20 de maio de 2015

Tempo de ser cágado

LavaLava incandescente ao cair no oceano e a formação de uma nova terra...
Posted by Adilson Costa on Quarta, 20 de maio de 2015


Tempo de ser cágado
(André Anlub - 2/3/12)

O dia amanhece com muitas nuvens
E a jornada de fome e reprodução.
Anda cabreiro com olhos céleres;
Lento, sujo e determinado...
Vendo de lado ao modo arredio.

Pisando em barro com passos calmos e vida mansa,
Como se houvessem as danças (balés solitários).

Com a pança que arrasta,
Para e ensaia o sorriso.
O pescoço é farto
Para dez relicários.

Tarde caindo afogueada
Confunde-se com o vermelho dos flamboyants.
A garoa molha e limpa seu casco,
Olha a sequoia que é a direção,
Caminha bem lento, vagabundo...

Mastiga e engole algo alucinógeno
E elefantes voam por sobre o verão.

Dueto da tarde (CLIX)



Dueto da tarde (CLIX)

Olha novamente a vontade de chegar. Dessa vez é tamanha a pressa que ultrapassa o tempo e agora é obrigada a viver do passado.
Queria tudo, ficou isso. E isso é um compromisso. O ouriço da sua irritação rejeita, mas não dá sumiço no que ali está.
Vai andar, navegar, namorar e voar. Mas nada há além de todos os momentos contemplativos e imaginários no seu sofá de pedra que se funde ao corpo.
Quer movimento. Move o momento na direção do vento, cultiva o lamento cem por cento e enterra-se no afastamento.
O mundo já estava quadrado há tempos e o céu não passava de um segundo teto sem graça; a vertigem tornava-se divertimento e o choro seu copo salgado de água.
Rói as unhas com seus dentes de ouro. Não deixa marcas de ouro nas unhas.
Dói ver pulhas querendo seu couro. Não se queixa se facas os apunhalarem nas ruas.
Faz tatuagens com as cicatrizes. Escreve mensagens com as varizes. É muito direta com as diretrizes.
Tudo se limita ao seu mundo, no raio que o cerca e que o parta, ao longo de dois metros do seu braço, ao longo do espaço que o espreita.
E daí que parte a vontade de chegar. É para aí que volta a vontade de chegar. Pois não há como sair daí.
O traseiro criou raiz no sofá e a mão congelou na xícara de chá; a TV esteve e está fora do ar e de cogitação e qualquer ação sempre fica no “falar”.
Pode olhar eternamente a vontade de chegar: só vontade de chegar não levanta o corpo de ninguém, não descola as pernas de ninguém, não dá vida a quem já morreu.

Rogério Camargo e André Anlub
(20/5/15)

Manhã de 20 de maio de 2015



Não haverá mais nada para se ouvir além de tudo que se ouve e sempre houve
(Manhã de 20 de maio de 2015)

Já era previsto meu visto ao mundo absurdo do ressurgimento. Já era o momento e já era – acabou – já foi. Já acabaram as fatias do bolo e do tolo e seu falso ouro. Agora, no tempo certo, acabam a penúria e os vinténs. Caindo de cachola no muito ingênuo de honras e glórias, tudo próprio e interno, no adentro contentamento. As luzes pipocam, o som é “da hora”, as luas sorriem no céu. Muitas pegadas na areia, e queima a fogueira, o mar salivando o sal benzido das Sereias e Sereios e o meu e o seu. Ostentação de metáforas, dialéticas com os deuses, no bate-papo sadio, sábio e social. Nas gargalhadas trocadas, nos apertos de mãos, nos tapas nas costas e conselhos de direção. No olhar sincero, no tiro que é certo, abstrato e concreto, no reto e no reto. Nenhum de nós há de saber, há de entender a perícia dos grandes lá em cima. Vejo as árvores crescerem dando sombra e fruto, mas de nada vale aos olhos de muitos. Na poética momentânea, no instantâneo estalo que abre a mente e põe dentro uma ideia. Acede-se a luz na alma e faz-se uma luz tão absurdamente forte que cega os olhos e só ficam os pensamentos. A meu ver assim se faz a inspiração. Não é à toa que muitos se concentram a tal ponto que entram em uma espécie de transe – “transa” sexual com a mente. É uma espécie de meditação às avessas, pois tudo ao mesmo tempo naquela hora pode atravessar a linha do raciocínio. É trem expresso; é avanço e retrocesso; é o Rei subordinado e o escravo tomando posse; é o círculo tornando-se quadrado, e o quadrado perdendo as pontas. Aquele clima frio, o céu totalmente branco com nuvens aparentemente de espessuras grossas; noite calma com os bichos de sempre. A luz fria da garagem serviria para iluminar as telhas e não deixar que morcegos transitem pela área. Mas está apagada... Prefiro assim, deixo assim e viajo...

André Anlub

Na raiz do dom



Na raiz do dom 
(André Anlub - 8/6/14)

A lava incandescente esfriou-se 
Deixou seu toque, deixou sua marca...
Na raiz do dom brotou a escultura.
Tornou-se uma espécie de diamante;
Como se habitasse o cerne de um vulcão
Com sua mente até o momento na vadiagem.
A imaginação no foco extremo em reflexão
E é erma a ínfima preocupação,
Pois assim cresce a suntuosa viagem.

Há o segredo escondido nas chamas,
Canção rara, afetuosa e leve,
Letra que derrama em sonho breve
No mistério do império na miragem.
Há o manuscrito de um Deus cintilando aos olhos,
Nas minhas, nas suas e nas leituras de todos.
É o ritmo dos jogos,
Parábolas com flores,
Pássaros pousados em bonecos de neve.

Vem à faísca em inspiração,
Veio o derramamento das tintas
Em mãos poéticas de mentes abertas
Em vozes de alerta.
Foi no ponto final ou nas três letras do “etc.”...
Ainda em algo abreviado de tal ser banal,
Ser errado que jamais o é,
E como transforma (-se)!

Veio novamente em nós,
Fez criação e liquefez na ação
E se tudo der certo em breve retorna.

Ótima quarta

Orelha que fiz para o livro de uma amigo

A “Amada”:
Às vezes beira o impraticável falar da nossa amada; não somente por ela ser tudo em nossa vida; não por ela estar presente em quase todos os nossos melhores momentos e, quiçá, em todos os pensamentos absurdos, absortos, ou não; mas pelo simples motivo de que qualquer coisa que se fale a respeito da mesma será redundante.
A prolixidade:
A minha adorada numero “um” é a poesia (que minha esposa não leia). Ela permeia pelos meus campos visuais, mentais, físicos, aquém e além; por isso deferência e admiração extremas.
A questão:
Ao me confrontar com quaisquer obras poéticas, de amigos ou não, já me preparo perfumando a alma, abrindo e limpando minha mente e quero/procuro estar pleno e são; quero dar o melhor de mim na leitura, no deguste, pois trato esse “encontro” como único, como o primeiro olhar numa estrela, como um flerte.
O epílogo:
Então, sem/com exageros, temos que encarar com discernimento e submissão a leitura poética a seguir; ter o livro em mão como uma espada e ir ao combate; a meu ver estamos em guerra pela poesia, pois com certeza vamos nos apaixonar por ela, nos enfeitiçar, nos transformarmos em servos e transformá-la em uma espécie de vício salutar que nos remeterá ao “nirvana” das letras, ao “Big Bang” poético e/ou ao “Paraiso” na terra.

- André Anlub

Ode ao Louco varrendo

This is very true!www.artFido.com/popular-art
Posted by artFido - fetching art on Terça, 28 de abril de 2015


Ode ao Louco varrendo
(28/6/12)

- Sente na carne o estrago que a trincheira do corpo 
Deixa passar;
Flecha que não era bem quista 
- disritmia foi-se a bailar
Casco inquebrável,
Por vezes tentado a traições.

Entre o espírito luzidio e a aura,
Há um fulgor de Foucault mais forte;
Persevera a bondade do antes e do agora
Ser altruísta de cumplicidade
Afortunada e contínua:

Mostra com clareza, destreza e simploriamente os “nortes”.

A altivez tem tratamento
(seja por vezes até o suicídio)
Segurando forte em uma mão a vida moribunda
E na outra mão a morte. 
(acalento que soa sem perigo)

Suspenso pelo pescoço,
Com as canelas ao vento
No abismo vê-se de culpa isento 
(dor e remorso)

Dimanem sacrifícios?
- Não, chega de ignorância!

É um louco varrendo...

19 de maio de 2015

É mentira


Veja este episódio NA ÍNTEGRA no #CanalBrasilPlay >http://bit.ly/SOMzeliaZélia Duncan conta todos os detalhes do álbum...
Publicação by Canal Brasil.


É mentira
(André Anlub - 23/3/15)

Ouço aquele antigo e famoso soneto; 
Aquele soneto penoso, faceiro e genioso.
Criou um rolo que rola pela rua ao desígnio;
Sopro do delicado açúcar que soa e sara como seiva na sua nuca.

Vou fingir ressentimento, pirar e respirar o mais fundo possível...
Vem passando o caminhão do fumacê.
Faça como fiz: coloque seus espertos óculos espelhados
E vire um servo que serve de espelho aos cabelos despenteados dos amigos.

Lá vem ele de novo!
- enganou-se o bobo na casca do ovo.

Teve tal sujeito sem jeito para quase nada,
Mas que fez cabana na colina.
Colhia taioba e fazia um refogado supimpa.
Tal homem babava – bebia sidra e dormia cedo, sonhava muito e muito sorria...
Era gente boa, boa bica, de boa índole – dependente de sol e insulina.

Lá vai ele de novo!
- é mentira!

Entrevista de Zélia Duncan na íntegra aqui: http://canalbrasil.globo.com/programas/o-som-do-vinil/materias/veja-o-1o-episodio-da-nova-temporada-com-zelia-duncan.html

Copo de plástico

"A natureza sabe ser belíssima". Foi o que disse uma astronauta ao ver isto

"A astronauta italiana Samantha Cristoforetti publicou nesta terça-feira (19) um vídeo em timelapse com cena de aurora boreal vista da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Junto com o vídeo, a astronauta escreveu em seu perfil no Facebook: "Auroras: raios cósmicos, vento solar e nossa atmosfera... a natureza realmente sabe ser belíssima!""



Copo de plástico
(André Anlub - 13/1/15)

E vai o ar mais quente do verão,
Pelos espaços em brancos, pelas alamedas vazias,
Nas narinas dos santos e dos pecadores.

Vai um filete de água descendo o canto da calçada,
Leva um copo de plástico; talvez leve um vulto sagrado.
No velho casebre o homem esculpe uma cálida imagem,
Que logo, em breve – quem sabe, esboçará uma crença.

No campo azul lá em cima, há gritos de prosperidade...
No palco azul piscina, no alto, no voo e no espaço.

Ninguém mais chega ao ponto, na resposta da longa pergunta...
Numa desconexa permuta de línguas encafifadas rescendentes.

No lago verde, verdinho, com vitórias-régias, peixes gordos e belos...
Alarga a reflexão, vem junto em coroação, um pedinte pé de chinelo.

E vai o ar mais frio de inverno,
Alavancando sua marcha pelo horizonte mais gélido;
Dentro de um copo de plástico, 
Dentro da velha cachaça do pedinte pé de chinelo.

Madrugada de 19 de maio de 2015


O que você faz quando percebe que uma coisa leva a outra e você não tem nenhum controle sobre isso?Às 22h, assista ao...
Publicação by Canal Brasil.


Alguns fatos amargos para quem ama café puro e limonada suíça sem açúcar.
(Madrugada de 19 de maio de 2015)

Corriqueiramente se pega pensando na sua adolescência atípica; por que atípica? Apenas por quatro poréns:
O primeiro aspecto é justamente a própria adolescência que durou até os trinta anos de idade. Não que ele tenha brincado com brinquedos de criança, muito pelo contrário; a convivência, os interesses e os desenvolvimentos familiares, amorosos e nas amizades evoluíram naturalmente; até mesmo quando terminou a escola, trabalhou e fez uma especialização em computação gráfica. Sendo que no ínterim de tudo isso, até os trinta, não aceitava as responsabilidades de adulto perante as diversões e às drogas.
O segundo aspecto é que ele foi extremamente imaturo. Ao ponto de encarar cada minuto da vida, cada situação com extrema surpresa e insano deslumbramento. Tudo era fascinante e em quase todas as manhãs tinha a consciência de que acordava para algo novo, curioso e formidável. Era como mágica, assim como a imaturidade é.
O terceiro aspecto – com correlação ao primeiro e ao segundo – é o fato de mesmo havendo imaturidade ele sempre arrumava um modo de estar ligado aos conhecidos mais velhos. Seja na turma de rua, na família, no gosto musical ou nos esportes. Havia naturalmente algo nele que queria transcender ao tempo, ir mais rápido, mergulhar mais fundo antes mesmo de se molhar. Mas isso nunca foi empecilho algum para ele ser um jovem realizado e extremamente feliz; jamais.
O quarto ponto é mais complexo e leva às drogas. Havia nele uma curiosidade e uma alacridade tamanhas em estar fora do eixo, fora do normal – da normalidade – fora do padrão e à margem das situações impostas pela sociedade.
Ele descobriu o clorofórmio com doze anos. Ficou apaixonado por aquele transe, aquela sensação de aparentemente estar bem aos outros; um corpo de fachada, como se usasse uma máscara com sua cara mais normal possível, e por dentro estar em turbilhão absoluto, além de Via-Láctea. Certa vez chegou a usar clorofórmio na sala de aula, com o professor dando aula e trinta ou mais alunos à sua volta. Com as mãos dentro da mochila molhava o líquido no pano, enfiava a cabeça e sugava o cheiro, o gás, pela boca. Ninguém reparava em nada, as pessoas até falavam com ele normalmente, sem nada perceber. Passou quase uma aula inteira fazendo isso. O corpo dele ali, inerte, olhando para as explicações do professor como se fosse o mais atento dos alunos; e, ao mesmo tempo, inteiramente em outro planeta. Também aconteceu no recreio e até mesmo em casa, várias vezes, ao sentar-se para jantar com a família estando em completo voo.
(continuando nesse quarto aspecto) A coisa foi piorando (como era de se esperar) – ele então a cada dia se enturmava mais com os mais velhos. Eram encontros em casa e nos bares da vida. Procurou essa saída já que alguns da sua idade eram sóbrios, outros fumavam cigarro e maconha (nada do seu interesse) e poucos estavam alienados por algo mais forte. Esses que estavam no pique mais forte geralmente procuravam se esconder dos amigos e família, não tinha convívio de amizade plena e dependiam de bocas de fumo para conseguir o que queriam... Os mais velhos tinham acesso a outros tipos de drogas, como ácidos, coca, bola, anfetaminas e cogumelo... Coisas de maluco!
Isso acima daria para escrever um livro; e ele, como não perde tempo, já está providenciando isso.

André Anlub

Dueto da tarde (CLVIII)



Dueto da tarde (CLVIII)

A vontade de chegar regula os passos desde a partida.
Nos pés as feridas aumentam, o corpo é bigorna e a exaustão é lamento.
Respiração arfante, o peso da determinação determinando a velocidade. E as consequências. 
Nas mãos os calos calados na corda da calada escalada.
Os olhos fixos numa estrada que já foi enluarada, na calçada descalça e no anseio da liberdade alcançada.
Talvez chova. Talvez o sol rache. Talvez não ache o caminho. Talvez falte luz nos olhos. Mas vai adiante.
A vontade de chegar regula as asas desde o desfiladeiro passado.
Metro a metro, pedra por pedra, expectativa por expectativa. O que chega nunca é o imaginado, mas o que a experiência obteve não bota fora, os olhos comprovam, as mãos aprovam e os pés renovam juramentos: um, dois; um, dois; um, dois...
Há muito que andar e andar é muito. O fogo pode estar quase morto, mas a chama nunca morre.
O desejo escorre pelas mãos junto ao suor, e em sol maior se queima e canta uma canção que o silêncio escuta respeitoso e ajuda a criar clima. E este é o clima: 
O desejo da chegada regula os passos, mas há tempos não mais regula o homem.

Rogério Camargo e André Anlub
(19/5/15)

Malcolm X

Hoje o grande líder negro faria 90 anos se não tivesse sido executado em frente à esposa grávida e às filhas menores a mando dos racistas que temiam a emancipação do povo negro.

“Se você não cuidar, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.” 

―Malcolm X






18 de maio de 2015

O Sertão vai virar Céu

Fato
Posted by Marcos Santos da Silva on Quarta, 15 de abril de 2015


O Sertão vai virar Céu
(André Anlub - 13/3/11)

Com os pés na terra ele se sente em casa,
Enxada na mão, sol como irmão.

Na fome, sede, cedo e na raça,
Dá bom dia pra cactos - filho do sertão.

Na luz do lampião lê histórias de Lampião.
No chão rachado, passado e presente na guerra.

Sabedoria lhe dizendo: sempre alcança quem espera.
Massa de gente pobre que nem sempre luta em vão.

Enquanto descansa pouco, pouco ganha pão.
Alguns calangos o observam - outros vão para o fogo.

Assim se vai levando, dia sim sem dia não...
Não se pode dar ao luxo de perder esse jogo.

Nessa vida em aberto, todos os dias são incertos,
No milho na cana, na cana ardente e rapadura.

Muitos pés descalços na chuva de insetos,

Tendo a garra, fé e solidão como armaduras.

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Posted by Camilla Uckers on Terça, 27 de janeiro de 2015

Madrugada de 18 de Maio de 2015



Nosso esforço de busca ao prefeito Geraldo Júlio resultou hoje no flagrante do que ele vinha aprontando desde que o...
Posted by Movimento#OcupeEstelita on Quarta, 13 de maio de 2015


Desafio é quando você se enturma consigo mesmo
(Madrugada de 18 de Maio de 2015)

“Eta mermão”! É brincadeira, é zoeira, dá medo das notícias na tevê, todas terríveis; tanto crime – morte – roubo. As luzes vermelhas piscam o tempo todo em todos os lados; há sombras assombrando os escombros nos ombros dos Diabos; há o medo de faltar dinheiro, medo do desapego, do desemprego, do pé no prego e de arrebentar o tendão; há o temor de não sentir mais dor, não guardar o segredo, quebrar o elo, o gelo e o dedo, carregar a sina ao descobrir no espelho que você é um psicopata homicida. Mas isso é tão normal... É loucura mesmo, ou o mundo está mais normal e eu que enlouqueci de vez? Pois até sei que de vez em quando dou uma de maluco para me sentir mais em casa. Mas vamos à história: Hoje pela manhã derrubei seis abacates do pé daqui de casa antes que caíssem na cabeça dos cachorros. Os coloquei em uma sacola de mercado, dessas sacolas comuns biodegradáveis, bem fracas mesmo; e mesmo sabendo que hoje não era dia do lixeiro, coloquei-a lá fora na minha lixeira que fica no alto para caso alguém passasse e se interessasse e levasse. O inusitado absoluto aconteceu... Levaram a sacola e deixaram os abacates. É ou não é uma singular loucura? 
Mudando de assunto e continuando no mesmo (loucura): a dica é discar direto, falar ao vivo e se comunicar muito sabendo sempre ouvir. Ontem vi sinais de fumaça, ao longe; de repente era alguma tribo antiga, um elo perdido ou achado, no meio do mato ou no terraço de um arranha-céu. Vá buscar nos anais das assombrações, dos cães chupando manga ou “mangando” do macaco Tião; vá realmente se inteirar sobre a obra e abrir o Abril que por lá é verão. Procure instabilidade nas suas inseguranças, segurando nas mãos das crianças e brincando de roda e pião. Loucas teorias: invista na potencia de sua poesia – invista no cantar e dançar sem melodia – leia versos nas ondas, nos lagos, no céu e no chão. É brincadeira, é zoeira... Pode ser que não.

André Anlub

Dueto da tarde (CLVII)



Dueto da tarde (CLVII)

Já não procura me entender desde que perdeu até o interesse em procurar.
E se procuro entender porque não procura me entender, é sozinho que faço isto.
Rasgo a farda, o tempo e o verbo, e costuro novamente ao inverso e embaralhado para ver que bicho dá.
É um salto no escuro com direito a cambalhota. Não sou acrobata, não gosto de circo e tenho cãibras. Mas insisto.
Adoro sonhar alto a possibilidade de estarmos juntos. Odeio sonhos baixos. Quero viver novamente nosso voo, lado a lado, caçoando dos abismos.
E o chão me chama. O chão me chama como um ímã atrai os pregos. Faço com eles uma cama de faquir se contrario o chão.
Cada dia ao amanhecer sinto carecer e merecer sua presença; cada dia ao se findar lamento e suplico que o amanhã não seja o mesmo.
Tomo a forma de meu inconformismo e te levo a imagem do desespero. Você está fazendo crochê e fazendo crochê continua.
Não há paisagem que te distraia; não há fetiche a ser feito; não há defeito nem vaias; o ar que te circunda é rarefeito.
E é deste ar que eu quero a força para minhas pipas, meus balões, minhas viagens ao redor do mundo.
Agora eu não procuro me entender, entender você ou entender ninguém. Vou me entreter existindo trasvestido de céu e assistindo abaixo, ao chão, as formigas humanas andando.
Repito: agora. Porque daqui a pouco não sei. Daqui a pouco pode ser que você largue o crochê.

Rogério Camargo e André Anlub
(18/5/15)

17 de maio de 2015

Ótima tarde de domingo a todos.


Preconceito pela prostituição é um dos mais hipócritas existentes. A pessoa se casa com outra por dinheiro, tem filho – cria da melhor maneira possível –, o filho cresce em um lar religioso (ou não) e o casamento dura a vida toda. Esse filho, por sua vez, pode vir a demonstrar tal preconceito – às vezes pelo subconsciente, outras por ignorância ou até mesmo ingenuidade, – mas nada nesse todo, em absoluto, apagará o fato que a pessoa que o criou se prostituiu em um passado remoto. 

Não devemos esconder dos nossos filhos o que julgamos certo e errado (a nosso ver). Só devemos mostrar-lhes de maneira honesta, tolerante, clara e justa. Sem preconceitos, ódios e sem rancor e prepotência.

Em tempo, existe a prostituição velada e a exposta. Mas nos dois casos a prostituição está lá.

André Anlub


"É maravilhoso ter algo pelo que lutar, ter um horizonte"Às 16h30, no Sangue Latino, @Marcia Scantlebury , vítima da...
Posted by Canal Brasil on Domingo, 17 de maio de 2015

Dueto da tarde (CLVI)

"O mito Kelly Slater, o fenômeno John John Florence e o ex-top Ross Williams aproveitaram o dia de ontem sem competição para um free surf em Copacabana. O mar estava com ondas pesadas e difíceis até mesmo para eles, mas mesmo assim mandaram bem!"

John John Florence x Kelly Slater em Copacabana P5Bem-vindos ao confronto entre o Homem e o Garoto!O mito Kelly Slater, o fenômeno John John Florence e o ex-top Ross Williams aproveitaram o dia de ontem sem competição para um free surf em Copacabana. O mar estava com ondas pesadas e difíceis até mesmo para eles, mas mesmo assim mandaram bem!Confira o ~duelo~ no vídeo :D #vemprapraia #riopro #wsl
Posted by Canal OFF on Quinta, 14 de maio de 2015


Dueto da tarde (CLVI)

Quero fazer um poema para ter um poema depois, quando pouca coisa tiver.
Dentro do talvez e do até, achar matéria-prima para uma rima muita ou qualquer.
Como quem sai da sombra e agarra docemente todo o sol que puder.
Baú e as gavetas abertas, papéis revirados em mil verves incertas.
Sutilmente seguindo um rastro de estrela, uma réstia de lua, um perfume de mulher.
Olhos em preto e branco – que se foram; alternativas multicoloridas – agora abertas
Como os braços do céu esperando o cometa que lhe convier,
Como a vida servindo em colher uma sopa de infindas descobertas.
Quero fazer um poema que seja a sopa, que seja a descoberta e que seja a colher.
A mente descansa correta, pois a criação oculta se faz inteiramente concreta.
É como a alma da alma passeando livre e desimpedida por onde quer.
A flecha em chamas indo a esmo pela chuva, entre curvas de rios e ruas no alvo acerta. 
E enquanto queima o que se deixa queimar com resignação, abre os olhos para não ver
E enquanto não teima em não querer ser o que é, faz nascer e renascer sua poesia e o seu poeta. 

Rogério Camargo e André Anlub
(17/5/15)

16 de maio de 2015

Madrugada de 15 de maio de 2015



Inteiramente a favor de sempre persistir neutro... Até mudar de posição. 
(Madrugada de 15 de maio de 2015)

Acho que a era das raspadinhas passou. Ontem fui tentar a sorte e não achei nenhuma à venda. Não, não é trocadilho... Foi real. Cheguei à lotérica e não havia uma raspadinha sequer colada no vidro do caixa ou pendurada na banca de jornal logo em frente. Simplesmente sumiram! – Mas vamos ao que interessa, ou nem tanto... Hoje no trivial banheiro matutino fiquei pensando em quantas estradas escolhemos ao longo de nossas vidas; quantos caminhos dentro dos caminhos, quantos atalhos, ruas desertas, muros altos e baixos tivemos que pular... E os posicionamentos? Alguns rápidos em escolhas difíceis, alguns difíceis em longas escolhas, os lugares que dividimos e amizades que escolhemos ou que escolhem a gente. Algumas escolhas que adotamos nas nossas andadas nessa roda gigante alucinante chamada vida (na verdade está mais para montanha russa) têm implicações eternas, cicatrizes agudas que nos lembram todos os dias de tais fatos (lembro-me que já escrevi um poema sobre isso) – (esse papo de roda gigante lembrou-me do Tivoli Park que eu ia quando guri). Só você conhece tão bem suas estradas passadas, seus prantos feliz e triste, seus gigantes e anões abatidos, seus problemas sem solução e os solucionados, seus sonhos mais íntimos e pesadelos bizarros, gostos e desgostos, agradecimentos e revoltas. Só você conhece essas coisas tão bem. Mas mesmo assim poucas pessoas realmente se conhecem. Andamos em círculos quando não aceitamos aquele arrepio na nuca, aquele medo de tal passo, aquela ausência da zona de conforto. Para cada temor que haja comedimento; para cada angustia que haja paixão. Havia anteontem um belíssimo desenho em um muro que seguia e acabava ao longo do meu quarteirão, até a minha esquina. Ontem me deparei com tudo cinza, pois pintaram por cima – não entraram no clima. Hoje irão demolir o tal muro para construir uma enorme oficina. É o fim da linha; é o rabo abanando o cachorro. É quase um truque do destino, uma peça pregada pelo tempo que tem pressa em cima do fadário etário do velhinho de outra era. Já era! A criação faz de tudo para estar absoluto para o criador; no dia seguinte tudo é hoje e o amanhã é amanhã, mas o ontem sempre será passado. Duas vezes as estradas se cruzaram, uma no inicio e outra no fim; por duas vezes a vi desvairada, antes do início e antes do fim. É loucura, mas nunca foi dito o inverso; é sonho, mas nunca se acorda para saber. Dou uma dentada no meu sanduiche no pão doze grãos com alface, rúcula, manjericão, camarões médios fritos, queijo ricota e um pouco de açafrão. Açafrão é extraído dos estigmas das flores, do sexo delas; tem gosto aprazível e é um excelente tempero... A meu ver. Pão de maluco às uma e meia da manhã. Vou pintar meu corpo para a guerra, levar minha melhor espada e preparar meu grito. Preparo também o palpite e aposto todas as minhas fichas no inimigo... Perdendo ou ganhando eu ganho. É estranho? – realmente é! Já ouvi falar em alma que fica vagando sem poder pertencer a lugar algum. Ficam presas na lama do limbo, sem esperança e destino... Apenas ficam. Amanhã vou atrás das raspadinhas lá pelas bancas do centro. Quem sabe por lá tenho sorte.

André Anlub

Enxugando os Prantos (parte II)

so close to death
Posted by Mavi Kocaeli on Sexta, 15 de maio de 2015


Enxugando os Prantos (parte II) 
(André Anlub - 18/9/14)

Os homens levaram a melhor, restauraram sem piedade os próprios corações... as nuvens, no gritante azul piscina do céu, ficaram devidamente alinhadas.
Aqui, ali, todos esqueceram que previram a tempestade que jamais se formou; vestes novas, bebidas aos litros e litros, frutas raras e frescas abocanhadas... e nas madrugadas uma surreal lua fluorescente. Como plano de fundo: casais e seus calorosos corpos colados, sorrisos aos montes e seus extensos beijos; no plano mais à frente: crianças corriam felizes, brincavam com brinquedos de madeira e não se fantasiavam de adultos... e não aconteceu o absurdo das águas se tornarem doces e estragarem os dentes. Aqui, ali, a mais completada ordem; muros e rostos pintados com coloridos belos, sem o grafite nervoso da política e o esboço de um papel impiedoso. Em breve os cárceres seriam demolidos, pois jamais tiveram serventia...
Museus de coisas que não existiram... expostos à revelia. A luta por tudo e a luta por nada, nessa mesma madrugada de lua brilhante. Enfim, todos na espera da alvorada, ainda mais o amor... o sol nascerá irradiador, e de fato de um parto; o cordão umbilical nos dará a chance de alcança-lo de fato... tudo no imaginário – possível – no imaginário. 

Dueto da tarde (CLV)



Dueto da tarde (CLV)

Embarco neste amor que me toca em absoluto, desnudo e sincero, que só de ti poderia vir.
Sou navegante atento desatento: cuido os recifes e corais, mas durmo embalado pelas ondas.
Vejo o sol poente, morrendo e renascendo para morrer novamente entre duas montanhas secas pela falta de chuvas; lembro-me dos ensinamentos de Sidarta.
Preciso reler “Sidharta”. E “Demian”. E “Viagem ao Oriente”. E jogar no oceano meu jogo das contas de vidro.
Toco meus dedos nesta água abençoada e sinto-te em equilíbrio; a terra treme e como nos escritos: os desejos e tentações dos demônios de Mara evadem-se.
A tua palavra me fala da minha palavra e do que deixei lá dentro, naquele baú que um dia me mostraste.
Com a mente em paz, desperta para a paz, e cercado por flores de Lotus, mares e estrelas brilhantes, o universo conjura a mim; não há nada mais para buscar ou consertar.
Resta o afogamento: no mar do teu amor, no amor do teu mar: há mares que vêm para o bem...
Minha jornada continua banhada no ascetismo. Reafirmo todo este amor liberto na alma e deixo-te voar livre para onde bem queiras.
Asceta, esteta, atleta: completa presença da abstração, total concretude da essência.
Velas se acendem e ascendem aos olhos, aos ventos e a terra. Maré mansa no meu Ganges salgado – não há drama, o Darma não dorme e é tão comum e intenso aos navegantes leais.
Deposito minhas certezas ao pé de tua paciência e tu as recebes com o mesmo olhar que me acende e mantém a chama desde sempre.
Beijamos os mares, abraçamos as terras e veneramos os céus sem coações, ambições e cárceres – “da lama nasce a Flor de Lótus”.
Talvez sejam apenas minudências. Se forem, culminares em mais paciência para comigo não será surpresa. Nem que a Flor de Lótus viceje no meio do oceano.

Rogério Camargo e André Anlub
(16/5/15)

Cárcere da Criação

Mauro Senise é um dos maiores expoentes da música instrumental brasileira.Às 18h, confira seu novo projeto "Danças",...
Publicação by Canal Brasil.


Cárcere da Criação         
(André Anlub - 10/1/10)

Na imaginação madura que explode em uma linha, 
Que mesmo velha renasce todos os dias;
Na solidão insegura, que mesmo a perigo
Se fortalece com ela:
Os “zás” das canetas quentes são os “ás” nas mangas frias.
O poeta perpetuado nas idéias e criações
Faz de impurezas e mazelas em seu nobre ganha pão.

Na mais absoluta certeza do amor que sente na escrita,
Faz dos sons recitados, iluminadas orações;
Absorve do mundo, do dia a dia, histórias e magias
Juntando a verdade
Com o medo da mentira premeditada;
Se sente o moribundo mais vivo,
Espelho do íntimo de todos.

Voando em um mundo próprio,
Se perde e se cobra no nada.

Mundo surreal de ouros e de sobras!
Fita um objetivo: agradar sem ser o óbvio!
Por muitas vezes consegue, e vai além, se desdobra.
Sendo valorizado, alimenta seu ego persistente,
Ovacionado por vezes preso a criação;
Se sente em cárcere, viciado e doente...
Mas no final é o medo, apego, inspiração.

15 de maio de 2015

A luz do amor

Tem café ai? Entãão... vamos desenhar um panda!
Posted by Tudo Interessante on Sexta, 15 de maio de 2015


A luz do amor      
(André Anlub - 3/3/11)

Beleza exposta no tom de um ingênuo feixe de luz multicolorido entrou pela janela e beijou meu subconsciente;
De criança inocente tornei-me seu adulto amante,
Em um amor nada errante – em uma paixão toda ardente.

Tesouro das águas profundas, 
Ricos barcos afoitos;
Vidas que fulgem no ouro
Que ofuscam olhos presunçosos,
A cada passo e a cada raso e a cada fundo.

Um plantar em outras épocas,
Agora inevitável fruto.

Amor profundo,
Para o mundo não findo tal amor...
Amor vagabundo 
De pés descalços na grama mais verde.

Sinto no seu encalço o verdadeiro flerte:
- perdido e achado 
- no fundo e no alto
- doado e presente.

Firme e forte caminhando
Em frio e calor:
- povoará esse seco mundo
Que a neve derreteu.

Dueto da tarde (CLIV)



Dueto da tarde (CLIV)

Alguma coisa no ar, fora do ar, dava o ar de sua graça de graça.
Estava mais que na hora de orar e arar a (à) terra.
Não só pela fome inevitável. Não só pela vergonha da inércia. Havia tudo mais.
Pés rachados em solos rachados e o sol de rachar na pele estigmas de anos de trabalho árduo.
Suor e cheiro de suor e acidez de suor e manchar de suor. Na roupa e na alma.
Olhos cerrados na serra e na sorte que está na terra e não se enterra na figa que não cai por terra.
Quem erra? O errante, talvez. Quem acerta? Quem traz aberta a ferida submetida e consegue fechá-la.
Alguma coisa na veia, junto ao sangue de guerreiro que corre em disparada sem parada e sem freio.
Está no céu, está na água, está na água que cai do céu. Chega à terra e a terra é isto, convite/desafio ao trabalho.
O galo canta e o cheiro do café adentra o quarto, águas lavam a cara, mão na enxada e beijo na mulher amada... Pé na estrada em mais um dia qualquer.

Rogério Camargo e André Anlub
(15/5/15)

Anéis de ouro branco

The rapid change in the Arctic is almost unbelievable, until you see this video from NASA. (The last 20 seconds are the most shocking).
Posted by The Climate Council on Segunda, 2 de fevereiro de 2015


Anéis de ouro branco       
(André Anlub - 27/7/13)

Teus anéis de ouro branco,
Brilham como os dourados;
São de dureza feito ferro,
Redondos como o globo.

Anéis como tu és: valiosos e únicos,
Carregados com gosto, mas que ostentam a penúria
De serem vistos e terem utilidade.

Tu viajas onde divagas, devagar reages.
Vives na teia da aranha que abraça o todo:
O mundo, as pessoas e os desejos.

Na elegância que tens, encontras versos na ponta do lápis e todos tem dito:
- como é bom ler-te, cada letra, cada frase, cada verso...
A união das palavras em coito vivo.

Está ai, pra quem quiser ver: a paz e o amor!
Que saem do coração e derramam
Em delírio, em choro e grito.

Bonifrate

Pura vida!
Posted by Tribo Surfon on Quarta, 18 de março de 2015


Bonifrate       
(André Anlub - 11/10/11)

Nem imagino por onde é o começo,
Quiçá pela dor que corrói em saudade;
Nessa idade que se iniciou o apreço
Que migrou para incontrolável vontade.

Decompondo o corpo de bonifrate (brinquedo)
Trazendo a pior das tramas do enredo.

O coração tornou-se ferro e ferrugem,
Carecendo do óleo quente da amargura;
Talvez o erro de almejar o impossível,
Senão a demência de só ver a negrura.

Não tenho mais rotatividade na alma:
Velho, meu coração anda torto.
E o porto que há muito tempo vazio,
Expõe os corais de um amor absorto.

E foi-se o Rei B.B. King

Guitarrista tinha 89 anos e estava internado em Las Vegas, nos EUA.
'Ele podia fazer mais em uma nota do que qualquer um', diz Bryan Adams.



B.B. King, considerado o "Rei do Blues" e integrante do Hall da Fama do Rock and Roll desde 1987, morreu na madrugada desta sexta (15) em Las Vegas, nos EUA, aos 89 anos.

A lenda se despede com 16 prêmios Grammy, mais de 50 discos em quase 60 anos de carreira e músicas que marcaram época, como “Three o’clock blues”, “The thrill is gone”, “When love comes to town”, “Payin’ the cost to be the boss”, “How blue can you get”, “Everyday I have the blues”, “Why I sing the blues”, “You don't know me”, “Please love me” e “You upset me baby”.

Abaixo, veja a repercussão da morte de B.B. King:
Bryan Adams, cantor, no Twitter: "Descanse em paz, B.B. King. Um dos melhores guitarristas de blues que já existiu, talvez o melhor. Ele podia fazer mais em uma nota do que qualquer um. #respeito"
Ringo Star, ex-Beatle, no Twitter: "Deus abençoe B.B. King. Paz e amor para a família dele. Ringo e Barbarax"
Lenny Kravitz, cantor, no Twitter: "B.B., qualquer um podia tocar mil notas e nunca dizer o que você dizia com uma. #RIP #BBKing"

Gene Simmons, vocalista do Kiss, no Twitter: "Muito triste. B.B. King: descanse em paz"

14 de maio de 2015

Não é hobby – não é trabalho... É o “escambau” e ponto final.

O Primeiro livro com 150 Duetos já está disponível no Clube de Autores a preço de CUSTO. E, modéstia à parte, a capa e o conteúdo estão impecáveis.



Não é hobby – não é trabalho... É o “escambau” e ponto final.
(Manhã e tarde de 14 de maio de 2015)

Foi pela manhã, pelo canto do galo, a bola girando e ninguém preocupado com o atum em extinção e o gelo derretendo nos polos. Ainda um pouco cedo para quem ficou lendo, trabalhando em projetos e foi dormir lá pelas duas da matina. Antes de acordar ainda ouvia dentro do sonho o telefone tocando... Finalmente acordei, sai correndo e ainda atendi; era um telefonema da vice-presidente de uma das academias de letras na qual faço parte. Era de assunto burocrático, um tanto pragmático, a respeito de um projeto que estou participando e blá, blá, blá... Tudo na mais perfeita ordem... Aleluia; pois então terminei a conversa, lavei o rosto, escovei os dentes com gosto de ontem na boca; uma mordida no cereal e o café rápido de máquina para depois fazer o “oficial”... E na minha meditação matinal algo inusitado me ocorreu: resolvi então não chamar mais minha escrita de hobby; bem, o que é a “minha escrita”? – Minha escrita é a dedicação aos textos, aos poemas, redes sociais, aos amigos poetas, as mais de cinquenta antologias que participei, aos livros dos amigos que divulgo, meu site, livros que doei, livros que vendo e muitas vezes brindo, com bastante carinho, e alguns deles com certeza ficam enfeitando as estantes (arrisco dizer que alguns até estão servindo de apoio para móveis). Minha escrita é isso e mais alguma coisa que não vou colocar aqui/agora para não ser prolixo. Despontei da meditação com duas certezas: (1) não quero mais chamar de hobby e (2) a escrita é trabalho e trabalho árduo – e muito prazeroso, diga-se de passagem –, mesmo sem um retorno financeiro sólido e significativo (falta bufunfa – cascalho – dindin). É triste constatar que o escritor, poeta, artista plástico, músico, compositor ou qualquer outra profissão embutida nessa arte de criar e/ou ensinar não tenha o seu valor apropriado, justo e satisfatório. No nosso país, e em muitos outros, é deprimente ver que o professor – ofício determinante e de suma importância na criação de qualquer individuo – não tem a quinta parte do valor que merece. Pulando a manhã, pois passei-a toda com o meu antigo hobby na cabeça; havia dias que eu não dava minha caminhada vespertina: ir ao banco, na lotérica, ir na praça, no mercado ou simplesmente gastar sola de sapato. Hoje fui dar uma andada e deparei-me com um amigo muito distinto, que prezo muito (corro o risco de ele estar lendo essas linhas nesse momento); vizinho simpático, que adora meus livros e o que escrevo, amigo bom de copo e de papo inteligente. Conversamos sobre o próximo negócio dele, pois o mesmo já foi dono de um restaurante no centro que foi muito criticado, pois o taxaram de boêmio, de boa vida, de quem só abriu e administrou o restaurante para se auto intitular trabalhador (herdeiros apontando dedos a herdeiros – hipocrisia pura). O restaurante em questão só conheci por nome e em diversas histórias de outros amigos e conhecidos de copo (nessa época eu não residia por aqui). No momento ele quer abrir uma padaria. Mas não aquela padaria convencional, de filas de pessoas em direção ao caixa com suas notinhas nas mãos e uma pressa e calor terríveis; não aquela com frangos girando, iogurtes baratos, salgados oleosos e massudos iguais os rostos dos funcionários. Mas sim uma padaria com uma boa gama de cafés, uma música ao fundo (pensei num jazz), opções imensas de pães e frios, um bom padeiro e entregas em domicílio. Sim, a domicílio. Confidenciou-me que essa ideia da entrega veio da minha boca há cinco anos. Na época conversávamos na rua André Cartaxo, onde eu residia, e eu atrasado cortei o papo pois queria ir comprar o pão ainda quente na rua da perimetral. Comentei a ele que não entendia o porque de nenhuma padaria fazer entregas de moto ou até mesmo bicicletas, pois tinham corriqueiramente um grande movimento  naquele horário de fim de tarde. Passados tantos anos e agora fiquei feliz com a lembrança da ideia, pois até eu mesmo sendo o “autor” da mesma só recordei depois que fui lembrado. Sai da conversa e lembrei-me dos meus pensamentos pela manhã, de como a energia negativa é perigosa e temos sempre que ficar preparados para quaisquer imbróglios do caminho. Também me banhei com energias boas e com a certeza de uma coisa: não importa como as pessoas olham seu ofício, como irão falar aos ouvidos abutres, quantos dedos apontam para você quando se está de costas... Não importa! Essa é a sua labuta e ponto final. Então, só de sacanagem, resolvi voltar a chamar de hobby.

André Anlub

Tapete vermelho do amor



Tapete vermelho do amor
(André Anlub - 22/5/13)

Saiu a lista dos apaixonados do ano
nem sicrano, nem fulano
meu nome estava lá.
Foi magia
em primeiro lugar, quem diria.
- mas por favor, não vão me alugar...

Já era de praxe
peguei pesado no sentimento
amei além da imaginação.
Não teve um sequer momento
que eu não tenha acertado na mão.

fiz o bê-á-bá certinho
o arroz com feijão.
Rezei conforme a cartilha
e para não perder-me na trilha
segui cada pedaço de pão.

Comecei como homem de lata
levei na lata, fiquei em frangalho.
Nunca levei jeito pra espantalho
sobrou muita coragem pro leão.

Por causa da inspiração
deixei de me acabrunhar num fosso.
Tornei-me de cerne, carne e osso
e fiz da poesia oração.

Dueto da tarde (CLIII)

A natureza é encantadora!Climatologia Geográfica
Posted by Climatologia Geográfica on Terça, 12 de maio de 2015


Dueto da tarde (CLIII)

Hei você, essa estrada é difícil, íngreme e costuma ter cobras.
Você não precisa de binóculos, bússola ou protetor solar. Você precisa de atenção.
Há caminhos fáceis com portas abertas e muros baixos, uns até tem tapete vermelho.
Há caminhos tão fáceis que você nem precisa caminhar: eles te levam sozinhos. Essa estrada não é um deles.
Já vi gente indo voando como pássaro, mas quando saíram do transe estavam parados no mesmo lugar.
Já vi gente caindo como pássaros sem asas. Humanos são pássaros sem asas. Humanos têm estradas para andar e pés.
Ali, há um atalho... Naquela rua vagabunda e insalubre, onde mortos-vivos caminham tropeçando e pitando seus cachimbos malditos.
Ele vai dar num beco, o beco vai dar num brete, o brete vai dar num labirinto, o labirinto, depois de uma vida inteira, vai dar num atalho.
Posso até levá-lo no meu lombo de meio homem forte meio cabrito forte. Mas vai custar o olho da cara... Mas somente um. Ainda terá o outro para enxergar.
Mas pense bem: eu posso ser um atalho... Largue binóculo, bússola, protetor solar e preste toda a sua atenção: eu posso ser um atalho...
Há de se reafirmar esse contrato comigo, como novo amigo e aspirante contratante. Há, por um instante, a necessidade da troca de espírito... Somente por um dia.
Um dia pode ser uma vida. Uma vida pode ser uma eternidade. Uma eternidade pode ser a falta de tinta para reafirmar esse contrato.
Hei você, volte! Ainda não terminamos nossa conversa. Por que arregaçou as mangas e calçou suas chinelas? Tem certeza que vai encarar esse caminho?

Rogério Camargo e André Anlub
(14/5/15)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.