30 de agosto de 2017

Coletânea IMORTAIS

"Prezados Escritores Imortais,
É com grande orgulho que anunciamos o primeiro lançamento da Coletânea IMORTAIS, que acontecerá no Rio de Janeiro no dia de amanhã (31/08).
Agradecemos a compreensão e paciência de todos vocês no desenvolvimento desta obra. Todo nosso esforço valeu muito a pena, mais de 140 escritores numa obra de mais de 500 páginas, reunindo grandes escritores de todo nosso Brasil!
Em anexo, o convite referente ao lançamento do Rio de Janeiro para que possam divulgar em suas redes sociais.
Saudações literárias,
Equipe Alternativa"



29 de agosto de 2017

Nossos Litígios


Nossos Litígios

Pelos nossos próprios litígios
Tentei organizar nossas vidas,
Apagando insensatos vestígios
E acendendo e excedendo as saídas.

No doce ninho que mesmo em sonho,
Onde criamos rebanhos, rebentos,
Em águas límpidas que fazem o banho,
Depurando em epítome nossos momentos.

Amontoando em vocábulos incertos
Vejo e escrevo em linhas tortas – na alma.
Optando por esse amor na justa calma,
Nas brigas que expulsam demônios e espectros.

Mas na sensatez do amor verdadeiro
Vi-me lisonjeado por ser o primeiro: o real, o fiel, o ardente.
Sou o qual lhe agarra a unhas e dentes,
Sendo o mais perfeito da paixão mensageiro.

Mesmo se somassem todos os números e datas,
Secassem todas as águas do planeta,
Encharcando sua face que no ápice da tormenta
Sempre responde com lisura imediata.

O ardor do âmago do seu ser 
Acabou escrevendo minhas linhas, 
Nesse bem querer de minhas rinhas,
Só – e mesmo cego – posso lhe ver.

A ilha em êxtase


A ilha em êxtase

A vida pode ser farpa entre unha e carne, 
um bambu que não se quebra com o vento que varre, 
ou estrelas que brigam com o raiar de um dia.

E agora, estava mais que na hora, o ânimo veio,
No veio sumido e assanhado de quem somos;
No envelhecido clichê de quem deveríamos ser.

No abstrato da tela, em aquarela, aquela ilha...
Confiando no absinto para encarar o abismo;
Na retrospectiva da vida, um céu de bel prazer:
A perplexa perspectiva a nosso ver.

Somos quem somos, fomos e seremos (os tais)...
E já estava na hora do abrigo de um alento amigo.
Publiquem nos anais e jornais, em letras garrafais: 
Nossa vultosa vida vivida não é particular...
Então, s'il vous plaît, mostrem o que há de divertido.

Exponham em íntimos olhos de ourives:
Tudo de todos tarda, e sempre soará peculiar...
Então tão assim – e assado – é para se mostrar.

O tempo alçou e alcançou o próprio tempo,
Como a serpente doente comendo seu rabo.
Na frase eu me acabo; no vento você me inventa;
Eu como a cobra com pimentão, pepino e pimenta.

Fecho os olhos e vejo um mar na nossa avenida;
Obro os olhos e vejo que sou um belo peixe...
Largue o preconceito e ao meu lado deite-se;
Deixe-se levar e leve a todos para sua ilha da vida.

Das Loucuras (pensamentos surradinhos)


Das Loucuras (pensamentos surradinhos)

Essa ansiedade extrema de querer comer besteira de barriga cheia,
Sem parar, cá e lá, e a qualquer hora do dia é “vulva de escalpo”.
Há de se administrar com aveia Quaker qualquer tédio
E desconfiar com leite Ninho de quem coloca a taça de vinho
Entre o indicador e o dedo médio...

Não despreze quem faz do próprio problema um poema.
A cachaça de rolha e tudo mais engarrafado no bar do Elói,
Numa rua em Niterói e lá no bairro Moema.

Na escuridão ela se vê melhor; olhos cegos, mas audição apurada.
Mergulhada na embriaguez feliz de não estar na estrada do marasmo.
Foi apunhalada nas costas, mas se recupera como guerreira que é...
Entre o bem-me-quer e o malmequer encontra tempo para o orgasmo.

A boca doce não acha tempo para clamar por admiração – já é admirada.
Na mão suja com farinha láctea o anel com o símbolo da eternidade.
Não perdeu a identidade, sabe muito bem quem foi, é e será...
E no que há: da existência faz ciência, da álgebra solução, 
Do fato faz “não sei não” e da paixão cega inovação: não faz nada.

André Anlub
(29/8/17)

28 de agosto de 2017

Das Loucuras (tirando e dando corda pra pipa)


Das Loucuras (tirando e dando linha pra pipa)
(27/8/17)

No ar havia voo, então voo e vou ao vento e ao vão...
Agora é hora, dei corda para a situação de absoluta rebeldia.
Já abro o sorriso, mesmo com a cabeça na boca do leão:
Loucura em cura, paranoia em neura, sonho em orgia.

Acordo e faço um acordo, mas não brinco,
Respeito à vozinha colada como um brinco na minha orelha:
Ela não me perturba e eu não a perturbo mais...
Perfeito! Faltou ela cumprir sua parte... ela é “pentelha”!

Insano paradoxo, pois eu gosto desse gosto de robotização;
Asas eram fortes, os cortes eram fundos, visíveis ou não;
As assas ficaram fracas, a carcaça suja e enferrujada... 
Mas o sonho – caso morra - cria força na ressureição.

Pode agora atravessar cemitérios ressuscitando os mortos,
Abraçar o Poe e o Gaiman, voar com os corvos,
Entender, atender e estender as guerras e os povos,
Até surgir a paz, o silencio, a extinção do vulcão e a remissão.


27 de agosto de 2017

Das Loucuras (cheio de nove horas)


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Roger Waters (Pink Floyd) joins G.E. Smith at The Stephen Talkhouse - Blues in G - https://www.youtube.com/watch?v=IlfwHfoKuco

Das Loucuras (cheio de nove horas)

Apertou a mão, inverteu o lado de fato é gato e sapato...
Afogou o descaso e no ocaso distribuiu a sopa aos indigentes.
A fogueira ainda queimava quando a tempestade se formava...
Desce água, desde sempre; sobe o tempo, desde o invento.
O formigueiro com seus ternos engomados em tempos eternos de mágoa.

No céu escuro as estrelas piscavam e pareciam dizer algo;
É fato consumado de bocas consumidas por gula.
É a agulha que foi achada no palheiro,
Em meio ao nevoeiro; em meio ao fogo cruzado.

Olhos e cérebro fixos ganhavam confiança e inspiração,
À próxima viagem: saliente, ciente, mente focada – atilamento...
Trovadores e suas dores, seus blocos, suas canetas nas mãos.
Há tempos o veneno da lata; na lata a vermelhidão do passado.

Para o batente: escreve e escreve o que vê o que fez o fato e o ato;
A vida em macro; a vida bem ampla; o mundo estanca e se arranca num zoom.
Cria – recria, crê – “podes crer” –, faz como quer.
Não é um qualquer, assim como um qualquer não é qualquer um.

André Anlub
(27/8/17)

25 de agosto de 2017

Nossa memória

Chegaram os belíssimos livros da Antologia de Poesias, contos e crônicas da Scortecci, em comemoração de seu aniversário de 35 anos de estrada.


Nossa memória

É hora de estabelecer os limites,
Estabilizar os lamentos e mostrar quem a gente é; 
Vejo que vamos organizar os enfeites
E desagoniar o fio de fatos quaisquer.
É tempo de sentirmos e soltarmos o som da viola,
Saltarmos no sol da viela,
Arrumarmos a casa – arruinarmos as corjas
E casar as tampas com os potes de tupperware.
Cerrado, o punho apanha pelo seu lugar na história;
A escória derrotada feito barata na sola do chinelo.
Um sol amarelo e um violoncelo que compõem nossa memória;
No agora, um tudo e um todo escrito em um livro ainda no prelo.
A cachoeira novamente nos convida ao banho,
A água gelada, a limonada, o “não querer mais nada”,
O céu mais limpo e o limo mais verde...
O que se entende de indigente a tender pela tangente.
É hora, agora, e o tempo esculpe...
Desculpe, mas para o trocadilho tem hora;
Em outrora a razão de viver chegou ao cume...
Incólume, agora desce rolando feito bola.
No nosso sonhar há o fogoso olhar curioso
Que faz par com um presunçoso olhar preguiçoso.
Nosso sonho acordou sonambulo de sua apatia,
E logo bem cedo despertou de nossa vida vadia.

As tais das saudades

As tais das saudades

Um amigo: acordei com uma lágrima,
No sonho bem claro o rosto,
De pronto sorriso me olhava.

Amigo de praias e farras,
Que o vento levou sem aviso,
Deixando a doce lembrança,
Momentos que não amarelam
E regam o verde singelo
Desse jardim da saudade.

Um amor: de todos os sons nada valia:
Meu rock, meu jazz, o doce do blues...
Nada! Nem qualquer feitiçaria.
Minha cara-metade, cálida companheira,
Jardim de vida, ação – amor – afeição;
Motor propulsor, divisor de águas, motivação,
Meu mote, meu norte, minhas eiras e beiras.

Fiel agasalho, calor do existir, meu elixir;
Sua voz é pronúncia, é premissa;
Sua pele é mel, música, candura,
Que de cura e na cara digo:
– não canso de tocar e sentir.

24 de agosto de 2017

Das Loucuras (contabilização dos zeros)


Das Loucuras (contabilização dos zeros)

Na placa de vende-se, o sofisma disfarçado de habeas corpus;
São tantos nós querendo deixar o mundo dos espertos.
E ele indiscreto, hiante com seu olhar cínico de soslaio,
Abre o balaio-de-gatos, expõe seu fato – antes feto – e calça o sapato.

Dentro do ensaio arreou o cavalo e arriou sua calça num papo furado com mortos...
Aos porcos joga as pérolas falsas; aos “parças” joga a pílula branca. 
Vai-se no mundo sem rumo, como uma folha levada com o vento;
Compra jornal numa banca e coloca na sua mente uma âncora.

No inferno a essência, por excelência, reconstrói Roma e queima Nero;
Dentro de um sorriso amarelo, fornece extintores extintos...
Frágil casca de ovo que por assombro expõe um pinto faminto:
Busca comida, lazer, o que fazer, limpar a pia, lavar a louça, poesia;
Busca dinheiro, o maneiro, o marinheiro, amigo, abrigo, o altivo, o mero. 

Na placa de vende-se, o enigma: 
Tudo é tudo, menos zero!

André Anlub
(24/8/17)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.