24 de abril de 2016

Sonhador



Sonhador
(André Anlub - 6/11/13)

Ressurreição dos grandes,
Dos poderosos deuses,
Que repousavam e sonhavam,
Apenas sonhavam.

Ao longe se ouve os gritos,
Preparativos da paz.

Entram pelos tímpanos
Os novos tempos dos templos
E as novas terras, moças naves.

Há de surgir o maior dos maiores,
Fim das catástrofes,
Princípio dos versos
E ventos dos Bons.

- Ouçam as trombetas!

Mas é assim, nesse momento,
Onde a festa tem brilho,
Tem som tem ritmo.

Onde pipocam as estrelas
Abrindo passagem aos cometas
Que trarão a verdade.

- Seriam cometas?

E ao cair das pedras e dos astros,
Ilustrando o céu em frenéticos rabiscos,
Vemos uma nova era,
Atmosfera de segurança, 
Benevolência e compreensão.

Como num desejo e sonho:
- ao chão o cajado!
- ao sol o rebanho!
Na utopia a visão.

23 de abril de 2016

Bom sábado a todos



“Um sonho que sempre não tive”


“Um sonho que sempre não tive”
(André Anlub - 29/3/12)

Caminhando por um jardim surreal
Deparei-me com algumas belas plantas epífitas,
Sentei-me em um velho banco de madeira;

Um rio de prata atravessava o lugar,
Onde longe há árvores altas,
Parecendo tocar o céu.

Estiquei o braço em direção a uma orquídea amarela,
Ela estava caída no chão,
Ainda molhada pelo orvalho.

Peguei e a levei até o nariz:
- Ainda pude sentir a sua fragrância,
Meu perfume preferido.

Levei-a então bem próximo dos meus olhos...
O sol batia e ofuscava “douradamente” minha vista,
Formava uma espécie de arco-íris,
Singular beleza,
Veio-me a visão dos seus cabelos.

Nesse momento meus pensamentos se consumiram,
Lembranças que haviam sido arquivadas...

Mesmo assim voltaram como num estalo,
Sem piedade.

Por que fui tão rude com ela?

Pensei como seria o presente se no passado agisse diferente,
Ponderei as decisões que tomei:
- Algumas sensatas, algumas egoístas e muitas precipitadas.

Tentei ajustar o complexo relógio do cérebro
E perguntas vieram com uma tempestade...

Antes mesmo que eu pudesse ficar de joelhos
E meus prantos se derramassem por sobre mim...

Acordei!

Mas as dúvidas nunca deixaram de ecoar.

22 de abril de 2016

Uma pulada de cerca


Uma pulada de cerca
(André Anlub - 31/5/12)

Descreverei:

O embuste e o arcano entram pelo cano 
Quando se descobre o amor...

Descem aquém do ralo,
Perdem o faro como um cão sem dono.

O amor é colosso,
Multicolorido e de aura desmesurada...

Por si só já é um exército,
Não necessita armada nem patrono.

Manda calar em silêncio
Desmascara a arrogância,

Jamais conheceu a ganância
Tampouco a demência.

Mas o amor pode ser confundido...
Por um ser oprimido
Que arquiteta sua inocência.

Como uma alta montanha
É a deleitosa paixão...

Mas não esse monte que logo vem na mente 
(com neve).

Está mais voltada para uma muralha 
(um vulcão).

Pode ficar eternamente em uma vida 
(ser breve)

(...) Ou deliciosa e passageira emoção.

Em suma:

Agarre-se nessa dopamina,
Se dope do casto e verdadeiro anseio,
Arrume um meio de dobrar essa esquina,
Depois retorne a rua calma da sua história.

Semente da sabedoria

Feio, recatado, do lar, do mar e do bar.


Semente da sabedoria
(André Anlub - 1/1/13)

A voz do algoz berra:

- Vejam arder à fogueira das iméritas vaidades, 
ouçam o grito de dor das nobres madeiras, 
falem das belezas das cores nas chamas faceiras 
e enganem e embriaguem no verdadeiro motivo.

Mas as sementes estão voando
Pelas mãos dos ventos...
Ventos fortes e férteis aos quatros cantos.
Coloridas, leves e levemente polidas,
Buscam o asilo de um solo fértil da mãe terra;

Ao futuro que deve sempre ser o melhor:
E germinam...
Pintam e perfumam o quadro do mundo,
Aquarela de esperança e a raiz fortes;
Divino da beleza que nasce aos olhos,
Sem intolerância e sem guerra.

A árvore maior canta:

- Em toda vida há o relógio automático,
Batidas do coração no tempo e na alma.
Mantendo-se em movimento vencerá a batalha, 
com sabedoria e com a sagrada terra.

21 de abril de 2016

Várias cores formam você



As gaiolas se abriram, voam os pássaros rumo à vida.
Falham as bombas, e pombas de branco se pintam.
O mundo esquece seu eixo, gira em toda direção,
E pira sem nenhum desleixo, sem a menor ambição.



A lua olha por todos os lados, 
chora por quaisquer dores, 
explica a atual loucura de não mais existir o pecado, 
e nascer cada vez mais pecadores.

Várias cores formam você      
(André Anlub - 3/2/09)

No desígnio perfeito do amor
Sempre calmo – sempre esperto,
Com sua presença por perto
Nunca frio dum eterno calor.

Seus olhos o céu, rosa da sua boca,
Corpo de louca e cabelo o véu.

Mãos de plumas quando tocam,
Caminhar estonteante,
Brilham num estante 
No meu coração de amante.

Magia das palavras que diz... (sabe o que dizer)
Consegue breve o querer, meu coração sempre a quis:

- Seus cabelos pretos brilham
- Sua pele branca reflete
- Seus olhos castanhos enobrecem.

Sua boca rosa de veludo
(nossa! não canso de comparar)
Admirável narizinho pontudo.

Um queixo, lindo, um beijo e um pescoço macio,
Visível corpo sadio fez-me gostar mais de você.

Suas mãos macias, maças, (novamente comparando)
Escrevem cartas de amor
Que dizem coisas bonitas,
Muitas vezes escritas num momento de dor.

Toca-me, faz um carinho,
Nunca me esqueça sozinho...
Sua sombra no meu caminho
Uma abelha pousa na flor...

E em tal flor não tem espinho,
Nunca estou abandonado,
Apenas ligeiramente apavorado
Como um filhote no ninho.

Segue a vida...

Prince morre aos 57 anos
Polícia faz investigação na casa do cantor em sua casa em Minnesota, EUA.
Assessor e familiar confirmaram a morte do astro pop nesta quinta-feira (21).



20 de abril de 2016

Vara de marmelo



Vara de marmelo
(André Anlub - 26/5/12)

Cabo de jatobá e madrepérola,
Cabeça dura como aço forjado.
Leve semelhança com pequeno cajado,
Segmento da mão do juiz que decide destinos...
Martelo algoz de almas.

Colheu o fruto da semente plantada
Na terra sagrada do tempo,
Árvore de força e poesia de Dante
Sem sombra negra rondando os ninhos.

Pela ordem e lei dos homens,
Pela força das cruéis máquinas,
Cai ao chão ao piscar dos olhos
A gigante árvore centenária.

Uma variante má, um Davi moderno,
Derrubando e devastando florestas,
Outrora nanica criança espúria
Que tomava surra com vara de marmelo.

19 de abril de 2016

Dia do Índio


Princípio e fim (André Anlub)
– sim, é poesia! faz crescer as flores, e nasce nas flores crescidas.

Percebem-se as letras ao vento, fermento dos versos no intento;
Na mescla que move à fantasia – lamúria e luxúria dos dias.
Diga-se de passagem: a paisagem pairou na barriga dele (grávido),
Pariu na paragem mais certa e reta – cerne que outrora tardia.

Faz-se poesia – fez-se cria – faz-se o poeta (ávido),
Criou-se a meta na metalinguagem em espectros.
Assombrando os muitos herméticos heréticos espertos
E espetando os pedantes pedintes descalços moleques.

Ao céu o seu mais lindo e redondo sol brilhante (enérgico),
Diamante dos dotes de deuses de doutrinas de histórias;
Ao léu as asas cresceram, veio no veio inspiração/sorrisos,
Ao velho ao novo ao menino – porta de início de índio de íngreme.

Prepara-se o leito quente – seio da mãe – leite materno,
Cobiçando o menino vadio, forte e inteligente (frenético),
As letras são o “norte”, coreógrafas convidando ao passeio (imagético),
Sem freio, meio – principio – confins sem fim... no íntimo eterno.



O Rio Tapajós possui um leito de águas verde-azuladas que dá forma a praias e cachoeiras, no meio da Amazônia. Um verdadeiro paraíso que está ameaçado. O governo quer construir uma barragem que comprometerá tudo na região. Assine a petição e vamos juntos manter o #TapajósVivo - Clique aqui:  Tapajós Vivo

18 de abril de 2016

Morrem as abobrinhas



Morrem as abobrinhas 
(André Anlub - 3/8/13)

Venha, chegue mais perto,
Quero sentir seu hálito delicado e forte
(sopro de amor).
Agora chegue ainda mais perto e cole seu nariz no meu.

Quero entrar nos seus olhos, no mar infinito
E no universo negro e mágico
Onde tento ver o meu rosto.
Digo em alto e bom som:
Como é bom, quero sempre fazer parte dessa história (é salutar); mas periga ser um vício.

É no início, na essência, onde bulo e reviro a memória, vejo que nessa guerra vale a pena lutar.
Ninguém vai nos dizer o que devemos fazer,
Nunca mais... (não, não)!

Com o certo ou o errado deles:
(dos ralos - dos reles)  limpamos o chão.

Acabaram-se as abobrinhas nas nossas mentes,
Nem se falarem hipoteticamente
Só verei as bocas mexendo (sem som).

Agora há o costume de seguir o próprio caminho, escolher as partes, pontes e portas, ficar frente a frente com o vendaval; agora há o ensejo para fazer tudo sem o aval alheio, sem olheiro, outeiro ou umbigo, abraçar o amigo, abalroar o inimigo, sem frase feita ou sorriso banal.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.