6 de julho de 2015

Algumas histórias

Quem curte a #músicaindependente do Brasil não pode perder a série O Outro Lado do Disco, todo domingo, às 21h30!Para...
Posted by Canal Brasil on Segunda, 6 de julho de 2015


Algumas histórias
(André Anlub - 12/02/12) - Parte II

Estava cá com meus botões,
Rememorando velhos bordões.
Pensando em épocas remotas,
Concupiscências e efígies mortas.

Lembrei-me de amores perdidos,
Esquecendo-me de dores achadas,
Pessoas que foram imaculadas
E demônios travestidos de amigos.

Recordo dos conhecidos porteiros
Nas calçadas com seus banquinhos,
Sentados o dia inteiro
Ao lado dos seus radinhos.
Vozes agudas dos rádios a pilha,
Diversão do seu dia a dia,
Hoje atrás de grades e guaritas,
Entregues a sorte e a morte,
Sem segurança...
(à revelia)

Lembrei-me das ruas sem movimento,
Que serviam de campo de futebol.
A ausência maciça de lamento,
Para todos nascia o sol.

O gol feito de chinelos,
A bola “dente de leite”,
Seguia torta em caminhos retos,
Felicidade que compunha a gente.

manhã de 6 de julho de 2015



O frio das frutinhas congeladas; o calor das mangas no pé e no aguardo da sua subida
(manhã de 6 de julho de 2015)

Volta Voltaire, sai Sartre. Entre filosofia nada barata e contos e desencontros de Kafka, fico com Jorge Amado. Assim sigo no tempo sem dar tempo as intempéries, com o pé direito e direto ao direito de apenas ser feliz e nada mais. Ouvidos atentos  nas bocas que nada falam, assim não se escuta, – até se ouve.... mas – nada se escuta. Mostre-me sua simpatia que vou varrer a casa, prender os cachorros, preparar o lanche e o chá da tarde... pois terei enorme prazer em já deixar a porta escancaradamente aberta – à sua disposição. “Não se faz mais alegria como antigamente”, discordo completamente. Há demasiada ambição, há exagerado ódio e pedras nas mãos; mas há mais foco, pois se conhece melhor os inimigos. Aliás, eles estão fendidos, tão expostos que até cegos veem... Há menos máscaras para nos enganarmos. Meu maracujá está subindo pelas paredes, mas não de raiva e sim de produção, de querer vida, querer dar frutos e mostrar-se belo. Faz um tempinho – acho que foi em 2012 – que eu disse: tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora. Agora admito ainda mais: é verdade, e acho que minha paciência aumentou daqueles tempos para cá. Muita coisa mudou e o cenário é o mesmo. Como? Explico! Mudou a priori dentro da minha cabeça; meus atos estão mais lúcidos, assim como vejo o mesmo acontecer com amigos que caminharam sem medo e com determinação e coragem. Alguns arriscaram e não foram felizes, mas arriscaram e irão arriscar novamente... Mas muitos – muitos mesmo – estão em marcha forte e inatingível ao objetivo traçado. 
Continuo aplaudindo os que saem da inércia (seja mental, espiritual ou física) dos devaneios traquinas, com fedor nas narinas, e incongruentes. Aplaudo de pé sim, e aplaudo sempre, aqueles que são verdadeiramente felizes (ou tentam ser) e não se afogam – se consolam – se isolam – se viciam – se vitimizam ou sequer pensam sobre alguma coisa que não sejam suas angústias – se castram nas filosofias de autoajuda, das furtações de vida e valores, oferecendo a concessão gratuita e mentirosa de sorrisos frios, de rios de água insalubre, de comoções vazias, de bom dia com caras de bundinha e da insensibilidade nas árvores frutíferas... Prefere as frutinhas congeladas. 

André Anlub

5 de julho de 2015

Fruto franco

Some crazy surfers riding the biggest waves in the world.Download song from video: https://soundcloud.com/goshfatherjinco/dido-thankyou-gjedition
Posted by Goshfather & Jinco on Quarta, 8 de outubro de 2014


Fruto franco
(André Anlub - 13/4/13)

Estreia uma nova forma de amar,
Na verdade, não tão nova assim.
Vivendo um dia de cada vez,
Sendo verdadeiro e oportuno.

Renovando a cada sol nascer,
Inovando a cada breu noturno.

Na tez uma coloração; degrade do arrebol,
Ilumina por vez o ser sincero, dedicado.

Alma é força e lume,
Sentimento ao cume,
Fez da idade, moça.

Com o tempo torna-se rotina,
Surge, na surdina, o sentimento maior.

Ao som de grandes esperanças (high hopes)
Pesando na balança:
Mudança – procura – sina.

Cai dente de leite, estrela cadente - no céu da boca.
Dança de línguas, mingau adoçado - letrinhas na sopa.
Um pé de manga e bem ao lado - pé de fio dental.
Um ponto final, logo depois - etecetera e tal.

Para Sylvia



Para Sylvia      
(André Anlub - 15/4/12)

Abra a porta e deixe a felicidade entrar,
Conte à ela toda sua vida e suas histórias,
Fale de suas amarguras e vitórias...
Convide-a para um chá, temos pão integral e frutas.
Que tal a deixarmos recitar um poema seu?
Fazer desse momento aquele que nunca se esqueça:
- Vamos Sylvia, então escolha você...
Assim, de repente,
Sumimos para além dessa redoma de vidro,
Para longe de uma coação em sua cabeça.
Diga em voz alta, exponha o que lhe faz falta!
- Abram todos, todas as janelas,
Se for repressão ou depressão...
Ainda não está fenecida.
- Faça as pazes com a vida,
Invente que escrever é sua mazela.
- Coloque mais um prato na mesa,
Mais lenha na lareira,
Ajeite a cama...
A alegria quer ficar.
- Sylvia, não se vá...
As letras já estão em prantos.
Todas as pessoas que foram seus sufrágios,
Agora estão deitadas
Em posição fetal,
Com olhos encharcados...
Olhando o além,
Com suas poesias em mãos,
Vivenciando o quão a vida é fatal,
Descobrindo que nem a morte é em vão.
(e nos tempos atuais...)
Presente muitas vezes em meus sonhos,
Com a alcunha de Victória,
Sempre longa fábula de final feliz,
Quimera de uma escritora
Que também é atriz.
Passeando em pensamento,
Sendo lida ao relento,
Denotando em aforismos,
O seu mundo em fartas folhas
Na cabeceira do surrealismo.
Segue mãe:
- imponente e linda.
Colosso na exposição dos sentimentos.
Por dentro estrutura abalável,
Sensibilidade inimaginável.
Os rebentos amparados,
Longe das asas da mãe...
O fim já anunciado
Pelos martírios de viver.
Sua escolha: infindável branca folha,
Jamais entenderão, jamais...
O que seria seu bel-prazer.
Trinta anos são tão parcos,
Para uma rainha na imortalidade.
Temos que carregar os fracassos
Com a incumbência de pisá-los.
O dito “Efeito Sylvia Plath”...
Muitos poetas carregam no cerne...
Não está pertinente a perder:
- É somar o muito além do que há.

Dueto da tarde (CXCVI)



Dueto da tarde (CXCVI)

Era preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre ir e não ir, entre ficar e não ficar.
Aquele ponto cego – nem retrocesso nem avanço – que reside na língua, entre a mente e o ouvido.
Uma viagem no trem cargueiro das responsabilidades esvaziadas, postas para escanteio por um zagueiro tosco.
A sensatez faz a mala entupindo de pedras, enquanto a loucura carrega os dois nos ombros; o meio termo é quase inexistente.
Drama cotidiano. A cota do ano é diária. Era preciso encontrar o nem lá nem cá, mas que não fosse um muro onde sentar a covardia.
Optou pelo ponto e vírgula; optou pela porta: entrada/saída; optou pela intersecção – traço – travessão... E nada feito!
A saída não é negar a saída pela ânsia de sair. Ou de entrar. Ou de arrancar a pele porque está fazendo muito calor.
Mais do que nunca o equilíbrio se faz necessário; como o infeliz que não vai adiante – não sai do armário – com medo de ser taxado por sua sexualidade ou por ser o amante.
E assim estava-se porque assim se está quase sempre todo o sempre. Algum deus deveria ser o culpado. Mas não aparecia para ser algemado.
Seria até mais sensato deixar o anual e o diário, achar o intermediário entre deus e o diabo; um mortal qualquer, tipo o Zé que é plantador de quiabo.
Levantou-se cambaleando e foi do nada para lugar nenhum, bêbado de sua filosofia inconsequente.
Já não importa a decisão tomada, não havia mais equilíbrio; não havia mais diálogo nem mesmo com a gravidade. O que resta fora do reto? Talvez tentar sincronizar a tontura.
Faz o que pode com o que tem. Dá adeus com uma chegada, aproxima-se com uma despedida e espera desesperando. A vida não lhe cobra nada; mesmo que viva uma cobrança.
Um dia foi preciso encontrar o ponto de equilíbrio. Mas ele não espera mais em pontos; resolve pegar o bonde em movimento.
Põe a mão trêmula no fiel da balança. Reconhece que é um infiel que balança. Mas é o que tem para o momento.

Rogério Camargo e André Anlub
(5/7/15)

Insone e insano no seno e cosseno do ser


Este es el intro que se usó en la inducción de Ringo Starr al Salón de la Fama del Rock and Roll
Posted by Supernova on Quinta, 4 de junho de 2015


Insone e insano no seno e cosseno do ser 
(André Anlub - 15/6/13)

Eu vejo, vejo!
Nas paredes do corredor que leva à cozinha,
Algumas sombras que balançam,
Com as leves e tontas brisas,
Expondo seus desenhos simplórios,
Notórias alucinações, visões dela...
Vou abocanhar meu pão de centeio,
Com queijo coalho e margarina,
E uma fatia generosa de mortadela.
Por enquanto, só por enquanto,
Primeira noite de inverno,
Sem arrepio, sem espanto,
(Por enquanto)
Encontra-se calma e silenciosa.
Quebrou-se o silêncio,
No barulho do meu copo de vodca.
O gelo frenético batendo,
No fino e fanho vidro,
Ao ser mexido pelo dedo.
Olhos mirando o bloquinho,
Sou zanho, sou zen, sozinho.
O álcool companheiro agora me deixa,
Foi estacionar no cérebro,
Criou raiz e espera ser regado.
Convite à escrita,
Sorriso no canto do lábio,
Nos dedos da mão direita,
Uma imaginária tatuagem escrita;
O que há, não diz!
Mas uma letra se esconde por debaixo do anel.
A verdade deve ser sempre colocada à prova,
As horas são escassas
E procura-se o término de um romance real.
Depois de linhas traçadas,
Dois comprimidos de anfetamina, a garrafa já no final,
Boca seca, pupila dilatada (Tenta-se dormir).



Mick Jagger e Buddy Guy

We're doing a duet tonight! Buddy Guy #StonesSummerfest
Posted by Mick Jagger on Terça, 23 de junho de 2015

4 de julho de 2015

E o ar corre solto

Tem que ter coragem para surfar Teahupoo de peito. Henrique Pistilli, Kai Santos e Rogério Cajú fazem uma sessão épica. Confira hoje, às 20h, no Homem Peixe.www.canaloff.com/homempeixe
Posted by Canal OFF on Sábado, 4 de julho de 2015


E o ar corre solto       
(André Anlub - 12/5/13)

Qual o problema em não ser tão óbvio? Será visto com maus olhos e/ou cairá na boca das más línguas? Tenha a liberdade para viver abrindo a porta do amanhã, do seu fado, lapidado, bem acabado na arte final do mais talentoso e fantasioso artista. Venha aqui para perto, quero lhe contar um segredo - O final do filme da sua existência. Não sou um deus ou algo parecido, é sua obviedade que é tão transparente a ponto de ser redundante e ficar escrito nos seus olhos, na sua voz e suas pegadas - a cada instante. Mude e diga-me o que sente ao rasgar o tempo sem clemência, sem apreensão, totalmente à vontade despretensioso (ou não). Diga-me que é um prazer não ver as horas passando quando cada segundo é aproveitado, cada mexer dos ponteiros, sem serem notados. Mas não achincalhe com o tempo, nem por um minuto... Os ventos vivem nos dizendo coisas novas, trazendo novos cheiros, aforismos, sorrisos e insultos. Diga-me o que sente vendo o ar correndo solto, batendo as janelas, balançando as árvores, ondulando o lago. Quiçá uma revolta que nunca dá em nada, mas que mantem a alma vivendo.

Dueto da tarde (CXCV)


FLIP 2015: MÁRIO DE ANDRADE POR BERNARDO CARVALHOO canal Arte 1, em parceria com a Associação Casa Azul, organizadora...
Posted by Arte 1 on Sábado, 4 de julho de 2015


Dueto da tarde (CXCV)

Quisera eu permear pelo pomar da sua casa, pelas entranhas da sua casta, pelo castanho do seu olhar.
Também era bom se eu quisera algo mais realizável. Me frustraria menos. 
Sou um rebuscado buscando barcos naufragados em mares irreais; anfitrião de sonhos e feirante de frutas cítricas celestiais.
Sonhar e perseguir o sonho. Ação e reação. Quase condenação. Nunca o passo atrás para tomar distância e enxergar melhor.
Enxerga melhor quem se enxerga primeiro. É só o início da conversa a sola dos pés até o último fio de cabelo.
E quando quem se enxerga primeiro também se enxerga antes – de agir, de reagir, de reagir à reação –, o castanho de todos os olhares opacos brilha.
A camuflagem da noite confessa que há frustração também quando nada lhe frustra, nada se arrisca e nada se vive.
Covardia não é prudência. A prudência sabe o que está fazendo, a covardia não.
A exposição do dia confessa que não há frustração quando se aceita do jeito que é, se mostra com orgulho e não há embaraço no amanhecer.
Então, enquanto permeio o pomar da tua casa, enquanto vagueio pelas entranhas da tua casta, enquanto sou quem não deveria ser, me aceito sendo.

Rogério Camargo e André Anlub
(4/7/15)

Cordão umbilical



Cordão umbilical
(André Anlub - 30/5/13)

Sinto-me próspero quando não sou tapeado
E a inspiração, por fim, deixa minha mente.
Ela não é indigente, tampouco empregada,
É minha filha e amada,
Meu sentimento mapeado
Que foge do meu masculino ventre.

Mas a mesma não quer viver de vaia
Ou aplauso desacerbado.
Não quer ficar arquivada
Em uma gaveta empoeirada
Ou no raio que o parta.

Ela quer ser mais um elo da corrente
Ir longe, logo e ir pra frente,
Criar um leal - legal - legado,
Ser um dos 300 de Esparta.

Ela quer viver pequena ou colossal,
Onde habita a multidão e a solidão.
Ir ao limite que estica a emoção
E o meu cordão umbilical.

3 de julho de 2015

Ótimo final de semana aos amigos

Alice Caymmi abre a 10ª temporada do Zoombido com Paulinho Moska! Vinda de uma família extremamente talentosa, a neta de...
Posted by Canal Brasil on Sexta, 3 de julho de 2015


Sou assim enquanto o sistema for assado. E quando eu estiver assado é porque o sistema está frito.

A estrada do fracasso e a do sucesso é uma só; o fracasso é tão somente quando se abandona a caminhada, e o sucesso é quando se chega ao lugar nenhum. 

De toda a imensidão do planeta, só quero estar nesse mar belo de Iemanjá, Iracema, Otelo. Mar de perfeitos sonhos, folclores, tesouros e viços, dos nautas, vikings, corsários, navegadores fenícios... Mar de amores lendários, imaginários, antigos, concretos, ambíguos 
de interminável poesia que em toda alma habita.

André Anlub

Dueto da tarde (CXCIV)



Dueto da tarde (CXCIV)

A borboleta pousou na haste da grama como quem anuncia um encantamento. Sobre ela pousaram meus olhos.
Asas precisas que são como uma bailarina dançando de frente ao espelho.
Asas em repouso, como a respiração de um gigante prestes a partir para a aventura de salvamento do mundo.
Dois olhos alertas que não piscam, mas às vezes se escondem e se beijam num clandestino segredo sem fim.
Há todo o pulsar no universo na presença diáfana, forte na delicadeza, imbatível na fragilidade.
Meus olhos agora também não piscam com a vinda sorrateira e silenciosa de um grande iguana.
Iguanas comem borboletas. Iguanas estão comendo borboletas a toda hora, sempre que há borboletas para comer. Mas aquela eu via. Aquela era “minha”.
Mas o que seria meu que não fosse de um todo, do mundo? Quem seria eu se atrapalhasse a refeição de alguém?
O iguana não vê o que eu vejo. Eu não vejo o que o iguana vê. Eu não como borboletas. O iguana não faz poemas baseado em fragilidades. 
Ele é filósofo pacato de ressalvas antigas, e nas horas vagas gosta de relaxar meditando entre as folhas de urtiga.
O que vaga entre uma hora e outra de um iguana? Não sei. O que vaga entre um almoço e outro de um iguana? Não sei.
Especular as duas vidas que não vivo, me faz especular minha vida e descobrir o inócuo oportuno e abstruso vazio.
Como vazio está meu estômago. A borboleta que me perdoe, mas o exemplo do iguana é irrefutável. Despeço-me da beleza para encarar o prosaísmo.

Rogério Camargo e André Anlub
(3/7/15)

Muitos poetas...

John John Florence x Kelly Slater em Copacabana P5Bem-vindos ao confronto entre o Homem e o Garoto!O mito Kelly Slater, o fenômeno John John Florence e o ex-top Ross Williams aproveitaram o dia de ontem sem competição para um free surf em Copacabana. O mar estava com ondas pesadas e difíceis até mesmo para eles, mas mesmo assim mandaram bem!Confira o ~duelo~ no vídeo :D #vemprapraia #riopro #wsl
Posted by Canal OFF on Quinta, 14 de maio de 2015


Muitos poetas crescem para dentro numa implosão da alma, como nitroglicerina cálida do pranto em autocombustão... 
E, por sua vez, na aura o brilho eclode num parto, expõe-se o filho, o fio e o farto, num alto salto muito além da concepção.

Sentada à mesa ao jantar, perfeita na metáfora dos gestos: pegando o suco, molhando os lábios, encanto abrupto nos calores honestos. 
Sei dessa vida o meu vagar, sinto-me amar e vou dizer: tenho prazer nos excessos dos seus ardentes hinos, sendo inteiramente felina nas horizontais de prazer.

Lá vem ela! 
Essa bela, chata e insistente luz
Que entra pela janela
Convidando-me para sair e viver.

Os versos sempre dormirão ao relento,
Esperando um vento que os levem em sossego...
Caso isso não aconteça,
Amanhecerão sedentos
E entrarão na cabeça
Do ser sem impedimento. 

André Anlub

2 de julho de 2015

Ótima noite aos amigos

SOBREMESA FLIP. SESSÃO DE ABERTURA: AS MARGENS DE MÁRIO. A crítica literária portenha Beatriz Sarlo compara Mário de Andrade aos autores argentinos contemporâneos a ele. #flip2015
Posted by Arte 1 on Quinta, 2 de julho de 2015


Para não engordar
Não é preciso fazer “piti”;
Basta apenas trocar 
Seu Petit Gateau por Petit Pois.

Sendo o céu infinito
Deixarei nele todo meu amor por ti,
Repousando à vontade enquanto não chegas.

Sua boca é a mais linda
A mais contundente.
Boca que se exprime, 
Nutre-se e declama poesias;
Boca dos meus sonhos,
Beijos, desejos e fantasias.

A respiração é ofegante,
As almas se abrem ao som da ordem.
Dizem que tão minuciosa é a vida
Que sempre certa e transcendental
Caminha toda a história.

Escute a voz que vem de dentro,
Vem do centro, do eixo.
Ela dará apoio,
Consertará o jarro, mesmo que tire sarro,
Que seja um soco no queixo.
A voz só se cala quando falta o intento.

O embuste e o arcano
Entram pelo cano quando se descobre o amor!

Meu mundo já acabou inúmeras vezes,
Sempre o reinvento com mais candura e encantamento.

Pra matar o tempo sem correr o risco de morrer junto, troca-se:
- correr dirigindo na pista, às cegas e vários beijos em altas farras...
Por:
- comer, dividindo a pizza de acelga
com vários queijos e alcaparras.

André Anlub

noite de 2 de julho de 2015



Pensamento vago, em voga e em vaga para idosos. 
(noite de 2 de julho de 2015)

É fantástico, e isso não é bordão não. Tenho o corpo em transe e transo bem com isso. Já nas devidas proporções acho que tenho absoluto direito de me alongar. Até porque – atenção – ginastica mental, poesia, versos e prosas, sem aquecimento e alongamento podem causar uma câimbra ou distensão. Hoje demasiadamente cedo vi a mais bela imagem: o dia; ao olhar-me no espelho constatei estar vivo... hoje e sempre... até porque eu só começo a acordar depois de lavar a fuça. Em seguida fui urinar e beber água, comer torrada e beber café (agora sim, acordei). Li as notícias, fiz as coisas corriqueiras e pus-me a escrever – fiz uma coisa e outra – revezando – até a hora do almoço. Nesse ínterim saíram alguns capítulos do meu romance, saíram a prévia dessas linhas, saíram alguns comentários online, saiu meu dueto com o amigo Rogério e também saiu um texto sobre feminismo. Bem, sobre esse último só tenho a dizer que está impublicável; sim, quase obsceno... Pelo simples e direto fato de eu não ter a visão extrema e pessimista de muitos. Mas deixe estar, deixe estando e deixe o estado estagnado. Vou-me para a varanda jogar bola com os cães, costuma desopilar meu fígado, cansá-los e também melhora nossa digestão (não só a do corpo, mas também a da mente). Sobre carecas e maquiagem: tira-se o chapéu com facilidade: aplausos hipócritas e sorrisos rosa com tons de violeta (o amarelo perdeu a graça). Põe-se a máscara com facilidade: aplausos ainda mais hipócritas e sorrisos de costas (daquele tipo: já fui). Chega-se e cega-se a seguinte conclusão: ninguém é mais real! E não por causa de implantes de silicones, cirurgias plásticas, viagras, piercings e tatuagens pelo corpo todo; mas sim por essa armadura – que de dura nada tem – que usamos no nosso dia a dia para tentarmos ser o que não somos e jamais seremos. Eu poderia falar de rosas e prosas (porque rima), de flor e amor (porque rima²); eu poderia colocar uma dúzia de belas palavras, apenas catando-as fragmentadas em um livro de Cecília Meireles... Mas não! Cansei de ler gente assim, de aplaudir falsos moralistas, cansei de bater palmas para maluco dançar (coitado dos malucos). Agora é ferro e fogo... E vou começar apontando dedos aos que estacionam em vagas de deficientes ou idosos (fico fulo); isso é bem mais importante que minhas meras palavras. O rastro, o resto e os restos deixarei para mais tarde e aos mais fortes.

André Anlub

Na poesia nascente

A Lenda Viva Mike Stewart e seu Bodysurfing de Altíssimo Nível em Point Panics.
Posted by Tribo Surfon on Quinta, 2 de julho de 2015

Mike e eu no Bliss Competition acho que foi em 1989

Na poesia nascente          
(André Anlub - 15/4/14)

Aquele menino sabido e dono dele e você, destemido e escrevendo é capaz de inventar; tornar-se-á mais um rugido - gemido – sussurrar... que vai além do planeta, pois é tudo no bom de escrever. Aquela luz lá no alto, voracidade do pensamento, fez de instrumento a aurora que irá ao fim da noite nascer. É assim a pegada que marca cada momento, dedo que sangra no espinho e sozinho cicatriza no tempo. Esse moleque: fez no sonho um gigante e sonhou em ser amado; amou como um amante que honra seu tempo acordado. E o ponteiro vai descendo, vai subindo em pé e deitado...
Cabelos brancos ao vento e só o eco faz som de menino.

E o mistério jamais quebrado que quebra o enigma do dia seguinte, fala aos ouvidos ouvintes, fala aos ouvidos largados: - Virão até mim navegantes, virão prostitutas e beatas, trazendo ciências exatas e poemas escritos no escuro. - Todo o absurdo do mundo estará no bolso encurtado, queimando por dentro e por fora um corpo jamais sepultado. Aquele velho sabido que entregou sua ideia ao próximo, deixou cicatrizado no ócio bela tatuagem veemente. Sorriu com todos os dentes agitando a mão como quem vai, e lá na luz com seu pai se fez forte na poesia nascente.

Dueto da tarde (CXCIII)

Brasileiros analisaram o manuscrito Voynich, um livro misterioso produzido em uma língua que ninguém, até hoje,...
Posted by Revista Galileu on Quinta, 2 de julho de 2015


Dueto da tarde (CXCIII)

Faz tempo que disse que ia e realmente foi. Agora diz que vem e todos estão esperando.
Tudo é uma questão de sentido: de para onde se vai e do que se está dizendo.
O blá, blá, blá faz um momento nada formal: cadeiras de bar pela área, barracas armadas, redes presas em árvores, colchonetes espalhados e até hippies atemporais.
Foi buscar lã e trouxe a ovelha. Que se virassem os que acreditaram em suas promessas.
Foi buscar pão e trouxe o padeiro. A fome já está presente. Que alguém traga o fermento, o leite e o centeio.
Responsabilizar o responsável. Ir direto à fonte. Na verdade, procurar ombros largos onde largar o que é seu.
E não é que agora ele desponta no alto da montanha, descendo a estrada com um carrinho de mão cheio de livros e tralhas.
Espera festas na linha de chegada, arco de triunfo, medalhas, diplomas e a bandinha do colégio tocando “Mamãe eu Quero”.
Que desespero! Desde o tempo do bezerro – aquele de ouro –, nunca se viu tanta ansiedade por algo para aprender e não praticar.
Com uma aura de messias fajuto, profeta de botequim, iluminado que não pagou a conta da luz, subiu num caixote de cerveja e discursou para ninguém.
Com pouca voz e muito gesto, como um mito atroz que pouco presta, nada mais lhe resta a não ser queimar as enciclopédias.
Coisa que não faz, evidente. Evidente? Para alguns videntes. “Vi o dente: vai morder!” Mas é um aviso que cai no vácuo. 
Que desespero! Novamente. Desde os tempos onça, do ronca, de vovó mocinha bebendo leite condensado na latinha, nunca se viu tanta gente queimando cuecas e calcinhas em prol de um recomeço.
E o único sonho realizado é o do mascate que vai vender a reposição do material queimado.

Rogério Camargo e André Anlub
(2/7/15)

Extra, extra!

FLIP 2015: MÁRIO DE ANDRADE POR CIDA MOREIRA. O canal Arte 1, em parceria com a Associação Casa Azul, organizadora da...
Posted by Arte 1 on Quinta, 2 de julho de 2015


Extra, extra!
(André Anlub - 10/5/13)

É pedir muito que o pôr do sol dure um pouco mais
E que se exponham os rostos rubros e os sorrisos nobres?

Num tempo raso, que se faça um brilho nas gotas dos prantos,
Enquanto descem pelo canto do rosto, até a boca,
Com gosto salgado de solidão.

Já conhecemos essa rotina, decoramos o roteiro.
Somos atores e diretores dessa trama,
Sem ou com paixão correspondida e final feliz,
Ao som, ou não, do mais belo fundo musical.

Queremos somente que nunca deixe de acontecer
Pois amamos esse fardo.
É aquela corrida contra nós mesmos,
Revelando nosso íntimo nas primeiras páginas dos jornais da vida.

Extra, extra!

Somos como cães vagabundos
Cambaleando pelas alamedas de sonhos,
Atrás de mais um prato de comida,
Do calor e da proteção da chuva. 
(atrás do mais sincero tesouro)

E nesse minuto, o tempo se foi e o sol se pôs.
Agora vou-me no breu do desconhecido,
No medo de esquecer o que é medo
E não mais poder fazer parte de tudo isso.

1 de julho de 2015

metafórica escuridão


O canal Arte 1, em parceria com a Associação Casa Azul, organizadora da Flip, apresenta uma série de vídeos com artistas...
Posted by Arte 1 on Quarta, 1 de julho de 2015


Essa metafórica escuridão
Saiu do incoerente ostracismo,
Viu a luz do dia e subiu
Até a nuvem mais supina;
Fez vigília
Até que do nada resolveu
Tornar-se arco-íris.

Os tais anos ainda não vividos
(André Anlub - 21/4/14)

Faça com seus brinquedos de montar
Aquele casarão da sua imaginação.

Coloque janelas aos montes,
Para nos dias escuros a luz chegar farta
E em dias frios o sol entrar com afinco.

Coloque enfeites nas paredes
E para consumir o tempo
Coloque quadros dos mais confusos.

Vieram nuvens gordas e ondas gigantes
Trazendo o receio e uma água mais fria.
Vieram estranhos trazendo bebidas
E com o sol escaldante
Acenderam a euforia.

Não os tema!
São apenas estranhos de boas intenções.
Alguns são pescadores de sereias
Que fazem vigília no cais;
E no caos do silencio das redondezas
Somente o choro baixinho
Dos inconformados.

Assim forma-se a tal “bola de neve”,
Já que o tempo é guerreiro
E alimenta o imaginário.

Assim se leva no jeito de jeito,
O que se faz de gosto
Na grama ainda mais verde.

Foi-se o corpo à mercê de mil ventos
Em asas longas de longas sombras
E penas douradas de puro ouro.

Passou ao lado do falcão peregrino,
Deixando seu som,
Sua beleza e pudor.

Acabou com a lamúria da vizinhança,
Transformando todos em agitados meninos.

Dorme agora...
O casarão iluminado pela luz da lua
Que entra pela janela da vida.

Sonha agora...
Mergulhando no silêncio da madrugada,
Alimentando-se da saudade cultivada
E também dos anos ainda não vividos.

Estou muito compenetrado
Nas minhas distrações,
A tal modo que me flagrei
Dançando sem música 

E assim segui até o final do disco.



Vênus e Júpiter hoje 1/7/15 às 19:10 - Foto: Anlub - #venusejupiter

A cada passo um ar mais puro

pete sperling at middles                  [tim bonython]
Posted by Pod's Pics on Terça, 30 de junho de 2015


A cada passo um ar mais puro
(André Anlub - 1/6/13)

Ela voltou, trouxe algumas flores silvestres,
Vamos agora, juntos, pela nossa rua do apego.
A calçada é larga e o sol que fulge sempre,
Há cães que não ladram e gatos nos telhados.
De longe, bem ao longe, alguém clama companhia.
Lá, onde habita o delírio, tudo existe...
E ainda insistem até mesmo em chamar de “amores”
As variedades de corações em combustão.
Mesmo com a enorme falta de enzimas e excesso de buzinas,
Reinam os notórios e imortais motores...
Nem mesmo as dores conseguem atenção.
É lá, toda a inquietude e desassossego,
Estão vendo mal de perto como funciona o medo,
E estão cansados, mostram-se exaustos.
Mas nossa estrada é larga, como já foi dito,
Há espaço e apreço para tudo e todos,
As intolerâncias não crescem no infinito,
Quaisquer que sejam e venham à tona.

manhã de 1 de julho de 2015



Variações do (e dando no) mesmo: espelho para o comodismo
(manhã de 1 de julho de 2015)

Continuando falando em flexibilidade antes de entrar no meu humilde novo voo: não se deve confundir a flexibilidade no comportamento em conjunto com a mesma no tratar pessoal (não descartando que possam coexistir); o flexível tem uma enorme capacidade de adaptação ao mudar de relacionamento, moradia, região, cidade ou país. Ele é nômade por excelência e cria sua raiz renascendo novamente em/na/uma nova árvore. Essa mangueira (pessoal: adoro manga e mangueira) dará frutos e as sementes serão bem guardadas a sete chaves para (caso seja necessário) o replantio em uma nova terra. Por outro lado o inflexível, de um modo geral, é pessimista, corriqueiro, cético, rotineiro e comodista. O comodismo parece ser um paradoxo, mas explico: o inflexível comodista é aquele que estaciona onde se sentir protegido, mais à vontade, em sua zona de conforto; tem medo de mudanças e terrenos desconhecidos, geralmente são encarcerados aos lugares onde foram criados e cria um vínculo extremado, às vezes doentio, com hábitos e amizades antigas, sendo também dependente sentimental da família e de pequenos e grandes bens de consumo. E por falar em família (mudando de pau para cavaco): vivemos uma grande e cheirosa utopia da família perfeita, e essa fantasia tem levado muita gente ao caos, às preocupações supérfluas, insônias e situações de atos extremistas. Alguns pais criam seus filhos em uma bolha de mimos, presentes, excessos, medos, preconceitos e fobias. Essa história da construção da família perfeita não perdura, pois simplesmente não existe. É uma arquitetura retrógrada, que já não dava certo antes, de construção frágil, falida, que já nasce nos escombros, pois a mesma é permeada de sonhos errados, da contramão da mídia, das capas de revistas e dos filmes de final feliz. Essa edificação se ergue erroneamente, pois – mesmo que muitos não saibam – apoia-se em três pilares: na cruel aversão, em moldes arcaicos inexistentes e na sociedade excludente. 

André Anlub

Dueto da tarde (CXCII)

#TransandoComLaerte agora na TV! Laerte conversa com o crítico Jean-Claude Bernardet e aborda temas como o...
Posted by Canal Brasil on Quarta, 1 de julho de 2015


Dueto da tarde (CXCII)

Não foi uma vez nem duas. Nem só uma vez dentro de cada vez
Foi a timidez vadia, ousada, que nada contra a corrente, nadando ao nada.
Do alto do muito embaixo as palavras tinham discursos bastante elevados.
Faziam caretas e se organizavam para formar ideias, onomatopeias singulares.
Significados e significandos de significativa insignificância dançavam conforme a dança do ritmo qualquer.
Astronautas do espaço das mentes pensantes; passantes céleres das mentes sedentárias.
Não foi duas nem três vezes. Nem tampouco se gastou a ponto de não estar sempre ali.
Em tom de fá, lá todos os focos dispostos nos fatos em si. O sol ilumina as palavras que surgiam e ungiam nos faltantes: dó, ré, mi...
Alguma coisa mais lúcida desponta com o sol. Mas o sol desponta atrás de nuvens cinzentas e elas querem apenas chover.
Deixa eu ver se entendi: não foi uma vez nem duas nem três; vocês dessa vez querem é me confundir.
Alguma coisa mais lúcida quer ver se entendeu. As nuvens cinzentas falam apenas de chuva e nada mais.
O sol sempre contundente quase perde um dente ao lutar boxe com as estelares palavras.
Nas suas anotações, que os ventos carregam para os confins do esquecimento, podiam-se ver: uma vez, duas, três... 
Cartas nada castas com entrelinhas secretas de amor: poemas ecléticos e escritos libidinosos, prosas categóricas e sonetos diversos, tudo endereçado ao além... tudo muito claro, se não fosse tudo muito confuso.

Rogério Camargo e André Anlub
(1/7/15)
Se houve coisa que aprendi na vida foi esta: o único responsável pelas minhas reações sou eu mesmo, mais ninguém. Por pior que seja o comportamento de uma pessoa, quem produz a reação a ele sou eu, não ela. Entender isso com a seriedade que a constatação merece leva a duas revoluções. Primeiro que a gente para de exigir que os outros deixem de ser o que são apenas para atender a nossas conveniências. Segundo que, com um pouco de atenção, interesse e coragem, aproveita-se esta inversão de foco em benefício do conhecimento de nós mesmos. Se alguém me incomoda, antes de querer arrancar-lhe a cabeça e achar que isso está muito certo, volto a minhas forças para algo muito mais útil e nobre: entender por que estou me incomodando. Aquela afirmação sartreana tão difundida – o inferno são os outros – é um artifício muito cômodo e, ao mesmo tempo, atrapalhante. Porque se o inferno são os outros, estou justificado: não me sinto bem por causa deles, não sou feliz por causa deles, tudo dá errado por causa deles. Se alguém parasse no meio da rua a gritar para os passantes: “Deixem de ser este inferno, que eu quero viver bem!” todos iríamos achar que ali vai um desequilibrado. Mas não é exatamente isso o que fazemos quando cobramos deste ou daquele que deixe de ser assim ou assado porque isso nos faz mal? É. Podemos dar o nome elegante que quisermos para esta cobrança, não vai mudar nada. Ela não vai deixar de ser jamais o grito de uma interpretação errada do mundo e das coisas do mundo.

Rogério Camargo  

madrugada de 1 de julho de 2015



Erros ou acertos: aceitos ou não, é sempre bom se conhecer.
(madrugada de 1 de julho de 2015)

Sou a favor das lutas, da pessoa defender o que achar correto.  Sou a favor da justiça, e por isso não desqualifico, desconsidero nem deslegitimo quaisquer tipos de causa (nem tenho esse direito). Em primeiro lugar o que for justo, merecido. Tento o máximo possível me colocar no lugar da pessoa e da sua luta; ouço, analiso, leio sobre tal, procuro verdades, meias-verdades e mentiras e tento direcionar o meu foco com os olhos do outro. Sou extremamente flexível, por isso tenho uma capacidade ampla de ficar, mesmo que metaforicamente, no lugar da pessoa (na grande maioria das vezes funciona). Às vezes mergulho a tal ponto que me transformo nela. Mas isso é algo que considero particular, não afeta meu ponto de vista, e assumo que possa ser sintético – indução do meu subconsciente – a mente pregando-me uma peça. Por essa flexibilidade, por ser vara de bambu, também há o lado aceitavelmente ruim (a meu ver). Mas vamos analisar o ser imutável: quando somos irredutíveis em nossas vidas, não aceitamos quaisquer imposições e situações, tornamo-nos uma madeira dura. Mas nos enganamos ao pensar que essa lenha é inquebrável – pelo contrário –, ela se quebra e se emenda sempre. O inflexível compra brigas (literalmente) e vai até o final, ganhando ou perdendo; não aceita conselhos alheios – ou até aceita, mas dificilmente segue. Ele torna a vida um oito ou oitenta, quer os pingos nos Is, ou até mesmo a falta dos pingos e dos Is... Caso seja isso que queira. Em suma: o sujeito se fragmenta e se integra com mais facilidade, então se criam vidas paralelas, caminhos, atalhos; a pessoa tem um pequeno atrito com outrem hoje, ela esquece ou perdoa ou simplesmente passa ou apaga – amanhã nem sequer lembra direito do que aconteceu, a assim segue sua vida – como uma infinita luta de boxe – levando e dando bordoadas.  Quando o sujeito é flexível dificilmente haverá a capacidade de se desconstruir uma imagem negativa ou positiva (mas é possível). O flexível jamais esquece quando for uma mágoa grande que lhe foi sofrida, e jamais se esquecerá de onde/como/porque a máscara do outro caiu. Um adendo: o flexível geralmente leva a situação com aceitação; não perdoa ou esquece, apenas analisa a situação de maneira reflexiva, fria, prosaica e cuidadosa; um misto de um quase psicoticamente com quase empaticamente (por isso há o pequeno conflito)... Ele entende que hoje o sujeito errou, desconsidera a conjuntura, pois sabe que inúmeras influências externas podem estar afetando o estado, as conclusões e interferindo em suas ações, e tem plena convicção que amanhã possa ser ele próprio a cometer um erro. Mas dificilmente cometerá esse erro que foi presenciado.

André Anlub

Todo amor


Todo amor          
(André Anlub - 1/3/15)

É redundante, mas esse atroz falante vai se alongar:
Já não bastavam os anos vividos? 
- não!

Quero mais do nosso rio – me beije e me abrace,
Beije-nos e nos abrace;
Aproveito o gancho e abuso da deixa, 
E do remelexo não me queixo:
Quero mais do Brasil, já é de praxe,
Quero um um, um dez, um cem 
– quero um mil e nada mais, nada mau.
E num pisco eu pesco o Carioquês
E canto o karaokê – já vai dar peixe:
“Rio 40 graus”.

Ver de verde e o azul de mar 
E o amar de amarelo e o branco da paz:
E o que apraz? 
– nas praças ver crianças sorrindo;
E o que é estrela? 
– o sol raia na beleza de uma praia (Arpoador);
E o que se almeja? 
– ver comida nas mesas – e à beça, e abusa.
Cristo – nosso senhor – redentor.

É redundante, mas não cansa:
Quero a paz indo à praia de biquíni fio dental;
Assim eu rio, é o rio, assim nós rimos,                                
Reinamos e rimamos:
É amor, é todo amor.

30 de junho de 2015

Hoje tem manga

MONSTER SWELLYou're about to see the moment a professional surfer wiped out and broke his leg on one of the biggest waves ever ridden in WA.Justin Holland travelled to Gracetown for the weekend's monster swell, now he's recovering in hospital. Vision thanks to www.mysurf.tv.
Posted by 9 News Perth on Segunda, 29 de junho de 2015


Não é somente um homem que existe, pois acorda todos os dias com um fantasma gigante para enfrentar e vencer, jamais deixando que o desmotivem, que tentem minimizar suas conquistas; chega ao final do dia com o dever diário cumprido e a sensação de verdadeiramente estar vivo.

O mar me ganha assim: de jeito, de repente, de encanto; e mesmo eu envelhecendo e aos poucos ficando mais longe, o amor, o respeito só aumentam. 
É o mesmo que acontece em relação à vida.
O lado bom da vida é fazer o que gosta! Não pingar colírio em olhos alheios; viver pra ser invejado é tiro no pé... É egoísmo com a própria alegria, é fazer com a falsidade parceria, é ser Zé ruela, Zé Mané.

Papo reto: viver não é o bastante, queremos por perto os afetos: (sexo, chocolate, diamante)... mesmo que por um instante, só para querermos de novo.

Hoje tem manga; pés descalços para encarar a subida... alegria do doce na boca, o melado no rosto e a brusca sensação de ser moleque; hoje tem manga, ontem teve manga e amanhã é mistério.

Ótimo final de tarde



Acabei de deixar qualquer militância que envolva a política; estou tirando meu time de campo, jogando a toalha, batendo no chão! Gullar tinha absoluta razão: “Não quero ter razão, quero ser feliz”.

Politicagem 2010 (do livro “Poeteideser”)
(Música originalmente escrita em 2004)

Se liga que vou te contar agora
Como acontece essa triste história:
O lado mais pobre um trabalho árduo
E o outro lado representa a escória.

Uns morrem de fome numa fila,
Outros compram porcelana;
Uns se perdem da família,
Outros brigam por herança.

Viver com dividas não é vantagem
Você é quem paga essa politicagem.

É vereador, deputado, senador ou presidente.
E o povo está doente – está sem dente – está demente.

Politicagem os babacas e as bobagens.
Cara de pau, ipê, jacarandá...
Até onde essa zona vai parar.

Pra tudo ele tem resposta
Sempre uma proposta
Sem jeito, indecorosa.

Sobe em um palanque:
- um terno, uma gravata,
Com um sorriso
Preparando a mamata.

Estende as mãos
Estende os braços
Desfaz-se em pedaços
Tudo vai resolver.

O mundo ficar quadrado
O inferno, congelado
É só ele prometer.

Já sabem de quem eu falo?
Mas é melhor, eu me calo
Se não, vão me prender.

Vou indo sem rumo sem graça
Andando por toda praça
Até desaparecer.

Viver com dividas não é vantagem
Você é quem paga essa politicagem.

É vereador, deputado, senador ou presidente.
E o povo está doente – está sem dente – está demente.

Politicagem os babacas e as bobagens.
Cara de pau, ipê, jacarandá.
Até onde essa zona vai parar.

Num pais que reina a violência,
O governo uma indecência;
Discursos sem coerência
Sem jeito nem vontade de mudar.

Vai chegando à época
Aparece a solução
Para fome, os buracos, o transito...
É eleição!

- Aumento de salário, 
- Acabar com as filas
- Escolas para as crianças...
É ilusão para as famílias.

Invadem os rádios, os postes e a tv,
Depois o sujo (o porco) é você.

Enganam o povo, falam mentira,
Estão loucos pra mudar lá pra Brasília.

Mas essa história não termina aqui,
Sem um emprego virando faquir.
Faça uma greve, vá para as ruas,
Saia da lama...
A escolha é sua.

E assim levamos a vida,
Abrindo e fechando a ferida,
Lutando pra isso acabar...

Durmo assustado também,
Rezando esperando alguém,
Pra tudo melhorar, amém. 

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.