7 de junho de 2017

Os poetas...


"Os poetas e os romancistas são aliados preciosos, e o seu testemunho merece a mais alta consideração, porque eles conhecem, entre o céu e a terra, muitas coisas que a nossa sabedoria escolar nem sequer sonha ainda. São, no conhecimento da alma, nossos mestres, que somos homens vulgares, pois bebem de fontes que não se tornaram ainda acessíveis à ciência." - Sigmund Freud

Ótima noite


- Na minha época, cagaço era medo - extremo temor -, amarelar de se borrar nas calças. Hoje em dia cagaço virou estratégia, e para as calças cagadas joga-se uma toga por cima e ninguém vê.

- Não se venda ao Sistema; não aceite ser trem e voe.

- O universo em expansão e há cérebros tornando-se grãos de bico. 

- Se conhecer é acender dois incensos ‘corta inveja’; um para afastar as invejinhas alheias, o outro...  

- Totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas minhas loucuras.

O Amor e a poesia, a Poesia e o amor (2010)


O Amor e a poesia, a Poesia e o amor (2010)

Frio intenso como nos pólos,
O calor das mais altas temperaturas...
É de rachar todos os solos;
É de congelar qualquer clima.

Mais escuro que a pior cegueira,
Tem a claridade da explosão nuclear;
Saem das bocas - vomitam besteiras
Somem as palavras - perde-se a rima.

Olho no olho, dente por dente,
É coerente que os opostos se atraem.
Na beira do abismo, um passo à frente,
Mergulho fundo pois só o amor constrói.
(para amar)

É sabido que no amor e na guerra vale tudo,
Por que na poesia seria diferente?
Todos os três fazem parte do meu mundo...
Nunca fui sábio, tampouco prepotente.
(para rimar)

6 de junho de 2017

- Aquele final de um dia muito estressante em que você tira os sapatos e descobre que foram eles que tiraram você!

- Campanha: “escreva à tia – escreva às tantas – escreva à toa”.

- De repente aquela pessoa que te vê como concorrente se sente envergonhada, pois percebe seu desinteresse em entrar na corrida e ela esteve todo esse tempo ao seu lado, parada.

- O sujeito é tão egocêntrico, que passa o tempo todo querendo se fundir.

- O tal vento cruel e birrento soprou ao meu ouvido como uma fera grunhindo e nada adiantou, só a cera espalhou.

Baú de conjecturas


Baú de conjecturas (9/2/15)

Eis a questão: abrir aquele baú de memórias, 
Algumas boas, outras nem tanto, outras nem lembro:
(dizem que há lembranças do que não aconteceu).
Deixar a mente recordar – dar vazão na falta de razão,
Embarcar no trem das insanidades e paixões; 
Aquelas que foram feitas nas noites sem dormir,
Nas falas sem sentido, nos botecos e afins.
Lembrar-se de amizades esculpidas com pressa e formão cego;
De esculachos em rixas fartas; de escaladas em rochas altas...
Lembrar-se de ter esperado a nave com os Aliens me buscar.
Agora nós dois:
Passamos por dificuldades e terrorismos,
Andamos e nem sempre sorrimos.
Houve o momento de reflexão – a alma sentia dor;
Corpos enfastiaram, ideias se soltaram e, comumente, se desligavam;
Tudo não estava mais (ou nunca esteve) talvez, assim, pra nós: bem, bom.
Nos controlamos – põe-se freios, iluminações, mesmices,
Vagamos turbinados dentro do turbilhão (talvez seja aquele litro de uísque).
No céu, na época, pequenas estrelas prateadas e felizes,
Vibravam e cegavam nossas vistas – então notávamos o nosso amor.
Lembranças, lambanças, festas, sexos, escudos, elmos e esmos...
O sorriso de lado no ambiente azedo e o deboche no coldre do medo.
Laconicamente o lembrete: o jogo é incoerente – mesmo ganhando se perde. 
Mas ninguém ganha! – nem mesmo quem acha que vence,
Pois para ganhar é preciso não jogar.
E ninguém quer ser um covarde jogado na lama,
Que fica e faz alarde, que já vai tarde, que já veio cedo.
Agora só eu:
Fechei o baú, mas tudo já estava na mente (onde sempre esteve),
O que havia era medo de encarar o fantasma e ter a certeza que ainda há amor.

5 de junho de 2017

Tarde saudosa!

Acordei com uma lágrima,
No sonho bem claro o rosto,
De pronto sorriso me olhava.
Amigo de praias e farras,
Que o vento levou sem aviso,
Deixando a doce lembrança,
Momentos que não amarelam
E regam o verde singelo
Desse jardim da saudade.

Ótimo dia!



Um pesadelo muito incomum, andando no terreno do capeta, não existia uma só letra, sem poesia, sem alento; tentava achar rimas corretas, palavras abertas voando sem vento e sem dono; um tormento para o poeta, Rei sem Rainha e trono. Os pensamentos não se encaixavam, quebra cabeça faltando peça, uma remessa de contra tempo, um turvo tempo sem muita pressa. Mas logo me vi de olhos abertos e muito espertos de inspiração, não quero mais sonhos incertos, quero viver plena imaginação. (2010)


Existe a pessoa que tem o ego tão grande ao ponto de perdê-lo de vista; não calcula mais o discernimento do ridículo e perde as noções de sua real importância ao todo e de como verdadeiramente as pessoas a veem no mundo. Com o detrimento desses princípios, a humildade se esvai, sobrando o embuste de um narciso devaneador e derruído, somado a louca e vil obsessão de que todos a enxerguem quando se olharem no espelho.

André Anlub

4 de junho de 2017

Canta ao céu


Canta ao céu
curte o sol
corta o sal
e cultiva o cortisol.

Diminuir a maioridade penal para 14 anos? Certo! 
E que tal aumentar a idade mínima do voto para 21 anos?

Num dia quente de verão brota um amor quente que faz quentes a alma e o coração... 
É, só assim "fico frio"!

Em seus tronos na zona de conforto
estão otimistas os deuses de todos.
Roupas alvas, flores brancas
e o sol desbotando as flâmulas.

Essa minha metafórica escuridão saiu do incoerente ostracismo,
viu a luz do dia e subiu até a nuvem mais supina, fez vigília,
até que do nada resolveu tornar-se arco-íris.

Gosto de ver-te pensando, assim, distraída.
Cresce minha alegria de uma bucólica expectativa
do teu regaço – braço – amaço – teu espaço em mim.

3 de junho de 2017

E foi...

Ele é barco à deriva,
Com pernas já cansadas 
Olhos que veem pouco
A voz que é quase nada.
Mas ainda joga o jogo
Tem asas para o voo
E aposta sempre alto
Num farto salto solto...
Ele pode ser eu
Ser você
E ser todos.

- O que mais a infância deixou-me de saudade
Foi a maneira inventiva de lidar com a vida;
Quando acabava o prazer de comer iogurte
Começava o deleite de falar ao “telefone”.

“O show tem que continuar”
mesmo se a plateia é parca
se o porco de barro está oco
se há cortinas comidas por traças
se o poeta fez pouco.
Sempre haverá saída
pois duas únicas coisas bastam:
o sorriso e o aplauso da pessoa amada
na primeira fila do teatro da vida.

Excelente sábado

O interesse e a adoração caminham de mãos dadas e às vezes trocam as máscaras.

De jeito, deleite
Bom bocado das línguas – dos beijos;
Lençóis de seda
E de penas de ganso.
Os travesseiros...
Doce delícia é nossa doce vida:
A cobiça reflete na minha íris...
É a malícia da sua infalível conquista.

(17/6/13)

Depois da paixão entregue,
Em dezenas de declarações que fiz;
Na beleza das flores enviadas,
Poemas que aos prantos escrevi.

Noitadas ao som de serenatas,
Sob a lua meu melhor beijo em ti;
Peço que sejas enamorada,
Tu me dizes nada sentir?

Depois da façanha de tal ato,
Desvendo num breve estalo,
É só com a arte o meu pacto,
O que havia por ti foi para o ralo.

Sei que o amor acontece aos poucos,
Como flocos de neve em telhados:
É o branco aos olhos dos loucos;
São espelhos da lua dos bardos.

Mesmo assim acredito no perdão,
Que pra ti foi presente sincero;
Quem ama, cultiva com esmero,
E colhe a mais rica emoção.

2 de junho de 2017

Mancomunados


O coração não [ponto de exclamação e vírgula] mente!

Mancomunados (2/6/13)

Alma e coração
Comunhão, amizade plena.
Irmãos, quase siameses
Gêmeos na doçura da ilusão.

Paranoicos, cegados
Categoricamente contrariados.
Creram no embuste da paixão extrema
E jazem mancomunados.

Amor é o que inspira,
Na grandeza da boa vaidade...
E no espelho o olhar – ouro que brilha
Tentando trilhar caminhos da verdade.

Quem ama às vezes sofre,
Pois arromba-se o cofre dos anseios...
Alimentando-se nos seios que repousam,
Justificando os fins no prazer dos meios.

Surge à pródiga filhota poesia,
Nos gestos dos versos nobres.
Adotada, de passado pobre,
Banhada de aura divina.

1 de junho de 2017

Ótima noite

- Uns tem sujeira no umbigo, outros um piercing e alguns uma hérnia... Mas tem aquele que tem um Rei claustrofóbico com síndrome de Estocolmo.

- A conotação disse pra denotação que ela tinha um coração de pedra, a denotação acreditou e morreu de infarto.

- A tal mutação em determinada sociedade deve-se que principiar unicamente nos próprios umbigos; caso contrário é plantar limão e esperar laranja.

- Às vezes vivemos uma vida inteira em uma pequena época.  E ela passa, e acaba, e não volta; então mais tarde se percebe que vivemos felizes uma vida inteira, mas dentro de uma época que se foi.

- A pessoa que está acostumada a ser – por todos e sempre – perdoada, geralmente dá as costas na sua vez de perdoar.

Néctar eterno

Néctar eterno

Vem à vista um conjunto de absurdos
Da conjuntura que compõe o mundo;
No salutar suga e cospe da seiva
Há o próprio/impróprio que permeia.

Vem docemente o claro/escuro bem-vindo,
Surgindo aos que arriscam e petiscam essa luta.

Nuvens nuas e magras; pássaro e porco num garbo dia gordo.
Absorto, o corpo nada abstruso; advinda, interioridade florindo.

Absoluta absolvição; entrega total e insana, abalo estratégico;
À cama a chama, ao chão o ser são e ao céu o que é seu e é só.
Há fome de continuar nesse fluxo, do pó ao pó.

Vai toda a aluvião alusiva das línguas vis indispostas,
Antes postas em pedestais; antes replicadoras bestiais.

Ficam as línguas festivas, vestidas de salivas amorosas,
Esputando poesias e rosas, volvendo deleites imortais.

André Anlub - Escritor pela Darda Editora, artista Plástico com
obra no MAC (BA), membro vitalício AACLIG e correspondente de
várias Academias. Prêmios: Personalidade 2013 na ArtPop,
Excelência 2014 na Braslider, Maestro Wilson Fonseca 2015 e Joia de
Destaque na Cultura 2016, ambas ALuBra e Prata da Casa 2017 na
Embaixada da Poesia. Homem que sonha, torce e luta pela
expressiva redução da desigualdade social.

E-mail: andreanlub@hotmail.com
Site: poeteideser.blogspot.com.br

Sopro


Sopro

Fica tão óbvio, mas por que não falar de amor?
Ópio que entorpece o que se lembra, o que se esquece
Faz do momento um próprio vício
Fica tão certo quanto a foice e o martelo
E crava o prego na construção da casa.

Por fim, um fogo queima tudo e todos
Na maldição do tempo, deixando cinzas ao vento.

O ontem que já foi, correu cabreiro ligeiro
Como já foi o que o ontem alimentou.
Hoje, resta o ranço da fanhosa fome de hoje
Fica tão hoje o desejo de repetir o que passou.

"Si paisible" a criança desce o escorregador,
Calhando segura em segundos – sua alegria.

Homens correm as vidas, as que não tiveram;
Correm, não vivem e às vezes enricam, choram.
Nunca alcançam suas auras, o sopro que já se foi
Seguem deprimidos, em comprimidos infelizes.

Nem notam que jazem na utopia vazia.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.