17 de abril de 2015

Eu poesia

"Pra mim, o modelo de família é aquele em que há amor", disse Chicão, filho de Cássia Eller, em entrevista ao programa Lado Bi desta semana. Ouça na íntegra: http://bit.ly/1HxjQco
Posted by UOL on Sexta, 17 de abril de 2015


Eu poesia 
(André Anlub - 1/5/10)

Não seremos prolixos vamos falar de poesia:
Eu, meu Eu lírico e o alterego se exporão.

Poesia no âmago é cega - um lince
Feia – linda; em sua saída
Abraçada na verve leva contigo tato e emoção.

Poesia pode lhe trair
Atrair – extrair; estimular muitos - ou nenhum;
Ser alento, veneno, somar – subtrair;
Levar aos sonhos, ser foice perversa, vertigem,
Seu “metiê”; ócio - dar ordens, ser forte – obedecer.

Em poemas libertinos
Que quase sempre em linhas tortas,
Ficariam mortos, desatinos, mas comovem plateias
E alcançam destinos.

No arcano que é a poesia, 
Fazemos uma idolatria doentia.

Poesia pode ser menina traidora, menina mentirosa.
Mesmo que na ferida exposta da fossa
Batemos palmas - damos guarida
Damos espaço - nossas almas.

Dueto da tarde (CXXVI)

A #CG mergulhou em um dos rios do maior complexo de águas termais do planeta, em Rio Quente / Goiás. O Lugar é realmente...
Posted by Climatologia Geográfica on Terça, 17 de fevereiro de 2015


Dueto da tarde (CXXVI)

Estarei contigo por todo o quase sempre que me sentires contigo.
Em idolatria és tudo em única: aconchego, caminho, mar, luz, céu, apego e ar.
No ar que respiro a marca dos teus pulmões renovando o que eu não saberia renovar sozinho.
Nos papéis deixo letras – contornos de teu corpo, teus menos, teus mais; explodo-me quando não te tenho em sonhos, o que no acordado sempre estás.
Meus passos confirmam um caminho já aberto e não fui eu que abri. Minhas asas ganham um céu que não aprendi a voar sozinho.
Nas entranhas o estranho sangue corre como um rio em desatino, sem rumo certo, sem cheiro certo, sem leito e sem fim.
O rumo traçado por um aroma sutil que se perde/encontra em outros aromas sutis, que se faz/refaz no meu entregue nariz; transmutando em alquimias de orquídeas com rosas, como um escândalo do sândalo ao jasmim.
Flutuo nestas ondas imperceptíveis como a sombra da sombra, como o eco do eco ou como o reflexo do reflexo.
Compactuo com esta vida feito um escravo delirante; feito um poeta errante, beberrão e desconexo.
Minha embriaguez é de vida: devida a ti e ao que me dás quanto me tiras de onde me coloco – mal.
Tenho a sensação de morte súbita quando vens abrupta dizer-me no escuro que já caiu o mundo e a separação é fatal
E venho à tona como um golfinho malabarista quando teu riso desmancha a faca enterrada em meu peito, dizendo confessadamente, sem choro nem vela, à vista e sem receio: nada havia acontecido, vivido ou morrido, pois eu estaria em um sonho e finalmente contigo.
Exatamente como estarei contigo por todo o quase sempre que me sentires contigo.

Rogério Camargo e André Anlub
(17/4/15)

Corsário sem rum(o)



Corsário sem rum(o) 
(André Anlub - 3/5/12)

No seu sorriso mais doce
Dá-me o sonhar acordado,
Nau agridoce ancorada
No porto seguro de um réu.

O cerne mais íntimo partilhado
Como alado cavalo ao vento,
Coice pra longe o tormento,
Traz na crina o loiro do mel.

Mil flores a pulsar na razão,
Vil dor e jamais compunção,
Cem cores permeiam na libido,
Sem rumo nem rum no tonel.

Pirata na dádiva do amor,
Com a bússola do autêntico anseio,
Nem proa, nem popa, nem meio,
Voando em direção ao seu céu.

16 de abril de 2015

Santos de madeira

Câmera escondida revela abuso contra empregados em fabricante da Apple na China
Posted by BBC Brasil on Sexta, 19 de dezembro de 2014


Santos de madeira
(André Anlub - 25/12/11)

Pés descalços pisam nas britas,
Que parecem pequenas brasas.

Colher de boia fria na marmita,
Colher de pedreiro nas mãos,
Ensaiando seu karatê. 
(aiá!)

Cheirando cimento,
Colando o pulmão.

O sol fulgente e quente 
Cortando de um lado ao outro
O céu mais limpo.

Rito habitual,
Frito obituário.

Às vezes pisca para a esperança
E o sol ri da sua cara.

E ele, cá embaixo,
Suando em bicas,
Pensa que há uma missão a ser feita.
(e há!)

Nas horas vagas é escultor,
Faz santos de madeira.

Com a ponteira acerta os pontos,
Com o cinzel talha o formato
E a plaina aplana a vida.

(...) E o verniz como o brilho nos olhos
Da lágrima que se mescla ao suor.

Mar de doutrina sem fim

Just debuted at Star Wars Celebration: a suspenseful new teaser for #TheForceAwakens.
Posted by Star Wars on Quinta, 16 de abril de 2015


Mar de doutrina sem fim 
(André Anlub - 12/5/14)

Houve aquele longo eco daquele verso forte desafiador;
Pegou carona na onda suntuosa de todo mar agitado:
- fui peixe insano com dentes grandes e olhar de bardo;
Fui garoto, fui garoupa, fui a roupa do rei de Roma...
E vou-me novamente mesmo agora não sendo.

Construo meus barcos no sumo da imaginação:
(minhas naves, pés e rolimãs),
E como imãs com polos iguais, passo batido... 
Por ilhas virgens – praias nobres – boa brisa;
Quero ancorar nas ilhas Gregas, praias dos nudistas e ventos de ação.

Lá vem novamente as velhas orações dos poetas,
A tinta azul no papel árduo
E vozes roucas das bocas largas,
Mas prolixas: mês de maio, mais profetas.

E houve e não há, o que foi não se repete;
Indiferente das rimas de amor – vem outro repente...

O mar calmo oferece amparo:
- sou Netuno e esqueci o tridente,
Trouxe um riso com trinta e dois dentes;
Sou mistério que mora no quadrado de toda janela,
O beijo dele, dela, da alma ardente que faz o mar raro.

Dueto da tarde (CXXV)

MONTE EVERST X GEOLOGIA - Saiba como foi formada a cordilheira do Himalaia e o MONTE EVEREST
Posted by Indiretas da Geografia on Quinta, 16 de abril de 2015


Dueto da tarde (CXXV)

Em uma imersão no azul o Anu faz graça de graça aos olhos nus.
Nudez cheia de encanto que, por enquanto, vale mais que qualquer moda.
Em algum lugar do país, todos os anos, o Anu come seu angu com anis.
Separa o caroço, sem alvoroço e guarda do almoço para um descansado jantar.
Está na roda essa ave, rondando os engenhos no entorno das pequenas cidades e todo o seu corriqueiro.
Gira com ela o passeio dos olhos atentos, descobridores de pequenos desvãos onde acomodar a curiosidade.
Anu de nós poéticos para todos nós; Anu preto e Anu branco, de cantos melódicos que atraem curiosos patéticos tentando pegá-los. E voam girando...
Imersão no azul: indo buscar o que já tem na alma porém na alma não voa assim. Ou voa, sim, mas não com este fim.
Nas anuências do Anu entram sua breve vida, sua estada simples de labuta ingênua e ímpar: come – dorme – acorda – voa – canta e encanta.
O Anu anuncia em silêncio: a nuvem diz “vem, Anu” e ele vai, a terra diz “fica, Anu” e ele fica.
É um ser metódico, mas pode deixar de ser; é um ser próspero, e sempre será. Há a derradeira biografia alegre nos seus voos e pousos simplórios. Está lá e é só ver.
Dentro do ciclo, o círculo. Fechado é o olho que não abre. Aberto, o olho vê mais que um circo no ciclo, no círculo.
“Boca fechada não entra mosca”, mas olhos fechados não veem a pedra. A pedrada acabou com a festa, enevoou o céu, silenciou a canção e cerrou as asas.
Uma inversão no azul – o Anu fazia graça de graça aos olhos nus. Não faz mais.

Rogério Camargo e André Anlub
(16/4/15)

Pequena grande história de Glorinha



Pequena grande história de Glorinha 
(André Anlub - 26/5/14)

A carne de sol recheada com queijo coalho
A mesa farta de tudo que é local.
Da seca ao céu, do pó ao pó,
Glorinha fez as malas, afinou as falas...

(...) abraços a Caicó.

O ontem ficou refletindo agorinha
Quando a Glorinha arteira chegou pela primeira vez à areia,
Fincou a faca de pão refletindo seu rosto risonho
Realizou seu sonho e desmaterializou todo o mal...

(...) em frente ao mar.

Glorinha de glórias, de prantos e preitos,
Rosto delicado, nariz fino e trejeitos.
Andar leve que faz breve um prever alegre
Desertos de frutas, de nuvem e de sal...

(...) Macau, seu novo lar.

Glorinha rainha, concubina dos livros...
Fixando seus olhos na nova leitura,
O café requentado esfriou novamente,
Fez claro, evidente, o interesse escondido.

Glorinha agora gosta de revista em quadrinhos
Devoradora assídua e sonhadora gritante
Lê, aprende, escreve e ensina
Fez disso sua sina, levou pra sua terra distante.

15 de abril de 2015

Meu mar é mais melo que marmelo



Meu mar é mais melo que marmelo 
(André Anlub - 24/1/15)

Dizem que a inspiração vem pelo ar, (e é absurdamente bem-vinda, como o amor esvanecido), e as asas invisíveis já estão batendo, em sintonia... distintas criações e influências passeiam pelo ar; dizem que surgem e vão-se como uma espécie de epidemia... voejando; passam por frestas de janelas, levantam e assentam folhas, poeiras, ouvem besteiras da larga e desumana boca da intolerância que um dia há de se acabar. Seguem voando... Incidem nos cabelos das morenas, das meninas, pegando carona em seus luxuosos pensamentos... aprofundam-se em sonhos e estacionam (provisoriamente) nas imagens, nascem delas ou as inventam; criam pessoas, situações; criam o mar e canoas – criam o navegante – esculpem a perfeição. “Queijo coalho, pamonha, acerola, açaí”. Gritou o vendedor enquanto eu resolvi rabiscar esse texto; o açaí lembrou-me o mar. Quero o som do mar, a visão do mar, o sabor do seu sal, tombar na monumental percepção de bem-estar; (mesmo estando longe, e onde mais eu estiver, e hoje, e sempre)...
Quero seus beijos, seu toque, seu banho.

O açaí e o tudo me lembram o mar, lembram que o amor foi mergulhar e não voltou, pois se transmutou em mar... E está bom, está de bom tamanho.

Da arte


Da arte
(André Anlub - 20/3/12)

Primeiro marquei meu horizonte
Em um traço negro em declínio,
Deixo a inspiração fazer domínio
E depois me embriago na fonte.

Pintores são fantoches e fetiches,
Sobem em nuvens, caem em piches;
Respiram a mercê de sua cria,
Bucólicos profetas à revelia.

Tudo podem e nada é temível,
Nem mesmo perderem o dom,
Sabem o quão infinito é o tom.

Seus corações de loucos palpitam
E no cerne que eles habitam
Saem às cores do anseio invisível.

A arte é muito além do coerente, é avesso e infinito, é forma ou desforma; a arte não se envolve com quaisquer opiniões, existirá de qualquer forma.

Todo amor

Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro Pequeno Príncipe, partiu para uma missão em 1944 e nunca mais foi visto. No Superlistas, conheça outros casos.
Posted by Revista Superinteressante on Quarta, 15 de abril de 2015


Todo amor 
(André Anlub - 1/3/15)

É redundante, mas esse atroz falante vai se alongar:
Já não bastavam os anos vividos? 
- não!

Quero mais do nosso rio – me beije e me abrace,
Beije-nos e nos abrace;
Aproveito o gancho e abuso da deixa, 
E do remelexo não me queixo:
Quero mais do Brasil, já é de praxe,
Quero um um, um dez, um cem 
– quero um mil e nada mais, nada mau.
E num pisco eu pesco o Carioquês
E canto o karaokê – já vai dar peixe:
“Rio 40 graus”.

Ver de verde e o azul de mar 
E o amar de amarelo e o branco da paz:
E o que apraz? 
– nas praças ver crianças sorrindo;
E o que é estrela? 
– o sol raia na beleza de uma praia (Arpoador);
E o que se almeja? 
– ver comida nas mesas – e à beça, e abusa.
Cristo – nosso senhor – redentor.

É redundante, mas não cansa:
Quero a paz indo à praia de biquíni fio dental;
Assim eu rio, é o rio, assim nós rimos,                                
Reinamos e rimamos:
É amor, é todo amor.

Dueto da tarde (CXXIV)

Songbird can make every Star Wars sound
Posted by Viral Thread on Segunda, 10 de novembro de 2014


Dueto da tarde (CXXIV)

Chega da rua com as mãos carregadas de outras mãos
Os pães ficaram na padaria, os cães na esquina.
Ainda tem olhos de perguntar: onde estão os pães? Onde estão os cães? Que mãos são essas?
Esqueceu as histórias que iria contar: quem é Mrs. Dalloway? Quem é Daenerys? Quem é Cinderela?
Tem olhos que perguntam mas não tem olhos que respondam. Então chega da rua carregado e descarrega.
O coração, a cabeça, a alma, a voz de esquizofrênico há tempos não dizem nada.
De frente para si mesmo está de costas para si mesmo.
É meio torto, mas o espelho só tem valia de frente a outro.
Chegou da rua e não foi procurar um espelho. Chegou da rua sem pensar que espelhos existem. Chegou da rua carregado e descarregou.
As mãos que carregava carregavam sonhos; e os sonhos largados ao chão foram se espalhando por toda a casa.
As mãos que carregava e carregavam sonhos bateram palmas, pedindo urgência, pedindo muita urgência.
A imagem sem alguma inocência avivou a memória, remetendo ao palco e a outras histórias.
Não iria contá-las. Não para si mesmo. Mas sonhos que caem de mãos trazidas da rua não eram novidade no chão da sua casa.
Suas mesa e cama estava há tempos vazias de fantasias. Todas as suas musas e seus mousses ficavam na nostalgia.
Vivia pelo sonho dos outros. Chegava da rua com as mãos carregadas de mãos carregadas deles. Elas o incitavam a juntá-los. Ele os mirava do alto da apatia.
Nunca teve medo de carregar mãos vazias, de levar uma tapa ou até ser morto.
Seu problema não era falta de coragem. Seu problema era falta de si mesmo.
Deu-se então um abraço tristemente desconsolado e prometeu no dia seguinte ir em busca dos cães e trazer pão quente para casa. Nem que fosse o da véspera.

Rogério Camargo e André Anlub
(15/4/15)

14 de abril de 2015

Foi hoje pela manhã

Confira o vídeo "Retratos de um tempo: um novo olhar sobre a cidade da Bahia", dirigido por Floro Freire, com texto de Antonio Risério, acerca da Fundação da cidade de Salvador.
Posted by Centro de Memória da Bahia on Sábado, 28 de março de 2015


Foi hoje pela manhã
(André Anlub - 7/4/12)

Solto os verbos com as rimas
Loucura sob o céu que observa
Fortes são minhas asas que vão ao vento
Fazendo do meu mundo minha quimera.

Sem bússola e sem direção
Emoção no contato com novos povos
Povos com ritmo, sem inadequação...
Que eternizam a ação do tempo.

Nas paredes descascadas das igrejas 
Visíveis imagens do envelhecimento
Desmascaram as pelejas
Nas esquinas religiosas.

Joelhos ao chão em devoção
Entregam-se ao fado hipotético
Aproveito e solto meu canto poético
Afiada e desafinada oração.

Na saída não apago a luz
Entregue ao provável destino
Com estilo de esporte fino
Nos pés um belo bico fino.

Charuto cubano no boca
Fito no horizonte o disparate
Aceno para qualquer boa pessoa
Quero à toa uma guarida.

Volto do meu voo imaginário,
Toquei o belo azul turquesa,
Preservo com idoneidade e clareza
O que ponho no papel da minha vida.

- Quero ouvir a verve gritando
Ao mundo, ao pouco, como louca rara.

Preciso da sua leitura, 
de corpo nu em noite tão escura 
que nem estrelas darão as caras.

Ótimo fim de tarde

News: Aquiles Priester playing ANGEL IN BLACK - PRIMAL FEARRecorded and Mixed by Thiago Bianchi at Estúdio Fusão, São Paulo - BrazilVideo footage and editing by Junior Carelli - Foggy Filmes, São Paulo - BrazilMusic: Sinner, Wolter, Leibing, Scheepers, SperlingAlbum: Nuclear FireMusicians:Aquiles Priester - DrumsMat Sinner - BassStefan Leibing - GuitarHenny Wolter - GuitarRalf Scheepers - Vocal
Posted by Aquiles Priester on Segunda, 13 de abril de 2015


Adoro sentir o orvalho e a chuva do final da tarde,
Namoro a lua em alarde com cheiro de pão de alho.
Sei que no abissal, onde habitam a alma e a verve,
Só se banha e se ferve quem comete o mergulho imoral.


De toda a imensidão do planeta, só quero estar nesse mar belo de Iemanjá, Iracema, Otelo. Mar de perfeitos sonhos, folclores, tesouros e viços, dos nautas, vikings, corsários, navegadores fenícios... Mar de amores lendários, imaginários, antigos, concretos, ambíguos 
de interminável poesia que em toda alma habita.

Ser Quase Sábio


Ser Quase Sábio 
(André Anlub - 2/12/10)

Dos três métodos para ter sabedoria (como Confúcio dizia)
O primeiro é por reflexão, 
é o mais nobre...
Esse para mim não existia!

O segundo é por imitação, 
é bem mais fácil...
Mas digo não!

O terceiro é o meu jeito, 
é também o meu fardo...
É por experiência, 
com certeza o mais amargo.

Sabedoria não nasce em árvore, 
e eu com meus poemas, papéis, 
papiros e rabiscos, 
bloquinhos, lápis, problemas...
Tudo isso esquecido na imaginação de uma cena:

Um fogão a lenha queimava, 
era uma bela manhã; 
o café já pronto na mesa, 
o trem passava apressado 
e o cheiro de chá de hortelã.

Um dia começa bem cedo, 
apressa de uma nova jornada... 
A cada renovar de uma vida, 
portas se abrem – saídas,
Espantam a depressão, 
curam recentes feridas, 
libertam almas caídas 
e estendem a palma da mão.

Nelas existem as respostas para o amor de um coração...
O sim e o não da questão!

De qual versão você gostou mais?
Posted by Brasil Post on Domingo, 12 de abril de 2015

Dueto da tarde (CXXIII)


Dueto da tarde (CXXIII)

As manhãs presas no bucólico doentio, arrepiador nublado infindável e sombrio. Há dias assim! O sol às vezes surge à tarde e não apraz para meu majestoso sorriso.
As manhãs ficam presas no que poderiam ser, lá longe, como a névoa que engoliu a caravela.
Dói à saudade dela – a poesia e ela –, a vida e ela. Dói a liberdade de estar sozinho, de fazer o que quiser, sem cárceres e ninhos.
Caminhos ébrios de vinhos ruins. Tonteira. E tropeços. Cair, chorar a queda – que arremeda a vida – e tentar de novo.
A cobra comendo o rabo não pode pôr o ovo; então solta-se o calor e salta-se o frio, absorve o pavor aquecendo o café frio.
Minha vida é um amanhã agora. Desencapo a harpa que não sei tocar, ponho os dedos na harpa que não sei tocar e toco.
Troco umas notas – ré por mi. Ando de ré, mas para a direção sensata para mim.
O som me embala e cala a voz atroz do “tudo por nós , nada por eles” – sendo que eles são os todos outros que também sou eu.
O bem me fala e me segreda que o bom é vê-la em sonho, vê-la em vida, vê-la em tudo em todos, sobretudo em mim.
Mas é manhã ainda, o sol continua não cumprindo o que prometeu (ou acho que prometeu) e por entre o cinza da neblina brilha apenas uma esperança de que se dilua.
Se nada acontecer ainda terei a lua, e com ela a visão sua, nua, como sempre há de ser.
Se tudo acontecer, terei a lua ainda, e com ela a revisão crua, nua como sempre há de ser.

Rogério Camargo e André Anlub
(14/4/15)

Manhã de 14/4/15



Manhã de 14/4/15

Vim novamente da escola da história; aquela sofrida – ou nem tanto.
Passo e vejo a rasteira do capoeirista que entorta a pista ou somente meus olhos.
Leio enquetes no céu sobre cores do tempo, sobre sofrimentos e felicidades, casos eternos perdidos em uma bolha chamada: “talvez”... E algo mais, ou algo assim – ou nem tanto.
Sinto o cheiro de grama encharcada, de cavalo, daquele mato irrigado, daquela bosta de gado – estrume fresco. Pois bem, estou em casa, enfim.

Acendi a lareira, o incenso, a ideia e vi o moleque Manoelzinho descendo a ladeira nesse frio congelante e inventivo... Menino, sem casaco, sem uma calça quente, sem gorro, sem dente, sem família. 
Voa por cima do muro uma coberta de linho (tenho uma novinha que ganhei da minha vó), ele pega e se transforma em um casulo gigante – algo pré-histórico.
Deu-me um nó na garganta e não consegui cantar! Resolvi fazer uma oração, calado.

Nesse instante um dos santos da estante me olha com um olhar de quem quer dar um passeio; me fala mudo com olhos fixos, e, por fim, me cala em receio.
O pego... Levo ao outro cômodo e o acomodo em cima do parapeito da janela. Nesse momento o tempo abre, o sol brota tímido e as nuvens quase se transluzem – dando para ver a felicidade ao longe.

André Anlub
(14/4/15)

Apenas rabiscos

دو نوازی تنبک و هانگدو نوازی تنبک و هانگ تنبک:نغمه فرهمند هانگ:داویدکُکرمنDavid Kuckhermann - Hang Naghmeh Farahmand - Tonbakکوبه ای نوازان ایران:www.facebook.com/Iranian.percussionists
Posted by ‎شورای ملی ایران‎ on Terça, 7 de abril de 2015


Ah, esses namorados, são apaixonados interessantes; seus corações, seus romances (amor compromissado).
Fazem loucuras sem limites, paixões ardentes sem juízo, só aceitam improvisos, não aceitam palpites.
Ah, esses amantes, é sem vergonha essa entrega; dizem que dá náuseas, dizem que dá raiva e quase sempre causa inveja.

- André Anlub

13 de abril de 2015

Um Mau Lugar da Pseudo-morte

ეს უნდა ნახოთეს უნდა ნახოთ: საოცარი ნამუშევარი !!!
Posted by STAR FM 93.9 on Sábado, 19 de abril de 2014


Um Mau Lugar da Pseudo-morte 
(André Anlub - 4/7/10)

Com as mãos sujas de pecados,
Corpos fortes, mentes fracas,
Lixos espalhados por todos os lados
Ficam a empunhar as suas facas.

Uns nus gritam abafados,
Outros dizem serem soldados de Hades;
Mas todos buscam se alimentar
Comendo os corpos estragados.

Existe em frente um imenso mar de sangue,
Com ossos e pedaços de carne.
Na junção com a terra se forma uma espécie de mangue
Com pequenos moluscos que beliscam as faces

O cheiro de podre domina os lugares,
Também no ar existem pequenas cinzas
De corpos queimados pelos calcanhares,
Bocas abertas procurando brisas.

A dor e o medo são cotidianos,
Zumbis e moribundos vomitam maldade.
A esperança e a vida há muito tempo padecem...
A única saída é pedir piedade.

Do chão ao empíreo

Jornalistas são presos arbitrariamente durante cobertura da ocupação de um terreno no Jabaquara, em ação do #AbrilVermelho
Posted by Podemos Mais on Segunda, 13 de abril de 2015


Do chão ao empíreo 
(André Anlub - 29/03/13)

Vou fiscalizar nosso termômetro da relação, tem que permanecer além de quarenta graus; e nossos complexos e imensos litorais sempre agitados com grandes furacões.
Mas está tudo de bom, gostamos assim.
Devemos manter sempre os pés no chão, e deixarmos tranquilamente o girar da bola; mesmo com as areias quentes, queimando e nada mornando o mormaço na cachola.
Mas já vi que está tudo a contento.
Deixei a vaidade ir embora, e na raça e coragem apertei o cinto e a embreagem, engrenei a quarta e arregacei as mangas, pois já passava da hora.
E voltando ao furacão que carrega tudo por onde passa, demolindo paredes sólidas, abalando alicerces, “liquificando” a massa e deixando escombros no chão...
Realmente tudo nos conformes.
A queda nos obriga a levantar a cabeça, reconstruir com paciência cada passo, cada tijolo, cada pecado e cada inocência... erguendo-se mais rígido e harmônico com o cimento da convivência.
E assim segue a vida... pianinha.

Günter Grass (1927/2015)

Prêmio Nobel de Literatura, morre aos 87 anos
Escritor alemão estava internado em clínica em Lübeck.
Sua primeira obra, 'O tambor' (1959), é best-seller mundial.

Günter Wilhelm Grass (Danzig, 16 de outubro de 1927 - Lübeck, 13 de abril de 2015) foi um autor, romancista, dramaturgo, poeta, intelectual, e artista plástico alemão.1 2 Sua obra alternou a atividade literária com a escultura, enquanto participava de forma ativa da vida pública de seu país. Recebeu o Nobel de Literatura de 1999. Também é reconhecido como um dos principais representantes do teatro do absurdo da Alemanha. Seu nome é por vezes grafado Günter Graß.

Aniversário de Fortaleza

Fortaleza completa 289 anos nesta segunda-feira (13).
Comemoração será no aterrinho da Praia de Iracema.


Uma praia em Fortaleza
Fortalece a alma.

O mar entra em cena e sorri,
Sorri para mim um sorriso discreto,
Mas nada amarelo!

Sorriso azul de verdade
Que pede respeito e doa alegria,
Que passa energia e pede cuidados.

Inspiração de carta marcada
Transborda no meu caderninho...
Como sempre acaba em poesia.


- André Anlub

Galeano (1940/2015)

Eduardo Galeano, que nos deixou hoje, em uma das imagens mais bonitas sobre utopia! <3
Posted by Indique Um Livro on Segunda, 13 de abril de 2015



"Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Pai, me ensina a olhar!"

- Eduardo Galeano 

Dueto da tarde (CXXII)



Dueto da tarde (CXXII)

O tempo não andava. Parecia estar com os pés enterrados em concreto
E o que é concreto confessar é que do jeito que está sua vida também não anda.
Procura marretas, martelos, picaretas, ajeita-se em mutretas. Procura, procurava: o tempo não andava.
A vida estacionada em vaga de deficiente esperando algo diferente e aguardando o hipotético estouro do rebanho.
Ganho ou perda dão no mesmo se este a esmo não se resolve. Não se dissolve o concreto mandando embora o que não vai embora.
O tempo estacionado em vaga de idoso esperando esperançoso que os ponteiros corram soltos e saiam nada vagarosamente desse casulo inerente.
Autopoliciamento: multa e guincho. Talvez uma troca de prisão tenha aroma de liberdade.
Pelo menos assim agitam-se! O tempo e a vida liberam as vagas para os que realmente devem ficar parados:
Todos os que sustentam. Todos os que, caso se movam, deixam cair o que repousa sobre os seus ombros. Sobre os ombros dele o peso é o da gravidade – a responsabilidade de não carregar pesos.
E então o tempo não andava, o tempo não anda e ele não entende a relação entre uma coisa e outra, é uma loucura que ele ande para quem está parado e que estacione para quem se movimenta.
Nas loucuras do tempo muitos se afogam, implorando para que ele passe logo ou demore mais tempo. A insatisfação não é culpa do tempo, pois ele é o mesmo e dependendo do ângulo que é visto pode causar, ou não, o descontentamento.
Então, de quem é a loucura? Ele estaciona e desliga o motor.

Rogério Camargo e André Anlub
(13/4/15)

11 de abril de 2015

Dueto da tarde (CXXI)



Dueto da tarde (CXXI)

Um desafio dos mais complexos para quem não quer perder tempo com coisas simples: 
Ficar parado, tão somente parado, simplesmente parado. É preciso mesmo uma simples mente, uma mente simples para ir além do somente “isso” ou “aquilo”. Movimento é o que ela conhece. Movimento é o que fará sempre, mesmo entendendo alguma coisa do não-movimento.
Em um dado momento o pensamento rompe a barreira do tempo, do som, do sol, do sempre... Assim sendo, rompe a barreira do trivial, dá-se então o fatal:
Vê que não adianta querer não querer. Vê que parar é outro movimento. Vê que silenciar é outro barulho. Os olhos então se fecham para enxergarem melhor e se abrem para o interno fazendo do criador um médico e da criação o enfermo.
Está dentro e imagina o fora. O fora imaginado dentro é apenas o dentro de novo, ainda e sempre.
O cerne em um minúsculo círculo é o mundo, e o universo é a arte; a arte em um A maiúsculo é um músculo que carrega o corpo do cerne.
É a saída mas não é a saída. É a resposta mas não é a resposta. E sorri como se fácil entender porque.
Um desafio dos mais simples para quem tem todo o tempo a perder com coisas complexas:
Achar a saída pelo que não é a saída. Achar a resposta pelo que não é a resposta.

Rogério Camargo e André Anlub
(11/4/15)

Ótimo final de semana

SP-Arte/2015Galerias de diversas partes do mundo participam da feira de arte em São Paulo. O Arte 1 conversou com os...
Posted by Arte 1 on Sexta, 10 de abril de 2015


Se não há cor, colora; se já há colorido, se esbalde.
Se cansar de se esbaldar, desbote... 
e repita sempre tal dote.

Hipnotiza-me sem a mínima hesitação, 
e com a carcaça não tenha perdão. 
Me molda e muda, me desvenda e desnuda, 
aperta tanto meu coração, 
que em seu transmuta.

- André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.