diluir-se como uma nuvem que o vento desmancha. Em poucos inesquecíveis minutos não havia mais nada do que poderia ser tudo – de bom, de muito bom, de  ótimo. Mevizalfo parou diante do nada que lhe restou, cantou-lhe em silêncio uma canção de adeus e embarcou no longo trem do que lhe restava viver.


Quando Ezézzia trocou de rosto, Aluteu achou muito interessante, embora a tenha reconhecido de imediato pela tatuagem no pescoço. Nem por um rosto novo Ezézzia se desfaria daquela tatuagem. Aluteu quis investigar se ela não havia trocado outras partes também, mas uma expressão bandalha tomou conta do rosto novo dela quando disse:
- Isto é pra depois!


O pássaro do canto estranho pousou no galho da noite e fez uma declaração bizarra, que nenhuma estrela entendeu. Depois o pássaro do canto estranho voltou sua atenção para as promessas que ele mesmo havia feito e jamais cumprido. Promessas que as estrelas entendiam, porque cumpriam todas elas, desde a primeira, que jamais foi um canto estranho.


- Quem vem lá?
- Acho que é a Confiança.

- Mancando daquele jeito? Tem certeza? 

ROGÉRIO CAMARGO

Resgate



Resgate (do livro “Poeteideser”)
(André Anlub - 7/3/10)

Resgato minha vida a cada letra que escrevo:
- bela nostalgia, linda poesia,
Um coração e seu adereço.

Mergulho em sonhos,
Romantismo, cárcere;
Abstenho-me,
Choro e obedeço.

Na ponta da língua estão os amores,
No resto da boca, as paixões.
Conjugo verbos de pura magia,
Agarro as orgias e largo orações.

Transmito uma calma por onde transito,
Nas palavras que escrevo confio no meu taco;
Admito no entanto que gosto desse conflito;
Grito não a melancolia e seja bem-vindo ao Baco.

No final das horas escrevi várias linhas,
Levantei castelos de imaginação.
Concedi ao inferno a minha presença
E ao firmamento entreguei minhas mãos.

Ode ao Louco varrendo



Ode ao Louco varrendo
(André Anlub - 28/6/12)

- Sente na carne o estrago que a trincheira do corpo 
Deixa passar;
Flecha que não era bem quista 
- disritmia foi-se a bailar
Casco inquebrável,
Por vezes tentado a traições.

Entre o espírito luzidio e a aura,
Há um fulgor de Foucault mais forte;
Persevera a bondade do antes e do agora
Ser altruísta de cumplicidade
Afortunada e contínua:

Mostra com clareza, destreza e simploriamente os “nortes”.

A altivez tem tratamento
(seja por vezes até o suicídio)
Segurando forte em uma mão a vida moribunda
E na outra mão a morte. 
(acalento que soa sem perigo)

Suspenso pelo pescoço,
Com as canelas ao vento
No abismo vê-se de culpa isento 
(dor e remorso)

Dimanem sacrifícios?
- Não, chega de ignorância!

É um louco varrendo...

8 de fevereiro de 2015

Anéis de ouro branco




Anéis de ouro branco
(André Anlub - 27/7/13)

Teus anéis de ouro branco,
Brilham como os dourados;
São de dureza feito ferro,
Redondos como o globo.

Anéis como tu és:
Valiosos e únicos,
Carregados com gosto,
Mas que ostentam a penúria
De serem vistos e terem utilidade.

Tu viajas onde divagas,
Devagar, reages.
Vives na teia da aranha que abraça o todo:
O mundo, as pessoas e os desejos.

Na elegância que tens, 
Encontras versos na ponta do lápis.
E todos tem dito:
- como é bom ler-te, cada letra,
cada frase, cada verso...
A união das palavras em coito vivo.

Está ai, pra quem quiser ver:
- a paz e o amor!
Que saem do coração e derramam
Em delírio, em choro e grito.

Dueto da tarde (LIX)



Dueto da tarde (LIX)

A rosa abriu-se em perfumes e cores que ninguém tinha visto ainda.
Patchouli com mais de mil odores – Arco-íris com mais de cem cores.
O encantamento dos que passavam era também o impulso de pegar dos que passavam,
Vai e vem de mãos sedentas movidas pelo egoísmo evidente e inerente dos sem amores.
Ânsia de ter para ser. Ânsia de não ser quem não tem. E a rosa apenas ali, sendo o que era.
Dentro dos homens, a fera; dentro das mentes, megera; dentro da rosa, modéstia.
Modéstia esplendorosa, capaz de virar cabeças e disparar incontinências nas mãos ávidas, atordoando os olhos e abrolhando imbróglios em quem não se contenta em apenas apreciar.
Quando essas mãos chegaram, com a pressa dos apressados, com a fúria dos furiosos, com a gana dos enganados, a rosa foi mártir.
Fez parte da paisagem, e agora parte – sem despedida, some num estalo – suas cores no vento, as fragrâncias ao faro.
Já não está mais o que estava, a beleza é apenas uma recordação na memória do vento, como uma oferenda sutil que a avidez também não reconhecerá.

Rogério Camargo e André Anlub
(8/2/15)

Ser Quase Sábio



Ser Quase Sábio
(André Anlub - 4/9/10)

Dos três métodos para ter sabedoria
Como Confúcio dizia:

O primeiro é por reflexão
- É o mais nobre...
Esse para mim não existia.

O segundo é por imitação
- É bem mais fácil
Mas digo não!

O terceiro é o meu jeito,
É também o meu fardo;
É por experiência
Com certeza o mais amargo.

Sabedoria não nasce em árvore
E eu com meus poemas,
Papéis, papiros e rabiscos,
Bloquinhos, lápis, problemas...

Tudo isso esquecido
Na imaginação de uma cena:

Um fogão a lenha queimava,
Era uma bela manhã.
O café já pronto na mesa,
O trem passava apressado,
Cheiro de chá de hortelã.
Um dia começa bem cedo,
A pressa de uma nova jornada.
A cada renovar de uma vida
Portas se abrem, saídas.

Espantam a depressão,
Curam recentes feridas;
Libertam almas caídas
E estendem a palma da mão.

Nela existe a resposta,
O amor de um coração
É o sim e o não da questão.

Por debaixo da seda
Você me seda...
Brinca de ser a pura,
E, em apuros, me cedo.

Anjos trouxeram predicados,
Abençoando as conquistas, 
Lapidando as certezas
Aqui nesse dia sagrado. 

E sob a lua alegre e minguante,
Nós, os humildes bardos,
Festivamente cantamos
Com os novos perdoados
Pecantes.

7 de fevereiro de 2015

Politicagem




Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley1 (Nine Mile, 6 de fevereiro de 1945 — Miami, 11 de maio de 1981), foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o género. Marley já vendeu mais de 75 milhões de discos. A maior parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Levou, através de sua música, o movimento rastafari e suas ideias de paz, irmandade, igualdade social, preservação ambiental, libertação, resistência, liberdade e amor universal ao mundo. A música de Marley foi fortemente influenciada pelas questões sociais e políticas de sua terra natal, fazendo com que considerassem-no a voz do povo negro, pobre e oprimido da Jamaica. A África e seus problemas como a miséria, guerras e domínio europeu também foram centro de assunto das suas músicas, por se tratar da terra sagrada do movimento rastafari.

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Politicagem (André Anlub do livro “Poeteideser”)
(Música originalmente escrita em 2004)

Se liga que vou te contar agora
Como acontece essa triste história:
O lado mais pobre um trabalho árduo
E o outro lado representa a escória.

Uns morrem de fome numa fila,
Outros compram porcelana;
Uns se perdem da família,
Outros brigam por herança.

Viver com dividas não é vantagem
Você é quem paga essa politicagem.

É vereador, deputado, senador ou presidente.
E o povo está doente – está sem dente – está demente.

Politicagem os babacas e as bobagens.
Cara de pau, ipê, jacarandá...
Até onde essa zona vai parar.

Pra tudo ele tem resposta
Sempre uma proposta
Sem jeito, indecorosa.

Sobe em um palanque:
- um terno, uma gravata,
Com um sorriso
Preparando a mamata.

Estende as mãos
Estende os braços
Desfaz-se em pedaços
Tudo vai resolver.

O mundo ficar quadrado
O inferno, congelado
É só ele prometer.

Já sabem de quem eu falo?
Mas é melhor, eu me calo
Se não, vão me prender.

Vou indo sem rumo sem graça
Andando por toda praça
Até desaparecer.

Viver com dividas não é vantagem
Você é quem paga essa politicagem.

É vereador, deputado, senador ou presidente.
E o povo está doente – está sem dente – está demente.

Politicagem os babacas e as bobagens.
Cara de pau, ipê, jacarandá.
Até onde essa zona vai parar.

Num pais que reina a violência,
O governo uma indecência;
Discursos sem coerência
Sem jeito nem vontade de mudar.

Vai chegando à época
Aparece a solução
Para fome, os buracos, o transito...
É eleição!

- Aumento de salário, 
- Acabar com as filas
- Escolas para as crianças...
É ilusão para as famílias.

Invadem os rádios, os postes e a tv,
Depois o sujo (o porco) é você.

Enganam o povo, falam mentira,
Estão loucos pra mudar lá pra Brasília.

Mas essa história não termina aqui,
Sem um emprego virando faquir.
Faça uma greve, vá para as ruas,
Saia da lama...
A escolha é sua.

E assim levamos a vida,
Abrindo e fechando a ferida,
Lutando pra isso acabar...

Durmo assustado também,
Rezando esperando alguém,

Pra tudo melhorar, amém.

Dueto da tarde (LVIII)



Dueto da tarde (LVIII)

Passaram-se décadas de escadas e escaladas, entupiram-se alguns canos, cabelos caíram, ossos furados, castelos ruíram.
No rosto do bibliotecário o vinco dos registros formava rios que desaguavam em oceanos de mágoa.
O que já passou por suas mãos e olhos são incontáveis joias raras, pedras preciosas, escritos, pequenos silêncios e enormes gritos de escritores de todo o globo.
Tudo dele, tudo nele. Sua vida é contar e recontar as pedras, encontrando ou deixando escapar as preciosidades.
Espalhou a semente da leitura: família, vizinhos e toda sua pequena cidade... mas não se sentia completo, não era pleno, era até mesmo infeliz ao extremo.
No extremo da angústia perguntava-se e a resposta era mais uma pergunta: O que é que eu estou fazendo aqui?
Saiu pelas ruas à procura da resposta; olhou pelas praças, bancos e ruelas e viu os amigos (eles e elas) lendo ou carregando livros; olhou pelas janelas baixas e viu mesas postas e ao lado as cristaleiras com livros guardados para o “após ceia”.
Pedras guardadas, livros guardados. Pedras nos olhos, livros nas estantes. Pedras nos sapatos, livros nas gavetas.
A impressão de dever cumprido veio junto com a de não dever nada; então, novamente, deságua em lágrimas, pois o livro que mais quis ler, ele não havia escrito.
No livro que ele não havia escrito, a resposta para sua pergunta não era uma nova pergunta e ele finalmente não dormiria mais embaixo da mesa.

Rogério Camargo e André Anlub
(7/2/15)

A lisura da mentira mais pura



A lisura da mentira mais pura
(André Anlub - 24/10/13)

Toques de melancolia e enfoques de respeito,
E o grito ecoa, assim: saindo do peito.
O ar rarefeito e o vai e vem de pernas,
Acorda – hiberna, como alguém havia dito.

Na cabeceira os anéis de ouro branco, 
O pranto nos olhos reflete no espelho.
As mãos lavadas na pia do banheiro
E na cozinha a sinfonia de um ovo frito.

Uma caixa se abre e aquele lindo presente,
Que lembra o passado e prevê o futuro,
Que faz inoportuno me dizer doente,
E assim, tão ausente, enraizar no escuro.

Eis o calor dos novos tempos,
Nas fronteiras ultrapassadas que lapidam os dias,
Nas vias congestionadas por carros e catarros
E o odor do suor mais limpo da história
Que se espalha aos ventos.

E há o doce momento (uma dentada na fruta)
A amada desfrutada na tonalidade da vida
Nos botões das flores e nos de liga e desliga.

6 de fevereiro de 2015

Uma pulada de cerca - (show para o fim de semana)


Uma pulada de cerca
(André Anlub - 31/5/12)

Descreverei:

O embuste e o arcano entram pelo cano 
Quando se descobre o amor...
Descem aquém do ralo,
Perdem o faro como um cão sem dono.

O amor é colosso,
Multicolorido e de aura desmesurada...
Por si só já é um exército,
Não necessita armada nem patrono.

Manda calar em silêncio
Desmascara a arrogância,
Jamais conheceu a ganância
Tampouco a demência.

Mas o amor pode ser confundido...
Por um ser oprimido
Que arquiteta sua inocência.

Como uma alta montanha
É a deleitosa paixão...
Mas não esse monte que logo vem na mente 
(com neve).

Está mais voltada para uma muralha 
(um vulcão).

Pode ficar eternamente em uma vida 
(ser breve)
(...) Ou deliciosa e passageira emoção.

Em suma:
Agarre-se nessa dopamina,
Se dope do casto e verdadeiro anseio,
Arrume um meio de dobrar essa esquina,
Depois retorne a rua calma da sua história.

Vem assim no repentino

Dois livros "mal-educados", pois vão furar minha fila de leitura.

Inspirado na Ana Hatherly:

Seu amor me implantou uma espécie de dormência,
Algo incômodo que carrego junto à carência. 
Amor fantasiosamente assombroso – casto colosso,
Que me pisa impetuosamente com pés quilométricos
E me acende o sorriso mais um par de vezes.
- André Anlub

Vem assim no repentino
(André Anlub - 15/6/14)

Ontem: recuperei o tempo perdido, 
esqueci-me dos problemas e reescrevi um poema antigo; 
hoje: perdi algum tempo que tive, 
mas resolvi problemas antigos e escrevi um poema novo.

O amor qualquer
De qualquer uma pessoa,
Visto num lugar abandonado,
Esparramado com folhas secas
E sombras anêmicas.
As árvores já estavam nuas,
Céu nublado e o vento seco;
Era de dar medo tal quadro,
Causava transtorno
Já em pensamento.
Faria tortura
Se estivesse realmente acontecendo.
O amor nessa brenha largado,
E as aves que aqui já deixaram
Abandonados seus velhos ninhos.
O sol (coitado) só batia de lado,
Tímido e afastado
Quase que sentindo frio.
O amor nesse terreno baldio,
Cercado por uma cerca velha e enferrujada,
Que em toda sua extensão
Servia de apoio para uma parreira.
Há um portãozinho branco descascado,
Empenado,
Torto, caído, pálido, podre,
Cheirando a lenha velha,
Louco para ser queimado,
Ser alforriado,
Mas para os cupins ainda com serventia.
E o amor ainda lá, deitado,
Quem sabe aguardando a chuva
Ou talvez a uva da parreira ao lado...
E de repente o amor lá,
Sorriu, avistou o pão, o vinho...
Viu alguém andando sozinho,
Vago, com a cabeça baixa
E o rosto cálido;
Novamente riu, gargalhou,
Avistou seu alvo,
Sua vítima. Ajustou sua mira e arrebatou.

Minha consciência é extremamente leve,
Mas não há maleficência que leve.

Dueto da tarde (LVII)



Dueto da tarde (LVII)

O mato o deixou contente, pois finalmente cresceu mais verde no seu quintal.
Deixaria assim por enquanto. Que as urtigas e carrapichos fizessem a sua festa.
A grama do vizinho dantes o incomodava, pois era mais verde, mais fofa e estava sempre aplainada.
O vizinho perdia muitas horas trabalhando na sua grama. Ele aplicava muito tempo sonhando com a grama que não tinha.
Era uma espécie de alquimia, uma estranha fantasia, quiçá um vício insano que o dominava.
Alguns caçam borboletas. Outros veem filmes pornô. Ele sonhava com uma grama melhor que a do vizinho.
Já havia se separado de sua mulher por essa causa; já havia deixado seu trabalho como escritor; já havia desmarcado sua visita ao Redentor e por sorte nunca precisou ir a um oculista.
Mas hoje o sol brilhou mais forte no céu nublado de sua vida: o mato em seu quintal estava mais verde que a grama do outro lado.
Então convidou sua ex para um cinema, remarcou a visita ao Redentor, desempacotou uma resma de papel, pôs tinta na caneta e antes de começar qualquer coisa foi para o chuveiro cantando salsas cubanas. 
Perfumou-se com o melhor talco Lever que ainda tinha em casa, armou uma cadeira de praia no passeio da entrada, esticou as pernas magras e olhou fixamente/comumente/detalhadamente para a grama do vizinho.
Ninguém saberia qualificar o seu sorriso. Nem quando ele pegou no sono, deixando cair ao chão a Parker51 e as folhas acetinadas especiais para escrever esboços de romances.

Rogério Camargo e André Anlub
(6/2/15)

Na insistência do derradeiro amor



Na insistência do derradeiro amor
(André Anlub - 14/9/12)

Nas areias da praia inabitada de sua alma,
Caiu de súbito aquele imenso raio;
Transformou-se no mais resistente vidro:
Ninguém vê - ninguém pisa...

Ninguém quebra!

A perspectiva de um admirável amor
Faz bater o peito num ritmo frenético;

E é diurético no sangue que corre ligeiro
Feito um vírus bom, que espalha e entorpece.

Como uma cena em um teatro, à meia luz,
O espectador levanta e ovaciona...

Palmas ecoam por toda a realidade,
Fazem ondas que sorriem
Pelos mares, areias, pelos lençóis.

Sentimento inquestionável - inquieto
Incluso e visível até no breu mais profundo;
Transformou-se e foi transformador,
Agigantou-se - tocou o céu.

Ao menos um vento traz a verdade
Segredo de algum guerreiro antigo;
No céu o azul mais novo e amigo
Que exprime a valentia de apenas ser admirado.
Assim passou o dia,
Deixando só a memória
De mais um belo momento...
Ficam a saudade e o lamento,
Ficam o saber da busca e a brisa... 
Mas também por pouco tempo. 

5 de fevereiro de 2015

Algumas Histórias - Parte IV



Algumas Histórias - Parte IV
(16/3/12)

Conto um conto verídico:
- um céu absolutamente negro arranja essa paisagem que agora exponho,
Hoje me recordo não como pesadelo, mas sim um bom sonho.

Personagens afins...
Lua minguante – tímida boca sorrindo
Um grande amigo comigo,
Os dois loucos de pedra.

Um fusca branco
E um garrafão de cinco litros de vinho;
Disposição e atitude
E a insensatez da juventude.

Era um final de semana comum
Do nada (às três da manhã)
Tivemos a ideia de ir para Miguel Pereira (cidade);
A casa era de um conhecido,
Mas nunca havia ido e não conhecia o caminho.

Problemas e afins...

São Pedro solta uma água bem forte
E pra arrematar a imensa falta de sorte,
Não temos limpador de para-brisa...
Para resolvermos a premissa
Duas goladas bem fortes.

Metade do meu corpo estava fora do carro,
Camisa velha na mão,
Limpando o campo de visão
Até acharmos abrigo.

Encontramos um bar aberto de beira de estrada,
(tinham uns quatro indivíduos com ares suspeitos)
Mesmo assim esperamos o temporal passar.

Abrimos algumas cervas e jogamos sinuca,
Nos informamos e ainda demos carona pro sujeito.

Finalmente chegamos à cidade
“desovamos” o amigo em sua casa.
Entramos em uma estrada de barro
E nada do endereço procurado.

Estávamos tão ébrios que resolvemos ceder,
Entramos em uma pequena rua que dava em um portão;
Desligamos o carro,
Fechamos o vidro e fomos descansar...

Dormimos até o sol nascer.

Ficou mais fácil a busca com a luz do dia,
Logo em frente havia uma mercearia,
Perguntamos ao dono onde ficava a casa...

Com o dedo em riste e a face atroz sorrindo:
- “d’outro lado da rua, logo ali na esquina!”

Dueto da tarde (LVI)



Um sol muito especial dizia a uma lua tímida que não há nada como ser fria, pois acalora corações apaixonados, poéticos e ilumina as noites sombrias.
A lua não deixou de ser tímida com isso, mas começou a olhar os amarelos do sol com outros olhos; o flerte era incrível, visível e intenso: a lua tomou o sol como inspiração e começou a pintá-lo em suas telas, tornou-se tema de seus poemas.
Ele olhava para aquilo como um pai olha uma filha. A terra já tinha feito a mesma coisa, eternidades antes – infinidades depois; as intimidades eram para estar guardadas para caso aconteça um imprevisto, um dilema.
A lua não sabia disso. A lua só sabia dos calores que sentia em sua fantasia; ela queria mais aproximação, mais luz, imaginava andarem juntos pelo parque universal, beijos descontrolados e a missão de levarem uma nova lua e um novo sol a outras galáxias.
O sol olhava para isso como quem acompanha uma criança no playground.
A lua, mesmo tímida, queria mais... arregaçou as mangas e tentou com todas as forças, quase com jeito mórbido, sair de sua órbita.
Era uma menininha na ponta dos pés, querendo apanhar o avião que passava lá em cima. Ou querendo apanhar... a lua.
Era também um menininho de mãos dadas com ela, assoprando para afastar as nuvens, tentando sentir mais o sol num dia frio de inverno.

Rogério Camargo e André Anlub

(5/2/15)
ALGUNS MINICONTOS

A Pequena Pergunta queria muito falar com a Grande Pergunta. Mas a Grande Pergunta só tinha interesse na Grande Resposta, em mais nada. E a Grande Resposta era demais para a Pequena Pergunta.


- Olha, eu acho que você não sabe o que está dizendo.
- E eu acho que você não sabe o que está ouvindo. Mas isso pode ser coisa de quem não sabe o que está dizendo.


Lapiva morava muito longe, Clâmpio estava quase desistindo. Pegar três conduções para chegar lá e ser mal recebido não podia se chamar de um bom negócio. Mas Lapiva ainda lhe dava alguns sinais de que talvez, quem sabe. Por causa deles Clâmpio continuava enfrentando a maratona e, depois dela, a decepção.
- Você acha que vale a pena? – a voz da sensatez lhe perguntava.
- Talvez, quem sabe – respondia um exausto e neurastênico Clâmpio.


- Como é que se joga isso?
- Não sei. Não faço a menor ideia. Mas já perdi 200 reais em apostas.


- Você acha que eu sou muito egoísta?
- Só quando quer tudo pra você.


O anonimato encaixava muito bem com a vida que Pilitro vivia. Ele estava perfeitamente em paz com isso. Até o dia em que, bêbado numa festa, fez e disse coisas muito engraçadas que foram parar na internet. A partir daí reconhecido era na rua, alguns caçadores de talento apareceram com propostas “irrecusáveis”, Jô Soares e Marília Gabriela o queriam em seus programas e um vasto etc assim. Pilitro jurou que nunca mais poria uma gota de álcool na boca.


O sinal de vida estava muito preocupado: alguma coisa não corria bem. Ainda não era o colapso, mas alguma coisa não corria bem. Então o sinal de vida tentou ser apenas o que se esperava dele e deixar que acontecesse o que aconteceria mesmo sem a sua preocupação. Se alguma coisa continuou não correndo bem o sinal de vida não ficou sabendo.


O lugar ao sol não queria se afastar para que saísse da sombra o que não tinha lugar ao sol. Foi quando o próprio sol usou meia dúzia de nuvens para mostrar algumas verdades facilmente esquecíveis.


Por que Marivella não ficou, se gostava tanto do lugar, das pessoas e nada a impedia de ficar? Por que Marivella foi embora, se não precisava ir embora e ir embora não era melhor que ficar? Marivella não sabia explicar, mas sabia que se ficasse teria a explicação.


Carmelina sentou para esperar a felicidade na terça-feira. Parecia um dia bom para isso. Estava frio e chovendo. Não havia ninguém em casa. Nem na vizinhança, que há muito debandara do bairro. Goteiras empoçavam tudo. O gato Laércio morrera. Parecia um dia ótimo para Carmelina sentar e esperar a felicidade.


- Que fim levou Magulva, você sabe?
- Magulva?
- É, aquela galinha que a gente comia quando quisesse.
- Magulva foi para os Estados Unidos.
- Ah é?
- Formou-se em medicina.
- Ah é??
- Casou com um americano rico.
- Ah é???
- Tem dois filhos. Um engenheiro da NASA e outro embaixador da ONU.
- Ah é????
- É.
- Tem certeza que é mesmo a Magulva?
- Tenho. Me correspondo com ela desde que saiu do Brasil. Somos muito amigos.

- Hum... Ah... E a Tivinha, você sabe que fim levou? 

ROGÉRIO CAMARGO

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.