27 de novembro de 2017

Sylvia


Para Sylvia

Abra a porta e deixe a felicidade entrar
Conte à ela toda sua vida e suas histórias
Fale de suas amarguras e vitórias
Convide-a para um chá, temos pão integral e frutas.

Que tal a deixarmos recitar um poema seu?
Fazer desse momento aquele que nunca se esqueça
Vamos Sylvia, então escolha você...
Assim, de repente, sumimos para além dessa redoma de vidro
Para longe de uma coação em sua cabeça.

Diga em voz alta, exponha o que lhe faz falta
Abram todos, todas as janelas
Se for repressão ou depressão...
Ainda não está fenecida.

Faça as pazes com a vida
Invente que escrever é sua mazela.

Coloque mais um prato na mesa
Mais lenha na lareira e ajeite a cama
A alegria quer ficar.

Sylvia, não se vá...
As letras já estão em prantos.

Todas as pessoas que foram seus sufrágios
Agora estão deitadas em posição fetal
Com olhos encharcados...

Olhando o além, com suas poesias em mãos
Vivenciando o quão a vida é fatal
Descobrindo que nem a morte é em vão.

Presente muitas vezes em meus sonhos
Com a alcunha de Victória
Sempre longa fábula de final feliz
Quimera de uma escritora que também é atriz.

Passeando em pensamento 
Sendo lida ao relento
Denotando em aforismos
O seu mundo em fartas folhas
Na cabeceira do surrealismo.

Segue mãe, imponente e linda
Colosso na exposição dos sentimentos
Por dentro estrutura abalável
Sensibilidade inimaginável.

Os rebentos amparados, longe das asas da mãe
O fim já anunciado pelos martírios de viver
Sua escolha foi infindável branca folha
Jamais entenderão o que seria seu bel-prazer.

Trinta anos são tão parcos
Para uma rainha na imortalidade
Temos que carregar os fracassos
Com a incumbência de pisá-los.

O dito “Efeito Sylvia Plath”...
Que muitos poetas carregam no cerne
Não está pertinente a perder
É somar o muito além do que há.

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Começo da noite de um dia que passei estressado desde o raiar da manhã! Ao chegar em casa tiro os sapatos e descubro que foram eles que me tiraram. 

25 de novembro de 2017

Das Loucuras (Antigos hábitos que morrem, mas renascem).

André Anlub - Autor classificado no 27º Concurso Internacional ALPAS 21


Das Loucuras (Antigos hábitos que morrem, mas renascem). 

Deu nome a uma estrela na sua passagem pelo espaço;
No seu quarto – imagético – cria monstros e acolhe anjos
As paredes de pedra, os copos de plástico e os nervos de aço.
Sem comida congelada, goji berry ou outras besteiras...
Compra peixes, folhas e frutas – vai à feira.

“Ele isso, ele aquilo”, dedos apontados em largos elogios;
Fazendo frio ou calor, espanta o horror com o cheirinho de pinho.
Rotulá-lo para o bem ou para o mal não é problema... É desafio.

Ama, é normalmente amado; ri, gosta de se manter bem educado...
Tem cavalgado, surfado, trocado afagos, voado... Mas tudo em sonho.
No espaço do seu quarto, relógio de quartzo num quarto de hora...
Ora bolas, ora birras, ora beiços: alucinado.

Olha ao redor e tudo enxerga – esperança.
Chega ao extremo de ver o que nunca viu:
“A view to a kill”, talvez esse som para a dança.
Existe química entre tudo que imagina – aliança.

Confia mais em leões com a barriga vazia
Do que em muitos homens de barriga cheia.
Confia mais, bem mais, na sua vida e escrita às vezes loucas,
Do que em ditames de gente de humildade e alma poucas.

André Anlub
(25/11/17)

23 de novembro de 2017

Das Loucuras (“telefone ao menos uma vez... quatro, três, três”)


Das Loucuras (“telefone ao menos uma vez... quatro, três, três”)

Bate um fio, bate um “zap”, estou com saudades...
Mentira! É apenas carência de realidade.

Novamente o saudosismo puro, purê, pavimentos.
O frango assado no forno com as horas assando a saudade.
A idade vai avançando com o tempo que aponta a chegada...
Instantes que se prevê o terremoto com a raiz fraca da árvore.

Forte como um trem, o trilho que dita à passagem ao nunca,
É à força em inspiração de ferro, elo do dito: “força na peruca”.

A lembrança da casa que a mente tenta, abafa, expurga.
Notória sensação de tudo estranho: a orelha atrás da pulga.

Gigante, colosso, chumbo-grosso que não cabem num sonho;
Fragilidades, afoitamentos, compridos que cabem numa gaveta.
Hora do mingau minguado, peixe linguado e farinha de maracujá;
Noites dormindo acordado; dias com a corda no pescoço, mas se aguenta.

A saudade da facilidade dos tempos que já jazem,
Eis que surge mais uma vez aquela sensação de tormenta.
A armadura é posta, o escudo e a espada nos braços,
Dois passos à frente e o sorriso e o abraço se fazem.

André Anlub
(23/11/17)

O ser notívago


O ser notívago

Avenidas vazias,
Mãos e contramãos de molambos.
Pelos mausoléus de fantasmas
Passam colecionadores de isqueiros inúteis...
Catando lixos, latas e vidas ocas.

Sem pressa, arrastando correntes
Levando seu corpo moribundo
Andam se esquivando de nada
Balançando ao vento.

Ao som de motores noturnos,
À luz dos postes e faróis...
Muitas vezes os remetem à vida de festas, 
Uma existência regada a drogas
Que foram trocadas por comida e sexo.

Expectativas são contratempos de eras
E momentos que não passam.
Das bocas as mais puras conjecturas,
Dos olhos as bulas de remédios de leituras
Desenfeitam qualquer paisagem,
Enfeiam o que de pior que há.

Na fantasia de um deles
Surge um pássaro de bela penugem
O canto: variação de tenor e gênero lírico
Sublime delírio
Com o toque de um panorama,
O inverno senta na primeira fila.

Não existem sapatos,
Pisa descalço em uma linda grama verde
Entre seus farrapos e uma velha esteira
Acabou o artefato, passou a loucura...

Chega enfim o “canto” de uma britadeira.

22 de novembro de 2017

Das Loucuras (pimentorium in anus outrem refrescus est)


Das Loucuras (pimentorium in anus outrem refrescus est)

Baixa o lume do Sol
Pra poder ver o poder do Sol do Vagalume...
E assim se fez o feliz o futuro
Que bate em sua porta quase a demolindo.

Nesse dia lindo e apimentado de certezas
O doce cheiro de estrume.
Nada é para sempre,
Mas ainda há a certeza de estar se construindo.

Foca no próprio umbigo, blindado e ambíguo...
É espelho amigo usando-se como espelho.

Já pisa e pulsa e passa o tempo sorrindo
Que o desprezo de um dia ruim que ficou longe.

Já chega Janeiro e com ele a aflição...
Aquela aflição nova e antiga de estar num velho ano novo.
Mas dessa vez é diferente, é mudança, o muito é outro...
Tudo ecoa: benesses de ganhos remotos
Todos coam o mesmo café envelhecido
Todos ouvem os toques da trombeta do escopo.

Lá vem Lacan e o grande Outro;
Lá vem licor e o pequeno mesmo.
Ressaca guerra; trégua, café com leite e biscoito...
Lá vou eu outra vez fazendo alusão ao Círculo de Fogo.

André Anlub
(22/11/17)

Peitando a ignorância

Anthony e Rosinha Garotinho

Ex-governadores do Rio são presos pela Polícia Federal


Poesias querem ser livres e voar; não fazem questão de egos e glórias! Senão seriam como belos pássaros em gaiolas!

Não devemos deixar ferver a cobiça, para não queimarmos a cabeça, grelhando os neurônios e temperando a soberba. Na bondade existe a candura, a face do nosso verdadeiro “eu”. 
E tão logo se alcança o apogeu quando estendidas nossas mãos tratando todos como irmão, nivelando à mesma altura e sem julgamentos em vão.

Se sou retrógrado? - Digo que sou como uma velha locomotiva a vapor, mas que gosta de uma sauna seca; tenho no eucalipto o odor e no suor minha seiva.

Fita uma rota, faz uma bola: 
(amassa, arremete, amarrota.) 
Na lixeira dos olhos no mundo, vendo tudo e uma suntuosa esmola que pelos dedos escorre.

Nunca temas as vozes: 
(algozes – atrozes) travestidas de pouco caso...
Não é um rei deposto, ainda tem um reinado,
E coroado de alento, tem a(s) rainha(s) de gosto.

Peitando a ignorância (11/9/12)

Vamos peitar a santa ignorância,
Fazendo aliança com o santo Aurélio,
Criando rimas com enorme concordância,
Limpas, como um céu de brigadeiro.

Vamos debochar dos garranchos,
Inflar os podres egos, até estourarem.

Vamos rir da concupiscência de belas atrizes
Que encenam as loucuras em solos sagrados.

Não vamos duvidar de todos os enamorados
E os sorrisos congelados, devemos enumerar.

Para (vamos) quebrar o gelo a foice do entusiasmo:
- Dizer que é escárnio quando chegar o final.

Vamos levar a sério o que é dispensável,
Pois o essencial, atualmente, é radioativo.
No meio dessa guerra fria, assumir ser indolente,
Pois se o mundo está doente, não é por mal.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.