30 de julho de 2016

Seda pura na pele




Sendo nossas almas transgressivas
Rompemos o cordão de isolamento;
Mas dado esse inusitado momento,
Ficamos com os rostos embasbacados,
Pois apenas trocamos os lados.

Seda pura na pele 

O corpo foi na onda, em suado desejo;
Forte e firme em direção ao sossego;
O medo caminhava longe, descalço e bêbado.
O abraço (prévia do beijo) fez-se ao relento:
Onde mais poderia ser?

O trabalho, mais que merecido, beirava um milagre;
Desenhos firmados e afiados; infortúnios irreais.
Moedas separadas para o possível troco do pão.

Suadas mãos...
Na toada do tempo que diz ainda haver o intento,
Nesse movimento e em todos, para toda criação.

Tintas aquecidas: 
Fervem, borbulham, tremulam, brilham...
Tantas esquecidas, agora ressuscitam.

Por trás (quiçá à frente) dos letargos estão as musas,
Com seus corpos tatuados de desejo e despudor.

São cordeiras com contornos que fascinam,
Preparando os retratos dos fetiches do sonhador.
E posam imponentes, quase nuas, na imaginação...
(As “minhas” na praia – na Indonésia, em Nias)
Apenas com a peça de seda pura de paixão.

André Anlub

29 de julho de 2016

[Extra, extra..]

Amigos, boa tarde. Uma ótima notícia:
Sinto-me extremamente honrado por ter sido escolhido e convidado pela Darda Editora para lançar um livro de poesias em parceria com eles. Obrigado amigos Darda, em festa por aqui com tamanho prestígio.

Dos Fetiches


Dos Fetiches
(André Anlub - 4/4/12)

E foi assim:
- Posso passar as manhãs de domingo com você?
Faço a massa de pão com alho que você adora;
Faço suco de acerola da nossa árvore do quintal.

- Pensei em assistirmos aquele filme do cachorro...
Aquele que você sempre chora!
Confesso que em mim desce a lágrima no final. 

Podemos, após o filme,
Nos beijarmos em ventania...
Mas amor faremos serenamente,
Orquestrando nova sinfonia
Na varanda sob a lua crescente.

Em seguida tomaremos um delirante banho quente,
Quiçá na Jacuzzi,
Com aromatizantes e ervas calmantes
E “Only time” da Enya - fundo musical...

Agora apenas a luz de velas...
Podemos novamente fazer amor,
Com mais paixão.

As espumas na água formam desenhos;
A luz do ambiente compõe,
De forma majestosa, o cenário.

E as mãos, e as mãos? Outra hora!
E é assim:

Quando tudo acabar poderemos prosear...
Perguntarei o seu nome
E seus gostos e preferências;

Perguntarei se hoje fui o seu homem...
As suas andanças,
Sua profissão e reticências.

E por fim, nos dedos vazios...
Colocaremos novamente as alianças.

27 de julho de 2016

Uma excelente quinta a todos!

Um Moinho*

A travessia é dura,
Dias de chuva - noites de frio
Dias bem quentes - noites sombrias.

Nesse caminho confuso,
Nessa estrada sem placas;
Entre o reto e o obtuso
Todos afogam suas mágoas.

Com a bota furada,
Pisando em barro ou em pedra,
Pronto em pé ou na queda,
Tiro o melhor na caminhada.

Se encontro uma rocha grande:
Serve para descansar.
Se encontro um mar:
Sou filho de navegante.

Se a fome quiser ser minha sombra:
Como um pedaço de pão...
E se não saciá-la:
Posso matar um leão.

Tudo posso e tenho
Se a força não me faltar.
Como um moinho de água,
Que mesmo se o poço secar,
Usa o vento pra roda...
Nunca parar de girar.

*Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficando entre os 46 primeiros... assim participando do livro Controversos; Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.

Livro OnLine Aqui: 5° Concurso Literário Pague Menos

Ótima tarde

Inspiraturas: Por onde andei? - e-book de vários escritores do Balcão de Poemas - Aqui!



Na segunda levou trabalho para casa, mas na terça não levou o estresse para a rua.

Na liberdade há muitos fetiches, mas a incoerência e o paradoxo existem em se prender neles.

Torta de amora (14/11/13) - Renasce com o dia a serenidade, que buliu com o ontem fazendo o momento, esculpindo o hoje de um modo mais tenro, fundindo o amor e rejuvenescendo. Seduzido no deserto pela miragem, fica quase abolida a palavra “sozinho”. Mil dentes surgem sem prévia censura, fazendo abrigo no corpo vizinho. Fez-se vida no horizonte do sortilégio, jogada ao vento no intento da vela. As águas singelas, um sol amarelo, nos pés os chinelos de couro bem velho. Há aquela clara linha que guarda e guia, caminho dos senhores, dos guris e gurias, alegrando o coração no calor da emoção, tornando a ação repleta e divina. A essa linha tênue se deixa um pedaço:
- Não da paz, não do corpo, da alma tampouco. O pedaço que nutre, que fleuma e flora com a cor e o sabor de uma torta de amora.

André Anlub

26 de julho de 2016

Balé dos estorninhos


Amizade verdadeira é amor incondicional;
não há doença, política, vício, idealismo,
‘serviço’ ou crença que destrua a tal.

Balé dos estorninhos
(André Anlub - 14/10/13)

Vá falar aos quatro cantos desse enorme mundo vadio,
Fale logo, vá!
Fale aos ouvidos trancafiados, cimentados e mal acostumados.
Grite com todo o pulmão, todas as forças,
Até se esvair o ar.

E aquela velha inocência descabida? 
Deixe-a ir:
Já estava sufocada com sua maturidade,
Com seu desenvolvimento e sucesso,
Com o balé dos estorninhos.

Os passos largos, de gigantes dinossauros, são seus;
As impurezas das palavras impensáveis nunca existiram;
O seu barco naufragado é passado, ou pode até ter sido um sonho;
Ria, pois com o mar é casada e vive à vontade com os golfinhos.

E agora rebobinou sua idade ao azul bem vasto,
Fixado no fundo da sua íris.
Poderá observar os loucos abutres
Que voam por cima de um extenso deserto
Deixando a sombra de rastro,
Com a sede e a fome,
Que os escoltam de perto.

A sedução existe em várias formas...
A diplomática será sempre a mais fascinante.

De ínfima palavra é feita o amor...
Não tem vírgulas, pontos, nem mistério no ar.
Não é soneto ou acróstico - trova ou cordel.
Não há essência ou engano - acertar ou errar.
Não há contras nem prós...
É somente, e tão somente, “nós”.

Meus versos são libertos,
Não há musa nem mordaça
Nem há alvo que se faça;
Às vezes eles voam
E são de quem os pega,
São de quem os abraça.

25 de julho de 2016

Ótimo final de tarde aos amigos

“Medo de ser feliz”
Isso não é verossímil,
Pois não existe o invencível.
Se a tristeza persiste,
Me persegue e não desiste...
Ponho meu dedo em riste, 
Pois se é preciso temer algo...
Tenho medo é de ser triste.

Bloquinho de papel de pão
(22/3/14)

Viagens na forma e na cor,
De contornos vê-se a alvura das nuvens 
E o livre leve nacarado da flor.

Esparramando nas entranhas,
Eis entranhas que fulgem:
De paixão e luz tamanhas
Que aqui e ali nomeamos de amor.

Sonhos que voam e pousam num flash,
Longínquas dimensões são transpostas
Nos pífanos porretas do agreste.

Segurando um ínfimo lápis mal apontado,
Com a borracha aos pedaços no outro extremo
- Desenha a clave de sol - escreve um belo soneto
Num papel de pão amarelado.

II
Mesmo que anjos tenham umbigo

Mudei de século, moldei o crédulo
E passei a sonhar com as Valquírias;
Vi um mundo sem máscaras, sem muita diplomacia.
Eis as tardes que caem, afogadas em grandes bacias; 
Eis as mães com suas filhas, fazendo de alvo o profícuo.

Delineei o passado no caso mais que perdido;
Etiquetei os bandidos ao som de música clássica.
Para um espanto em vão, bandeiras viram fogueiras
E as duras madeiras da/de lei amarrotam o nosso irmão.

As fidúcias rasteiras, já velhas, trapos manchados,
Silenciam os zangados servindo de panos de chão.
No auge da contradição
Os ouvidos não ficam entupidos,
Ecoam os belos grunhidos
Do cão são da imaginação.

Eis o século moderno de horizontes pintados
Em pergaminhos eternos e jovens audaciosos e belos:
Nos banquetes e nos sovacos as baguetes.

Haverá um menino e tornar-se-á bem sabido
Verá tudo se repetindo 
(sem dono o umbigo quer briga).

Sorridente, indiferente, alcunha de sobrevivente,
Sentará na praça jogando milhos pras garças 
(o umbigo no meio da barriga)

24 de julho de 2016

Fulano, Sicrano, Beltrano


Fulano passou quase o baile todo perturbando as meninas... era tal de “não” aqui, “não” acolá; o “não” ecoava pelo salão.
Faltando dez minutos para acabar o festejo ele levanta e brada: Sempre fui um defensor atroz do celibato. (21/10/14)

Sicrano disse que iria votar num tal deputado que prometeu a ele dez quilos de carne... Colocou o n° do político, tirou a foto para provar seu voto e cancelou. Outro candidato concorrente do primeiro lhe prometeu quatro engradados de cerveja...
Sicrano seguiu o mesmo raciocínio anterior, e assim o fez com mais uma penca de candidatos... Sicrano garantiu seu churrasco de domingo com fartura, e ainda chamou muitos amigos. Ah, e como não gostava de nenhum dos candidatos... no final votou em branco. (5/10/14)

Beltrano vivia dizendo:
- Não publique, guarde suas ideias ou as coloque em efêmeras redes sociais; é besteira publicar, pois seu livro ficará enfeitando estantes e só parentes vão comprá-lo; você vai se decepcionar ao publicar seu livro... 
Beltrano pode até não ser um bom escritor, mas entende bem de negócios, pois já estava no seu 8° livro publicado! (22/9/14)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.