2 de fevereiro de 2018

O louco, o felino e um filme


O louco, o felino e um filme

Fez lobotomia, portanto torna-se um nobre louco
que faz o lobo miar, mas é pirado e ainda acha pouco.
Não sabe o que pode acontecer no agora que advém a poesia
que mostra com maestria ao sair da boca do bicho-do-mato
e tornar-se canção majestosa, ilustrando o eco da vida.

E na selva se embrenha – anoitece
E um ponto vermelho – enlouquece.

Antigamente uma erva na mente e nos olhos cansados do felino
refletia a imaginação de um lobo velho e birrento.
Agora, não mais desconjuntado, dá-se calmo e cândido menino
que abre as verdadeiras asas da alma o limpamento.

E na selva se veste – amanhece
E um ponto de apoio – uns versos.

Cavalos selvagens pra domar ou deixa-los livres
no não padecer da escolha - parecer da escolta - poder da escuta.
No deflorar da coragem, segue acertado a passos firmes
como um filme que lhe foi caguetado ao ouvido.

André Anlub®
(2/2/14)

1 de fevereiro de 2018

Das Loucuras (amizade, paixão e outras frescuras)


Das Loucuras (amizade, paixão e outras frescuras)

É ate compreensível um amor não te aceitar
Pelos teus tropeços, teus maus trejeitos e defeitos...
Mas uma amizade sincera, honesta,
Verdadeiramente leal, não.

Já havia sido prometido (a fidelidade),
Mas quem prometeu deu calote (realidade).
O que foi esperado feneceu como a esperança (em vão):
Órfão, frágil e ainda filhote (não teve jeito).

Os dentes tratados e destravados,
Todos os fardos já devidamente carregados;
Os cadeados e suas chaves jogados fora
E os cães agora só latem para os gatos.

Chegou a “bóia” mais farta,
Tudo no mais fino trato.
Tem pato nadando no lago;
Tem pato no freezer, congelado.

Tudo num sonho acordado,
Dentro de um acordo velado.
A paz e a bagunça casadas;
A morte e a vida enamoradas.

Se a amizade e a paixão são frescuras,
É por estarem perdidas, cegas, obscuras;
Achadas e bem cuidadas, podem ser a cura...
Há de se ambicionar a procura (por que não?);
Há de se desbaratar a agrura (dar a mão).

André Anlub®
(1/2/18)

31 de janeiro de 2018

Das Loucuras (o último ultimato e não te mato no ato)



Das Loucuras (o último ultimato e não te mato no ato)

A ameaça já não faz pirraça,
A desgraça se auto enterrou.
O dia esqueceu-se das trevas
Num traz e leva do amor.

Tudo condiz com o que quer que seja...
Na geladeira o bolo lotado de cereja.
Nuvem carregada com chuva de cerveja
Em cima da cabeça daquele que deseja.

Em cada cano de carro, caminhão e trator,
A fumaça é tratada e transmuta em flor.
Em cada cena de teatro da esquina
O povo é plateia e a terra é coxia.
Os Andrades se abraçam com suas ideias,
O Manifesto beija firme a Paulicéia.

Uma prece, uma praça, o “da lata”, uma piscina.
Nem Polinésia, nem Policarpo, nem Poligamia,
Nem Corisco, nem carrascos, nem tranca na caixinha... 
Um rói unha, todos sem rinha, um remou até a “Cuxixina”.

Vertentes e verdades da empatia,
Limpos e puros as mentes e rios...
Pratos cheios e necrotérios vazios.
E a bondade pari mais uma filha.

O sabor veio à língua: à finura, a utopia; para um pio, a profecia.
Ventos que refrescam e frutas que alimentam,
Olhos que paqueram e genitores que aconselham...
Tudo e mais um pouco nesse sonho de cetim que se tinha.

André Anlub®
(31/1/18)

30 de janeiro de 2018

Eu e meu café quente


Eu e meu café quente

Nada disso, nada.
Nem a cruz ou a espada
Nem um milagre instantâneo
Até viver litorâneo
Com belo cenário da sacada...
Nada disso, nada.
Nem amor perdido e achado
Tampouco o que ganhou no grito
Nem um gemer sustenido
Que alavanca o ser amado...
Nada disso, nada.
Na cachola do bardo
Difícil é imaginar a vida
Sem a poesia na lida
E derramando na gente.
E vai pôr do sol dourado
Vem o tom do sol nascente.
Arregaça as mangas pro fardo
Com a garrafa térmica ao lado
Cheia do café mais quente.

André Anlub®
(5/6/13)

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Soneto
– Ana Cristina Cesar, em “A teus pés”. São Paulo: Brasiliense, 1982.

"Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu

Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida

Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina

E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?"


29 de janeiro de 2018

Das Loucuras (a nova navalha de Occam)


Das Loucuras (a nova navalha de Occam)

Nunca entendi a razão de certos fatos...
Mas não se pode entender tudo da história.
Saber a verdade às vezes é arriscado,
Transborda a alma, sufoca e nos expõe à escória.

Canto, choro, falo alto e berro:
O arrogante prepotente e demente morreu;
Não ficará sabendo que o mundo permanece girando
E vida continua mesmo após seu enterro.

Estou sob a sua custódia; fingido, estou fatigado e rendido;
Chame-me de bandido, menino malandro, vazio e travesso...
Coloque-me do avesso e vê se não se esquece de revirar meus sentidos.

Quem viveu e vive verá que minha alma é exposta,
E a resposta é que o meu fim é o meu começo.
Andando e correndo, comendo e bebendo – assim se vive nessa joça.
E a pergunta é: depois da sobremesa poderemos pagar esse preço?

Sempre entendi a razão dos fatos ocultos...
É tão absurdo que chega a ser prosaico e excêntrico...
Minha vida não é mais um chiqueiro – coloquei fogo em tudo;
Mas salvei as galinhas e dei linha para a pipa do recomeço.

“O prazer é todo meu” – disse eu diante do espelho;
“Quer mais um drinque” – ótimo início para um tropeço.
Há um grande acordo, sai todo mundo isento, mas acorde primeiro;
Essa bala é suprassumo, faltou uma Coca-Cola com gelo.

André Anlub
(29/1/18)

27 de janeiro de 2018

Das Loucuras (da lama ao caos, à natureza sofrida, e no cais nada de vida)



Das Loucuras (da lama ao caos, à natureza sofrida, e no cais nada de vida)

O ás está na manga,
Mas ele manja no pé as melhores mangas.
Não precisa competir com irmãos;
Compete a ele decidir o que faz.
Os pés e o viver cheios de calos,
E a sua Caloi não roda mais;
A prancha de surf amarelou,
E ele amarelou para as grandes ondas.

É estranho e faz estrago,
Dá um trago para escrever a linha seguinte;
É loucura, pois o cura de fato,
O faz quase incolor, inodoro e insípido.
Dá palpite nos próprios atos,
E é fato que dá alpiste aos patos.
Joga falas no ralo,
Mas tira proveito dando ouvidos ao requinte.

Estado de lamento é a lama do momento,
É mosquito, é febre, é sofrimento...
É a mente emprestada,
É a empreitada sem cabimento:
Empresa que trouxe e traz tormento.

No vale tudo versus a Vale,
Não há limite de punição que se invente.
Vale a pena penar, lutar, abancar com afinco
E embarcar nesse barco...
Juntar-se à Mariana, ao Rio Doce,
Ao povo sofrido e ao meio-ambiente.
Um duelo doloroso, nada decente...
Com a faca nos olhos e nos dentes à Samarco.

André Anlub®
(27/1/18)



Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.