6 de junho de 2017

- Aquele final de um dia muito estressante em que você tira os sapatos e descobre que foram eles que tiraram você!

- Campanha: “escreva à tia – escreva às tantas – escreva à toa”.

- De repente aquela pessoa que te vê como concorrente se sente envergonhada, pois percebe seu desinteresse em entrar na corrida e ela esteve todo esse tempo ao seu lado, parada.

- O sujeito é tão egocêntrico, que passa o tempo todo querendo se fundir.

- O tal vento cruel e birrento soprou ao meu ouvido como uma fera grunhindo e nada adiantou, só a cera espalhou.

Baú de conjecturas


Baú de conjecturas (9/2/15)

Eis a questão: abrir aquele baú de memórias, 
Algumas boas, outras nem tanto, outras nem lembro:
(dizem que há lembranças do que não aconteceu).
Deixar a mente recordar – dar vazão na falta de razão,
Embarcar no trem das insanidades e paixões; 
Aquelas que foram feitas nas noites sem dormir,
Nas falas sem sentido, nos botecos e afins.
Lembrar-se de amizades esculpidas com pressa e formão cego;
De esculachos em rixas fartas; de escaladas em rochas altas...
Lembrar-se de ter esperado a nave com os Aliens me buscar.
Agora nós dois:
Passamos por dificuldades e terrorismos,
Andamos e nem sempre sorrimos.
Houve o momento de reflexão – a alma sentia dor;
Corpos enfastiaram, ideias se soltaram e, comumente, se desligavam;
Tudo não estava mais (ou nunca esteve) talvez, assim, pra nós: bem, bom.
Nos controlamos – põe-se freios, iluminações, mesmices,
Vagamos turbinados dentro do turbilhão (talvez seja aquele litro de uísque).
No céu, na época, pequenas estrelas prateadas e felizes,
Vibravam e cegavam nossas vistas – então notávamos o nosso amor.
Lembranças, lambanças, festas, sexos, escudos, elmos e esmos...
O sorriso de lado no ambiente azedo e o deboche no coldre do medo.
Laconicamente o lembrete: o jogo é incoerente – mesmo ganhando se perde. 
Mas ninguém ganha! – nem mesmo quem acha que vence,
Pois para ganhar é preciso não jogar.
E ninguém quer ser um covarde jogado na lama,
Que fica e faz alarde, que já vai tarde, que já veio cedo.
Agora só eu:
Fechei o baú, mas tudo já estava na mente (onde sempre esteve),
O que havia era medo de encarar o fantasma e ter a certeza que ainda há amor.

5 de junho de 2017

Tarde saudosa!

Acordei com uma lágrima,
No sonho bem claro o rosto,
De pronto sorriso me olhava.
Amigo de praias e farras,
Que o vento levou sem aviso,
Deixando a doce lembrança,
Momentos que não amarelam
E regam o verde singelo
Desse jardim da saudade.

Ótimo dia!



Um pesadelo muito incomum, andando no terreno do capeta, não existia uma só letra, sem poesia, sem alento; tentava achar rimas corretas, palavras abertas voando sem vento e sem dono; um tormento para o poeta, Rei sem Rainha e trono. Os pensamentos não se encaixavam, quebra cabeça faltando peça, uma remessa de contra tempo, um turvo tempo sem muita pressa. Mas logo me vi de olhos abertos e muito espertos de inspiração, não quero mais sonhos incertos, quero viver plena imaginação. (2010)


Existe a pessoa que tem o ego tão grande ao ponto de perdê-lo de vista; não calcula mais o discernimento do ridículo e perde as noções de sua real importância ao todo e de como verdadeiramente as pessoas a veem no mundo. Com o detrimento desses princípios, a humildade se esvai, sobrando o embuste de um narciso devaneador e derruído, somado a louca e vil obsessão de que todos a enxerguem quando se olharem no espelho.

André Anlub

4 de junho de 2017

Canta ao céu


Canta ao céu
curte o sol
corta o sal
e cultiva o cortisol.

Diminuir a maioridade penal para 14 anos? Certo! 
E que tal aumentar a idade mínima do voto para 21 anos?

Num dia quente de verão brota um amor quente que faz quentes a alma e o coração... 
É, só assim "fico frio"!

Em seus tronos na zona de conforto
estão otimistas os deuses de todos.
Roupas alvas, flores brancas
e o sol desbotando as flâmulas.

Essa minha metafórica escuridão saiu do incoerente ostracismo,
viu a luz do dia e subiu até a nuvem mais supina, fez vigília,
até que do nada resolveu tornar-se arco-íris.

Gosto de ver-te pensando, assim, distraída.
Cresce minha alegria de uma bucólica expectativa
do teu regaço – braço – amaço – teu espaço em mim.

3 de junho de 2017

E foi...

Ele é barco à deriva,
Com pernas já cansadas 
Olhos que veem pouco
A voz que é quase nada.
Mas ainda joga o jogo
Tem asas para o voo
E aposta sempre alto
Num farto salto solto...
Ele pode ser eu
Ser você
E ser todos.

- O que mais a infância deixou-me de saudade
Foi a maneira inventiva de lidar com a vida;
Quando acabava o prazer de comer iogurte
Começava o deleite de falar ao “telefone”.

“O show tem que continuar”
mesmo se a plateia é parca
se o porco de barro está oco
se há cortinas comidas por traças
se o poeta fez pouco.
Sempre haverá saída
pois duas únicas coisas bastam:
o sorriso e o aplauso da pessoa amada
na primeira fila do teatro da vida.

Excelente sábado

O interesse e a adoração caminham de mãos dadas e às vezes trocam as máscaras.

De jeito, deleite
Bom bocado das línguas – dos beijos;
Lençóis de seda
E de penas de ganso.
Os travesseiros...
Doce delícia é nossa doce vida:
A cobiça reflete na minha íris...
É a malícia da sua infalível conquista.

(17/6/13)

Depois da paixão entregue,
Em dezenas de declarações que fiz;
Na beleza das flores enviadas,
Poemas que aos prantos escrevi.

Noitadas ao som de serenatas,
Sob a lua meu melhor beijo em ti;
Peço que sejas enamorada,
Tu me dizes nada sentir?

Depois da façanha de tal ato,
Desvendo num breve estalo,
É só com a arte o meu pacto,
O que havia por ti foi para o ralo.

Sei que o amor acontece aos poucos,
Como flocos de neve em telhados:
É o branco aos olhos dos loucos;
São espelhos da lua dos bardos.

Mesmo assim acredito no perdão,
Que pra ti foi presente sincero;
Quem ama, cultiva com esmero,
E colhe a mais rica emoção.

2 de junho de 2017

Mancomunados


O coração não [ponto de exclamação e vírgula] mente!

Mancomunados (2/6/13)

Alma e coração
Comunhão, amizade plena.
Irmãos, quase siameses
Gêmeos na doçura da ilusão.

Paranoicos, cegados
Categoricamente contrariados.
Creram no embuste da paixão extrema
E jazem mancomunados.

Amor é o que inspira,
Na grandeza da boa vaidade...
E no espelho o olhar – ouro que brilha
Tentando trilhar caminhos da verdade.

Quem ama às vezes sofre,
Pois arromba-se o cofre dos anseios...
Alimentando-se nos seios que repousam,
Justificando os fins no prazer dos meios.

Surge à pródiga filhota poesia,
Nos gestos dos versos nobres.
Adotada, de passado pobre,
Banhada de aura divina.

1 de junho de 2017

Ótima noite

- Uns tem sujeira no umbigo, outros um piercing e alguns uma hérnia... Mas tem aquele que tem um Rei claustrofóbico com síndrome de Estocolmo.

- A conotação disse pra denotação que ela tinha um coração de pedra, a denotação acreditou e morreu de infarto.

- A tal mutação em determinada sociedade deve-se que principiar unicamente nos próprios umbigos; caso contrário é plantar limão e esperar laranja.

- Às vezes vivemos uma vida inteira em uma pequena época.  E ela passa, e acaba, e não volta; então mais tarde se percebe que vivemos felizes uma vida inteira, mas dentro de uma época que se foi.

- A pessoa que está acostumada a ser – por todos e sempre – perdoada, geralmente dá as costas na sua vez de perdoar.

Néctar eterno

Néctar eterno

Vem à vista um conjunto de absurdos
Da conjuntura que compõe o mundo;
No salutar suga e cospe da seiva
Há o próprio/impróprio que permeia.

Vem docemente o claro/escuro bem-vindo,
Surgindo aos que arriscam e petiscam essa luta.

Nuvens nuas e magras; pássaro e porco num garbo dia gordo.
Absorto, o corpo nada abstruso; advinda, interioridade florindo.

Absoluta absolvição; entrega total e insana, abalo estratégico;
À cama a chama, ao chão o ser são e ao céu o que é seu e é só.
Há fome de continuar nesse fluxo, do pó ao pó.

Vai toda a aluvião alusiva das línguas vis indispostas,
Antes postas em pedestais; antes replicadoras bestiais.

Ficam as línguas festivas, vestidas de salivas amorosas,
Esputando poesias e rosas, volvendo deleites imortais.

André Anlub - Escritor pela Darda Editora, artista Plástico com
obra no MAC (BA), membro vitalício AACLIG e correspondente de
várias Academias. Prêmios: Personalidade 2013 na ArtPop,
Excelência 2014 na Braslider, Maestro Wilson Fonseca 2015 e Joia de
Destaque na Cultura 2016, ambas ALuBra e Prata da Casa 2017 na
Embaixada da Poesia. Homem que sonha, torce e luta pela
expressiva redução da desigualdade social.

E-mail: andreanlub@hotmail.com
Site: poeteideser.blogspot.com.br

Sopro


Sopro

Fica tão óbvio, mas por que não falar de amor?
Ópio que entorpece o que se lembra, o que se esquece
Faz do momento um próprio vício
Fica tão certo quanto a foice e o martelo
E crava o prego na construção da casa.

Por fim, um fogo queima tudo e todos
Na maldição do tempo, deixando cinzas ao vento.

O ontem que já foi, correu cabreiro ligeiro
Como já foi o que o ontem alimentou.
Hoje, resta o ranço da fanhosa fome de hoje
Fica tão hoje o desejo de repetir o que passou.

"Si paisible" a criança desce o escorregador,
Calhando segura em segundos – sua alegria.

Homens correm as vidas, as que não tiveram;
Correm, não vivem e às vezes enricam, choram.
Nunca alcançam suas auras, o sopro que já se foi
Seguem deprimidos, em comprimidos infelizes.

Nem notam que jazem na utopia vazia.

31 de maio de 2017

Líquido sagrado de Baco


Não, não se nega um beijo...
Ainda mais o desmedido;
Pois é a afirmação de um bem querer,
Doce momento de prazer,
Que faz no emudecer,
O grito de tudo a ser dito.


Empatia é quase ser irmão, ser amigo; simpatia é quase ser utópico, ser Pollyanna.


Líquido sagrado de Baco (15/5/13)

Rigoroso esse tempo bom na tela do céu azul,
Enorme pingo quente dourado, 
Mas amargurado ele caminha sem norte (também sem sul).

Só esperou o cair da noite e foi-se frenético abraçar a boemia:
Nas mesas bambas dos piores bares sentiu-se bem, satisfeito,
Era aquilo ali (Alá, a luz, além) que ele queria.

Com as paredes descascadas e encardidas, 
Banheiros de intolerável cheiro ruim;
A meia luz...
A farra no garrafão de vinho barato que esvazia:
Todo feio se faz tolerável;
O detestável é a alegoria da vida.

Com três palitos de dente se faz um xadrez psicológico,
De deixar Freud confuso e Confúcio fã de Pink Floyd.

O que eu faria em uma atmosfera assim? 
Além do porre corriqueiro:
De janeiro e meu aniversário;
De ver estranhos saindo do armário;
De tudo que é falso tornar-se verdadeiro.
O que eu faria?

Largaria o último copo e voltaria ao primeiro,
Desde onde a mente vai demudando,
O tom de voz aumenta, palavrão atroz vira salmo,
E enterra-se qualquer tormenta.

O que eu faria?
Vou voando – bem calmo ao terreno estrangeiro.
A insanidade das horas perdidas no líquido sagrado de Baco:
Com uma mão vai afundando o barco
E com a outra fornece o salva-vidas.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.