27 de outubro de 2017

Tribos urbanas


Tribos urbanas

Assim como ocas ocas, sem seus índios que saíram para caçar
E foram caçados pelo ser (des) humano...
Mas, mano, vamos à realidade paralela:
Os índios voltaram com a caça,
Com a raça, a graça, o pescado, o suor bento
E o ensejo para um ditoso festejo.

O precipício perdeu boa parte do seu encanto,
Deixando fraco canto e a sensação de não ser mais original;
As estrelas tornaram-se muito mais convidativas,
E o amor na ativa, com sua calentura e seu interminável brilho,
Astuciosamente esculpe o seu brio:
Antônio Francisco Lisboa – atemporal.

Vem à luz amistosa,
A luz da Lua cheia, 
Faceira,
Que parece acariciar o vento;

Caminha pelas ruas de pedras através das sombras dos postes, dos bêbados e árvores,
Dobra as esquinas e passa de janela em janela, de porta em porta;
Passa pelas casas antigas, casas recentes e silentes,
Casas de Ouro Preto.

Por longas datas as bocas gritaram, cantaram e se tocaram em desejos,
Corações se uniram e se iluminaram em suas vielas;
As bocas deles e delas perpetuaram e protegeram todo o, e o de sempre, luar.

O lugar e o legado, agora foram contidos pelo silêncio.
Só por um instante:
- Um minuto de tributo!

André Anlub®
(16/11/14 – releitura 2017)

26 de outubro de 2017

Por debaixo da seda


Vez ou outra há um milagre só pra tal pessoa; 
Não há registro, palavra, pintura, período, motivo ou à toa; 
Não há contorno ou qualquer som que ecoa.
Os olhares e bocas insanas em agonia
Sequer saberão o que realmente houve, e se houve...
Não importa a vil lamúria
Dos olhos rebeldes da cobiça.

Le Petit Maurice

Depois de sair do seu banho...

Reparte o cabelo ao meio,
passa um pouco de Gumex,
no pulso seu belo Rolex.
Separa um trocado pra cerva,
não se esquece da erva
e a chave de seu Chevrolet Veraneio.

Coloca uma bermuda de marca,
um chinelo de dedo,
mesmo sabendo que é cedo,
um uísque e dois cubos de gelo.

Vai sem rumo pra Urca,
louco varrido na praia,
depois uma pizzaria famosa,
com gente bonita faz prosa
(nunca soube o que é uma árdua labuta!)

Esse ano fez trinta anos,
(nunca na vida fez planos!)
mede um metro e noventa,
um par de olhos azuis,
ama bala de menta,
pai rico, famoso juiz.

Estudou nos melhores ensinos,
fez inglês nos Estados Unidos;
mulheres ele coleciona aos quilos,
é inteligente e feliz.

Fundou uma confraria de solteiros,
charutos e bebidas - prostitutas e cavalos
Quando chegou aos quarenta,
dinheiro e saúde pro ralo.

A vida ficou antipática,
empilhando contas em sua mesa,
o burguês que migrou pra pobreza,
morreu de cirrose hepática.

25 de outubro de 2017

Imponência



Imponência

De uma forma deveras palpável
A grafia renasce no arcabouço 
Vindo de uma sensação mutável
Tornando-se finalizada ante o esboço.

As letras jamais envelhecidas
Amareladas com rigidez perene
Órfãs sem jamais terem nascidas
Lapidadas pela sutileza do cerne.

Apólogo nas mentes funcionais
Decreto soberbo dos irracionais
É boa imprecação em todas as formas.

Sem acatamento diante da alusão
Dona de si perante comunhão
Jamais dará ouvidos às normas.

24 de outubro de 2017

Preto e branca (5/6/13)


Preto e branca (5/6/13)

Garanto minha frágil presença
No pensamento mais estranho
Que remete ao pesadelo
Da minha pele pintada de branco.

Enxergo essa minha entrega
Em reflexos de uma lâmina cega.
E de maneira sutil, tão simples,
Transcendo ao corte seguinte.

Em doação que faz mistura,
Nossas cruas carnes nuas
Fez contraste no arraste,
Na queima que é de praxe,
Do protocolo em leitura.

Ah, minha branquinha!
Bebemos na água pura.

Pegue o banco e a caipirinha
Venha sentar-se ao meu lado...
(desnuda – noite - minha)

Foste no preto e no branco
E trouxeste na mente
Aquela ideia de mim.

Há dez anos
E os sorrisos benfeitos
Nos olhares, trejeitos
E o coração nada ardil...

Apego de zero a mil
É paixão até o fim
Amar tim-tim por tim-tim.

Foste no branco e no preto
E nesse apreço,
Nesse adereço,
Nesse apego...


Lembrou-se de mim

----- // -----

"Duas piadas velhas sobre colecionadores americanos ricos e ignorantes confirmadas gloriosamente pelo recente caso de Trump com as artes. A primeira e mais conhecida: Renoir pintou uns 300 quadros dos quais 5 mil estão no Texas. A segunda é sobre um colecionador norte-americano que viaja a Italia e lá adquire um quadro renascentista. Sendo patrimônio nacional o quadro não pode sair do país, o sujeito então manda pintar uma paisagem em estilo sec. XIX bem convencional para sair com o quadro. Chegando aos Estados Unidos procura um restaurador para resgatar a pintura original. Depois de um tempo o colecionador recebe um telegrama (a piada é velha mesmo) informando que já haviam retirado a camada da pintura de paisagem, a camada da pintura renascentista e tinham finalmente chegado a um retrato de Mussolini e não sabiam se deviam seguir adiante." 
- Laura Erber (no Facebook)

22 de outubro de 2017

Noite de 18 de abril de 2015


Não faça pouco caso do fogo de palha
pois ele pode principiar um extraordinário incêndio.

Noite de 18 de abril de 2015 (com divinização da poesia – divisor de águas)

Na sombra dos medos nasceu o pé de luz. (meu pé de cabra arrombador de Eus)
E esse pé cresceu – se ergueu, ficou forte – criou porte, deu frutos, assim...
Amadureceu a chave do mundo – a chave de tudo e futuro eternizado: chavão.

Janelas se abrem; se abrem cortinas e vem o beijo do sol e vem penetrando o clarão.
Mistérios nas nuvens, e obtusos e abstrusos e absortos.

Abriram-se dentro de um aberto brilho no imaginativo castelo os portões.
As notícias melhoraram com o céu lavado, o infinito ficou mais perto;
Ouço aquela menina me chamar para um drink no escuro. Ou no inferno, “a la Tarantino”.

Visões de queijos e vinhos – paladares de bocas e intestinos, tudo faz sentido de alguma forma. Há um gigante ou há um anão entre o rei e o umbigo, decididamente isso é de fato uma norma. Já ouvi a menina dizendo cantando que nada a deprimia... E depois sumia. 

Talvez fosse para outra galáxia ou talvez tocasse violino para inspirar um milhão de alguém.
Lá vem um inverno rigoroso... Vou colocar um casaco, deitar, ler e tirar um cochilo.
Na luz da coragem o pé de luz cresce.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.