26 de fevereiro de 2016

NOVOS SATURNOS

Foi descoberto fora do sistema solar um planeta duzentas vezes maior que Saturno. Nada sei sobre a reação dos descobridores e seus entusiasmados comparsas, mas não me é difícil visualizar a excitação. Infantil excitação. Para além deste, devem existir trobilhões de planetas corvilhões de vezes maiores do que Saturno. E daí? No que é que isso muda a nossa infelicidade, a nossa ignorância de nós mesmos, a total inconsciência do que acontece em nossos porões infectados de maus entendimentos a nosso respeito, a respeito dos outros e a respeito da vida? Dizem que os cientistas conhecem menos do fundo de nossos mares terrestres do que já sabem sobre o Espaço. Não tenho também como confirmar, repito de orelhada. Mas não preciso fazer nenhum esforço de ceticismo ou de descrença para ter bem presente o fato de que, se soubessem “tudo” a respeito do fundo de nossos oceanos, eles continuariam sabendo bem pouco sobre si mesmos. Pela simples razão de que não voltam seus olhares para lá. Exatamente como fazemos todos nós, todos os dias, procurando saturnos diversos em nossas circunstâncias  ou para além delas. Descobrir novidades empolga, engana o ramerrão tedioso da autossuportação. E bastaria um olhar interessado que focasse com isenção este movimento para nele descobrirmos não só razões falsas para essa grande fuga, como toda uma verdade apaixonante por trás dela.

ROGÉRIO CAMARGO  

Vi seu rosto no papel


Vi seu rosto no papel
(André Anlub - 13/5/13)

Ela acabou de abrir os olhos
Em dúvida se foi sonho ou delírio...

Em meio a nuvens e cordilheiras
Cavalgava em um corcel negro de fogo,
Num arco-íris de sossego,
Cercada de lírios
Em algum lugar do globo.

Sentia nas entranhas o desejo queimar
Como se engolisse uma brasa,
Que aquecia intensamente a quimera,
Elevando-a acima do mar.

No ar, lá estava...
No ar.

Seu corpo de carne e osso,
Como se fosse feita de vento,
Lava, livre, leve,
Sem destino ou martírio,
Sem necessitar de resguardo.

O bloqueio havia acabado,
Aperte o cinto e decole
Para o mundo só seu,
No absoluto apogeu do desconhecido.

Talvez agora possa se encontrar,
Demitindo a tristeza por justa causa,
Pouco importa se for sonho ou real,
Transpondo o sentimento pro transbordo
Da escrita, viciante, sobrenatural.

25 de fevereiro de 2016

Ótimo fim de tarde

Um poema de Walt Whitman:

Na última vez em que lilases no pátio floriram 
(original aqui: “When Lilacs Last in the Dooryard Bloom’d“, por Walt Whitman)

               1

Na última vez em que lilases no pátio floriram
E a grande estrela cedo pendia no oeste do céu noturno,
Pus o luto – e continuarei em luto pela primavera de eterno retorno.

Ó, primavera de eterno retorno! certo tua trindade vem ao meu entorno;
Lilás a florir perene, e a estrela a pender no oeste,
E pensar naquele que amo.

               2

Ó, poderosa estrela caída do oeste!
Ó, vultos da noite! Ó, noite lúgubre e triste!
Ó, grande estrela desaparecida! Ó, a treva escura que esconde a estrela!
Ó, mãos crueis que me rendem sem forças! Ó, minh’alma indefesa!
Ó, nuvem áspera que me envolve e não liberta minh’alma!

               3

No pátio em frente a uma velha casa de campo, perto das cercas caiadas,
Se encontra o arbusto dos lilases, alto e crescido, com folhas de faustoso verde em coração
Com flores várias, a elevar, delicado, o forte perfume que amo,
Com cada folha um milagre……e desse arbusto no pátio,
Com flores de cores delicadas e folhas de faustoso verde em coração,
Um ramo, com flor, eu tiro.

               4

No pântano, em recessos reclusos,
Um pássaro tímido e oculto trina uma canção.

Solitário, o tordo,
O eremita, ensimesmado, evitando os acampamentos,
Canta sozinho uma canção.

Canção da garganta que sangra!
A vazão da morte na canção da vida – (pois bem, caro irmão, eu sei
Que se não tivesses o dom do canto, por certo morrerias.)

               5

Sobre o seio da primavera, a terra, entre cidades,
Entre alamedas e por antigos bosques, (onde há pouco as violetas vieram espiar do solo, malhando os cinzentos destroços;)
Entre a relva nos campos dos dois lados das alamedas – passando a relva infindável;
Passando a lança amarela do trigo, cada grão a erguer-se de seu sudário nos campos pardos;
Passando a golpes da macieira de branco e rosa nos pomares;
Carregando um corpo até onde repousará no túmulo,
Noite e dia viaja um caixão.

               6

Caixão que passa por alamedas e ruas,
Dia e noite, com a grande nuvem a ensombrecer a terra,
Com a pompa das bandeiras arriadas, com cidades vestidas de preto,
Com o desfile dos próprios Estados, como das mulheres em véus crepe, de pé,
Com procissões longas e sinuosas e os círios noturnos,
Com as incontáveis tochas acesas – com mar silente de rostos, e as cabeças desnudas,
Com o depósito à espera, o caixão a chegar, e as faces sombrias,
Com as elegias ao longo da noite, com mil vozes a se erguer, solenes e fortes;
Com todas as elegíacas vozes dos enlutados, despejadas ao redor do caixão,
Com as igrejas à penumbra e os trêmulos órgãos – Por esse meio você viaja,
Com o dobrar, o dobrar dos sinos, seu perpétuo tinido;
Aqui! caixão que lento passa
Dou-lhe o meu ramo de lilases.

               7

(Não para você, para um só, apenas;
Flores e verdes ramos a todos os caixões eu trago:
Pois renovado como a aurora – assim entoaria eu uma canção a você, Ó, sã e sacra morte.

Sobre buquês de rosas,
Ó, morte! Eu lhe cubro de rosas e os primeiros lírios;
Mas principalmente e agora floriu o lilás primeiro,
Copioso, eu tiro, tiro os ramos dos arbustos;
Com braços cheios eu venho, lançando-os por você,
Por você e todos os caixões seus, Ó, morte.)

               8

Ó, orbe do oeste, a velejar os céus!
Agora sei o que você quis dizer, que faz um mês desde que caminhamos,
Que caminhamos para cima e para baixo no azul escuro e místico,
Que caminhamos em silêncio pela noite sombria e transparente,
Que eu vi que você tinha algo a dizer, no que você se dobrava a mim, noite após noite,
Que você pendia baixa no céu, como se para o meu lado (sob o olhar de todas as outras estrelas;)
Que vagamos juntos a noite solene, (pois algo, não sei o quê, não me deixava dormir;)
Que a noite foi avançando, e eu vi nas beiradas do oeste, antes de você partir, como estava tão cheia de pesares;
Que eu estava sobre o solo a se elevar na brisa, na noite fria e transparente,
Que eu vi por onde você passou e se perdeu no ínfero escuro da noite,
Que minha alma em seu transtorno, insatisfeita, afundou-se como você, triste orbe,
Concluiu, caiu na noite e sumiu.

               9

Continua a cantar, lá no pântano!
Ó, cantor acanhado e terno! Ouço suas notas – ouço seu chamado;
Ouço – e venho depressa – eu lhe entendo;
Mas por um momento demoro – pois a estrela lustrosa me detém;
A estrela, meu camarada que parte, me mantém e detém.

               10

Ó, como trinarei meu peito pelo morto que amei?
E como talharei meu canto pela enorme e doce alma que partiu?
E o que deverá ser meu perfume, pelo túmulo de quem amo?

Maresias, a soprar leste e oeste,
A soprar do mar do leste e a soprar do mar do oeste, até lá nas pradarias se encontrarem:
Elas, e com elas, o alento de meu canto,
O perfume do túmulo de quem amo.

               11

Ó, onde as pendurarei nas paredes da câmara?
E quais serão as imagens que pendurarei nas paredes,
Para adornar o mausoléu de quem amo?

Imagens de medras da primavera, e lares, e sítios,
Com a tarde do quarto mês a se pôr, e a cinzenta fumaça lúcida e clara,
Com enxurradas do ouro amarelo do sol indolente e belo a afundar, ardendo e expandindo os ares;
Com ervas frescas e doces sob os pés, e folhagem verde e pálida abundante nas árvores;
Na distância o brilho fluido, o seio do rio, com ôndulas aqui e ali;
Com colinas a estender-se das margens, com linhas várias contra o céu, e sombras;
E a cidade à mão, com moradas tão densas e pilhas de chaminés,
E todas as cenas da vida, e as oficinas, e os trabalhadores às casas retornando.

               12

Vede! corpo e alma! esta terra!
Poderosa Manhattan, com suas cúspides, e, apressadas, as marés faiscantes, e os navios;
A terra variada e ampla – o Sul e o Norte à luz – as margens de Ohio, e o Missouri a brilhar,
E as pradarias se estendendo ao longe, cobertas de relva e milharais.

Vede! o excelentíssimo sol, tão calmo e altivo;
A aurora púrpura e violeta, com brisas recém-sentidas;
A luz gentil e suave, imensurável;
O milagre, a espalhar-se, banhando a todos – o zênite realizado;
A tarde por vir, deliciosa – a noite bem-vinda, e as estrelas,
Sobre minhas cidades iluminando todas, envolvendo homem e terra.

               13

Canta! canta, pássaro cinzento e pardo!
Canta dos pântanos, dos recessos – despeja seu canto dos arbustos;
Ilimitado, pelo ocaso, pelos cedros e pinheiros.

Canta, caríssimo irmão – trina sua canção flautada;
Alta canção humana, com voz do mais profundo pesar.

Ó, líquido e livre e terno!
Ó, selvagem e solto à minh’alma! Ó, maravilhoso cantor!
Só a você tenho ouvidos…..no entanto a estrela me mantém, (mas logo partirá;)
No entanto, o lilás, com dominante odor, me mantém.

               14

Agora enquanto eu me sentava ao dia e observava
No final do dia, com sua luz e campos primaveris e o fazendeiro preparando as plantações
No grande cenário inconsciente da minha terra, com seus lagos e bosques,
Na beleza aérea celestial, (após os perturbados ventos e as tormentas;)
Sob os céus arqueados da tarde ligeira a passar, e as vozes de crianças e mulheres,
As multimoventes marés, – e eu vi os navios a navegá-las,
E o verão chegando com faustosidade, e os campos ocupados em labores,
E as infinitas casas separadas, como elas prosseguiam, cada uma com suas refeições e as minúcias dos usos diários;
E as ruas, como latejavam seus latejos, e as cidades retesas – ó! ali e então,
Caindo sobre eles todos e entre eles todos, me envolvendo com o resto,
Surgiu a nuvem, surgiu a trilha longa e negra;
E eu conheci a Morte, seu pensamento, e o saber sagrado da morte.

               15

Pois com o saber da morte andando ao meu lado,
E o pensamento na morte por perto – andando ao meu outro lado,
E eu no meio, como companheiros, e como se dando as mãos a companheiros,
Eu parti rumo à noite acolhedora e velante, que nada fala,
Até às margens d’água, o caminho pelo pântano no escuro,
Aos cedros à sombra e solenes, e tão calmos os pinheiros fantasmais.

E o cantor tão tímido ao restante me acolheu;
O pássaro cinzento e pardo que conheço, acolheu a nós três camaradas;
E entoou o que parecia ser a canção da morte, e versos àquele que amo.

Dos recessos profundos, reclusos,
Dos cedros fragrantes, e tão calmos pinheiros fantasmais,
Veio a canção do pássaro.

E o encanto da canção me arrebatou,
No que eu segurava, como se pelas mãos, meus camaradas na noite;
E a voz de meu espírito fez-se gêmea do canto do pássaro.

               CANÇÃO DA MORTE

               16

Vem, suave e amável Morte,
Ondule em torno do mundo, serena chegando, chegando,
No dia, na noite, a todos, a cada um,
Mais cedo ou mais tarde, delicada Morte.

Louvado seja o insondável universo,
Pela vida e graça, e por objetos e o curioso saber;
E pelo amor, doce amor – Mas louvor! louvor! louvor!
E pelos braços de certo enrosco da frio-envolvente Morte.

Obscura Mãe, sempre a pairar por perto, com leve pé,
Ninguém jamais cantou por ti um canto de pleníssimas boas-vindas?

Pois eu o canto por ti – glorifico-te acima de tudo;
Trago a ti uma canção para que quando tiveres enfim de chegar, chega sem falta.

Aproxima-te, forte Libertadora!
Quando for assim – quando me tomares, eu canto alegre os mortos,
Perdidos no teu amado, flutuante oceano,
Banhados na enxurrada de teu êxtase, Ó, Morte.

De mim a ti alegres serenatas,
Danças a ti eu proponho, saudando a ti – ornamentos e festins a ti;
E as visões da paisagem aberta, e o céu aberto, são dignas,
E a vida e os campos, e a noite imensa e pensativa.

A noite, em silêncio, sob muitas estrelas;
A costa oceânica, e a onda de roucos sussurros, cuja voz eu conheço;
E a alma tornando a ti, Ó vasta e velada Morte,
E o corpo gratamente se aninhando em ti.

Sobre as copas eu alço a ti uma canção!
Sobre as ondas que se elevam e afundam – sobre a miríade de campos, e as vastas pradarias;
Sobre todas as densas cidades, e os cais e vias abundantes,
Alço esta canção com graça, a ti com graça, Ó, Morte!

               17

Ao gêmeo de minh’alma,
Alto e forte prosseguiu o pássaro cinzento e pardo,
Com notas puras, deliberadas, espalhando, preenchendo a noite.

Alto por sombrios pinheiro e cedro,
Claro no úmido frescor, no perfume pantanoso;
E eu com meus camaradas ali na noite.

Enquanto a minha visão presa aos olhos se descerrava,
Como se para longos panoramas de visões.

               18

De soslaio eu vi os exércitos;
E vi, como em sonhos sem ruídos, centenas de bandeiras de batalha;
Alçadas na fumaça das batalhas e perfuradas por projéteis, eu as vi,
E carreguei aqui e lá pela fumaça, e desfeito e ensanguentado;
E por fim com alguns retalhos sobrando nos mastros, (e tudo em silêncio,)
E os mastros todos em lascas e partidos.

Eu vi os cadáveres da batalha, miríades deles,
E os esqueletos brancos dos jovens – eu os vi;
Eu vi os destroços e destroços de todo soldado morto da guerra;
Mas vi que não eram como se pensava;
Eles próprios estavam em paz – nada sofriam;
Os vivos ficavam e sofriam – a mãe sofria,
E a esposa e os filhos, e o camarada pensativo sofria,
E os exércitos que ficaram sofriam.

               19

Passando as visões, passando a noite;
Passando, desatando o enlace das mãos dos meus camaradas,
Passando a canção do pássaro eremita, e a canção gêmea de minh’alma,
(Canção vitoriosa, canção vazante da morte, mas canção vária e sempre alterada,
Embora baixa e uivante, as notas claras, elevando-se e caindo, inundando a noite,
Afundando tristes e sumindo, como se a avisar e a avisar, e ainda assim estourando de graça,
Cobrindo a terra, e preenchendo a extensão do céu,
Como aquele poderoso salmo na noite que ouvi dos recessos,)
Passando, eu te deixo, lilás das folhas em coração;
Eu te deixo lá no pátio, a florir, retornando na primavera,
Eu cesso minha canção por ti;
De meu olhar a ti no oeste, diante do oeste, em comunhão contigo,
Ó lustroso camarada, de argêntea face na noite.

               20

No entanto, guardo toda, cada uma das coisas recobradas da noite;
A canção, o canto maravilhoso do pássaro cinzento e pardo,
E o canto gêmeo, o eco instigado em minh’alma,
Com a estrela a pender lustrosa, com as feições cheias de pesar,
Com o lilás alto, e suas flores de dominante odor;
Com os companheiros me acompanhando, mãos dadas, perto do chamado do pássaro,
Camaradas meus, e eu no meio, e sua memória para sempre eu guardo – para o morto que tão bem amei;
Para a mais doce e sábia alma de todos os meus dias e terras… e isso por ele, tão caro;
Lilás e estrela e pássaro, embrenhados no canto da minh’alma,
Lá nos fragrantes pinheiros, e os cedros de sombra e ocaso.

(tradução de Adriano Scandolara)

Desobedeça!


Fotografei a vaidade na antiguidade saudosa, numa 35 mm revelo o verso e prosa; fiz foco no amor verdadeiro, 
Fiz macro nos pequenos detalhes...
Vendo na semente uma rosa e na gota d’água meus mares.

Fotografei a vida nova, mas dessa vez no digital; são conquistas, são presságios, os naufrágios de uma nau.

Com a exposição mais longa, sem delongas de uma prosa.
No contraste se comprova que a nossa bossa nova se mistura ao rock clássico...
(é fantástico, abre a roda)

Meus versos são libertos, (não há musa, nem mordaça) não há um alvo que se faça. 
Às vezes eles voam e são de quem os pega, são de quem os abraça.

Engatinho na escrita e na arte, feito criança sapeca, levada; vou de encontro ao bolo ou a bola, entro de sola; mergulho no sonho, totalmente cego e sem ego, sem pretensão de ser nada.

Dê-me seu melhor sorriso. Aquele intenso, meio sincero, todo lero, mero siso; que mexe com meu brio, (benevolente e incandescente) que eu admiro.

24 de fevereiro de 2016

The One Minute Fish FIlletFilete De Pescado En Un MinutoViralMega.com - Credit: ViralHog
Publicado por Viral Mega em Terça, 23 de fevereiro de 2016


Esse e todos os meus livros lançados por aqui, no Clube de Autores, estão a preço de custo, sem comissão; penso e ponho em prática isso para assim os mesmos saírem mais populares possíveis, e com o simples, claro e salutar objetivo de entreter e levar meus escritos, e os escritos de amigos, ao maior numero de leitores. Nesse livro, em particular, tem mais suor, tem mais íntimo, mais imagens e desenhos nas letras. Esse veio do veio e despontou na folha como água que borra, que sacia a sede e entra na senda quebrando a solda mais atroz! Bom proveito e obrigado desde já pela opção de escolha.

Clube de Autores: https://clubedeautores.com.br/book/183472--PurO_OsSo#.Vs2ipfkrK00

23 de fevereiro de 2016

Ótima tarde de terça!

Sonhei com o Tibet

Umberto Eco che percorre la sua casa-biblioteca.(dal documentario "Sulla memoria", di Davide Ferrario. Clip via Stefano Crupi)
Publicado por La Repubblica XL em Sábado, 20 de fevereiro de 2016


Sonhei com o Tibet
(André Anlub - 30/3/13)

Por vezes penso em puxar a tomada,
Desligar-me de tudo,
Raspar a cabeça,
Limpar a consciência
E ir atrás da paz interior.

Sonhei com o Tibet!
E pra quebrar o tabu,
Sem quebrar a tíbia:
Vou tocar tuba, dentro de uma taba,
Deitado em uma tumba.
Descansando aqui no meu banco de pedra
Iluminado pela lua cheia
Que disputa importância com o poste de luz...

Novamente, bloco e caneta nas mãos
E um pouquinho de inspiração.

Tenho a sensação estranha
De estar tendo uma experiência
Tipo extracorpóreo.

Os cães latem ao longe
E pra longe se desloca meu pensamento...
Logo logo eu volto. (pelo menos a carcaça)

A vida pode ser farpa entre unha e carne
Um bambu que se enverga com o vento que varre
Ou estrelas que brigam com o raiar de um dia.

22 de fevereiro de 2016

Doido adoidado



Doido adoidado

Nas manhãs o sol piegas me prega uma peça:
Se esconde atrás de uma nuvem
E torna ainda mais glacial a água da cachoeira.

As novas selvas não são anfitriãs,
São as selvas de pedras e as de podres.
Vejo deusas anãs;
Vejo duendes gigantes.

Estou estafado; estou estufado; estou estatelado
Muita pimenta no pirão; muito pernil com paçoca...
Mas o pulso ainda pulsa.

Já contei algo assim, fatos mais que conhecidos;
Já debati mentindo; já me bati me debatendo.
Enganando a escória pisei na Lua e corri em Marte,
Fiquei corado e fui coroado um mártir maluco.

No final das contas,
Joguei os dados:
Fumei ópio no hospício,
E doido, 
Deu pra mentir adoidado. 

André Anlub
(21/2/16)

21 de fevereiro de 2016

Nuvens Novas

Nossos olhos


Nossos olhos

Nossos olhos em trocas
Na prévia sem privo...

Vai os braços em direção aos contornos do corpo... toda a beleza;
Sobem, descem, revezam-se e se sentem sortudos...
E são!
Velhos tempos de conquistas, novos tempos de colheitas...
Sujas e limpas mãos!
Ontem mel de abelha, hoje doce de melado... e a colmeia ilesa.

A fruta no pé, 
Pé descalço no chão;
Céu azul como outro dia, 
Dia com a ‘cuca fria’, 
Chá quente,
Cheiro de pão.

Havia mais na procura, deixamos assim pois assim está perfeito;
Cheiros instigantes, drinks elaborados e a observação de casais à beira mar...
Enamorados.
Lua em breve ilustrará o cenário,
Deixará seu brilho nos amores,
Nas areias e no mar...
E, quiçá,
Aos nossos olhos
Incendeia. 

André Anlub
(20/2/16)

20 de fevereiro de 2016

Ótimo Sabadão!


Morre o escritor italiano Umberto Eco
Filósofo e romancista morreu aos 84 anos em sua casa, diz 'La Repubblica'. Eco é conhecido como autor de 'O nome da rosa' e 'O pêndulo de Foucault'.

Mulher...

Quando é pra valer, o assunto ganha vida própria. Passa por timelines do facebook, por redações no ENEM, pela tv, pelo...
Publicado por Quebrando o Tabu em Quarta, 4 de novembro de 2015


Não há nada mais indomável do que uma mulher sem vaidade.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.