22 de maio de 2016

Ótima semana


Animal do bem e o tal (28/05/13) São animais indiscretos e contemplativos na mansidão imaginária e cada vez mais. No hipotético paraíso na zona de conforto, vão chegando, vão vivendo outros desafios, pés que não cansam de andar fora dos trilhos. Vê-se os trilhos do bonde, no pé das frutas do conde, no entorno do misto dos milhos com as doces e tortas espigas do conde de monte cristo. Na ré do trépido bonde, tudo trepida e o vinho vai longe... entorna, esguicha e mancha a roupa de linho da moça, que o pranto fez poça (a olhos vistos). São animais de cegos charmes e quase sempre atrapalhados, na obsessão que alguém os agarre, salvando-os do fortuito afogamento dos salgados e amargos mares. São animais como nós, com nós nas vis ventas; que inventam o ar atroz e logo após se lamentam.


Ao amor livre (17/2/13) São muitas as trajetórias do amor, notórias escolhas, erradas ou certas. O sentimento que navega em diversas veredas, em caravelas sem rumo, nos mares inóspitos, sob o fogo e as flechas. Há a calmaria do coração silencioso, inimaginável adaptação da estrada. Por onde em sonhos andamos felizes, cantando e admirando a natureza. Também há aquele amor que irrita e fica na mira dos dedos apontados... dos velhos julgamentos, das incontestáveis indelicadezas e umbigos gigantes. A inveja que beira o pérfido; a repugnância e a avareza. Mas de nada adianta, pois é sobre o amor que se fala, e em decorrência dele vivemos. Eis a paixão palhaço, em que coloca-se alegre o nariz vermelho, armando o circo no leito e apertando o peito, de jeito (suando as mãos) e livre dos “nãos” e dos preconceitos.

Poeta Hei de Ser


Informações Aqui: Página no Facebook 

Marte hoje

AO VIVO: Marte na maior proximidade com a Terra dos últimos 13 anos


"22/05/16 - Há muito tempo que Marte não se mostrava tão brilhante no céu noturno! Você tem visto o Planeta Vermelho ultimamente?

O Planeta Vermelho não se mostrava tão brilhante no céu noturno já há muito tempo! A olho nu, sem o auxílio de qualquer equipamento, podemos vê-lo brilhar próximo da estrela Antares e do planeta Saturno, que também está visível a olho nu.

E hoje, dia 22 de maio, Marte está em oposição, ou seja, oposto ao Sol. Nesse momento, podemos formar uma linha reta entre Sol, Terra e Marte. A oposição de cada planeta ocorre em períodos diferentes. No caso de Marte, a oposição acontece uma vez a cada 26 meses.

Confira os maiores eventos astronômicos desse mês

Quando um planeta está em oposição, ele nasce a leste ao mesmo tempo que o Sol se põe a oeste, e vice-versa. Isso faz com que o astro em questão se torne visível durante toda a noite. E não é só isso que fará Marte chamar a atenção.

Além de estar em oposição, nesse dia 22 de maio Marte também atinge o "perigeu", ou seja, o ponto mais próximo da Terra. E dessa vez, Marte não está apenas na maior proximidade com a Terra do ano, mas sim dos últimos 13 anos! [Como seria viver em Marte?]

Transmissão ao vivo - Marte mais próximo!

A transmissão ao vivo de Marte trará imagens em tempo real, feitas com grandes telescópios instalados em locais remotos do planeta Terra, uma cortesia do nosso parceiro Observatório Slooh. O evento está programado para ter início nesse dia 22 de maio, às 21h00 BRT (00:0 UTC), e estará disponível logo abaixo!" - AQUI!
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Pequenas divagações...


Pequenas divagações...

Filha chave de cadeia tomou chá de sumiço,
Experimentou um chouriço.
A mãe há nove meses, com o compromisso,
Toma chá de cadeira.

É com você meu excesso!
Cada rima faz a lima que esculpe,
Cada lume é o grito na ideia.
A sina e a saudade tomam a forma que apetece:
O blá, blá, blá de normas e métricas já tarde falece.

Abril em festa?
Pela fresta infesta o olhar da inveja.
Com a porta semiaberta ela observa:
Não há mais breja, não há igreja,
Queimou-se a floresta,
Abril banal.

Se ser feliz é clichê
Largue seu crochê e pegue seu crachá
Se sinta em uma creche bebendo uma crush 
E ouvindo the clash.

Agora o sol despontou no oceano,
(Só porque você quis assim)
Os raios vão cozinhando em fogo brando,
Desentupindo os enganos.
(Só porque você está a fim)

Corsário sem rum(o)


Corsário sem rum(o)

No seu sorriso mais doce
Dá-me o sonhar acordado,
Nau agridoce ancorada
No porto seguro de um réu.

O cerne mais íntimo partilhado
Como alado cavalo ao vento,
Coice pra longe o tormento,
Traz na crina o loiro do mel.

Mil flores a pulsar na razão,
Vil dor e jamais compunção,
Cem cores permeiam na libido,
Sem rumo nem rum no tonel.

Pirata na dádiva do amor,
Com a bússola do autêntico anseio,
Nem proa, nem popa, nem meio,
Voando em direção ao seu céu.

21 de maio de 2016

#DiaMundialDaDiversidade

A arte e o tempo se vão – vontades e desenhos de pele ficam. 
(Manhã de 7 de junho de 2015)

Trouxeram-me os Anjos alguns rabiscos nessa madrugada. Eram folhas sem nada, em branco, mas tudo ali continham. Foi o mundo ao avesso no desapresso das pressas. O pensamento ligeiro deixava nas nuvens rastros de onde nunca passou enquanto o mar, meu amigo, me aguardava em uma próxima e breve visita. Os olhos fechados em sonhos iam aquém e além do tempo presente; pude ver tão claramente um fato nunca consumado. Por onde estaria um quadro chamado “chupa cabra” que pintei e presenteei uma amiga? Onde estaria essa amiga? Pois é. As flores belas nos cantos da sala, as velas queimando e perdendo seu corpo; as flores ainda com cheiro delicioso e as velas ainda tinham muito a queimar. Um poço de água doce e limpa em formato de lembrança... Uma água nunca bebida e uma sede que sempre houve. Vejo agora elegantes elefantes com seus passos gigantes, pesados e lentos... Em um santuário que faz qualquer santo voar. Versos me rodeiam e anseiam serem pegos e “usados”. As pedras, cá para baixo – pedras duras e cascalhos – lisas e pontiagudas – formam dores antigas e novas e, como não poderia deixar de ser, também fazem parte do cenário. A peça de teatro já – já irá ao ar. Em um abre/fecha de cortinas, rotineiras rotinas e acasos em novidades... Tudo para alegrar a alma. Vou pensar sobre o assunto e tirar minhas próprias conclusões (novamente). Expus o que era para ser exposto, e com gosto. Pus-me o que era pus e cicatrizou em uma casca mais forte e duradoura. Escrevi somente para fazer graxa e engraxar o texto... dar brilho. As cachoeiras me chamam (sejam elas quais forem), as águas me chamam, o sol está no ponto e o céu bate seu ponto... Ainda mais azul do que nunca. Canhões e soldados sedentos, tempestades e terremos (querendo), chuva ácida – frio e gelo. O frio perdeu a guerra, mas ainda não se deu conta disso (ainda bem). Agora dou uma puxada forte no meu inalador Vick, cheiro de cânfora e mentol... O tempo ficou lento e o som no mínimo, lamentos enterrados e lamúrias aos ventos... A distância entre o entrosamento e o ensejo é um breve momento... As cortinas de todas as cores e formas se fecham... Hoje houve sonho, como sempre há.  #DiaMundialDaDiversidade


"Hoje, 21 de maio, é o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento. A data enfatiza a importância da diversidade como alicerce do desenvolvimento sustentável e elemento estruturante de identidades coletivas abertas ao diálogo e respeito mútuos. 
Confira  a  mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, que destaca o papel central da cultura para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a serem alcançados até 2015.
“A menos de mil dias para o prazo final de 2015 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), nós devemos fazer de tudo para acelerar o progresso. Cultura e diversidade cultural não fazem parte dos objetivos de desenvolvimento internacionalmente reconhecidos – mas eles são “aceleradores” essenciais para atingi-los. Nesta nova era de limites, as capacidades humanas de invenção e de inovação são duas das nossas forças mais poderosas e renovadoras. Esse é o motivo pelo qual a diversidade cultural é tão importante – como uma fonte de criatividade, de dinamismo e de sustentabilidade. Devemos reconhecer, apoiar e compartilhar essa força, com base nos direitos humanos e nos valores universais.
Esse é o estímulo dado pela Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, de 2001, que nunca foi tão evidente quanto na atualidade – uma época em que os governos estão repensando estratégias para o desenvolvimento sustentável e buscando novas fontes de dinamismo. À medida que avançamos rumo a 2015 e elaboramos uma nova agenda de desenvolvimento global a ser seguida, devemos aproveitar ao máximo o poder da cultura e da diversidade cultural.
A posição da UNESCO é clara. A cultura é um dos motores do desenvolvimento, que é conduzido pelo crescimento do setor cultural e das indústrias criativas, bem como pelos benefícios advindos da salvaguarda do patrimônio cultural tangível e intangível. Ela é também um facilitador do desenvolvimento sustentável – o contexto no qual políticas de desenvolvimento podem avançar, por meio da participação local, com eficiência e impacto. Nesse contexto, o diálogo intercultural é essencial para se aproveitar ao máximo da diversidade, para aprofundar as raízes do desenvolvimento e para compartilhar seus benefícios.
2013 é um ano importante para tratar disso.
Nós devemos construir com base nas duas Resoluções sobre cultura e desenvolvimento adotadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2010 e 2011, e avançar no debate: este mês, durante o Congresso Internacional de Hangzhou, na China; em junho, no Debate Temático sobre Cultura para o Desenvolvimento Sustentável, convocado pelo presidente da Assembleia Geral da ONU; em julho, na Revisão Ministerial Anual do ECOSOC sobre “Ciência, tecnologia e inovação, e o potencial da cultura para promover o desenvolvimento sustentável e atingir os ODMs”; ainda em julho, por ocasião do lançamento da terceira edição do Relatório sobre Economia Criativa, que tem como coautores a UNESCO e o PNUD; em novembro, durante o Fórum Mundial de Cultura em Desenvolvimento, organizado pela Indonésia em parceria com a UNESCO; e no segundo semestre deste ano, por meio de uma possível terceira Resolução da Assembleia Geral da ONU sobre Cultura e Desenvolvimento.
Em tempos de mudança, nós devemos ampliar o debate sobre o desenvolvimento para aproveitar o poder transformador da cultura. Reconhecer e apoiar a diversidade cultural pode auxiliar a abordar as dimensões econômicas e de direitos humanos da pobreza, bem como fornecer soluções criativas e transversais para problemas complexos – desde a saúde e o meio ambiente até o avanço da igualdade de gênero e a educação para todos.
Em uma época de incertezas, a cultura, em toda a sua diversidade, pode promover um senso de identidade e de coesão para as sociedades. Ela é também uma fonte poderosa de criatividade e de inovação. Por fim, nenhuma forma de desenvolvimento pode ser sustentável sem cultura. Essa é a mensagem da UNESCO neste Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento”."

Ótimo sábado meus caros amigos


Falaste que a inspiração
Havia encontrado o fim,
Perdendo o ritmo, sem voz no coro.
Os anjos não voavam nos sonhos,
E loucos, sem as flechas, em vestes brancas,
Riam das caretas das carrancas.

Anti-herói filósofo (2/1/13) Não me acostumo a recear paixões, em qualquer esfera. Já com meus quarenta e poucos anos, afortunado, burro de carga nos caminhos da vida, em estradas esburacadas, dias nublados, na fome na sede na imaginação. Será que sou anti-herói filósofo? - Que tem a cabeça dura de pedra, de frágil esteatito; que tem perigosa peçonha e usa para criar o antídoto; que tem o coração guardado a sete ou oito chaves... mas deu cópia aos amigos. A meu ver o amor foi descoberto na era Cenozoica, período Quaternário. Perdidos, os corações de artistas, traçados rupestres, ecos de pesares nas paredes das cavernas e eternizado nas mentes apaixonadas.

Hora do recreio


Hora do recreio
(21/9/13)

Quem será o guardião desse coração:
Tão intenso, raro e quente.

Nesse vai e vem do povo a cólera passa rente...

Tentando roubar o puro, 
Esconder o tesouro, 
Cavando um túmulo
E matando os loucos.

Tudo se transforma na fala
Da saliva da ponta da língua.
Na palma da mão que entorna a raiva,
Perdendo-se no céu anfitrião.

Sendo o alicerce mais forte,
Fez-se o castelo - nasce o coveiro...
Que rompe vis elos,
Enterra as contendas.
Encarcera o faqueiro que insiste no corte.

A verdade mostra para que veio
E o ópio evapora na veia.
Surge a sorte pisando na morte,
Tornando o instante um instante perfeito.

O som é mais ameno,
No feliz badalar dos sinos
Para a hora do recreio.

20 de maio de 2016

Anéis de ouro branco


Anéis de ouro branco (27/7/13) Teus anéis de ouro branco, brilham como os dourados; são de dureza feito ferro, redondos como o globo. Anéis como tu és: valiosos e únicos, carregados com gosto, mas que ostentam a penúria de serem vistos e terem utilidade. Tu viajas onde divagas, e devagar reages. Vives na teia de aranha que abraça o todo: o mundo, as pessoas e os desejos. Na elegância que tens, encontras versos na ponta do lápis... e todos tem dito: como é bom ler-te, cada letra, cada frase e cada verso... A união das palavras em coito vivo. Está aí, para quem quiser ver: a paz e o amor! Saem do coração e derramam em delírio, em choro e grito.

Árvore de Josué


Árvore de Josué
(André Anlub - 18/10/12)

Isolado no deserto, na sombra da grande árvore de Josué,
Escrevo alguns singelos rabiscos líricos...
Com o pensamento em nossa casa, lá, distante,
Em nossos cães correndo, deselegantes...
Vindo de encontro a você.

Por um instante a alma estacionada aqui se eleva
- Não há treva nem angústia.
Sinto meu corpo a acompanhar
Por dentro de memórias - sublimes histórias.

Sentindo o belo em todos e em tudo,
Caminhando na chuva por cima de um arco-íris sem cor,
Surdo para qualquer som absurdo...
Um banho de chuva e de glória.

Estou no alto e vejo-me pequenino sentado,
Estendo as mãos e solto um dilúvio de letras,
Estas se unem formando versos - eles se casam como uma bola de neve...
Banham meu corpo deixando-me ainda mais extasiado.

São dois de mim que se completam,
Ilustrei para expor como me sinto;
O porre de absinto de inspiração
Fez banho de chuva no verão.

Extra, extra!

A “metraca”, a insatisfação e a fome gritam... Ao ver teu choro da fumaça danada, senti-me com uma facada, uma dor aguda nos ossos, na alma e no peito; nos olhos as pupilas dilatam, e na lata o vermelhidão do sem jeito... Pela carência do ar da armada e a dúbia imposição do respeito.

Extra, extra!
(10/5/13)

É pedir muito que o pôr do sol dure um pouco mais
E que se exponham os rostos rubros e os sorrisos nobres?

Num tempo raso, que se faça um brilho nas gotas dos prantos,
Enquanto descem pelo canto do rosto, até a boca,
Com gosto salgado de solidão.

Já conhecemos essa rotina, decoramos o roteiro.
Somos atores e diretores dessa trama,
Sem ou com paixão correspondida e final feliz,
Ao som, ou não, do mais belo fundo musical.

Queremos somente que nunca deixe de acontecer
Pois amamos esse fardo.
É aquela corrida contra nós mesmos,
Revelando nosso íntimo nas primeiras páginas dos jornais da vida.

Extra, extra!

Somos como cães vagabundos
Cambaleando pelas alamedas de sonhos,
Atrás de mais um prato de comida,
Do calor e da proteção da chuva. 
(atrás do mais sincero tesouro)

E nesse minuto, o tempo se foi e o sol se pôs.
Agora vou-me no breu do desconhecido,
No medo de esquecer o que é medo
E não mais poder fazer parte de tudo isso.

MALCOLM X, 91 ANOS

Não fosse seu brutal assassinato em 1965, Malcolm X completaria hoje seus 91 anos.

"A imprensa é tão poderosa no seu papel de construção de imagem, que pode fazer um criminoso se passar por vítima e a vítima se passar por criminoso. Esta é a imprensa, uma imprensa irresponsável. Se você não for cuidadoso, os jornais vão acabar te fazendo odiar as pessoas que estão sendo oprimidas e adorar as pessoas que estão levando a cabo a opressão".

Proferido no dia 13 de dezembro de 1964, o trecho em destaque é de um dos últimos discursos de Malcolm X, àquela altura já Malik Shabazz, no Audubon Ballroom do Harlem – mesmo salão em que seria brutalmente assassinado poucos meses depois.

19 de maio de 2016

Peitando a ignorância


Peitando a ignorância
(André Anlub - 11/9/12)

Vamos peitar a santa ignorância,
Fazendo aliança com o santo Aurélio,
Criando rimas com enorme concordância,
Limpas, como um céu de brigadeiro.

Vamos debochar dos garranchos,
Inflar os podres egos, até estourarem.

Vamos rir da concupiscência de belas atrizes
Que encenam as loucuras em solos sagrados.

Não vamos duvidar de todos os enamorados
E os sorrisos congelados, devemos enumerar.

Para (vamos) quebrar o gelo a foice do entusiasmo:
- Dizer que é escárnio quando chegar o final.

Vamos levar a sério o que é dispensável,
Pois o essencial, atualmente, é radioativo.
No meio dessa guerra fria, assumir ser indolente,
Pois se o mundo está doente, não é por mal.

ótima tarde

Poesias querem ser livres e voar; não fazem questão de egos e glórias! Senão seriam como belos pássaros em gaiolas!

Não devemos deixar ferver a cobiça, para não queimarmos a cabeça, grelhando os neurônios e temperando a soberba. Na bondade existe a candura, a face do nosso verdadeiro “eu”. 
E tão logo se alcança o apogeu quando estendidas nossas mãos tratando todos como irmão, nivelando à mesma altura e sem julgamentos em vão.

Se sou retrógrado? - Digo que sou como uma velha locomotiva a vapor, mas que gosta de uma sauna seca; tenho no eucalipto o odor e no suor minha seiva.

Fita uma rota, faz uma bola: 
(amassa, arremete, amarrota.) 
Na lixeira dos olhos no mundo, vendo tudo e uma suntuosa esmola que pelos dedos escorre.

Nunca temas as vozes: 
(algozes – atrozes) travestidas de pouco caso...
Não é um rei deposto, ainda tem um reinado,
E coroado de alento, tem a(s) rainha(s) de gosto.

Cordão umbilical


As gaiolas se abriram, voam os pássaros rumo à vida.
Falham as bombas, e pombas de branco se pintam.
O mundo esquece seu eixo, gira em toda direção,
E pira sem nenhum desleixo, sem a menor ambição.

A lua olha por todos os lados, chora por quaisquer dores,
Explica a atual loucura de não mais existir o pecado,
E nascer cada vez mais pecadores.

Cordão umbilical
(André Anlub - 30/5/13)

Sinto-me próspero quando não sou tapeado
E a inspiração, por fim, deixa minha mente.
Ela não é indigente, tampouco empregada,
É minha filha e amada,
Meu sentimento mapeado
Que foge do meu masculino ventre.

Mas a mesma não quer viver de vaia
Ou aplauso desacerbado.
Não quer ficar arquivada
Em uma gaveta empoeirada
Ou no raio que o parta.

Ela quer ser mais um elo da corrente
Ir longe, logo e ir pra frente,
Criar um leal - legal - legado,
Ser um dos 300 de Esparta.

Ela quer viver pequena ou colossal,
Onde habita a multidão e a solidão.
Ir ao limite que estica a emoção
E o meu cordão umbilical.

18 de maio de 2016

A cada passo um ar mais puro


A cada passo um ar mais puro
(1/6/13)

Ela voltou, trouxe algumas flores silvestres,
Vamos agora, juntos, pela nossa rua do apego.
A calçada é larga e o sol que fulge sempre,
Há cães que não ladram e gatos nos telhados.
De longe, bem ao longe, alguém clama companhia.
Lá, onde habita o delírio, tudo existe...
E ainda insistem até mesmo em chamar de “amores”
As variedades de corações em combustão.
Mesmo com a enorme falta de enzimas e excesso de buzinas,
Reinam os notórios e imortais motores...
Nem mesmo as dores conseguem atenção.
É lá, toda a inquietude e desassossego,
Estão vendo mal de perto como funciona o medo,
E estão cansados, mostram-se exaustos.
Mas nossa estrada é larga, como já foi dito,
Há espaço e apreço para tudo e todos,
As intolerâncias não crescem no infinito,
Quaisquer que sejam e venham à tona.

Prosas loucas


Desafio é quando você se enturma consigo mesmo
(Madrugada de 18 de Maio de 2015)

“Eta mermão”! É brincadeira, é zoeira, dá medo das notícias na tevê, todas terríveis; tanto crime – morte – roubo. As luzes vermelhas piscam o tempo todo em todos os lados; há sombras assombrando os escombros nos ombros dos Diabos; há o medo de faltar dinheiro, medo do desapego, do desemprego, do pé no prego e de arrebentar o tendão; há o temor de não sentir mais dor, não guardar o segredo, quebrar o elo, o gelo e o dedo, carregar a sina ao descobrir no espelho que você é um psicopata homicida. Mas isso é tão normal... É loucura mesmo, ou o mundo está mais normal e eu que enlouqueci de vez? Pois até sei que de vez em quando dou uma de maluco para me sentir mais em casa. Mas vamos à história: Hoje pela manhã derrubei seis abacates do pé daqui de casa antes que caíssem na cabeça dos cachorros. Os coloquei em uma sacola de mercado, dessas sacolas comuns biodegradáveis, bem fracas mesmo; e mesmo sabendo que hoje não era dia do lixeiro, coloquei-a lá fora na minha lixeira que fica no alto para caso alguém passasse e se interessasse e levasse. O inusitado absoluto aconteceu... Levaram a sacola e deixaram os abacates. É ou não é uma singular loucura? 
Mudando de assunto e continuando no mesmo (loucura): a dica é discar direto, falar ao vivo e se comunicar muito sabendo sempre ouvir. Ontem vi sinais de fumaça, ao longe; de repente era alguma tribo antiga, um elo perdido ou achado, no meio do mato ou no terraço de um arranha-céu. Vá buscar nos anais das assombrações, dos cães chupando manga ou “mangando” do macaco Tião; vá realmente se inteirar sobre a obra e abrir o Abril que por lá é verão. Procure instabilidade nas suas inseguranças, segurando nas mãos das crianças e brincando de roda e pião. Loucas teorias: invista na potencia de sua poesia – invista no cantar e dançar sem melodia – leia versos nas ondas, nos lagos, no céu e no chão. É brincadeira, é zoeira... Pode ser que não.

André Anlub

É o lodo na ladainha do saber viver


É o lodo na ladainha do saber viver
(André Anlub - 5/8/13)

Farei uma enorme promessa,
Dessas difíceis de acontecer:
Subo escada de joelhos,
Levo uma pesada cruz até o outeiro,
Deixo de fato a bebida e o cachimbo,
Mudo-me no ato para o limbo
E fico o tempo que merecer.

Tudo que é novo de certa forma vai assustar.
Já foi construído o castelo
E agora recebe uma bela pintura.
Foi escolhido aquele azul clarinho,
Quase turquesa, 
Que é gêmeo da beleza,
Da azuleja do seu olhar.

Fim de papo, na papada cansada
Dessa ladainha.
Vou cair na real, pois agora é hora de festa.
Colocarei a torta de amora na mesa
E aquele café fresquinho.
Pegue o bongô, afine o cavaquinho
E tocaremos aquela preferida do meu avô.

O amanhã será sempre improvável
Se eu não sentir seu cheiro.
Irei me sentir o ébrio de beira de estrada
Com os faróis ofuscando a visão.

Várias vezes fui bem abusado
E mal avisado fiquei visado.
Já sou conhecido por ter nascido
No lado errado na hora em vão.

Sempre comecei pelo modo mais fácil,
Afinando os chifres nas cabeças dos cavalos...
Mas só nos domados.
Chorei com os poetas e pintei inúmeras zebras.
Uma vez até me sentei
E ri, com as hienas.

17 de maio de 2016

Tempo de ser pavão


Tempo de ser pavão

Está no tempo de ser mais flexível
Espelho de exemplos melhores
Um elixir para o mal reversível
Travestido de camaleão adaptável.

Do colorido que se faz adequado
Ser o pavão mais majestoso em delírio
Desenhar portas nos rígidos muros...
Pois de preto e branco só quero minha face.

Creio em um ser mais etéreo
Entretons desnudos à flor da crua pele
- No deguste da cor vinho
- No deleitar-se do caramelo.

Digo que creio em vivas aquarelas
Peregrinando pelos preconceitos sem nuances
Somando o sexo com amor e a verdade
Dando um verniz nos cinquenta tons de cinza.

André Anlub®
(mar/2012)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.