23 de outubro de 2014

Velho novo dia







Velho novo dia 

O sol surge lá ao longe no horizonte,
E galos cantam nos quintais de alguns casebres.
Pequenas crias nos seus ninhos são nutridas,
O João de barro dá início à construção.
Buzinas frenéticas travestidas de bom dia
Berram e ecoam despertando a multidão.

Pernas caminham para as suas árduas labutas,
Indo à luta sem saber quem vai vencer.
Mil estorninhos fazem balé ao som do vento
No mesmo instante que mil homens estendem a mão.

Olhos abrem e fecham ao tocar de amantes bocas;
As alianças vão fazendo a morada em dedos,
E vão-se brilhos, vão-se os sons e vão-se os medos...
E dá-se o ensejo da sagrada comunhão.

André Anlub®
(18/10/14)

Ops...

22 de outubro de 2014

Uma manhã de Iansã

Como disse meu amigo poeta Mano Melo: "Hoje os Orixas me acordaram cedo. Bom dia a todos."




Foi hoje pela manhã
(André Anlub - 7/4/12)

Solto os verbos com as rimas
Loucura sob o céu que observa
Fortes são minhas asas que vão ao vento
Fazendo do meu mundo minha quimera.

Sem bússola e sem direção
Emoção no contato com novos povos
Povos com ritmo, sem inadequação...
Que eternizam a ação do tempo.

Nas paredes descascadas das igrejas 
Visíveis imagens do envelhecimento
Desmascaram as pelejas
Nas esquinas religiosas.

Joelhos ao chão em devoção
Entregam-se ao fado hipotético
Aproveito e solto meu canto poético
Afiada e desafinada oração.

Na saída não apago a luz
Entregue ao provável destino
Com estilo de esporte fino
Nos pés um belo bico fino.

Charuto cubano no boca
Fito no horizonte o disparate

Aceno para qualquer boa pessoa
Quero à toa uma guarida.

Volto do meu voo imaginário,
Toquei o belo azul turquesa,
Preservo com idoneidade e clareza
O que ponho no papel da minha vida.

- Quero ouvir a verve gritando
Ao mundo, ao pouco, como louca rara.

Preciso da sua leitura, 
de corpo nu em noite tão escura 
que nem estrelas darão as caras.

19 de outubro de 2014

Posse na Acadêmia de Letras de Goiás (ALG)

- Academia de Letras de Goiás-ALG-
Posse Acadêmica e Prêmio Interarte – 2014.


Foi realizada nesse dia 17 de outubro de 2014, em Goiânia-goiás, no Augustus Plaza Inn hotel, a posse e a laureação acadêmica de novos membros correspondentes da ALG e a entrega do prêmio “interarte 2014”.
O prêmio interarte 2014 está em sua quarta edição nacional, e é uma homenagem da alg em parceria com a Editora Mágico de Oz , que publicou a i antologia da academia, lançada nesse dia 18 de outubro.
Estiveram compondo a mesa diretiva e realizaram a entrega, a presidente da ALG Christiane Cavalcanti, a comendadora da academia, escritora e poetisa Valéria Valle; Janine rosa, escritora e representante da associação internacional de escritores e artistas, presidida por Izabelle Valladares, comendadora da ALG, ausente devido a compromissos na feira do livro de Frankfurt; a vera Valle, acadêmica correspondente da academia e Beatriz Teixeira Fiquer (Bia Fiquer), Acadêmica da ALG e doutoranda em língua portuguesa.

Novos acadêmicos correspondentes da ALG:
Alfredo Souza Pereira
Ana Maria Brasiliense
André Anlub
Carlos máximo
Francisco César Monteiro Gondar
Gilberto Madeira Peixoto
Jean Andrade
Maria Antonieta Oliveira
Renata Carone Sborgia
Reni Gomes
Ruy pinto
Vanderley Antonio de Araujo.

Prêmio interarte 2014:

Categoria de melhores poetas de 2014:
Ana Cristina Costa Siqueira
Beatriz Teixeira Fiquer
Hamilton Faria
Mardilê Friedrich Fabre
Viviane Marconato.

Categoria de melhores livros de poesias 2014:
Antônio Sérgio Néspoli
Eulália Costa
Malu Otero
Maria Neuza de Oliveira
Ridamar Batista.

Categoria de melhores romances 2014:
Adriana Brazil
Raquel Pagno
Regina Vieira
Roseli Hübler
Roseli de Arruda.

Categoria de melhores documentários 2014:
Cláudia pastore
Jeremias Francisco torres
Margarida Drummond.

Categoria de melhores livros infanto-juvenis 2014:
Andrews Ulisses
Celia Maria borges
Sonia Sales.

Categoria melhores contistas 2014:
Francisco Gondar
Isis Dias Vieira
Marcelo Gomes
Maria da Gloria Oliveira
Maria Inez Queiroz.

Categoria de melhores cronistas 2014:
Conceição Oliveira
Maria do Céu Lopes
Maria Luiza Vargas Ramos.


18 de outubro de 2014

Lucíola Alencar

Poema da 1º rodada da Fase de Grupos e Haikais - 3a fase do Concurso Autores S/A.

Lucíola Alencar

Em tempos idos:

Lucíola teve passado penoso,
De dia a dia rigoroso, aqui e acolá em diversos puteiros.
Sua mãe analfabeta e agricultora e seu pai pedreiro;
Faltava dinheiro, comida, estudo, faltava quase tudo...
Até que, de repente, o “tudo” veio:

Em tempos meios:

(tomei a liberdade de não rimar nessa parte)
A gravidez de trigêmeos caiu como tempestade,
Aquela louca vontade de ser mãe
– aquela sóbria visão de que precisava ser algo mais;
Largou a labuta de prostituta e entregou-se aos livros...
Venceu empecilhos, derrubou preconceitos.

Em tempos de hoje:

Mulher guerreira, mãe solteira, ex-meretriz,
Sessenta anos e três filhos criados:
Uma médica, um famoso escritor e um advogado.
Lucíola Alencar é dona de casa e de uma rendosa barraca na feira,
Agora com “eira” e com “beira”
É também dona do próprio nariz.

André Anlub®



Haikai, tema: Estação do Ano



Vem com os olhos, vê.
O encanto subiu a colina.
Primavera. Ipê.

André Anlub®

17 de outubro de 2014

ALGUNS MINICONTOS

Foi o terceiro dia de novidades ruins. Juvelínio olhou para cima e cuspiu uma série de palavrões, ao fim dos quais perguntou:
- Ouviu bem?
Exatamente nesse instante, passou um pombo.


Definitivamente, Zaugusto Bertol não cantava nada. Sem senso de ritmo, sem afinação alguma e com um pingo de voz quase inaudível. O que Zaugusto Bertol queria então inscrevendo-se para aquele concurso cuja seleção era super rígida, só passava quem cantasse bem? Vá saber.


“Só pra ver ele berrar”. Era assim que Gunacco explicava sua conduta em relação a Muskov, um amigo. Se é que cabe o conceito de amigo para alguém que goste de ver alguém berrar. Mas as pessoas têm disso. Muskov berrava e a amizade deles ia resistindo, resistindo.


Disciplinado, mas nada fanático. Assim Baravick se autodefinia. Baravick levantava sempre no mesmo horário, calçava os mesmos chinelos (resistentes: há quase trinta anos eram os mesmos), tirava o pijama (sempre o mesmo modelo), vestia-se (primeiro as meias, depois as calças, por fim a camisa e o que a cobrisse), ia ao banheiro para o mesmo ritual: lavar o rosto, escovar os dentes, fazer a barba. No café da manhã, a mesa disposta de modo igual por anos a fio. Até a leitura do jornal era feita de modo idêntico: detrás para a frente, começando pelo esporte, terminando com a política. Às vezes o jornal não vinha. Aí Baravick se incomodava. Ia para o telefone e dava chás de moral. As pessoas não precisavam ser fanáticas, mas disciplina era indispensável.


Apátia era uma menina simples. O que havia de mais complicado nela era a intransigência com que se apegava à simplicidade. Onde surgissem complicações, Apátia eximia-se de participar. Isso complicava bastante. Porque nem sempre Apátia podia ser simplesmente Apátia.


- Não consigo parar de rir!
- Como não aconteceu nada tão engraçado assim, deves estar rindo de outra coisa...


O apartamento tinha um banheiro só. Moravam seis pessoas ali. O sonho de todas elas era ter um banheiro exclusivo e poder passar lá dentro o tempo que quisessem, até morar lá dentro se também quisessem. Nenhuma delas conseguiu realiza-lo, todas tiveram que se conformar com horários, pressa e pressão.


A cidade de Gordagrossa era inimiga mortal da cidade de Gordafina. Os gordagrossinos consideravam os gordafinórios muito esnobes, elitistas, arrogantes. Os gordafinórios, por sua vez, tentavam mostrar aos gordagrossenses que tudo na vida tem dois lados, que não se pode radicalizar, que a flexibilização é uma arte. Mas faziam isso com esnobismo, elitismo e arrogância.


A campainha da porta, em vez de soar com o velho e conhecido bééééé de sempre, apresentou-se com uma “música” de Michel Teló. Que droga é essa, perguntaram uns. Não sei, mas boa coisa não deve ser, responderam outros. Acho melhor atender logo, disse quem não perguntou nem respondeu, mas ficou pensando muito na atitude da campainha.


Dentro dela havia uma coisa querendo saltar fora e dizer que dentro dela não havia espaço para mais nada. Essa coisa às vezes conseguia dar um grito. Esse grito às vezes conseguia ser ouvido. E depois voltava para dentro dela.


O cliente chegou pedindo o impossível.
- Mas está aqui no anúncio!
- Isto é apenas um anúncio, senhor.
- Como assim, apenas? Quer dizer que não é para acreditar nele?
- Não ao pé da letra. O senhor com certeza sabe o que é uma metáfora.
- Mais ou menos. Mas com certeza eu sei o que é uma enganação.


Cassandra tem duas bocas. Com uma boca ela morde, com outra boca morde também. Cassandra poderia explicar por que, mas detesta perder tempo falando.

(Rogério Camargo)

Ótima sexta


Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.