11 de abril de 2017

Um Eu qualquer



Vogo, envergo, vejo e vivo em excelência quando tu estacionas teu pensar vago na vagabunda vaga da minha essência.

Um Eu qualquer

Me visto à vontade, e em uma culinária delirante me esbaldo;
Desato o laço, galgo espaço, surfo em ondas de rádio;
Me incluo, me desfaço, meu regaço desnudo aos seus braços...
São poliglotas sensações; são cem emoções sem respaldo. 

No alto salto alcanço o lance de imediato;
Entendo o intento profundamente, e passo a filosofar em Alemão.
De antemão nada mais tornar-se-á algo fantástico;
De até então o farto fato é falho no ato.

Um Eu qualquer que se requer em quaisquer situações,
Abundante, quase infinda e bem-vinda tentação... 
Vejo-me em aura clara, calmamente dentro de uma canção:
‘Bennie and the jets’, ou ‘jumping jack flash’, ou só presunção?

André Anlub
(31/1/16)

Boa terça a todos!


Às vezes criam-se expectativas e ânimos, não só para ir atrás de tal coisa, mas também para fugir de outra.

Sicrana pensa em dividir a compra de um terreno com Fulano, seu namorado; surgem críticas do tipo: 'se vocês se separarem vai dar briga', etc. 
Sicrana e Fulano, no dia seguinte, pensam em ter um filho; surgem felicitações.

Derramo-me ao extremo no chão, no choro, no corpo e no copo...  Mas só por você.

10 de abril de 2017

A chuva bem-vinda



A chuva bem-vinda

A chuva que cai agora me soa como profética:
Ação assim – assada, assumidamente estratégica;
Feita para exteriorizar minhas lembranças e andanças,
Numa aliança em quimeras de utopias herméticas...

Tudo e todos na combustão do interno,
Que afasta e expurga do externo o inferno.

O tempo em vai-e-vem permanecerá quadrado,
Com o meu casco cascudo que circunda em círculos;
O ciclo do vento bate na face em ritmos,
Gelando também a pele do outro Eu ao lado.

A loucura é minha cura que me morde e me acaricia,
É minha avó, é minha mãe, é minha irmã, é minha filha;
Absolutamente abastada, dissolvente e disponível,
Agora dorme serena com os vinhos na vinícola.

A tempestade banha suavemente o meu mundo;
A água é a verve no vértice, minha saliva viva...
Quando mordo o mundo num amargo absurdo,
A vida torna-se viva, afortunada e faminta.

Tudo se mistura na língua, debaixo da língua...
Sólido elixir do existir que traz calmaria.

O tempo se desconserta num concerto de cordas,
Onde a corda das forcas se desenlaça e afrouxa.
A alma nua na areia; a aura arrumada no arrimo;
É meu sobrinho, é meu irmão, café com pão, é meu primo.

A loucura e a chuva são como um cavalo-marinho;
Misto geminado de paixões; ações: escrever, estar sozinho.
Envergo versos e rimo, brinco com runas, feitiço e patuá;
Sorrio e escorrego no limo de uma cachoeira em Mauá.

André Anlub
(10/4/17)

9 de abril de 2017

Me apaixonei num sonho


Me apaixonei num sonho (10/6/14)

Nenhuma noticia do juiz cruel
E seu dedo funesto e tremulante;
Nem por um instante 
– e dou graças aos deuses – 
Deu sinal.

E cabe quando, a qual, a quem afinal
Vestir o corpo com a tez do pecado?
Eu não, e por enquanto sigo no não...
Não sou réu aqui, sou sonho,
Aqui sou o que, o qual, e quem quero.

É sim me apaixonei no sonho
E como ela é, não digo.
É sim, pois aqui nada é pecado,
Nada é mutilação, traição, tampouco mau gosto,
E não existe nada de oposto,
Nem mesmo a contradição.

Esse sonho não é feito para olhos alheios;
Até mesmo a escrita é em linha reta
Sem partida – chegada, sem meta,
Sem nem ao menos “os meios”...
(boa merda).
Mas qual graça teria ser e ter o perfeito em volta
Sem a vida às vezes em reviravoltas,
Sem solda nem fenda,
Sem pouco nem sobra,
Sem erro ou acerto? (boa bosta).

8 de abril de 2017

Sonhos de sempre



Sonhos de sempre

Sonhos de madeira, de ouro ou de aço,
Arco-íris envergado como um bambu.
Enigmas de nuvens – aves no vasto azul,
São momentos que se atrelam em compasso.

Sonhos de tempos precisos e elusivos...
Loucos, parcos, vastos, vistos e incisivos.
Fazendo curvas no reto, na aresta do espaço,
Vou voando feliz sobre o vil penhasco.

No mar bem calmo e bem claro – canto;
Em um barco a vela e ao vento – amo.
Fujo ao meu modo do medo – passado;
Abraço o coração de um ser raro – encanto.

Corro salvo e solto na frenética inércia,
Me meto em uma selva sem mato fechado;
Sinto a saliva da chuva no corpo molhado,
Chãos de grama, de vácuo, de tapete Persa.

Pensando dormindo, sorrindo acordado,
Desenho sonhos verdadeiros e irreais;
Ponho de cor a cor no presente e no passado
E realço o sol no futuro de equidade e paz.

6 de abril de 2017

Pegadas do mar


Pegadas do mar

O mar bate, volta, se revolta e descansa...
Banha a criança, o idoso, o jovem, a moça... É dança!

O mar crê que ficar agitado é dar espaço a outras existências.
Bondoso, bravio, carrega a lua e navios, sua completude tem força.

As águas felizes que molham e salgam as essências.
Onde o mergulhão dá seu beijo da vez,
onde o mergulhador contempla o salão... É dança!

Sendo então uma força o mais imponente
enquanto o surfista – em desafio – sem piedade rasga sua tez.

O mar segue e seguimos o seu puro ser para sermos.
Longe ou perto conectados na vivas memória e fragrância...
Bate a vontade de constituirmos parte da sua história.
Tudo no fato do seu infinito viver para assim vivermos... É dança!

O mar me ganha assim: de jeito, de repente, de encanto.
E mesmo eu envelhecendo e aos poucos ficando mais longe,
o amor e o respeito só aumentam.

É o mesmo que acontece em relação à vida.


Ótima noite aos amigos


Ando com ideias antigas 
de modernizar meus conceitos.
No fundo, são adágios superados...
Há tempos que tenho a teimosia 
de querer ser atualizado.


Na trilha do som e do cheiro, 
entre outros planejes, 
já havia o longo tempo de um asilo 
- E saiu, enfrentou, 
nisso e naquilo foi certeiro.


Brisa que abre o portão 
vem do vai e vem das ondas, 
ultrapassando o varal, 
acalentando as roupas; 
moveu o barco pesqueiro, 
mudou de lugar uma duna, 
fez levitar uma pluma 
e dispersou o nevoeiro; 
brisa gélida de inverno 
alegrou o dente de leão, 
soprou ao rosto, 
encheu o pulmão; 
e nas manhãs corriqueiras 
espalhou o aroma do pão.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.