30 de maio de 2015

Torta de amora

PUC: bispos rejeitam Michel Foucault#tvCarta Após atingir o mérito de hospedar uma cátedra universitária, com áudios do filósofo Michel Foucault, o cardeal e os bispos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo rejeitaram o material com a justificativa de que os pensamentos do francês conflitariam com os da instituição católica.Uma cátedra universitária é uma instância acadêmica destinada a fomentar o debate em torno de alguma figura que se destacou em algum campo do conhecimento.
Posted by CartaCapital on Sexta, 29 de maio de 2015


Torta de amora
(André Anlub - 14/11/13)

Renasce com o dia a serenidade,
Que buliu com o ontem fazendo o momento,
Esculpindo o hoje de um modo mais tenro,
Fundindo o amor e rejuvenescendo.

Seduzido no deserto pela miragem,
Fica quase abolida a palavra “sozinho”.
Mil dentes surgem sem prévia censura,
Fazendo abrigo no corpo vizinho.

Fez-se vida no horizonte do sortilégio,
Jogada ao vento no intento da vela.
As águas singelas, um sol amarelo,
Nos pés os chinelos de couro bem velho.

Há aquela clara linha que guarda e guia,
Caminho dos senhores, dos guris e gurias,
Alegrando o coração no calor da emoção,
Tornando a ação repleta e divina.

A essa linha tênue se deixa um pedaço:
- Não da paz, não do corpo, da alma tampouco.
O pedaço que nutre, que fleuma e flora
Com a cor e o sabor de uma torta de amora.

Dueto da tarde (CLXIV)



Dueto da tarde (CLXIV)

De frente para o que ficou para trás, olha e fecha os olhos.
Mais um trago, mais um rasgo no peito. Deita-se e grita.
As paredes absorvem seu grito. As externas. As internas não absorvem sua aflição.
Sua intenção é disfarçar o momento... É tudo em vão.
Pelo vão dos dedos escapa o que poderia. E o que poderia? Apenas gritando, o que poderia?
É malandro, mas ainda não aprendeu a malandragem; é do povo, mas ainda não aprendeu a comunhão.
Com teorias enche um balde., Com soluções caseiras enche outro. E vai deixando os baldes pelo caminho, como quem recolhe pingos de goteiras.
Os olhares enxerga a vida; disso é a única e básica certeza. De resto vem à clareza de nada estar claro. Mas a vida continua.
A vida não só continua como não para. Não existe parem o mundo que eu quero descer. Mas ele grita.
Parem o mundo que eu quero descer: isso não é só uma frase – desabafo – uma música, é a realidade de muitos... É só parar e ver.
E é só não parar, é só continuar andando e chega-se ao chega!
Existe um segundo “ele”, ele sabe, mas quer assumir. Existe um mundo paralelo, até a tentativa de um elo, mas esse ele dispensa e conhece muito bem.
Lá é lá. Aqui é aqui. Mesmo lá sendo aqui. Mas enquanto não se tiver nas mãos, estará gritando com as mãos vazias.
A verdade é clara e a luz já veio; a realidade é rara, mas também veio. É uma tarde cinzenta, mas assim se colore; é uma tarde nojenta mas o beijo está no ar.
De frente para o que ficou para trás, olha e abre os olhos. A claridade inusual fere e assusta. Mas os olhos estão abertos.

Rogério Camargo e André Anlub
(27/5/15)

Mar de doutrina sem fim

Para quem trabalha, ou não, com a linguagem, é um video interessante.via Paulo Antonini:
Posted by Mano Melo on Sexta, 29 de maio de 2015


Mar de doutrina sem fim      
(André Anlub - 12/5/14)

Houve aquele longo eco daquele verso forte desafiador;
Pegou carona na onda suntuosa de todo mar agitado:
- fui peixe insano com dentes grandes e olhar de bardo;
Fui garoto, fui garoupa, fui a roupa do rei de Roma...
E vou-me novamente mesmo agora não sendo.

Construo meus barcos no sumo da imaginação:
(minhas naves, pés e rolimãs),
E como imãs com polos iguais, passo batido... 
Por ilhas virgens – praias nobres – boa brisa;
Quero ancorar nas ilhas Gregas, praias dos nudistas e ventos de ação.

Lá vem novamente as velhas orações dos poetas,
A tinta azul no papel árduo
E vozes roucas das bocas largas,
Mas prolixas: mês de maio, mais profetas.

E houve e não há, o que foi não se repete;
Indiferente das rimas de amor – vem outro repente...

O mar calmo oferece amparo:
- sou Netuno e esqueci o tridente,
Trouxe um riso com trinta e dois dentes;
Sou mistério que mora no quadrado de toda janela,
O beijo dele, dela, da alma ardente que faz o mar raro.

Dueto da tarde (CLXV)



Dueto da tarde (CLXV)

Um dia depois de um dia que não precisaria ter acontecido.
Um dia para entender que qualquer dia pode acontecer.
Hoje cabisbaixo e desgostoso não consegue se olhar no espelho.
E o espelho era o mesmo ontem, vai continuar sendo o mesmo amanhã.
Brigou com sua vida, tentou entender e não entendeu, ficou de mal com o mundo e em um surto desfaleceu.
O mundo não foi juntá-lo. Ninguém do mundo foi juntá-lo. Teve que se reerguer sozinho.
Organizou o que restou de suas forças, ergueu a cabeça e foi encarar seu juízo no espelho.
Não era um juízo final, nunca será. Também não era o perdão, a remissão, a condenação afastada. Era apenas olhar. E ele olhava.
No inicio não gostou do que viu, mas logo veio um discreto sorriso. Ficou corado... Não se sabe se por vergonha ou a força que voltou.
Do chão ninguém passa. E só os fracos fecham os olhos ou viram as costas para o espelho.
Um dia depois de um dia que mais parecia uma noite. O sol e seus olhos voltam a brilhar.
Reconhece. Já viu o sol antes. Já foi o sol antes. Mesmo que também seja noite quando é noite.
Contentamento de ter perdido uma luta, mas ganhou o duelo e aprendeu uma lição. Só que novas lutas, lições, espelhos e dias difíceis virão.
Amanhã é amanhã. Hoje é hoje. O espelho também diz isso, mas é preciso ouvir o que ele diz, não o que ele dirá.
Pensou em quebrar o espelho para evitar o conflito; pensou em consertar a si mesmo para evitar o conflito.
Pensou que só com o espelho intacto pode consertar o conflito. Então sorriu – para si, para ele e para o mundo – e foi preparar um café.

Rogério Camargo e André Anlub
(30/5/15)

29 de maio de 2015

Os vivos corais do mar morto

Os vivos corais do mar morto 
(André Anlub - 11/6/13)

A ideia vai e vem à paisana, é assim:
Olá, escreva-me, como vai?
Ouço certo do outro lado da muralha
E a imaginação não se esvai
Como um surto atípico...

Não me corta feito navalha,
Nem me beija como o fim.

Reaparecer requer confiança.
É aceitar o dom que foi dado de herança,
Sem nem mesmo querer receber.

Tudo fica mais intenso e brilhante
Quando as barreiras caem.
Pode-se ver, ouvir e sentir - o além.

E quando vem a implacável esperança,
Ponho-me a escrever cada vez mais.

O azar eu nocauteio com certeiro soco no queixo;
A solução está no fundo do mar...
Prendo o fôlego e mergulho até lá,
Mesmo em plena maré cheia.

Pude ver belos corais que fazem desenhos
Que completam os traços nos corpos dos peixes.
Vi o majestoso feixe da luz do sol incidente
Que faz contentes as arraias que se entregam.

Enfim, vou repetindo as dicas
Que venho recebendo na vida.

Adaptar-se é fácil, complexa é a nostalgia!
Principalmente das farras em família,
Das ondas que vi o mar oferecer.

As paixões incompletas estressam,
Surgem, mas não se deixam ver.
Ficam cobertas com o manto da noite
E somem no mais sutil alvorecer.

27 de maio de 2015

https://www.youtube.com/watch?v=P5r5BYL84Tk&index=4&list=RDqFbsM3aJzbA

História

             

 Outro dia flagrei-me lembrando de certa véspera de Natal, lá pelos idos de 1992; quando encontrei nas areias finas da praia de Grumari.Uum grande amigo de infância "foi realmente uma enorme coincidência" já que estou falando de uma praia que se encontra numa reserva ambiental que conta com a presença de poucos “points” e que é brindada com ondas em quase toda sua extensão (2,5 km). O encontro: estava na praia num dia ensolarado, dando minha corrida pela areia e esquecendo-me da advertência do médico a respeito do meu joelho bichado... Advertência esta que eu não deveria correr nem pela areia mais dura, perto do mar, muito menos pela areia fofa... de repente vi aquela prancha fincada na areia, ao lado de uma cadeira vazia e um guarda sol com estampa de cerveja. Reconheci a prancha e já voltei meus olhos ao mar. Lá estava o “brother”, surfando de jacaré, bem ao estilo de nossa meninice... sentei-me na cadeira, meu joelho “sorriu”, olhei novamente para o mar e assobiei... trocamos acenos e me ofereci à poesia. Ele, morador do Bairro Peixoto em Copacabana, era meu vizinho de bairro, andávamos na mesma turma e dividíamos as mesmas praias e namoradas... Ele, que sempre após a ceia na casa dele passava na minha para comer mais um pouco e beber mais um vinho, já avisou que naquele ano não seria diferente, deixando-me extremamente feliz. Nesse dia, nessa cena congelada na hora, e agora se congela na memória, começou meu mergulho no mundo poético, uma de minhas razões de viver. Um poema nasceu, amadureceu e se concretizou anos depois; o poema melhor lapidado e com respingos dos Natais que passamos juntos, sorrisos que dividimos e das opiniões e namoradas que trocamos... 
Um poema de saudade, de falta e da sensação que deveria ter ficado mais datas ao seu lado... grande amigo.

Assim Sendo



Assim Sendo

O pior ou mais então
fazer da vida uma falésia
um lugar de inspiração
é o senão ou amnésia.
Busca no céu o sim e o não
incessante imaginação
pérola da ostra disforme
tem seu valor ou não?
Depende do gosto, tesão
arde, seca e envolve
é como um lençol limpo
olímpio do bom gosto.
Puro suco que o amor absolve
nunca antes cultiva
erva do mais invés prazer
se transporta variante
oposto que é um ser.
Prazer vulgarmente em buscá-la
julgas beneficio do homem incomum
primazia feito de restos
cala-te a mente de modo algum.

André Anlub

25 de maio de 2015

Armageddon II


Armageddon II

Caçadores de cobiças e amores perdidos
Senhores dos seus projetos de ações duvidosas
Jardineiro na ufania das flores de cera de ouvido
Decifram a nostalgia de ocorrências rigorosas.

Lenhadores brutamontes com os seus machados cegos
Filhos de escravas negras com índios
São brancos com seus olhos claros de guerra
Sem ego, mas com a ganância de buscar o infinito.

Se a chuva de meteoros chegar em má hora
E quatro cavaleiros lhe derem guarida
Com parcimônia de quem cultiva uma passiflora
Empunha a espada, dá meia volta e procura saída.

Vivendo em um singelo passado do agora
Azul que faz fronteira com um feio absurdo
Os vieses que ecoam aos ouvidos de muitos
Aquecem como o nome de Nossa Senhora.

-André Anlub

Dueto da tarde (CLXIII)



Dueto da tarde (CLXIII)

Deu a volta ao mundo, olhou bem pelas frestas, lacunas, arestas, entrelinhas, montanhas e esquinas e não achou.
Deu a volta ao infinito – assim parecia – e quando olhou bem estava no mesmo lugar.
Deu-se então a escrever em pergaminhos todos os seus sonhos vividos e suas lembranças presumidas.
Escrevia, queimava seus escritos, jogava as cinzas no ribeiro aos fundos de casa e deitava para sonhar os resultados.
Ao sonhar com resultados – as consequências – dava-se então novamente a criação – a causa – e outra volta ao mundo.
Viciado no círculo vicioso, era um hamster em sua roda, testando os limites da sua resistência. 
Diz-se então sã, e todos são... Assim sãos os pensamentos como o cão correndo atrás do rabo e o lago que todo ano congela... Parecem recorrentes, e são.
Recorre, corre, concorre e o tempo transcorre em seu desfavor: já são onze horas, não jantou ainda, não entendeu nada ainda.
O mundo veio à sua porta cobrar à forra. Quer dar uma volta a sua volta, quer vê-la torta e tonta, girando até sabe-se lá quando.
Deu espaço para o mundo, agora o mundo toma-lhe o espaço e nem ao menos ri da piada. Dá uma espiada ao seu redor e só vê muito espaço no espaço eterno da Via-Láctea e seus adjacências.
Já são onze e meia. Não jantou ainda. Coloca uma porção de mundo em seu prato, outra porção mundo em seu copo, ajeita a almofada mundana em sua cadeira e senta.
Fecha os olhos e no escuro dá algumas voltas. Junta as cinzas de seus escritos, separa lembranças e sonhos e depois os mistura no infinito. Tudo são fulgente e ambíguo – enfermidade e saúde – mundo e sorriso.
Faz desenhos estranhos com o dedo na poeira em cima da mesa. Fica olhando para eles longamente. Já é meia-noite. Vai dormir sem jantar.

Rogério Camargo e André Anlub
(25/5/15)

Dueto da tarde (CLXII)



Dueto da tarde (CLXII)

A faca penetra gelada no coração e exige ser bem recebida.
De imediato a dor se espalha, percorre todo o corpo e estaciona no cérebro.
Cérbero à porta, rugindo inutilmente com as três bocarras: Isso é injusto!
As sensações explodem enquanto a lâmina malandra, cega, carcomida pela ferrugem vai se fragmentando.
Dissolve-se a faca gelada no coração, dilui-se no sangue, passa a circular com ele. O corpo estranha mas precisa continuar vivendo.
Agora o corpo mais quente, há brilho nos olhos, suores na mão e os sintomas que beiram uma contaminação.
“O que é que você tem?” “Uma faca velha correndo nas veias”. “Não acredito!” “Eu quase também não”.
A alergia piora, a dor torna-se quase intolerável, o coração apressa e a pele comprime... Tudo isso quando ela está por perto.
Quando ela está dentro, é pior ainda. E quando ela penetra gelada exigindo ser bem recebida, parece que o sentido de honra do mundo foi para o esgoto.
Pode haver o revide – deve haver o retorno. Uma espada dos Templários da época das Cruzadas, gélida e antiga – porém nova – indo em direção ao coração de quem atacou primeiro.
Revide revive: não resolve uma espada enterrada lá se continua uma espada enterrada aqui.
A saída é a trégua dos dois lados; nada mais de espadas e facas, dores ou prazeres. A saída é abdicar-se do campo de batalha e escolher o distanciamento.
E enquanto a saída comemora seu neón piscante a dizer “sou eu, sou eu!”, a faca acomoda-se e protesta se a extirpam. 
A sangria ocorre – mesmo que imaginária – a cor rubra invade os passos – o olhar; os sonhos começam a pipocar pelo espaço e as lâminas de aço param de incomodar.
Na gaveta, no faqueiro, nos armários, nos mostruários, nas paredes, até podem exalar inocência, mas na metáfora do amor caem em mãos certas/erradas e abrem dois talhos na carne: cumplicidade ou rancor.

Rogério Camargo e André Anlub
(24/5/15)

A Perda da Fé

Teístas e Ateístas... 3,2,1 para começar o bla bla bla
Posted by Oscar Filho on Quarta, 6 de agosto de 2014


A Perda da Fé                 
(André Anlub - 21/1/11)

A visão mais turva, suja,
Deixa que eu mesmo piso na uva.
Sei que irá curar o desalento,
Muito mais fácil deixar cair dos olhos uma chuva.
Cansei de levantar para o céu as mãos,
Engasgo com o medo, ébrio e hipocondria.
Supre a dor com o Comprimento de um comprimido* comprido...
Levanta e não cai de joelhos ao chão.
Dizem que um Deus te ama!
O resto do mundo não.
Todos os elos dessa corrente,
Foram tomados pela ferrugem.
Águas só me molham, aos outros ungem,
Palavras incertas e ditos incoerentes.
Com os nossos cabelos ao vento
Que acabam levando a vida,
Uma partida fez-se momento,
Para um lugar bom será sempre bem-vinda.
Como sabemos dos nossos erros
E como fingimos indiferença.
Como negamos todos os zelos
E como sofremos com nossas crenças.
Dedão nas orelhas,
Mãos espalmadas
E línguas a mostra...
Armado o circo, chamamos os santos.
Com olhos cegos soltem seus prantos...
Eu perdi a fé, quero uma forra.

24 de maio de 2015

O sábio e o tolo

Meditação contra o estresse: prática é benéfica em situações-limite


"Ao contrário do que muitos pensam, para meditar não é preciso seguir uma religião ou filosofia de vida. A técnica, cada vez mais empregada na medicina, é utilizada para obter um relaxamento profundo e promove inúmeros benefícios ao corpo, como diminuição do estresse, melhora do sono e pode até curar uma depressão. E o melhor: pode ser praticada, inclusive, durante a aula ou o trabalho.
Há cerca de 20 anos, a médica e professora de saúde pública Lúcia Ramos resolveu praticar a meditação para sair de um crise emocional. Desde então, passou a estudar a técnica e, há um ano, decidiu ensiná-la a seus alunos universitários, que passam diariamente por situações desgastantes e exaustivas. Durante as aulas, ela tira cinco minutos para meditar com os estudantes, ensinando técnicas de respiração e formas de driblar o fluxo do pensamento.
— Os estudantes de medicina estão diariamente expostos a situações estressantes, que exigem bastante, além de o curso ser em horário integral. Por isso, apesar de a meditação não fazer parte do currículo, eu aplico a técnica durante cinco ou dez minutos em aula.
A aluna Thaís Lopes, de 21 anos, conta que, desde que aprendeu, medita sempre antes de momentos de tensão e de dormir. E já percebeu resultados:
— A meditação ajuda a me acalmar, tanto física quanto mentalmente. Durante a técnica, fico repetindo mentalmente uma palavra que tem bastante significado para mim, é maravilhoso.
Ginecologista, professor e autor do livro “Medicina e meditação”, Roberto Cardoso explica que a meditação é capaz de causar uma alteração na química do cérebro, promovendo o aumento da produção de endorfina e diminuição de cortisol. Essa mudança na neuroquímica do cérebro tem uma função reguladora sobre o corpo e a mente, promovendo relaxamento e bem-estar. Cardoso dá palestras e oficinas também para médicos."

O sábio e o tolo

O mais sábio homem também erra. Erra ao tentar ensinar quem nunca quis aprender. Os tolos morrem cedo, senão por fora morrem por dentro. Ou ambos.
O mais sábio homem também ama. E nesse amar, mergulha... E se entrega, confia e muitas vezes erra. Os tolos desconfiam, nunca arriscam, nunca amam, por isso acabam não vivendo... Morrem por dentro e por fora, acabam errando sem jamais terem sido sábios. Ser quase sábio. Dos três métodos para ter sabedoria, como Confúcio dizia: o primeiro é por reflexão – é o mais nobre... Esse para mim não existia. O segundo é por imitação – é bem mais fácil, mas digo não! O terceiro é o meu jeito, é também o meu fardo; é por experiência, e com certeza o mais amargo. Sabedoria não nasce em árvore. E eu com meus poemas, papéis, papiros e rabiscos, bloquinhos, lápis, problemas... Tudo isso esquecido na imaginação de uma cena: um fogão a lenha queimava, era uma bela manhã, o café já pronto na mesa, o trem passava apressado, cheiro de chá de hortelã. Um dia começa bem cedo, a pressa de uma nova jornada. A cada renovar de uma vida portas se abrem, saídas... Espantam a depressão, curam recentes feridas; libertam almas caídas e estendem a palma da mão. Nela existe a resposta, o amor de um coração é o sim e o não da questão.

André Anlub

Mais e mais sobre o amor:

Louis Johnson was one of the funkiest bass players ever and was one of the grandfathers of slap bass playing! Check him out inthis demo from 1985.
Posted by Majic 102.1 on Sexta, 22 de maio de 2015


O amor é intrínseco no ser mais brioso,
Meticuloso com a mais esplendida jornada,
Eleva as nuvens, voando baixo, o ser vistoso... Sempre o amparo da sensação resignada.
Em paz abro um gigantesco sorriso
E nada indeciso, festejo; 
Meu desejo não é conciso,
E no benfazejo busco o breve beijo.

O amor é tudo, com as devidas exceções.

O fez de servo esse amor coibido,
A mercê do seu regalo,
Diluiu-se em seu cerne,
Atravessou o fino gargalo...
Qualquer antes desafeto,
Agora é reto, sombra e estalo.

André Anlub

Nano ponderação

Foo Fighters perform "Everlong" accompanied by highlights spanning 33 years of Dave's late-night career on the final episode of The Late Show with David Letterman.



Nano ponderação

Sou o que almejei,
Nas artes que exponho,
Nos caminhos que percorro,
Com o anseio obtido,
E a humildade sem agouro.

Nos textos, cor e poesia,
Priorizo a primazia,
Sem aprazas e exigências,
Sem demências e folias...

Criando com o amor,
Real matéria prima - prazer, lida e ida.
Nos entraves de minha vida.


André Anlub

Madrugada de 24 de maio de 2015



Resolveu decorar o mundo de dentro e tornou-se bem mais feliz
(Madrugada de 24 de maio de 2015)

O menino sério encara com o olhar severo a mãe que pega o chinelo mas nada faz. A mãe olha com olhar calmo o marido calvo e que também é alvo das fofocas locais: ele a trai com a vizinha, também com a filha do dono da mercearia e mais umas três ou quatro mais. O homem com olhar veemente e demente olha a mãe, olha o filho e fechando a porta de repente, sem despedida e sem pranto. Ouve-se um canto onipresente de corações indiferentes. Há um leque muito grande de opções para um só corpo frágil. Nada o faz mais indolente, pois tudo é prático e tudo praticamente aceito pelo patego que não consegue chegar ao arremate; lutar com bravura, encarar os monstros e o fogo. É xeque-mate para a mente fraca e sem vitória; é a faca do atirador maluco que sempre passava rente a cabeça da modelo zonza e giratória; mas hoje acerta. Só ve o que é justo pelo olho mágico da porta: o corredor cinza vazio, a lixeira azul marinho descascada e a escada assombrada. Os portões com trancas fortes de aço e aquele cadeado idiota que não segura nem vento, pois nem o vento fresco vem ventar, vem deixar refresco, nem o vento veio fazer companhia... Mas o monstro estava dentro de casa. Assim deixa maior ainda a sensação de desprezo de um sozinho na vida. Não Desafiou a tristeza, livrou e deu asas à destreza e descabelou a beleza... Agora, anos mais tarde com a visão que voa, quer abraçar a garoa gelada dando um sorriso quente – mas à toa. Agora é tarde meu compadre; agora não só o circo pegou fogo como já foi restaurado. Agora o malabarista não usa mais bolas, joga dinheiro ao alto; o trapezista atravessa o céu de Pasárgada; o palhaço faz rir até quando dorme e o mágico tirou o amor da cartola. O menino sério acendeu e tornou-se poeta; o menino, agora homem, vive sua existência de sonhos e realidades fora do poço fundo de piche e breu. Agora nem risadas nem choros, nem indiferença tampouco diferença, nem uma reza de crença, nem a ciência de ateu ao homem que pelo caminho se perdeu. Agora olha com olhar sereno, risonho e ameno a mãe que ainda nada aprendeu.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.