15 de maio de 2018

Das Loucuras (confiscando o ouro emprestado)


Das Loucuras (confiscando o ouro emprestado)

Belo domingo
Pinta a selva e voa
Feliz pintassilgo.

Depois do haicai: 
Por trás de toda justificativa há uma comodidade; 
Por trás de toda comodidade há inúmeras justificativas. 
Mundo muito, mundo louco que empresta “um troco”; tudo imunda, girando e apostando corrida consigo mesmo; quando tudo entra em sincronia de oscilação, a coisa fica forte e a força fica feia: Terrível ver uma aranha esquecer-se de tecer sua teia. Ancore o mundo no espaço; ele quer – e pode – desafiar sua estática, deixar um buraco e um abraço e tramar fugir à próxima galáxia. Tudo num tempo inventado automaticamente, como o espelho, o nariz vermelho e o palhaço. Solte o mundo feito balão; ele voa – e não à toa –, tem direção certeira, deixa um rastro cadente com textura de brim... É frenesi e êxtase com toques de cheiro de cerejeira. Nada comparado com aquela borboleta azul que voa em ziguezague e coloca na sua vida um “sim”. Há uma luz viajante que invade e se faz percebida, sorri, diz “sorry”, alegra e avisa: a rebeldia, noite ou dia, não terá vez! Haja silêncio; haja brandura; haja reverência, reverendo rezando missa ao referido refém. De sobressalto tira o sorriso e enruga a tez. Braços em arco-íris que intriga: a felicidade, seja criança ou de idade, é encargo. Mais um haicai:

Copo-de-leite
Mistura néctar e Nescau
Corpo deleite. 

André Anlub

14 de maio de 2018

Releituras


Releituras de mim

Às vezes constroem-se imponentes casebres de madeira;
Às vezes erguem-se impotentes castelos de areia.
E esse amor bateu de frente com seu cheiro de alfazema
Com seu humor de hiena e interpretação eloquente.
Por debaixo da seda você me seda
Brinca de ser a pura, e eu em pelos, apelos, apuros... 
Puxo um ar puro e bem cedo me cedo.
Vejo novos poetas parindo vida e feitiço,
Graça e sonoridade; avivando o agora,
Alcançando os ouvidos e bulindo mil verves afora.
Sou sempre absolvido na loucura e eternamente absorvido pela arte.
À morte, alérgico – à vida, estratégico – à alma, lisérgico;
Vi nascer o amor e vi morrer a aflição,
Moribunda e vadia, sem velório ou enterro,
Sem desespero e futuro, sem carpideira...
Morreu fuzilada na fronteira em um muro.

André Anlub

12 de maio de 2018

Ótimo final de semana


Dos Bardos

É pensante, mas sóbrio poeta insurgente
Daqueles que anseiam tirar poesia de tudo...
Menos do que o toca no absoluto profundo
Pois nele, o mesmo, é extremamente faltante.

Precisos são seus pontos, vírgulas e aspas
Às vezes palavras ásperas que consternam o humilde
Notória sincronia com o público que aclama
Forca em praça pública com linchamento e chamas.

O bardo é liberdade, Ícaro que deu certo
Sem normalidade, sem torto e sem reto
Eqüidistante do mundo mora no cerne da alma
E com doação e calma, conquista os sinceros.

Mas há poeta que grita abraçado ao berrante
Só vê perfeição nos seus soberbos espelhos 
Pois Narciso é conciso e sem siso é errante.
Cai por terra, dúbio, e vê-se de joelhos.

André Anlub®

10 de maio de 2018


Manancial 

Bebi em fontes de águas puras, outras nem tanto
Ri com os anjos e joguei com as bestas
Coisa besta é não citar os meus prantos;
Coisa e tanto é que eu não me envaideça.

Em diversos sonhos banhei-me em cachoeiras
Que iam além dos vales, dos tempos, da verdade.
Minha vaidade não me deixa enfermo, arrependido;
Minha crença ensinou-me o aprendizado desde menino.

Nos inúmeros afluentes que percorri,
Me sequestrei, me sabotei, me socorri;
As memórias fortes de quando fui fraco,
Fizeram meu olhar mais amplo e menos vazio
Me colocando sempre e corretamente nos trilhos.

Manancial que nunca seca, de vida não tão sã,
Fez o que fui, o que sou... fará meu amanhã...
Transformará os destroços em uma nova muralha,
Beijará o meu momento abençoando minha alma.

André Anlub
(5/12/15)

9 de maio de 2018

A maior das sentenças


A maior das sentenças

A primeira grande chance de liberdade
Real, quase escorre pelos dedos
Viu exposto e justificado no patamar da vida.

Ferida...
Recentemente aberta
Sangria...
Chegou aos olhos chocar.

O amor tornou-se denso, impávido, mas órfão
Solitário e moribundo
Tornou-se breu e áspero
Vão.

Anulou qualquer acordo que ainda estivesse em aberto
Desviou-se dessa estrada de pedra
Entrou em outra de chamas e chuvas
Mas com renovada determinação.

O amor é assim...
Vai e vem
Foi e virá
Mas buscá-lo é de suma importância.

Ele é réu confesso e se entrega...
Se rende ao amor...

Juiz maior dos sentimentos
Que dê a ele a maior das penas
Pois a cumprirá sempre de pé...
Há de ser ter certeza.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.