11 de março de 2015

Dueto da tarde (XC)



Dueto da tarde (XC)

Era fácil perceber que estava errado. Mas era muito difícil perceber que estava errado.
Num não vai e fica da teimosia, na tatuagem da teimosia que teima em teimar que vai ficar.
A questão não era só questionar, a discussão não era só discutir, o debate não era só debater e o silêncio não era só calar a boca.
A pergunta rodopiava no furacão de seu mundo, e ao fundo dava para ver o esboço da resposta embaçado e em um imenso anagrama.
Indisposto a cambalhotas retóricas mas embaçado nas lentes da percepção objetiva, tirava a viola do saco e tocava.
No redemoinho as notas musicais subiam e giravam em projeções cônicas e iam desfazendo-o como mágica; depois caiam em chuvas tépidas de melodias harmônicas.
Era bonito. Mas ser bonito não é tudo. Como perceber que está errado não é tudo. Por isso ele só tocava, sem cantar.
A chuva por sua vez encharcou o solo e fez brotar célere uma grande árvore que a sua frente apresentou-lhe um fruto com a resposta escrita, novamente... mas dessa vez sem embaçado e anagrama.
Então, era fácil perceber que estava errado. E era difícil perceber que estava errado. Porque o fruto não se colheria sozinho.
Mas há um porém nos poréns: o fruto era verde aos seus olhos e gosto. Isso pôde perceber. Escolheu tocar a viola, voltar outro dia e colhê-lo maduro, ou mesmo podre no chão.

Rogério Camargo e André Anlub
(11/3/15)

Ode ao Louco varrendo


Debora Nascimento por azdsdn

Ode ao Louco varrendo
(André Anlub - 28/6/12)

- Sente na carne o estrago que a trincheira do corpo
Deixa passar;
Flecha que não era bem quista
- disritmia foi-se a bailar
Casco inquebrável,
Por vezes tentado a traições.

Entre o espírito luzidio e a aura,
Há um fulgor de Foucault mais forte;
Persevera a bondade do antes e do agora
Ser altruísta de cumplicidade
Afortunada e contínua:

Mostra com clareza, destreza e simploriamente os “nortes”.

A altivez tem tratamento
(seja por vezes até o suicídio)
Segurando forte em uma mão a vida moribunda
E na outra mão a morte.
(acalento que soa sem perigo)

Suspenso pelo pescoço,
Com as canelas ao vento
No abismo vê-se de culpa isento
(dor e remorso)

Dimanem sacrifícios?
- Não, chega de ignorância!

É um louco varrendo...

II
Não é adulto e nunca quis ser:
Devia dedicar sua vida a cuidar dos filhos;
Devia tentar exterminar todo o mal do mundo;
Deviam ver o verde e não amar o amarelo
E pintar na mente todas as rosas de rosa.

Não é ninguém além de um louco
Querer ação é fazer por onde...
Nesse caso é errado se contentar com pouco
E sendo louco acha pouco querer só atenção.

III
Caminhamos como poetas novos, largando a soberba, o estorvo, no fluxo de um novo povo e nosso suor que não amarga. O alvo é claramente certo, de peito escancaradamente aberto, o coração de um bardo onde o esquecimento é adaga.

IV
Um pesadelo muito incomum, andando no terreno do capeta, não existia uma só letra, sem poesia, sem alento; tentava achar rimas corretas, palavras abertas voando sem vento sem dono... um tormento para o poeta, Rei sem Rainha e trono. Os pensamentos não se encaixavam, quebra cabeça faltando peça, uma remessa de contra tempo, um contra tempo sem muita pressa. Mas logo me vi de olhos abertos e muito espertos de inspiração, não quero mais sonhos incertos, quero viver plena imaginação.

Dos Outonos




Tão célere vai passando o ano que já deu sinal na retina: o outono, descendo a colina.

Dos Outonos
(André Anlub - 10/10/12)

Já é outono...
Já é beleza.

Natureza com realeza e seus adereços,
E o endereço com a maior certeza
É não esquentar cabeça com nenhum transtorno.

Há uma cidade com um parque no centro...
Não é o Central Park!

O amarelo e o carmim abrem o caminho,
E mesmo sozinho nunca me perco.

Há uma casa com uma árvore muito cheia,
No outono ela emagrece,
Fica mais bela!

Pela janela
Estupefatos,
Todos emudecem...

E contemplando perguntam aos quatro ventos:
- merecemos viver essa loucura?

Já é outono...
É formosura.

No Silêncio do Nada (Por nada não)



No Silêncio do Nada (Por nada não)
(André Anlub - 3/8/10)

Escrever é expressão, é dar pressão e se exceder.
É no viver levar o mesmo com mais emoção.

Aos que temem a caneta:
Fiquem imbuídos de lançar a flecha
E terão a certeza de acertar pelo menos um coração.

Os pensamentos são mutáveis,
Assim como a inspiração.
Variam conforme o dia, o clima,
Moldam-se de acordo com o humor,
Com a razão e a dor.

Por isso, ninguém jamais poderá mudar a escrita!
Ela, por si só, já é mutante.
Isso que a torna sempre viva
E deveras interessante.

O renascer a cada segundo faz-nos pensar em Coisas novas – novos temas.
Migramos de um ser com o âmago quase Moribundo, para aquele que ilumina com sons, Artes e poemas.

Faço essas anotações num domingo, madrugada,
Flagro-me escrevendo com os olhos quase Fechando sob a luz da cabeceira,
Dentro do silêncio do nada.

Pingos que caem ao chão,
Nuvens nublando o tempo que se arrasta
Em um céu total e ampliado (amor de irmão).

Ouço sons que outrora eram de pássaros,
Vejo rastros de coloridos animais
Voando entre suas pernas e braços
Aquecimentos e afeições (amor de mãe).

Na infância maravilhosa pulando cordas,
Nas bordas das encostas crio asas
E palavras e desculpas inexistem...

Bordões escritos em ovos fritos,
Suas surdas calúnias de salto alto
Atravessam a avenida em um domingo.

Pelos sorrisos de crianças 
Que nunca se perdem, semblante belo,
Imponente e irrestrito (amor de filho).

Invadi o campo inimigo, 
fui render e ser rendido sem a menor cerimonia, 
sem medo do sentimento, 
Sem convite e sem umbigo.

As veias não mais enferrujam! 
O óleo quente e doce do sangue passeia 
dando Alimento ao corpo, dando luz à vida...
Adoçando a alma.

10 de março de 2015

Sol do teu amor



Toda a paz do mundo em gotas de chuva
Amor em plena abundância
Renovada a fé e a esperança
Saúde dando aos montes em cachos de uva.

André Anlub®

Dueto da tarde (LXXXIX)



Dueto da tarde (LXXXIX)

Há tempos não se sentia gente, real, verdadeiro; de sua boca saíam vocábulos de dispersos devaneios e de suas mãos malemolências em enleios.
Tudo muito viscoso. Tinha caído num barril de cola. Ou de gelatina. Ou de gelatina colante. Não conseguia ir adiante.
No seu mundo pegajoso ainda havia espaço para mais viscosidade. Bebeu um litro de vodca e saiu seco, sedento e suado peregrinando azoinado pelas zonas da sua cidade.
Caçando seus defeitos, não percebia o maior deles: não olhar para a direção correta. Linha reta para o abismo.
Mas ainda restava um otimismo: ser ele mesmo –, inimigo mais íntimo.
Não estava inventando a pólvora, embora usasse mal o canhão. Pé no chão era tudo de que precisava. Mas voava.
Subia geralmente longe e alto além das nuvens, e nas alturas achava seus defeitos. Ao descer, ao retornar esquecia que os encontrara e começava todo o ciclo novamente.
Isso até encontrar o amor de sua vida. Quando encontrou o amor de sua vida, continuou fazendo a mesma coisa – mas estava amando.
Agora podia voar pousado e pausado, organizar-se com a sobra, dividindo a árdua empreitada de cavar e depois adornar sua gélida cova.

Rogerio Camargo e André Anlub
(10/3/15)

9 de março de 2015

Venha para a família...

Venha fazer parte dessa família: https://www.facebook.com/EscritorAnlub

Dueto da tarde (LXXXVIII)



Dueto da tarde (LXXXVIII)

Janela aberta para uma parede. Mas é uma parede amiga: nela consigo escrever minha saudade e projetar minha esperança.
Em folhas cândidas de solo limpo vou plantando ao lado dos eucaliptos sementes de poemas agora vigentes de outrora extintos.
Nas rachaduras do reboco acompanho rios de navegação imprecisa e não precisa muito nem pouco para que me sinta bem pago e não exija troco.
São regurgito e beijo que deixo em desleixo para que olhos alheios percam o eixo em prol de entendê-los.
Nas marcas do limo me aprumo, me arrimo, me arrumo, me animo a ficar olhando apenas, sem pena nem mágoa.
Na água vejo outro Eu, um Eu a mais, mais são, com mais ação, mais dotado e apartado, tal qual a clemência que conferi a mim tempo atrás.
Na hera, quimera insistente, a resistente memória, inglória e gloriosa, dengosa pousa a vista e revista os bolsos de meu lirismo.
Nossa, sou assim mesmo: o sucesso abraçado ao fracasso dentro do obstinado que brotou roxo e cresceu torto de um frouxo.
Parede aberta diante da janela, que se ela está fechada é de brincadeira, é de passageira birra. Incenso e mirra levo a meu nascimento e, lamento, guardo o ouro pra depois.
Nesse todo aconchego só posso dizer que conheço o que sou, e deixar o resto em frestas finas, gotas mínimas às presunções a esmo.
Não preciso do outro lado da parede. Nem o outro lado da parede precisa de mim. Só preciso da janela aberta, da minha vista aberta, da minha vida aberta.
Na certa nem visitas espero, pois me propus visitar; apenas esmero o fluxo rítmico, belo, salutar e austero de ao universo e ao inferno me doar.

Rogério Camargo e André Anlub
(9/3/15)
ALGUNS MINICONTOS

- Faz assim, ó: esquece que eu existo, tá?
- Como é que eu vou esquecer que você existe se você não sai da minha cabeça?
- Então sai da tua cabeça, vai dar uma volta, faz um tour pela Europa. Aí dá tempo de eu sair de lá também.


- Eu queria que você viesse comigo ver o tamanho da minha tristeza.
- Mas isso não é programa!
- Exatamente. Isso não é programa.


Os olhos da montanha passeando pelas mãos da montanha, que se estendem até os cabelos da montanha e passeiam junto.


Ninguém queria saber de Vantomino Brigga. O bom é que Vantomino Brigga também não queria saber de ninguém e então essa troca de silêncios fazia bem a todo mundo.


O pequeno soldado encontrou o grande soldado em franco desânimo, já nem limpava seu fuzil, já nem lustrava seus coturnos. O pequeno soldado esforçou-se para animar o grande soldado, que lhe devolveu olhares apagados como um resto de fogueira. Mas quando o pequeno soldado pôs-se a cantar hinos de guerra com sua voz esganiçada, o grande soldado aplicou nele o que sabia de artes marciais.


- Eu gosto de Bertilina. Se ela não gosta, diz logo que não gosta. E você?
- Eu o que? Gosto de Bertilina ou digo logo que não gosto?


Geremundo olhava fixamente um ponto no horizonte que não estava no horizonte. Geremundo tinha dessas coisas. Ou essas coisas tinham Geremundo. Porque quando ele olhava um ponto no horizonte que não estava no horizonte parecia que era nela que o ponto tinha vindo parar.


O até daqui a pouco ficou olhando o até nunca mais afastar-se em passos duros, como quem não volta mesmo. O até daqui a pouco não acredita em despedidas definitivas. Nem quando as despedidas definitivas são as únicas.


- Quem te disse que foi Borlão que fez esta tremenda sujeira?
- O próprio Borlão.
- E por que Borlão mentiria desse jeito?
- Ou é mais uma tremenda sujeira ou é exatamente o contrário.


O sol saiu da sombra para beijar-lhe o rosto com tanta delicadeza que parecia a sombra beijando.


- Você já viu como ele faz questão de ser antipático?
- Não, não vi.
- Não acredito! É impossível que você não tenha visto!
- Bem, o que eu estou vendo é que você faz questão que eu veja...


- Ela é completamente louca!
- Por que?
- Você não vê? Enfeita a casa toda pro Natal em julho!
- E parece que fica bastante feliz fazendo isso...



Vem aqui, deixa sua marca e vai embora com a sensação de que a marca não só ficou como vai germinar, florescer, enraizar e na próxima vez que vier aqui encontrará uma casa sua literalmente, não uma casa sua metaforicamente.

ROGÉRIO CAMARGO

8 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher (parte IX)


"No Dia Internacional da Mulher, espalhe histórias de vida de #SUPERMulheres, como a cantora Nina Simone!

Nina Simone é um dos ícones da música americana. Nascida Eunice Kathleen Waymon em Tryon, na Carolina do Norte, ela aprendeu a tocar piano aos 3 anos. Depois de se formar no ensino médio, conseguiu uma bolsa na conceituada Julliard School of Music, em Nova York, para ser uma pianista clássica. 

Mesmo trabalhando, Nina não conseguiu se manter na cidade e largou o curso. Voltou a morar com a família para juntar dinheiro e tentou entrar no Curtis Institute of Music, na Filadélfia. Segundo os relatos da cantora, ela teria sido rejeitada pelo simples fato de ser negra. 

Na década de 1950, ela passou a se dedicar a outros tipos de música, como o soul, o jazz e o blues. Na década seguinte, suas canções se tornaram importantes para espalhar as mensagens do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos."

Dia Internacional da Mulher (parte VIII)


Hora do recreio
(André Anlub - 21/9/13)

Quem será o guardião desse coração 
Tão intenso, raro e quente?

Nesse vai e vem do povo
A cólera passa rente:
Tentando roubar o puro, 
Esconder o tesouro, 
Cavando um túmulo
E matando os loucos.

Tudo se transforma na fala
Da saliva da ponta da língua;
E na palma da mão que entorna a raiva,
Perdendo-se no céu anfitrião.

Sendo o alicerce mais forte,
Fez-se o castelo.

Nasce o coveiro que rompe vis elos,
Enterra as contendas, 
Encarcera o faqueiro que insiste no corte.

A verdade mostra pra que veio,
O ópio evapora na veia,
Surge a sorte pisando na morte,
Tornando o instante perfeito.

O som é mais ameno,
No feliz badalar dos sinos
Para a hora do recreio.

Dia Internacional da Mulher (parte VII)


Para Sylvia
(André Anlub - 15/4/12)

Abra a porta e deixe a felicidade entrar,
Conte à ela toda sua vida e suas histórias,
Fale de suas amarguras e vitórias...
Convide-a para um chá, temos pão integral e frutas.

Que tal a deixarmos recitar um poema seu?

Fazer desse momento aquele que nunca se esqueça:

- Vamos Sylvia, então escolha você...

Assim, de repente,
Sumimos para além dessa redoma de vidro,
Para longe de uma coação em sua cabeça.

Diga em voz alta, exponha o que lhe faz falta!

- Abram todos, todas as janelas,
Se for repressão ou depressão...
Ainda não está fenecida.

- Faça as pazes com a vida,
Invente que escrever é sua mazela.

- Coloque mais um prato na mesa,
Mais lenha na lareira,
Ajeite a cama...
A alegria quer ficar.

- Sylvia, não se vá...
As letras já estão em prantos.

Todas as pessoas que foram seus sufrágios,
Agora estão deitadas
Em posição fetal,
Com olhos encharcados...

Olhando o além,
Com suas poesias em mãos,
Vivenciando o quão a vida é fatal,
Descobrindo que nem a morte é em vão.

(e nos tempos atuais...)

Presente muitas vezes em meus sonhos,
Com a alcunha de Victória,
Sempre longa fábula de final feliz,
Quimera de uma escritora
Que também é atriz.

Passeando em pensamento,
Sendo lida ao relento,
Denotando em aforismos,
O seu mundo em fartas folhas
Na cabeceira do surrealismo.

Segue mãe:
- imponente e linda.

Colosso na exposição dos sentimentos.
Por dentro estrutura abalável,
Sensibilidade inimaginável.

Os rebentos amparados,
Longe das asas da mãe...
O fim já anunciado
Pelos martírios de viver.

Sua escolha
Infindável branca folha,
Jamais entenderão, jamais...
O que seria seu bel-prazer.

Trinta anos são tão parcos,
Para uma rainha na imortalidade.

Temos que carregar os fracassos
Com a incumbência de pisá-los.

O dito “Efeito Sylvia Plath”...
Muitos poetas carregam no cerne...

Não está pertinente a perder:
- É somar o muito além do que há.

Dia Internacional da Mulher (parte VI)


O viés de Inês
(André Anlub - 4/12/14)

A padronização já estava imposta: 
Olhos, altura, nariz, cabelo, dinheiro e muito mais...
Atrás da porta Inês sorria aos mal bem amados;
Pois Inês não carecia seguir quaisquer padrões.

O viés de Inês era fulgente,
Destrinchava possibilidades de dedos apontados a ela,
As indiretas não se criam, tampouco fulminações...
Inês era osso, osso duro, salgado, forte, mas osso dos bons.

Na infância não se sabe exatamente qual seria sua história, 
Mas jamais sujaram sua roupa com palavrões eloquentes.
Gente simples, fiel e aberta, que sempre foi o que quis,
Bebia água, café e cachaça no copo velho de geleia.

A masmorra foi anunciada para todos como um paraíso,
Coberta de rosas pulcras, ostentações e múltiplos coloridos artifícios:
- Como heras, vinham os amores por fora (trepando).
- Como feras, vinham rancores oclusos (clamando).
E como vinho, eram errantes inebriantes...
Que, como antes, foram feridas no agora.

Travestida para sempre de “verdade” e “opinião”;
A padronização estava em êxtase incondicional.
Tinha no seu exército a fiel guarida do “gosto”,
Mas a inglória da própria imagem em paradoxo, em avejão...
Inês!

Dia Internacional da Mulher (parte V)


Cotidiano
(André Anlub - 28/11/10)

Com idade de ser um homem feito
E com defeito que carregamos no peito,
Faço uma rima com carinho e verdade
E não imagino como seria de outro jeito.

E não aceito essa tal desigualdade,
Com respeito durmo tranquilo no meu leito.
Acordo às cinco horas com muita vontade,
Faço um verso para alegrar o meu dia.

Vou correndo pra bendita labuta,
Não vou xingado igual uns filhos da truta.
Vou contente sabendo que mesmo tardio,
O meu salário aparece no bolso.

O meu esforço jamais é a esmo,
Minha índole continua um colosso.
Por um momento paro e escrevo,
Por um segundo paro e te ouço.

Dá-me um abraço e me deseje bom dia;
Pego a marmita e encho de novo,
Carne moída e um bocado de ovo,
Para dar sustância e também energia.

Logo às seis horas largo esse batente,
Vou ao dentista arrancar mais um dente;
Chego em casa com uma fome danada,
Marco presença com minha doce amada.

Dueto da tarde (LXXXVII)

No recinto o cheiro de café fresco no ar, a grade da cela carcomida pela ferrugem poderia estar pelo menos cromada, e minha pena a ser paga: dez anos. 
A liberdade poderia não ser este sonho perfurado de pesadelos que tento acalentar todas as noites e a paz de espírito poderia não ser esta guerra constante para não me envolver com guerras. 
É uma pena, pois todos os dias me pergunto se toda luta vale a pena; mas sei que a pena vence a espada.
Pelo menos quando a luta é no papel a pena vence a espada. E é para onde trago esta batalha diária, para ter chance de vencê-la.
Hoje faço uma linha do verso na linha de frente do prélio; sou um bom soldado e não durmo; os arqueiros estão a postos e as flechas, como pássaros insanos, voam sem rumo.
Melhor, lutaremos à sombra, dizem as minhas ingênuas esperanças. Dou-lhes asas como dou às minhas vigilâncias.
Amarrei meu novo livro em uma bela pipa, soltei-a por entre as grades e deixei o vento levá-la bem alto; fui dando bastante linha, e voam minhas linhas, linhas e linhas... depois soltei-a.
O livro novo que não escrevi ainda. O livro novo que talvez jamais escreva. Mas que é minha consolação única e completa nessa ausência de meta.
O cárcere incuba expectativa, fugindo de ser cárcere; o ego-centro faz nascer lassidão e languidez; e então a cova com grades é a residência, o lar, amargo lar.
Dez anos, dez séculos, dez minutos. Tudo é relativo se não for ralativo, se não ralar a dignidade indispensável para dispensar o que não seja dignidade e suportação.

Rogério Camargo e André Anlub
(8/3/15)

Dia Internacional da Mulher (parte IV)


A tal da saudade
(André Anlub - 12/2/11)

De todos os sons
Nada mais valia;
Meu rock, meu jazz,
O doce do blues,
Nem qualquer feitiçaria.
Minha cara metade,
Cálida mulher,
Jardim de vida:
Ação – amor – afeição,
Motor propulsor
E motivação...
Fiel agasalho – elixir,
Sua voz é pronuncia,
Mel – música,
Que não canso de ouvir.

E as mulheres... (sempre lembradas)
Não há nada mais indomável
Do que uma mulher sem vaidade.

7 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher (parte III)



Dia Internacional da Mulher (parte II)





Chega de preconceito! 

Dueto da tarde (LXXXVI)



Dueto da tarde (LXXXVI)

Peso na cabeça. Vontade de dormir até depois de amanhã.
Peço aos Deuses que eu esqueça. Desapareça a imagem do desabotoar do seu sutiã.
As palavras transformadas em carne. A carne transformada em compromisso.
As lavas formadas na face, choro que transborda desprendido.
Uma história pra contar e, principalmente, uma história pra calar. Fundo.
Vejo-a num tudo, ouço-a num sempre. O amor desnudo e no cio que pode ter desfalecido de frio.
Vontade de dormir até depois de amanhã sob os cobertores de uma proteção mitológica. Não tem lógica. Mas tem peso.
Gravidade de paixão! todos temos uma. Existem algumas redondamente absurdas, e já outras idem! (mas vão dizer que não). Insano, mas zen.
A cabeça pesada reconhece. E amanhece com a colcha no chão, com o colchão encharcado, do lado errado, as unhas inquietas.
O corpo até tenta, mas não se move; só os olhos que observam as paredes pintadas como telas de Afremov.
É quando você vem e desabotoa não apenas o seu sutiã e não apenas em minha memória cheia de histórias; agora vagam reais, mãos e pernas, em vãos – em vai e vens, em sins e nãos, em falsos adágios, em densos estágios que nas paredes formavam pinturas de Caravaggio.

Rogerio Camargo e André Anlub
(7/3/15)

Dia Internacional da Mulher (parte I)


"Encontros feministas celebram o Dia Internacional da Mulher em São Paulo
Festa só de mulheres e debate com Chega de Fiu-Fiu e Blogueiras Negras fazem parte do calendário dedicado à data

Três encontros em São Paulo marcam o Dia Internacional da Mulher, no próximo dia 8. Girls to the Front será uma festa com o objetivo de levantar fundos para uma instituição que protege e cuida de mulheres vítimas da violência sexual e doméstica.
A festa terá apenas convidadas mulheres: bandas com vocal feminino, DJs e convidadas como a escritora Clara Averbuck e a ex-VJ da MTV Gaía Passarelli. Marina Bitten, a idealizadora do projeto "I Love Myself" - série de cliques que elevam a autoestima de mulheres reais - será a fotógrafa do evento.
Todo o lucro obtido será doado para uma instituição, exceto o pedágio mínimo de R$ 1 que será cobrado de todos os homens na entrada: este dinheiro será revertido para o documentário “Chega de fiu-fiu”, do Think Olga. A festa acontece neste sábado, dia 7, na Lab Club, em São Paulo.
As meninas que estão por trás do Chega de Fiu-Fiu promovem um debate nesta quinta-feira (5), no Sesc Bom Retiro para discutir o assédio sexual contra as mulheres. Para quem não se lembra, o blog realizou um projeto - que bombou em 2013 - com depoimentos anônimos virtuais para mapear abordagens cotidianas sofridas pelas mulheres. De 7.762 participantes, 99,6% delas afirmaram que já foram assediadas.

Já o Blogueiras Negras também faz debate sobre a mulher negra e a sociedade. O blog é direcionado à produção de conteúdos sobre questão racial, de gênero e de classe. O evento será no dia 19 de março, quinta, às 19h."

Fonte: http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2015/03/encontros-feministas-celebram-o-dia-internacional-da-mulher-em-sao-paulo.html

6 de março de 2015

Parabéns Gilmour (parte II)



Limpeza (Um quê de Bovarismo)
(André Anlub - 11/11/13)

A realidade concorre com minhas vertentes,
E elas, céleres e insanas, saem na frente:

- Ouvi dizer que sempre vale a pena.

Faço roleta russa com o imaginário
E nesse voar de um total inventário
Castram-se cobiças e integra-se a pena.

Vozes tendem o som do trovão,
Apocalíptico pisar no vil tédio.

Letras brotam num mata-borrão,
Curam, inebriam quão doce remédio.

- Tenho certeza que vale a pena.

Estouram paixões sempre aludidas,
Cantam canções, danças nas chuvas.

No certo e no cerco um céu de saídas,
Arte que inspira expurgando áureas turvas.

Dueto da tarde (LXXXV)






Dueto da tarde (LXXXV)

Aquele corpo delineado – no sol suado – contornos perfeitos que ainda carrega no íntimo uma imensa inteligência, 
Tomara, Deus queira, queira Deus não seja apenas imaginação de quem o deseja.
Com o psicológico inalterável e a certeza de vestir-se mulher maravilha, vive de bem com a vida e os olhares discretos alheios são apenas olhos bem-vindos.
Com os olhares indiscretos faz uma sopa e dá aos pobres.
Aquele corpo delineado foi envelhecendo, perdendo as linhas certas, retas, mas ganhando ainda mais brilho.
A indiscrição dos olhares talvez não perceba. Não importa. A dona do corpo não se importa. Nunca foi catequista, e todas as suas conquistas deram-se pelo completo, irretocável, delineado e nada velho e acabado intelecto.
Quem a levou para a cama reclama créditos. Ela simplesmente desconsidera e espera que desconsiderar seja suficiente.
Quem a levou ao nirvana de nada reclama, pois sendo experiente procurou além da cama, a companheira, a respeitosa faceira que faz sexo interna e externamente.
Sexo complexo para quem não percebe, sexo reflexo para quem atravessa as espessas camadas da bruma e só vê o sol.

Rogério Camargo e André Anlub
(6/3/15)

Vídeo: Raul de Souza é, sem dúvida, um mestre da arte musical, mas se insere também na de inventor, no sentido literal: criou um tipo original de trombone, com direito a patente e tudo, o Souzabone, descrito como "um trombone em dó de quatro pistos, com dois gatilhos de correção de afinação e um registro para mudança de tessitura para notas mais graves; tem ainda um captador eletrônico e pedais que permitem vários efeitos como wahwah, delay, chorus e oitavador". Show de lançamento do projeto "O Universo Musical de Raul de Souza", que inclui o primeiro DVD do músico (gravado ao vivo no SESC Vila Mariana) e o CD inédito "Voilá", pelo SeloSesc. Com Raul de Souza (trombone e souzabone); Glauco Solter (baixo); Serginho Machado (bateria); Mario Conde (guitarra) e Fábio Torres (piano).
Participação especial Hector Costita - saxofone - Gênero: Jazz

Parabéns Gilmour

David Jon Gilmour, CBE (Cambridge, 6 de Março de 1946) é um guitarrista e cantor britânico, vocalista da banda inglesa Pink Floyd, tendo também editado álbuns a solo bem como colaborado com outros artistas. Depois da saída de Roger Waters a meio da década de 1980 tornou-se a principal figura da banda. Foi considerado o 14º melhor guitarrista do mundo pela revista norte-americana Rolling Stone.


ROESIAS

Tenho nas mãos
o que não tenho nas mãos
e os olhos muito olhando.

..........................

A distância não se mede em cansaço.
Fazer o possível não é fazer o impossível
em esforço.

..........................

Nos teus olhos eu leio
que teus olhos leram
e ainda vão ler
o que não escrevi.

..........................

O vento tem ouvidos
para a música que o vento leva
e nunca mais.

..........................

Farei do que não farei
tudo que possa
para esquecer que fiz.

..........................

Hoje é apenas uma sombra.
Quieta, calada sombra
que ontem brincava de sol.

..........................

Meus temores vão até a porta,
abrem, fecham,
passam a chave.

..........................

É mais fácil perguntar o que foi.
Mesmo que ninguém responda,
é mais fácil perguntar o que foi.

..........................

Rosa flutuando num mar de sonho.
Sonho que criou
o roseiral.


(Rogério Camargo)

Trago e sinto as soberbas lanças



Trago e sinto as soberbas lanças
(André Anlub - Março – Maio/2012)

Trago-lhe um arranjo de vidas,
Colhidas nos jardins das saídas,
Nesse exato momento.

Espero alegrar o seu dia,
Quebrando a evidente desarmonia,
Dando luz ao asilado encantamento.

Sinto muito quando meu coração aperta
E nesse aperto ele grita, se expõe e seca.
Compreendo pouco quando fingem indiferenças
E nesse embuste são vítimas de seus próprios estratagemas:

- Assim não sana a ética
- Assim que sangra a estética.

Na despedida da justa causa da vida,
Com raro aroma de quero mais:
Faço da presunção inimiga
E digo ser gratificante a paz.

Uma nebulosidade me persuade
E fico com receito de satisfazer meu arroubo:
Mas meus pés nesse solo quente que arde...
Não conseguem permanecer sem meu voo.

Sabendo que tenho como objetivo o empíreo,
Muito além que os olhos dos normais alcançam:
Quero deixar aos mortais o extermínio
Que provem das minhas soberbas lanças.

5 de março de 2015

ALGUNS MINICONTOS

- Eu acho tudo isso um saco!
- Já eu acho tudo isso muito interessante. Até isso de você achar tudo isso um saco.


Precisando desabafar, Pulino contou coisas suas, íntimas, a Caluffo. Caluffo era seu amigo de confiança. Mas comentou o que ouviu com Matella, sua esposa, sua amiga de confiança. E Matella comentou o que ouviu com Sunira, sua amiga de longos anos, sólida amizade, de confiança. Mas Sunira não era amiga de Pulino. A ela Pulino jamais contaria coisas suas, íntimas.


Ankaldo achou sua cabeça rolando no pátio, para lá e para cá. Ralou com ela. Estou te procurando há horas, disse. A cabeça de Ankaldo deu uma gargalhadinha satisfeita, de menina coquete que conseguiu chamar atenção. Ele, pelo menos, percebeu.


- Não, obrigado, não é pra mim.
- Mas você não disse que deseja tanto?
- Desejo. Mas desejar é uma coisa, Obter o que não é pra mim é outra.


- Foi muito feio.
- Foi mesmo?
- Mesmo. Nós nos dissemos horrores.
- E vocês já conversaram sobre isso?
- Não. Desde aquele dia não nos falamos mais.
- Talvez isso seja o mais feio de tudo...


Menino ingênuo, facilmente enganado pelos outros nas brincadeiras de esperteza, sempre ludibriado nos trotes e nas tretas, jamais vencedor em nada. Menino ingênuo a ponto de confundir ingenuidade com deficiência e estragar-se em autoacusação. Grande trabalho, mais tarde, para recuperar a inocência. Mas um trabalho que valeu cada gota de suor, pois lhe devolveu não apenas o que já tinha como acrescentou muito mais.


- Você me ama?
- Claro, claro.
- “Claro, claro” não é resposta!
- O que é resposta? “Muito, muito”?
- Se eu te disser, não tem graça. Vai, responde, você me ama?


Uma gota de luar caiu distraidamente nos olhos da rosa e ela despertou de seu perfume noturno para o sol que havia na imaginação de suas pétalas.


- Você nunca me disse que dava pra fazer assim!
- Você nunca me perguntou.
- Mas você podia ter me dito!
- Podia. Se você me perguntasse.


- Como se te faltasse alguma coisa!
- Claro que falta: o principal.
- E o que é o principal?
- Achar que não me falta nada.


Somos três e o tempo todo nos vigiamos: eu, a felicidade e a desconfiança de que a felicidade vai acabar em seguida. Somos três e poderíamos ser apenas eu sem vigiar o que não precisa de vigilância.


Vamplérgio caminhava solitário por uma trilha na montanha de seus desejos. Nada havia que confirmasse um destino – nem tampouco uma desistência. Vamplérgio não parecia conhecer ou recear o ambiente, que também não parecia hostil ou amistoso. Era apenas uma forma de ir. E Vamplérgio ia, até porque nada o convidava a parar.


Antípio cumprimentou a morte de um jeito que ela achou muito engraçado. Tão receptiva foi que o cumprimentou de volta utilizando seu próprio senso de humor.


Ernídio cobrava de Fanteka:
- Você me fez de trouxa!
- Fanteka respondia a Ernídio:
- Até pode ser. Mas você também se fez de trouxa.
- O que você está dizendo? Eu me apaixonei por você!

- É exatamente disso que estou falando.

ROGÉRIO CAMARGO 

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.