9 de fevereiro de 2017
8 de fevereiro de 2017
Do ego
Do ego (30/5/12)
Ele segue altivo, vitorioso e de bela aparência,
Segue muito bom naquilo que gosta e faz;
No seu andar desfila, brilha e transmite paz.
- Mas tudo isso não deixa de ser o que ele pensa.
De superego inflado
Permuta por mais uma dose de ar,
Procura estar onde abonam tapinhas nas costas,
Ignora algumas perguntas, mas sabe as respostas.
- Mas tudo isso continua sendo o que ele pensa
Elogios e afagos (sem dietas) vão lhe alimentar;
No pódio ele quer sempre os três primeiros lugares.
E nos altares...
(ainda almeja ficar mais elevado).
Ego não tem encanto nem quando é verdadeiro,
Resta a agudeza de se achar beleza e um ser superior;
Tudo se mescla com as empáfias e indelicadezas
E mostra um mendigo buscando ser um pouco amado.
(...) e mesmo depois de tudo isso,
A vida continua sendo o que ele pensa.
André Anlub
Ele segue altivo, vitorioso e de bela aparência,
Segue muito bom naquilo que gosta e faz;
No seu andar desfila, brilha e transmite paz.
- Mas tudo isso não deixa de ser o que ele pensa.
De superego inflado
Permuta por mais uma dose de ar,
Procura estar onde abonam tapinhas nas costas,
Ignora algumas perguntas, mas sabe as respostas.
- Mas tudo isso continua sendo o que ele pensa
Elogios e afagos (sem dietas) vão lhe alimentar;
No pódio ele quer sempre os três primeiros lugares.
E nos altares...
(ainda almeja ficar mais elevado).
Ego não tem encanto nem quando é verdadeiro,
Resta a agudeza de se achar beleza e um ser superior;
Tudo se mescla com as empáfias e indelicadezas
E mostra um mendigo buscando ser um pouco amado.
(...) e mesmo depois de tudo isso,
A vida continua sendo o que ele pensa.
André Anlub
Nada consta...
Assim se diz paixão: ardente e única
Na pluma que cai no silêncio, e aos ouvidos insiste...
Na fleuma fina que com nada se parte
Aparte à parte da razão que inexiste.
Assim se diz mistério: ela e amanhã
Na ação e ressurreição dos sentimentos subtraídos
Atraídos ao sim – ao não, ao tanto – ao pouco
Louco varrido, desgarrado e desvalido – sã.
Assim nada feito: saída singela à francesa
Comida à mesa, sem fome – olhos atentos à cegueira
Sem eira nem beira, novamente entregue ao caminho...
Sem afã, à procura, abraços ao vento – lento redemoinho.
André Anlub
7 de fevereiro de 2017
Ótima noite a todos
Hoje, Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas:
Tuira Kayapo é uma mulher guerreira do povo indígena Kayapó. Depois de ameaçados com a construção da represa Belo Monte, em 1989, sobre o Rio Xingu, ela levou seu facão até o engenheiro chefe do projeto, atual presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, então diretor da Eletronorte, passou a lâmina em seu rosto e disse:“A eletricidade não vai nos dar a nossa comida. Precisamos que nossos rios fluam livremente. O nosso futuro depende disso. Nós não precisamos de sua represa".
Fonte: As Mina na História
Tuira Kayapo é uma mulher guerreira do povo indígena Kayapó. Depois de ameaçados com a construção da represa Belo Monte, em 1989, sobre o Rio Xingu, ela levou seu facão até o engenheiro chefe do projeto, atual presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, então diretor da Eletronorte, passou a lâmina em seu rosto e disse:“A eletricidade não vai nos dar a nossa comida. Precisamos que nossos rios fluam livremente. O nosso futuro depende disso. Nós não precisamos de sua represa".
Fonte: As Mina na História
6 de fevereiro de 2017
E foi-se
E foi-se
Explode aqui, explode ali, o silêncio fica acolá
É o cão na viola
Se samba o samba mais doce
Embriaga-se da fonte até o galo cantar.
Deixe abrir a janela que o visual é novo
Serpentinas e música, loucuras para quem quiser ver
No viver e na morte, de sul a norte, quase nada de novo no front
O restante dos escombros esconde o menino do povo.
Meça direitinho para não errarem no reparo
Os cabelos mais longos, o caminhar de novo
O mar a cada dia mais belo na bela história de um náufrago
O calvário de um estorvo é vício de já trouxe amparo.
Nos sons que se fazem agora
A cama fica pronta, o travesseiro mais fofo
Os sonhos desmontam desesperos
A verdade não mais sabe sua hora.
Explode aqui, explode ali, o barulho não é mais ouvido
De tudo que já foi encolhido
Com a vida foi jogado fora.
André Anlub
(6/2/17)
Dueto XLV
Dueto XLV
Hoje resolvi fazer uma “limpa”, jogar coisas fora, doar outras e queimar cartas antigas que já não me dizem mais nada mas insistem em continuar dizendo.
Pensei nos diversos momentos, coisas alegres e as que foram difíceis de superar;
Coisas superadas e difíceis de alegrar; coisas dentro de coisas e fora. Fui erguendo minha montanha e decorando com fauna e flora; fui levantando a bola, redondinha na área, para o futuro vir, mirar e chutar...
Tenho esperança de vibrar com a minha torcida, beijar o escudo de meu time, dar socos no ar. Mas o que acabo vendo me decepciona um pouco; o pouco que busco, o brusco deixou de lado, escondeu... acho que sepultou junto ao legado.
Faço o gol, todavia. Se vai me dar a vitória, a glória de limpar a memória, só o tempo me dirá.
Tento andar na linha, toda vida. Quero o melhor para mim, mas também vou me doar mais e racionalizar.
Racionalizar a doação, não racionar a doação... Tudo aponta para a mesa limpa, o quarto limpo, a casa limpa.
Sempre penso que poderia, aqui e ali, ter sido diferen-te... mas passou; agora é agir calcado nos enganos, para as mu-danças e os objetivos acontecerem e não ficarem só em planos.
Talvez eu tenha que limpar minhas ilusões também. Mas isso fica para outra faxina. Já trabalhei demais hoje. Vou jogar bola.
André Anlub e Rogério Camargo
Hoje resolvi fazer uma “limpa”, jogar coisas fora, doar outras e queimar cartas antigas que já não me dizem mais nada mas insistem em continuar dizendo.
Pensei nos diversos momentos, coisas alegres e as que foram difíceis de superar;
Coisas superadas e difíceis de alegrar; coisas dentro de coisas e fora. Fui erguendo minha montanha e decorando com fauna e flora; fui levantando a bola, redondinha na área, para o futuro vir, mirar e chutar...
Tenho esperança de vibrar com a minha torcida, beijar o escudo de meu time, dar socos no ar. Mas o que acabo vendo me decepciona um pouco; o pouco que busco, o brusco deixou de lado, escondeu... acho que sepultou junto ao legado.
Faço o gol, todavia. Se vai me dar a vitória, a glória de limpar a memória, só o tempo me dirá.
Tento andar na linha, toda vida. Quero o melhor para mim, mas também vou me doar mais e racionalizar.
Racionalizar a doação, não racionar a doação... Tudo aponta para a mesa limpa, o quarto limpo, a casa limpa.
Sempre penso que poderia, aqui e ali, ter sido diferen-te... mas passou; agora é agir calcado nos enganos, para as mu-danças e os objetivos acontecerem e não ficarem só em planos.
Talvez eu tenha que limpar minhas ilusões também. Mas isso fica para outra faxina. Já trabalhei demais hoje. Vou jogar bola.
André Anlub e Rogério Camargo
Dueto XLIV
Dueto XLIV
Um homem, uma mulher, uma criança. O sol no hori-zonte pensa coisas:
Será que o mar quer desaguar no rio, por que as dunas fogem com o vento, o calor sente remorso do frio? Há felicidade na infelicidade, será que a abelha não quer ser flor, será que a flor não quer ser abelha?
Uma criança, uma mulher, um homem. O sol no horizonte conclui coisas. Mas fica com as conclusões para si mesmo; não quer entrar em parafuso, não quer ficar confuso, mudar o fuso do seu tempo, tampouco a fase de ser tudo.
Enquanto ele decide suas coisas, as coisas se decidem. Uma criança, uma mulher, um homem, diante do sol de um horizonte inteiro descobrem que são de uma linhagem, de uma unção verdadeira, que não morre no final da tarde e não nasce nas manhãs corriqueiras.
Tomam-se pelas mãos beijadas por este sol, caminham na direção do horizonte, a fronte erguida como para o que não pode ser visto no chão; sentimentos implodem – explodem – eclodem e a lágrima cai nos cantos dos olhos,
Porque um homem, uma mulher, , uma criança são toda a humanidade em seus passos frágeis e vacilantes em direção ao cíclico desafio de criar/recriar a alegria (que fica por um fio), de viver etéreo, de controlar o engraçado e o sério e seguir em direção ao que não tem direção mas está lá.
André Anlub
Um homem, uma mulher, uma criança. O sol no hori-zonte pensa coisas:
Será que o mar quer desaguar no rio, por que as dunas fogem com o vento, o calor sente remorso do frio? Há felicidade na infelicidade, será que a abelha não quer ser flor, será que a flor não quer ser abelha?
Uma criança, uma mulher, um homem. O sol no horizonte conclui coisas. Mas fica com as conclusões para si mesmo; não quer entrar em parafuso, não quer ficar confuso, mudar o fuso do seu tempo, tampouco a fase de ser tudo.
Enquanto ele decide suas coisas, as coisas se decidem. Uma criança, uma mulher, um homem, diante do sol de um horizonte inteiro descobrem que são de uma linhagem, de uma unção verdadeira, que não morre no final da tarde e não nasce nas manhãs corriqueiras.
Tomam-se pelas mãos beijadas por este sol, caminham na direção do horizonte, a fronte erguida como para o que não pode ser visto no chão; sentimentos implodem – explodem – eclodem e a lágrima cai nos cantos dos olhos,
Porque um homem, uma mulher, , uma criança são toda a humanidade em seus passos frágeis e vacilantes em direção ao cíclico desafio de criar/recriar a alegria (que fica por um fio), de viver etéreo, de controlar o engraçado e o sério e seguir em direção ao que não tem direção mas está lá.
André Anlub
5 de fevereiro de 2017
Eu e meu café quente
Eu e meu café quente (5/6/13)
Nada disso, nada.
Nem a cruz ou a espada
Nem um milagre instantâneo;
Até viver litorâneo
Com belo cenário da sacada...
Nada disso, nada.
Nem amor perdido e achado
Tampouco o que ganhou no grito
Nem um gemer sustenido
Que alavanca o ser amado...
Nada disso, nada.
Na cachola do bardo
Difícil é imaginar a vida
Sem a poesia na lida
E derramando na gente.
E vai pôr do sol dourado
Vem o tom do sol nascente.
Arregaça as mangas pro fardo
Com a garrafa térmica ao lado
Cheia do café mais quente.
André Anlub®
4 de fevereiro de 2017
Inocente e réu
Inocente e réu (21/12/10)
Andei por caminhos difíceis
(sombrios e íngremes)
Descobri a esperança e o renovar de cada andança
(caridades e crimes)
Peregrinando e observando no caminho
Pássaros que vão e vem
E seus gravetos nos bicos.
Lembro-me de outras épocas,
Ninhos de cantos e gemidos... vida de baixos e apogeus.
Ah! sinto saudade, sinto o perdão que outrora não conhecia. Aprendi durante esses anos vividos
A amar e saciar a quem me sacia.
Aprendi a doar-me mais e cobrar menos,
Ser moderno amando o eterno e ser bom aprendiz.
Aprendi a conter minha raiva, ter paciência,
Pisar em ovos e passar feliz.
Nesse caminho, sob a luz da lua, declamo mansinho os Versos teus...
O vento mexe as margaridas
Campos de trigo - minha vida (baú de amigos).
Em outra vida devo ter sido rei, talvez um nobre,
Bobo da corte ou um plebeu. (de nada importa!)
Na paisagem de tua janela, de frente ao lago, o pôr do sol.
E no crepúsculo, ouvindo os sapos, os violinos, clave de sol.
Sinto o toque divino no verde e no azul piscina do céu,
Vejo que ainda sou menino e sou desde pequeno
Inocente e réu.
André Anlub
Dueto XLII
Sou um cara que corta o sal, curte o sol e tem muito cortisol.
Dueto XLII
Fomos até onde a curva da estrada já não era mais a curva da estrada,
Tornou-se uma nanica quimera desamparada, desejo que foi para o brejo.
Nenhuma vaca atolada (no brejo ou fora dele) poderia contestar: a curva da estrada sumira sem deixar endereço.
Perguntas eram constantes, interrogações que voavam sem rumo, mas havia uma variante: o silêncio inquietante do mais adiante, incógnita gigante.
Algumas bocas falantes – mexeriqueiros que sabem de tudo (até do que não existe), diziam ofegantes em alerta: a curva da estrada não mais existe... tornou-se uma reta.
Perdendo-se no horizonte, perdendo-se no infinito, a es-trada, feito a barca de Caronte, pouco se importava com gritos.
Fomos então até à beira de um abismo, bisbilhotar; ele nos encarou, olhar sedento, olhos de Lince aos quatro ventos.
A curva da estrada não-mais passou a ser a profundida-de do abismo agora-e-sempre; nada mais ficaria exato, claro e no agrado se não houvesse o fútil e inútil interesse em saber o destino da estrada.
Dueto XLII
Fomos até onde a curva da estrada já não era mais a curva da estrada,
Tornou-se uma nanica quimera desamparada, desejo que foi para o brejo.
Nenhuma vaca atolada (no brejo ou fora dele) poderia contestar: a curva da estrada sumira sem deixar endereço.
Perguntas eram constantes, interrogações que voavam sem rumo, mas havia uma variante: o silêncio inquietante do mais adiante, incógnita gigante.
Algumas bocas falantes – mexeriqueiros que sabem de tudo (até do que não existe), diziam ofegantes em alerta: a curva da estrada não mais existe... tornou-se uma reta.
Perdendo-se no horizonte, perdendo-se no infinito, a es-trada, feito a barca de Caronte, pouco se importava com gritos.
Fomos então até à beira de um abismo, bisbilhotar; ele nos encarou, olhar sedento, olhos de Lince aos quatro ventos.
A curva da estrada não-mais passou a ser a profundida-de do abismo agora-e-sempre; nada mais ficaria exato, claro e no agrado se não houvesse o fútil e inútil interesse em saber o destino da estrada.
3 de fevereiro de 2017
Dueto LXII
Dueto LXII
Dia cheio, manhã nublada com cheiro de chuva e sem galo cantando; o moleque já solta versos pelo pomar.
Alguns deles já são frutos colhidos, outros são sementes jogadas; alguns deles falam sobre amores eternos, outros são menos utópicos.
O top dos tops é a inspiração, a respiração da alma, a calma perturbada pela eletricidade, a cidade inteira em sua casa.
É menino de imaginação fértil, pomar fértil, e não pre-cisa de mais nada; para ele a eletricidade até existe, mas basta ser desligada.
Temores, tremores, tambores, estertores, tudo cessa porque ele quer espaço, e voa ao espaço no compasso longo e largo que será ligado aos futuros amores.
Menino dançante e dançável no ritmo de seus versos i-nacabados, de sua mensagem procurando destinatário ao acaso.
Tarde cheia, tarde de sol com cheiro de música; a festa anunciada, a mesa farta, e os versos agora soltos pela mata.
O moleque estica a mão em seu pomar de versos, colhe alguma coisa que é mais do que alguma coisa, aproxima dos olhos bem abertos e encontra a “noite”; foi plantada para dar frutos nos dias festivos, mas não estava fazendo muita falta, pois o fim de tarde já despontava direto pro dia.
Era de manhã, era de tarde, era de noite, era de tudo, porque de tudo sempre é no coração que transborda as coisas do coração e há nele o que há nos meninos que vivem seus versos.
Rogério Camargo e André Anlub
Dia cheio, manhã nublada com cheiro de chuva e sem galo cantando; o moleque já solta versos pelo pomar.
Alguns deles já são frutos colhidos, outros são sementes jogadas; alguns deles falam sobre amores eternos, outros são menos utópicos.
O top dos tops é a inspiração, a respiração da alma, a calma perturbada pela eletricidade, a cidade inteira em sua casa.
É menino de imaginação fértil, pomar fértil, e não pre-cisa de mais nada; para ele a eletricidade até existe, mas basta ser desligada.
Temores, tremores, tambores, estertores, tudo cessa porque ele quer espaço, e voa ao espaço no compasso longo e largo que será ligado aos futuros amores.
Menino dançante e dançável no ritmo de seus versos i-nacabados, de sua mensagem procurando destinatário ao acaso.
Tarde cheia, tarde de sol com cheiro de música; a festa anunciada, a mesa farta, e os versos agora soltos pela mata.
O moleque estica a mão em seu pomar de versos, colhe alguma coisa que é mais do que alguma coisa, aproxima dos olhos bem abertos e encontra a “noite”; foi plantada para dar frutos nos dias festivos, mas não estava fazendo muita falta, pois o fim de tarde já despontava direto pro dia.
Era de manhã, era de tarde, era de noite, era de tudo, porque de tudo sempre é no coração que transborda as coisas do coração e há nele o que há nos meninos que vivem seus versos.
Rogério Camargo e André Anlub
Dueto XLI
Dueto XLI
Em absoluto sigilo o coração transformou-se num ninho e o ninho que o coração era abrigou o que não era
Uma espécie de guerra ente anjos e feras, que formam uma indecência e ferem fincando as fictícias facas nas faces de maleficência.
Era outra espécie de guerra, onde os sentimentos, por momentos, à voz dos ventos, iam de lamentos a euforias.
Se via nas entrelinhas que formavam-se grandes festas que aparavam as arestas nos corações de inocência.
Coisas do coração, diriam os simplistas, conferindo lis-tas e indo para as pistas de corrida fazer apostas.
Coisas da poesia, diriam com ironia, os apaixonados de plantão; achando que não haveria outra resposta à questão.
Enquanto o isso o coração, sem compromisso de ante-mão, fazia disso a relação de A com B, de B com A sem que o ABC soubesse de mim/você, podendo assim se intrometer, que-brando o verso e fazendo, de resto, com plena satisfação,
O que as satisfações fazem, mesmo insatisfeitas. Desta feita, porém, o ninho aninhava e esperava o que de melhor esta-ria chegando:
O dia em que o dia traria o dia e a noite juntos, de bra-ços dados como o que se abriga contraditoriamente, comple-mentarmente no coração.
Rogério Camargo e André Anlub
Em absoluto sigilo o coração transformou-se num ninho e o ninho que o coração era abrigou o que não era
Uma espécie de guerra ente anjos e feras, que formam uma indecência e ferem fincando as fictícias facas nas faces de maleficência.
Era outra espécie de guerra, onde os sentimentos, por momentos, à voz dos ventos, iam de lamentos a euforias.
Se via nas entrelinhas que formavam-se grandes festas que aparavam as arestas nos corações de inocência.
Coisas do coração, diriam os simplistas, conferindo lis-tas e indo para as pistas de corrida fazer apostas.
Coisas da poesia, diriam com ironia, os apaixonados de plantão; achando que não haveria outra resposta à questão.
Enquanto o isso o coração, sem compromisso de ante-mão, fazia disso a relação de A com B, de B com A sem que o ABC soubesse de mim/você, podendo assim se intrometer, que-brando o verso e fazendo, de resto, com plena satisfação,
O que as satisfações fazem, mesmo insatisfeitas. Desta feita, porém, o ninho aninhava e esperava o que de melhor esta-ria chegando:
O dia em que o dia traria o dia e a noite juntos, de bra-ços dados como o que se abriga contraditoriamente, comple-mentarmente no coração.
Rogério Camargo e André Anlub
Dueto XL
Dueto XL
Um vento quente como o hálito de um bêbado bateu no rosto da desconfiança.
Deixou o desembaraço da incoerência, pois ninguém havia desconfiado desse ato.
Ela fazia sozinha o seu melancólico show de calouros, como as bonecas esfarrapadas de uma criança pobre.
Ela é esnobe; talvez pobre de espírito com tal artifício de em nada acreditar.
O vento quente seguiu seu destino e sua tarefa, deixan-do para trás um espetáculo mal acabado como o esqueleto de um prédio
Esperto! - o vento não para quieto, não esquenta lugar, não cria raiz, família, não constrói lar.
A desconfiança tem todos os motivos para não confiar nele e ele tem todas as razões para não levá-la a sério.
Esse (des) casamento é um mistério! - o vento sempre volta de surpresa (nisso todos confiam) e prega uma peça nos esquecidos, pois ele vem abraçado com o improviso.
O vento passa e a desconfiança fica, enraizada em terra ruim enquanto ele vai plantando inconsistências pelos ares.
Ela cria seus azares nas consciências em decadências e afins, ele recria liberdades fugazes a cada instante.
São dois opostos da mesma aposta, são o lado de lá e o lado de cá e o lado nenhum, que nenhum quer entregar
Um lado berrante, atuante, que passa com a razão, e um lado sem noção, sem nação, errante como o passo adiante do bêbado que realmente é.
Rogério Camargo e André Anlub
Um vento quente como o hálito de um bêbado bateu no rosto da desconfiança.
Deixou o desembaraço da incoerência, pois ninguém havia desconfiado desse ato.
Ela fazia sozinha o seu melancólico show de calouros, como as bonecas esfarrapadas de uma criança pobre.
Ela é esnobe; talvez pobre de espírito com tal artifício de em nada acreditar.
O vento quente seguiu seu destino e sua tarefa, deixan-do para trás um espetáculo mal acabado como o esqueleto de um prédio
Esperto! - o vento não para quieto, não esquenta lugar, não cria raiz, família, não constrói lar.
A desconfiança tem todos os motivos para não confiar nele e ele tem todas as razões para não levá-la a sério.
Esse (des) casamento é um mistério! - o vento sempre volta de surpresa (nisso todos confiam) e prega uma peça nos esquecidos, pois ele vem abraçado com o improviso.
O vento passa e a desconfiança fica, enraizada em terra ruim enquanto ele vai plantando inconsistências pelos ares.
Ela cria seus azares nas consciências em decadências e afins, ele recria liberdades fugazes a cada instante.
São dois opostos da mesma aposta, são o lado de lá e o lado de cá e o lado nenhum, que nenhum quer entregar
Um lado berrante, atuante, que passa com a razão, e um lado sem noção, sem nação, errante como o passo adiante do bêbado que realmente é.
Rogério Camargo e André Anlub
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Biografia quase completa
Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)
Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas
Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)
• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)
Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha
Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas
Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)
Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte
André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.
Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.
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Isadora de madeira (28/5/12) Desabrochando a vida na beleza do lírio No quintal, ao pé do pé de tâmara. Começa o dia com o vento ligeiro, ...