17 de dezembro de 2017

Firme e forte para cumprir tabela, ou fraco/forte para viver vivendo plenamente?


Firme e forte para cumprir tabela, ou fraco/forte para viver vivendo plenamente?
(Madrugada de 5 de junho de 2015)

É, é por pouco. Às vezes a vida nos beija, e com vontade. Tento todos os dias roubar esse beijo, fazer graça e soltar minha melhor cantada. Às vezes dá certo, outras vezes não. Já passei tempos sem falar muito com a vida, meio que “dê mal”, sabe?! Foram épocas que eu empurrava com a barriga, apenas vivia e já era o suficiente. Foram tempos duros, pesados, duraram quase uma década. Mas depois veio a forra. Aliás, antes mesmo desses “tempos” eu já me antecipei e vivi o suficiente para deixar a forra garantida. Nem necessitaria haver um Eu posterior... Mas houve e há. Penso que muita gente deve estar vivendo o que vivi nos sete ou oito anos que fui abduzido pela inconsequência e também inconsciência das coisas. Mas não vamos nos enganar... Muita gente é abduzida com consciência e com responsabilidade. Existe sim, e muitos. Viver levando a vida sem viver é muito comum e beira o imperceptível; é como estar no fundo do mar, ou da piscina, e não perceber que está molhado – pois já é natural de tão rotineira que é a coisa. Eu, por outro lado, fiz de tudo para ser percebido; principalmente por mim. Mas era o paradoxo: quanto mais eu me tornava óbvio, mais eu me distanciava do entendimento. Bem, isso já passou. Hoje tento fazer justamente o contrário, e o primeiro passo para tal é apenas saber que está feliz e bem. Pisando em solo lunar ou terrestre ou voando ou aterrissando ou aproveitando essa licença poética... sigo no sinal verde e atravesso no vermelho quando não há pedras em minha direção. Barganhar com a vida não funciona – já tentei muitas vezes –, a gente engana a todos ao redor (muitos enganam até a si próprios), mas enganar a vida é extremamente difícil: não no nosso mundo; não no nosso corpo; não com nossa consciência absoluta; não estando sã. Às vezes a vida nos beija, e é nessa hora que temos que aproveitar e ir à cópula – com carinho e vagarosamente – com jeito e sem alarde – com devoção e fé. Para sair da abdução tive que conhecer outros planetas e entender e achar meu caminho de volta. Comigo foi assim, não foi fácil nem difícil, e foi no tempo que tinha que ser. A meu ver cada caso é um caso, e cada um requer um entendimento diferente do momento; o mais importante é sempre o autoconhecimento, se conhecer... Caso contrário estará vivendo sua vida só para “cumprir tabela” ou estará vivendo uma vida paralela, onde já morreu e esqueceu-se de deitar.

14 de dezembro de 2017

Das Loucuras (tá com sede? dorme com a mulher na rede)


Das Loucuras (tá com sede? dorme com a mulher na rede)

Ela aprontou as flechas, preparou a catapulta...
Os ritmos eram pesados, mas de bom tamanho.
No sonho uma reluzente armadura: serpente mordendo a fruta;
Na realidade, todos os seus sonhos: rios, praias e banhos.

Olhos castanhos, e fixos, e retos, e é à resistência,
Desce de seu salto, solta, e acha resiliência.
Muita ideologia tatuada na alma; no braço Frida Kahlo.
Há muito não faz a cama; há pouca calma nessa aparência.

Paixão de reminiscência antiga; atira sem clemência.
Com gíria: ela jamais passou batida.
Sem gíria: é quente/fria, ponto final.
Deixou marcas, rasgou-se, encarou e venceu o mal...
Os bons sentiriam sua ausência.

Hoje (nunca) não há insolência, há sim amores...
Dinheiro nunca a fez tornar-se burguesa,
Civilidade e ferocidade – ambiguidade sob controle.

Amanhã, quiçá, escolha e coroe novas rainhas...
Ou continuará sendo a soberana de sempre.
Aos céus o azul; aos mares o sal; aos campos as vinhas...
Ao mundo a escolha do que fará com seu ventre.

André Anlub
(14/12/17)

13 de dezembro de 2017

O Vinícius do Século XIII

Soneto LXXXVI
Cecco Angiolieri

Se eu fosse fogo, arderia o mundo;
se fosse vento, eu o arrasaria;
se fosse água, eu o afogaria;
se fosse Deus, o mandava ao profundo;

se fosse papa, rindo-me jucundo,
a todos os cristãos enganaria;
se fosse imperador, o que faria?
Às cabeças daria fim rotundo.

Se fosse morte, o meu pai encontrava;
se fosse vida, dele estava ausente:
do mesmo modo a minha mãe tratava.

Se fosse Cecco, como era e sou sempre,
só as mulheres bonitas tomava:
as feias deixaria a outra gente.

Trad. Marcelo Bueno

12 de dezembro de 2017

À francesa


À francesa

Assim se diz paixão: ardente e única
Na pluma que cai no silêncio, e aos ouvidos insiste...
Na fleuma fina que com nada se parte
Aparte à parte da razão que inexiste.

Assim se diz mistério: ela e amanhã
Na ação e ressurreição dos sentimentos subtraídos
Atraídos ao sim – ao não, ao tanto – ao pouco
Louco varrido, desgarrado e desvalido – sã.

Assim nada feito: saída singela à francesa
Comida à mesa, sem fome – olhos atentos à cegueira
Sem eira nem beira, novamente entregue ao caminho...
Sem afã, à procura, abraços ao vento – lento redemoinho.

11 de dezembro de 2017

Ótima terça aos amigos



"(...) Música clássica? É Mozart, Bach, Beethoven! Você sente o poder desses nomes, mas não vê que está delegado somente a eles o poder de definir o que é a música erudita.
É curioso a gente observar como apenas hoje, a partir da tentativa de um resgate do papel da mulher na história, começamos a ter uma vaga noção da participação delas.
Ainda mais curioso é nos darmos conta de que as 'mulheres' mais conhecidas da música clássica são músicas. 'Fur Elise', do Beethoven. 'O pequeno livro de Anna Magdalena', do Bach. Curiosamente, essas músicas, inclusive os autores dela, Beethoven e Bach, nasceram depois de Maddalena Casulana, a primeira compositora a ter uma obra impressa e publicada no ocidente.
E pode ficar muito mais curioso (para não dizer mais triste) quando as estatísticas nos dizem que mulheres consomem mais cultura que os homens. Leem mais, visitam mais museus, teatros, etc. Mas se você analisar os dados, são os homens que continuam a comandar os museus, a literatura e o teatro.
Mulheres consomem e participam mais da cultura, mas a cultura não é feita para elas e nem por elas. Mesmo nas orquestras mais equiparadas, os regentes são homens.
Na verdade, aquele montinho ali embaixo do tapete é a história delas, que foi escondida.
Cuidado para não pisar em cima." - @diogobatalha


Três matérias sobre o Mercado de Fakes - Importante!


Exclusivo: investigação revela exército de perfis falsos usados para influenciar eleições no Brasil
Juliana Gragnani
Da BBC Brasil em Londres ---> Aqui


Ainda que ilegais, as fazendas de bots no Facebook ajudam políticos e marcas a ganharem relevância em troca de milhares de reais.
----> Aqui



Jonh Azevedo estava sempre cansado. Em dois meses, disse 20 vezes a seus seguidores do Twitter que era hora de repousar: "Descansar, que amanhã será um longo dia, boa noite", "Descansar, que hoje foi um dia bastante cansativo. Boa noite", "Descansar depois desse longo dia de trabalho, boa noite a todos".  ----> Aqui

Corpos



Corpos

Entre quatro paredes geralmente não há frio
Como as palavras que bem encaixadas se tornam um samba
Correnteza lenta que desce sem fim o rio
Entre as pernas, pedras, contornos e subornos...
Calafrio.

As sensações misturam-se em desvairo
Não mais se sabe os inícios, os meios e os fins
Lençóis em êxtase e o leito em vida
Malabaristas tântricos se travestem de querubins.

O tempo é dedicação e ternura
A luxúria e o reto da ação se fazem tortos
O absorto é de pura candura
Corpos que se tocam vivos não se entregam mortos.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.