Foi hoje pela manhãSolto os verbos com as rimasLoucura sob o céu que observaFortes são minhas asas que vão ao vento...Fazendo do meu mundo minha quimera.Sem bússola e sem direçãoEmoção no contato com novos povosPovos com ritmo, sem inadequaçãoQue eternizam a ação do tempo.Nas paredes descascadas das igrejas Visíveis imagens do envelhecimentoDesmascaram as pelejasNas esquinas religiosas.Joelhos ao chão em devoçãoEntregam-se ao fado hipotéticoAproveito e solto meu canto poéticoAfiada e desafinada oração.Na saída não apago a luzEntregue ao provável destinoCom estilo de esporte finoNos pés um belo bico fino.Charuto cubano no bocaFito no horizonte o disparateAceno para qualquer boa pessoaQuero à toa uma guarida.Volto do meu voo imaginárioToquei o belo azul turquesaPreservo com idoneidade e clarezaO que ponho no papel da minha vida.André AnlubFoi hoje no final da tarde
Correndo pelo campo de tulipas, braços abertos e mãos espalmadas
Uma leve garoa cai, refrescando meu quente corpo
Paro de correr, e me deliciar com a chuva, para pensar em você
Também paro de escrever, nesse escritório, para sonhar acordado com seus lábios.
Pois nada mais interessa nesse momento
Quero rimar amor com prazer...
Tento voltar ao foco da minha escrita
Seria um romance? – seria poesia?
E no desespero da causa, por mais que a mesma me machuque...
Afogo-me em citações famosas, pois sei que você iria gostar
Cito Shakespeare, Sartre, até amanhecer
Choro, como bem sabe que é de costume
Pois é a única que me entende, me ouve e me lê.
Mas retorno à mesa vazia
Com as anotações, o charuto e a bebida
E de saída, sinto como um aperto forte no peito
Uma insanidade que sussurra ao ouvido...
O lamento e o esvaecer da minha vida.
André Anlub
Foi Hoje na MadrugadaQuerem saber o teu verdadeiro nomeAnseiam que digas teus mais secretos mistériosDepois irão espalhar aos quatro cantos e ventos Assim talvez possam beber na tua fonte.Não que sejas pecadora ao extremo...Que tenhas confessado teu passado e presente.Sei que sou afetuoso e inexperientePois meu coração está absolutamente enfermo.Posso te ouvir gritando por dentroSentir o teu ventre ininterruptamente clamarQueres novamente arriscar um rebentoSei que tu sabes exatamente o que é amar.Essa noite eu o vi em um maravilhoso sonhoAbraçado comigo, era belo e delicadoVoávamos por sobre a Ilha de PáscoaCarregavas-me nos braços, batendo as asas.Tinha o rosto de quando tu eras pequenaSorriso, feição e fala serenaVi-me abençoado e regado em satisfaçãoCriei esse filho em minha imaginação.André Anlub