9 de maio de 2019

Das Loucuras (o umbigo é o coração, a mente é o bolso)



Das Loucuras (o umbigo é o coração, a mente é o bolso)

Pede para que uma multidão reflita,
E tem como resposta que ninguém se habilita.
Mas teve um sujeito que fez um esforço
E bem-intencionado pendurou um espelho no pescoço.

Disse alto em bom som aos desavisados:
- Não precisa fazer o que eu digo nem o que faço,
Contanto que eu ganhe um gordo maço
De todos os vinténs desviados.

Ah esse umbigo, comprimido entre o ser e o ter;
Como não ver o inimigo travestido de “oferecer”?
Vem... me compre, depois compre novamente um Eu mais recente...
Chega a ser indecente, lembrando que indecência também se vende.

Violência, dinheiro, ostentação são amantes de motéis...
Formam uma tríade, bebem vinho e revezam os papéis.
Entre os colchetes há o colchão que a palavra correta descansa,
Faz do anseio prisioneiro e castra a poesia numa vil aliança.

O homem é capaz de atos vis, impensáveis, hediondos...
Quando está com sua barriga cheia!

O sonho:
A vitrola toca na aldeia e tascam fogo na forte semântica;
Os Xavantes cantam em voz rouca e expandem as sínteses – coisas loucas.
Um som antigo, um sonho ambíguo, uma simétrica romântica.
A vida só em nós dois: pescas, flechas, caças, liberdade, paixão – nada poucas.

Vejo o almoço à mesa e um pudim de sobremesa para depois...
A vida bem explicadinha no picadinho com batata baroa.
Um palmito, um palpite: graviola com chá verde e gengibre...
O piano vem “pianinho” ao sotaque do carioca de Gamboa.

A vitrola se cala e o umbigo é só o que é realmente;
Alguém toca em som doce e a vaidade voa...
Afago aos ouvidos, um jazz de Archie Shepp
A chef volta à cozinha e fica a vida sozinha rindo à toa.

André Anlub®
(7/2/18)

inguém pode ser feliz fugindo da vida



Ninguém pode ser feliz fugindo da vida
escondendo-se em refúgio e ilusão.
Decepção já é melhor do que ter nada
pois não mata, revigora e é lição.
Já é a hora, meta a cara e se excite
exercite o doce músculo do coração.

Tarde de 2 de setembro de 2014 (com um toque de ontem, de hoje e de sempre)
Em um adendo: Acho que o hábito de estacionar nos grandes nomes do passado abafou os escritores atuais, principalmente os poetas e/ou os que têm uma escrita mais moderna, mais arrojada e marginal; não devemos deixar nada ser empecilho para uma produção artística em todos os âmbitos. A arte (assim como o dom) não pode ser sobrepujada por pessimismos ou modismos. Ela é além de qualquer coisa artificial, rasa e de cunho materialista. Escrever é parto, e a cada poesia gerada é um filho no mundo. Incentivar a literatura no seu ventre e a posteriori na sua nascente, tendo ajudado a chocar o “ovo” na concepção, é o tapa de luva de pelica na inatividade dos pincéis e das penas (no modo geral)... É o grande “touché” da arte. A qualidade sempre será mais divergente quando houver quantidade, as contradições, as discussões, as críticas, só fazem bem! A meu ver esse papo de “quantidade não é qualidade” é um pouco furado. Quanto mais se tem tenacidade, experiência e afinco em algo, mais o mesmo evolui. O ato de escrever muito, por si só, já é válido e paga o “ingresso”. Apoiar a literatura, sobretudo em um país com baixíssimo número de leitores, é primordial. Qualquer incentivo à leitura será sempre válido e qualquer manifestação artística, idem; temos que colocar a literatura de um modo muito mais significativo na vida das novas gerações. Comecei a escrever tarde, sempre penso como seria se eu já conhecesse a poesia na época que montava num cavalo e, na maioria das vezes, ia solitário até um açude, me balançava num balanço de corda e sentava num banco de madeira (ambos que fiz) para ponderar sobre a vida; quantas vezes flagrei-me na praia do Arpoador; ficava sentado na pedra, na areia ou na prancha admirando o sol ao longe e pensando poesia. A poesia já existia em mim, mas ainda não se manifestava. Na pré-adolescência, durante e pós, fez inúmeras amizades, percorria o Rio de Janeiro de camelo (bicicleta) para cima e para baixo, ia a diversas turmas de rua (Hilário, Constante, Leme, Figueiredo, Edmundo Lins, Ipanema, Arpex, Catete, Glória, Botafogo...) e turmas de surfistas para trocar ideias, fazendo assim amizade com várias mentes pensantes de histórias e ideologias diferentes.

André Anlub®

Dos desvelos na hora do recreio do princípio e fim (releituras de mim)



Dos desvelos na hora do recreio do princípio e fim (releituras de mim)

Como som melancólico que segue invadindo – Abrasador ao íntimo – sem dor – toca e preenche e compreende ao completo; na mais alta altitude que o anseio ressoa, e é tênue e desconcertante. Toda uma terra estremece em todo o corpo que balança e merece o céu no sol e a luz da lua na luz do teto do tato e do tudo (tamanho absurdo, mas eu vi). Namoro e sinto e choro e aprovo e comprovo o sopro e aguardo, e você. Mas é mais mar que observo e sou servo ao todo... E amo. Vem, vem como variante, pé e pé, paz e paixão, marcando no solo – selo; como ao chão e ao sentimento é um sucinto sinal sagrado, afetuoso, pois não censura e nem corta nem cura o soco solitário do colosso: o banho ao calor em chamas, supina alma à sua presença... E amo. Solos secos castigados, que fenderam em frangalhos de raios antigos... Ficam no aguardo das águas em rios em milagres em lágrimas em circo em cio... E vieram e vigeram e ficaram e fincaram... E amo. Quem será o guardião desse coração tão intenso raro e quente? Nesse vai e vem do povo a cólera passa rente... Tentando roubar o puro, amolecer o duro e dando duro para esconder o tesouro... Causando tumulto, cavando um túmulo e matando os loucos. Tudo se transforma na fala da saliva da ponta da língua; na palma da mão macia que à toa entorna a raiva perdendo-se no céu anfitrião. Sendo o alicerce mais forte fez-se o castelo - nasce o coveiro que rompe vis elos, enterra as contendas e encarcera o faqueiro que insiste no corte. Joss Stone com voz estonteante, timbre mutante e olhar de sereia cantante. Estou agora pacato para narrar o fato: a verdade mostra para que veio e o ópio evapora na veia. Surge a sorte pisando na morte, tornando o instante o livro na estante de um astuto perfeito. O som é ameno, no feliz badalar dos sinos para a hora do recreio. Percebem-se letras ao vento, fermento de versos no intento; na mescla que move à fantasia – lamúria e luxúria dos dias. Diga-se de passagem: a paisagem pairou na barriga dele (grávido), pariu na paragem mais certa e reta – cerne que outrora tardia. Faz-se poesia – cria – faz-se poeta (ávido), criou-se meta na metalinguagem em espectros. Assombrando os muitos herméticos heréticos espertos e espetando os pedantes pedintes descalços moleques. Ao céu o seu mais lindo e redondo sol brilhante, diamante dos dotes de deuses de doutrinas de histórias; ao léu asas cresceram, veio inspiração/sorrisos, ao velho ao novo ao menino – porta de início de índio de íngreme. Prepara-se o leito quente – seio da mãe – leite materno, cobiçando o menino vadio, forte e inteligente (frenético), as letras são o “norte”, coreógrafas convidando ao passeio (imagético), sem freio, meio – principio – confins sem fim... No íntimo eterno. 
Asas de Dragão de um Prisioneiro deposto 

Andre Anlub


8 de maio de 2019

Das Loucuras (não acho o feio da miada; o gato que arranha é arrimo!)



Das Loucuras (não acho o feio da miada; o gato que arranha é arrimo!)

Esse será quase diferente,
Assim como todos os outros;
Nada é igual o tempo todo,
Há parecidos, gêmeos, imitadores.

Vejo a luz e o som entrarem pela janela,
Sacolejam-me e tocam-me como fogo...
Convidando-me à longa passarela
Que reflete o meu flerte em amores.

Olhos que se abrem e cruzam em desafios,
Bocas que se roçam em desafogo.
O assanho do suor na nuca em arrepios,
Fazendo da poesia um sujo jogo.

Não te cobro só te cubro e dou calor...
A proteção de um escudo invisível.
Sou menino, sou crescido, sou sensível...
Sou a parte de um todo, espinho e flor.

Esse já está bem diferente,
Como a gente de repente faz projeção.
As coisas se repetem no inconsciente,
E fingem que se forjam em compaixão.

André Anlub
(03/05/18)


Das Loucuras (cogito, ergo sum)



Das Loucuras (cogito, ergo sum)

Vai devagar, de vagar em vagar, sem pisar na grama...
Porque a mente e a rosa não são mentirosas.
Vogo, envergo, vejo e vivo em excelência
Quando tu estacionas teu pensar vago
Na vagabunda vaga da minha essência.

Vai bem ligeiro, pelo meio-fio...
Mas cuidado com os bueiros.
Nesse bem-me-quer lisonjeiro,
“Um qualquer” ao mensageiro.

Voam rotinas,
Aproveitando o entre e sai do parco dinheiro no bolso;
Decola o pressuposto,
No acalorar da fé no verdadeiro... 
Seria o décimo terceiro?

Na irregularidade da areia, vara, vira-lata, varia...
A arapuca de ver seu rosto – pareidolia.

Na perfeição do dia, ama e odeia, adia, anuência...
A rebeldia de me achar incluso – prepotência.

Nossa bolha se quebra, e, de-quebra, borbulho...
Meu mundo se funde ao seu, “se fundeu – fundilho”.
Me redimo em uma nova redoma...
Sempre cabe mais um quando se usa “Rexona”.

Nossa bolha se emenda e nosso espaço em um só.
Posso achar-me um bocó... pois autoflagelo é ferramenta.

Finalizo a conversa e inicio o caminho...
Sinto-me tão sozinho – avesso do vice-versa.

André Anlub
(15/8/18)


Rainha de Sabá
Inventários Parte VII

Em parceria vai um raio caindo num rio
O rio o recebe de leitos abertos.
Assim começa esse nosso fechado dia
E ainda assim alimenta-se a reflexão do poeta.

Imagem tão nítida qual o seu rosto
No pressuposto de um ocorrido que presta.
Franze a testa e alarga o sorriso de gosto,
Felicidade que há tempos infesta. 

Vai lá Rainha querida, faça tudo que sabe fazer
Aproveite e prepare o seu melhor café...
Estamos aqui, flexíveis, a sua mercê 
E me traga um xicara se eu merecer.

Aguas geladas, olhos fervendo, preparativos...
Entre uma e outra estação, ficamos sozinhos.
A vida segue por trilhos incertos em momentos que vão...
Pois com o tempo a mata acaba atrapalhando a visão.

Gostamos de você com toda certeza
Pois é realeza, criadora de fé
Andando em terrenos estranhos
Vivemos como sempre beijando seus pês.

Volta e meia colocamos uma coroa
São as de louros, segredos e alegrias
Para lembrarmos que não sonhamos a toa
Para vivermos o mundo das fantasias.

Andre Anlub®
(7/5/19)


6 de maio de 2019

Das Loucuras (rundll32.exe)



Das Loucuras (rundll32.exe) 

Eta, o som da música estava porreta,
Havia uma harmonia no instrumental.
Aquela percussão ritmada no compasso dos astros,
Aquele contrabaixo que era o bicho, um arraso...
Genial, lâmpada mágica, gênio do bem e do mal.

A iluminação estava o “cão”,
Tudo encontrava-se sempre em ação.
Qualquer coisa ruim, pra baixo,
Batia partida às avessas.

A energia estava tão forte
Que se dilatava do centro da terra ao céu.
E ao Léo, e ao Lido, aos vices e vícios...
E também às vespas e versas.

Tragam a coroa para o Rei;
Mas esperem o efeito da moqueca apimentada passar.
Sairá de um trono rumo ao outro – “é de lei”...
Há de um mundo de incenso queimar.

Não é bom em dar conselhos,
Mas os recebe bem;
Pensa no tempo que se perde
No querer aparentar que tudo entendeu.

Há prazer no vagar vago, vagão de trem em vistosa viagem; 
Há prosar no pesado, vê-se leveza no bem querer...
Vende-se a vertigem virgem no copo que não bebeu.

Eta, a luz da lua bateu na mente num infinito romantismo...
E no mar o sorriso largo fez espelho.
Pegou força, desfez desencontros;
Assumiu o sumiço dos seus fantasmas...
Principalmente a fobia de não aceitar seu otimismo.

Quer dança, festividades, saúde, amores e ponto.
Pronto... Parágrafos inúteis surgirão quase sem fim...
Penhora de linhas perdidas no tempo...
Mas o que fazer? 
O poeta quis assim.

André Anlub®
(Petrópolis/RJ – 2/9/18)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.