14 de abril de 2017

Aquela fragrância


Na foto: Flávia, Mônica, Eu e uma pança enorme (Caldas - Barbalha/2010)

Aquela fragrância de nova vida,
Da porta aberta do viveiro,
Batia nos orifícios do nariz; como coisa boa...
Fubá fresquinho, coco queimado, doce broa...
Acompanhada por um manacá-de-cheiro.


Belém, saudade de tuas mangueiras, comidas, domingueiras e épocas idas.


Curtindo meu tempo, pois ele é curto;
Um absurdo...
Com tudo no mundo e tudo voa ao vento.
Larguei a tristeza
Cuspi na grandeza com delicadeza
Mostrei o dedo pro desgosto
Com muito gosto.
Senti a brisa no rosto
Saí pela vida.


Dê-me seu melhor sorriso
Aquele intenso, meio sincero
Todo lero, mero siso
Que mexe com meu brio...
Aquele sorriso,
Benevolente, incandescente
Que eu admiro.

13 de abril de 2017

Na pequenez do infinito



Às vezes me perguntam se vejo um futuro com mais escritores que livros ou com mais livros que escritores... A meu ver nenhum dos dois tem a menor relevância se não houver mais leitores.

Ponho na pequenez desse periperiaçu
Palavras tépidas de aço
Versos de paixão para a amada
Na paz perseguida pintada
Passo a passo do compasso.

Para viver e conviver melhor é preciso tentar se conhecer sempre mais (qualidades e defeitos). Se questionar sempre e ser seu maior crítico. Vejo muita gente que não se conhece, apontando dedos, criticando e perdendo um tempo precioso com a vida de outros quando a própria vida ainda é um terreno desértico, indômito e quase inóspito.

11 de abril de 2017

Um Eu qualquer



Vogo, envergo, vejo e vivo em excelência quando tu estacionas teu pensar vago na vagabunda vaga da minha essência.

Um Eu qualquer

Me visto à vontade, e em uma culinária delirante me esbaldo;
Desato o laço, galgo espaço, surfo em ondas de rádio;
Me incluo, me desfaço, meu regaço desnudo aos seus braços...
São poliglotas sensações; são cem emoções sem respaldo. 

No alto salto alcanço o lance de imediato;
Entendo o intento profundamente, e passo a filosofar em Alemão.
De antemão nada mais tornar-se-á algo fantástico;
De até então o farto fato é falho no ato.

Um Eu qualquer que se requer em quaisquer situações,
Abundante, quase infinda e bem-vinda tentação... 
Vejo-me em aura clara, calmamente dentro de uma canção:
‘Bennie and the jets’, ou ‘jumping jack flash’, ou só presunção?

André Anlub
(31/1/16)

Boa terça a todos!


Às vezes criam-se expectativas e ânimos, não só para ir atrás de tal coisa, mas também para fugir de outra.

Sicrana pensa em dividir a compra de um terreno com Fulano, seu namorado; surgem críticas do tipo: 'se vocês se separarem vai dar briga', etc. 
Sicrana e Fulano, no dia seguinte, pensam em ter um filho; surgem felicitações.

Derramo-me ao extremo no chão, no choro, no corpo e no copo...  Mas só por você.

10 de abril de 2017

A chuva bem-vinda



A chuva bem-vinda

A chuva que cai agora me soa como profética:
Ação assim – assada, assumidamente estratégica;
Feita para exteriorizar minhas lembranças e andanças,
Numa aliança em quimeras de utopias herméticas...

Tudo e todos na combustão do interno,
Que afasta e expurga do externo o inferno.

O tempo em vai-e-vem permanecerá quadrado,
Com o meu casco cascudo que circunda em círculos;
O ciclo do vento bate na face em ritmos,
Gelando também a pele do outro Eu ao lado.

A loucura é minha cura que me morde e me acaricia,
É minha avó, é minha mãe, é minha irmã, é minha filha;
Absolutamente abastada, dissolvente e disponível,
Agora dorme serena com os vinhos na vinícola.

A tempestade banha suavemente o meu mundo;
A água é a verve no vértice, minha saliva viva...
Quando mordo o mundo num amargo absurdo,
A vida torna-se viva, afortunada e faminta.

Tudo se mistura na língua, debaixo da língua...
Sólido elixir do existir que traz calmaria.

O tempo se desconserta num concerto de cordas,
Onde a corda das forcas se desenlaça e afrouxa.
A alma nua na areia; a aura arrumada no arrimo;
É meu sobrinho, é meu irmão, café com pão, é meu primo.

A loucura e a chuva são como um cavalo-marinho;
Misto geminado de paixões; ações: escrever, estar sozinho.
Envergo versos e rimo, brinco com runas, feitiço e patuá;
Sorrio e escorrego no limo de uma cachoeira em Mauá.

André Anlub
(10/4/17)

9 de abril de 2017

Me apaixonei num sonho


Me apaixonei num sonho (10/6/14)

Nenhuma noticia do juiz cruel
E seu dedo funesto e tremulante;
Nem por um instante 
– e dou graças aos deuses – 
Deu sinal.

E cabe quando, a qual, a quem afinal
Vestir o corpo com a tez do pecado?
Eu não, e por enquanto sigo no não...
Não sou réu aqui, sou sonho,
Aqui sou o que, o qual, e quem quero.

É sim me apaixonei no sonho
E como ela é, não digo.
É sim, pois aqui nada é pecado,
Nada é mutilação, traição, tampouco mau gosto,
E não existe nada de oposto,
Nem mesmo a contradição.

Esse sonho não é feito para olhos alheios;
Até mesmo a escrita é em linha reta
Sem partida – chegada, sem meta,
Sem nem ao menos “os meios”...
(boa merda).
Mas qual graça teria ser e ter o perfeito em volta
Sem a vida às vezes em reviravoltas,
Sem solda nem fenda,
Sem pouco nem sobra,
Sem erro ou acerto? (boa bosta).

8 de abril de 2017

Sonhos de sempre



Sonhos de sempre

Sonhos de madeira, de ouro ou de aço,
Arco-íris envergado como um bambu.
Enigmas de nuvens – aves no vasto azul,
São momentos que se atrelam em compasso.

Sonhos de tempos precisos e elusivos...
Loucos, parcos, vastos, vistos e incisivos.
Fazendo curvas no reto, na aresta do espaço,
Vou voando feliz sobre o vil penhasco.

No mar bem calmo e bem claro – canto;
Em um barco a vela e ao vento – amo.
Fujo ao meu modo do medo – passado;
Abraço o coração de um ser raro – encanto.

Corro salvo e solto na frenética inércia,
Me meto em uma selva sem mato fechado;
Sinto a saliva da chuva no corpo molhado,
Chãos de grama, de vácuo, de tapete Persa.

Pensando dormindo, sorrindo acordado,
Desenho sonhos verdadeiros e irreais;
Ponho de cor a cor no presente e no passado
E realço o sol no futuro de equidade e paz.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.