7 de junho de 2016

Vai, que pega no tranco!


Manhã de 27 de outubro de 2015
Em tempo, vão-se os papéis, drivers, pen drivers, nuvens e véus... mas ficam os enredos.

Da minha boca sai dublagem, mesmo calada é dublagem; sai dublagem feito fuligem da minha seca boca. Inerte, costurada, sonífera, boca que sai poesia e fala às avessas, aos maltrapilhos e aos ‘becados’ de fraque e relógios de ouro. Línguas estranhas, saídas frenéticas, a ansiedade torna o indivíduo impaciente e até mesmo antissocial e egoísta; há de se não ter vergonha de assumir o problema, buscar tratamento e assim melhorar o convívio com o próximo. Mas a língua continuará por lá, em ‘stand by’ aguardando o tiro de largada. Os lenços estão limpos, novamente brancos, com nossas iniciais bem no cantinho. Comi uvas, cenoura crua e picada, atum delata e pepinos frescos, milhos, tomates cerejas... sujei meu divino divã imaginário... mas já limpei; contei meus segredos segregados... mas já espanei; já suguei todo sangue dos malvados... mas ainda não regurgitei. Palavras já ditas e frases feitas vindas de um louco menino. Algo do meu feitio pode ser feito, feio e fechado, arquivado em meio aos mistérios, fino no meio fio. Ponho-me a explorar o Cosmos, algo assim: desconhecido. É estranho, é ambíguo... é verdadeiro, sadio verdureiro e bem antigo... coisas de feiras livres. Saudade das feiras livres, do pescado, das frutas frescas e da xepa com hora certa... Amo o Brasil, beijo-o e flerto com suas mulheres, suas praias, maresias, suas poesias, favelas e botecos; apesar de muitas vezes concordar com os complexados vira-latas que bradam contra o Brasil – até achar que eles podem estar sendo sinceros – acho que o que dizem pode soar um misto de oportunismo, auto vanglorização, ingratidão e evidente menosprezo com o lugar onde nasceu. É aquela história de comer aipo: foi provado cientificamente que a energia gasta na mastigação é menor que a energia que o aipo lhe dá. Da minha boca não só sai dublagem... na fala se gasta energia... então, ao menor sinal de insatisfação tento melhorar a coisa, tento opinar para uma evolução, pois sei que apontar dedos de nada adianta. Super simples, acho que escrevi algo assim, a boca no transverso e no travesso e em anexo, o verbo; bebo e verto, inverto o abeto, embebo, indexo e enlouqueço... planto a árvore e grito com a voz rouca sem fim, o mesmo lamento em asas de um anjo jovem. O que foi feito foi nada feio (aliás, foi belo). As ruas limpas, os rios descem rapidamente sob o sol quente e brilhante. Era assim, é assim e acho que será assim no futuro próximo e também no bem longe. Todo dia a noite me beija quente e me desafia – fico feliz; toda noite o dia me grita doce e baixo que me espera para limpar a baba do beijo da noite. Se isso será sempre assim, arrumadinho? Não sei dizer! Morcegos amigos, asas negras, orelhas compridas, olhar certeiro na cegueira bem vista. O interlocutor se perdeu, gaguejou, borrou as calças e desencantou... aquela fala pormenor até queria ser entendida, ai de mim – por bem, por mal, ai de ti... e quem fica? Só fica bem na praia da Boa Vista (em Paraty). 

André Anlub

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Agradecemos pela leitura.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.