Nos 52 anos de Brasília, o Correio Braziliense presenteia o leitor com um suplemento que celebra as noites da capital. Noites cada vez mais movimentadas, intensas e brilhantes. Noites que, muita gente não sabe, têm a ver com a genialidade de Lucio Costa. Não perca a edição impressa deste sábado (21/4)! Vá às bancas.
21 de abril de 2012
Imagem: B.B King e sua Lucille
Nem toda Morte é Morte
Hoje bem cedo pela manhã
Sentei-me à mesa do bar para me fartar
Letras se formaram no café expresso
Não dei importância, confesso...
Queimei a língua e bebi.
Enterrei a inspiração ao nascer do sol
Errei de rumo, mudei de mão
Olhei-me no espelho e vi solidão
Fiz do fim uma música.
Peguei a gaita e o jeito
Berrou um blues dos pesados
Poesia traçada na harmonia única
Bate com o coração no meu peito.
André Anlub
20 de abril de 2012
Vara de marmelo
Cabo de jatobá e madrepérola
Cabeça dura como aço forjado
Leve semelhança com pequeno cajado
Segmento da mão do juiz que decidi destinos
Martelo algoz de almas.
Colheu o fruto da semente plantada
Na terra sagrada do tempo
Árvore de força e poesia de Dante
Sem sombra negra rondando os ninhos.
Pela ordem e lei dos homens
Pela força das cruéis máquinas
Cai ao chão ao piscar dos olhos
Gigante e colosso centenária.
Uma variante má, um Davi moderno
Derrubando e devastando florestas
Outrora nanica criança espúria
Que tomava surra com vara de marmelo.
André Anlub
FINALIDADE DA ARTE
Abranjo o pincel como se fosse meu pai
Chega de despedida, chega de adeus
A inspiração chegou, a timidez se foi
Sou Netuno, Odin, Zeus.
Faço um traço, entro em ação
Cores dimanam do meu pensar
Encéfalo explode, ogiva nuclear
Arco-íris, cogumelo, refração.
Começam a germinar imagens
Transpor o que tinha na gaveta da mente
Minhas passagens, viagens incoerentes
Saem absolutos, imponentes, pelas mãos.
Os "nãos" e os "sins" de outras épocas ou horas
Conspurcam a tela branca
Formam uma figura que desbanca
A imaginação do artista, sua história.
E pronto, o rebento lindo e bem-vindo
Ali, à sua frente, imaculado
É mais uma obra, quase do divino
Da verve, alento, do artista amado.
"Gosto de pintar, gosto de poesia, de escrever, tocar bateria, gosto de viver, longe da vida vazia, faço das artes minha orgia."
André Anlub
19 de abril de 2012
Não mais para ti
Não quis despertar-te
Engoli minha angustia
Calei também a devoção
Com enorme astúcia
Despontei-me na rua.
Nada invasivo na minha pele nua
Fiz tatuagem da real amada
Sacudi-me com destreza e bati asas.
Como um belo e doce felino
No ápice total do instinto
Que desvirginou tuas matas
Lavei minhas mãos
Ou melhor...
Lambi minhas patas.
Fui-me
Deixei-te
Mas antes de todo o acontecido
Mostrei-te com frieza a verdade
Deixando um bilhete em teu leito
O suicídio do meu sentimento.
André Anlub
18 de abril de 2012
Dueto com Bia Cunha
Bloquinho
Não contive o anseio de me molhar na forte chuva que de repente inundou a rua, a calçada, a alma minha e até a lua. Parte era asfalto, parte lama e parte de mim que dança. Banho que purifica, deságua, desaparecendo os maus fluidos e elevando minha aura ao patamar que almejo. Faço meu desejo por entre sonhos multicoloridos com parentes e amigos queridos, que se foram e agora me dão as mãos o voam comigo.
Em sintonia com eus, céu, terra e paz interior, caminho em direção a árvore do outro lado rua, na antiga praça que reunimos sorrisos e aprendizados. Procuro o banco logo abaixo dela e sento. Dentro de mim a sensação é de pairar num alto e velho monte. Consigo ver as melhores paisagens das minhas recordações. Choro. Como não poderia ser diferente abro seu bloquinho de poesias... Sei todas de cor, na verdade nem precisaria lê-lo para recitá-las ao vento, como um louvor. Ainda sinto muita nostalgia, e essa saudade esfola e aperta o peito como um torno gigante, mas mesmo assim eu anseio.
Anseio nos ser sempre. Porque tudo ainda vive em mim.
E como de praxe, mais uma vez, choro.
André Anlub e Bia Cunha
Imagem: web
Não contive o anseio de me molhar na forte chuva que de repente inundou a rua, a calçada, a alma minha e até a lua. Parte era asfalto, parte lama e parte de mim que dança. Banho que purifica, deságua, desaparecendo os maus fluidos e elevando minha aura ao patamar que almejo. Faço meu desejo por entre sonhos multicoloridos com parentes e amigos queridos, que se foram e agora me dão as mãos o voam comigo.
Em sintonia com eus, céu, terra e paz interior, caminho em direção a árvore do outro lado rua, na antiga praça que reunimos sorrisos e aprendizados. Procuro o banco logo abaixo dela e sento. Dentro de mim a sensação é de pairar num alto e velho monte. Consigo ver as melhores paisagens das minhas recordações. Choro. Como não poderia ser diferente abro seu bloquinho de poesias... Sei todas de cor, na verdade nem precisaria lê-lo para recitá-las ao vento, como um louvor. Ainda sinto muita nostalgia, e essa saudade esfola e aperta o peito como um torno gigante, mas mesmo assim eu anseio.
Anseio nos ser sempre. Porque tudo ainda vive em mim.
E como de praxe, mais uma vez, choro.
André Anlub e Bia Cunha
Imagem: web
18 de Abril - Dia Nacional do Livro Infantil
LIVRO DO MAL
Voz: Savio Marimon Deble
Foi a mais bela de todas
Vivia em seu castelo protegida por um dragão
Usava ouro, jóias e vestidos de seda
Ninguém podia lhe tocar a mão.
Era pintora e falava mais de dez idiomas
Sua voz era de um belo tom
Tudo de nada serviu
Pois de casa nunca saiu
Para expor o seu dom!
Passava o dia inteiro cantando e escrevendo em sua redoma
Já havia escrito mais de cem livros
Entre contos, prosas e poesias
Havia um que era exclusivo.
Um livro de poesias sobre a vida
Sobre ser o que nunca virá a ser
Falava sobre viver com várias saídas
Livre arbítrio para beber e comer.
Narrava a vida em Gomorra e Sodoma
Sobre vinhos e depravações
Subtrações que se revolvem em somas
Mostrava quase todas as emoções.
Mas o seu tempo foi passando
A velhice chegou
Sua pele foi enrugando
A demência lhe pegou.
Por fim morreu com seus escritos
Nunca os mostrou.
A verve que antes perdida
Surgiria agora como um mito.
As datas foram ocasião
Os livros que o passado deixou fora
Atualmente em uma escavação
Acharam essa biblioteca de outrora.
O mundo caiu em sobras
Sua escrita alguém publicou
Tal sombra do mal o devorou.
Não tinha asteróides nem cobras
Nem as previsões de sábios
É o puro armageddon de alfarrábios.
Embora seja só uma história
E o livro não tenha o menor dolo
Bebemos o vinho e comemos o bolo.
Tomando cuidado com a verve
Sabendo sempre o que lê
Com atenção no que escreve
Fazendo a escrita valer.
André Anlub
17 de abril de 2012
Corpos
Entre quatro paredes geralmente não há frio
Como as palavras que bem encaixadas se tornam um samba
Correnteza lenta que desce sem fim o rio
Entre as pernas, pedras, contornos e subornos...
Calafrio.
As sensações misturam-se em desvairo
Não mais se sabe os inícios, os meios e os fins
Lençóis em êxtase e o leito em vida
Malabaristas tântricos se travestem de querubins.
O tempo é dedicação e ternura
A luxúria e o reto da ação se fazem tortos
O absorto é de pura candura
Corpos que se tocam vivos não se entregam mortos.
André Anlub
16 de abril de 2012
Navalha de Occam
Entre todas as teorias em uma cabeça,
Existe uma mais fácil de explicar e entender
Pergunta-me: Por que pedir adeus?
Um trocadilho? Jamais, erroneamente, irá saber.
Se já deu no que foi... Não perpetue a casualidade
É egoísmo, pois não existe mais porvindouro
Falácia e falsa moralidade.
Não me venha com mais explicações
Sente que as nuvens negras irão sumir...
Pensa se o tempo pode parar...
A aversão é um elo para desunir?
Acha loucura sentir e pensar?
Onde está a razão?
Onde está o sentimento?
Busca no âmago do interior,
Com a redundância desse momento.
O terror de não ter mais emoção...
Nessa ação que lhe faz tão bem
É a vontade de estar vivo...
Voando a favor do vento.
Mas de encontro a um trem.
André Anlub
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Occam's Razor
Among all the theories in a head
There is a lot easier to explain and understand
Ask me: Why ask goodbye?
A pun? Never mistakenly will know.
If what has already been ... Do not perpetuate the casualty
It's selfish, because there is more porvindouro
Fallacy and false morality.
Do not give me more explanation
He feels that the dark clouds will disappear ...
Think if time can stop ...
Aversion is a link to disunite?
Think crazy feeling and thinking?
Where's the reason?
Where is the feeling?
Search inside the core,
With the redundancy of the moment.
The terror of not having more emotion ...
In this action that makes him so well
It is the will to be alive ...
Flying with the wind.
But against a train.
Andre Anlub
Trinta moedas de prata
Vivo em um velho mundo novo
Há poesia que oferece o dote à beleza
E enquanto o vai e vem do vento soprar
Haverá música na semente da natureza.
Vivo do amor por nobre pretexto
E o pensamento nu que habita nessa obra de arte
É a inenarrável magnificência
Do mais puro sentimento que deixo.
Sei que nem tudo são flores
Adéquo minha arte de polimerizar
Às vezes não se sabe qual é trigo ou joio
Nem tudo é exato na ciência do amar.
Na convivência com meu próximo, posso ser traído
Seria como um largo sorriso que mata
Mas eu jamais ficaria surdo com o estampido
Assim como não se compra uma índole...
Com trinta moedas de prata.
André Anlub
Imagem: Anlub
15 de abril de 2012
Sem Tribeira
Faces, que por sua vez só a sua
Pernas, desenhadas obras de arte
Poemas, que saem em forma de conjectura
Pele da mais crua e nua, pura seda
Amor, a beira da loucura.
Fascínio que deleita minha alma a sua procura
Suor que exala raro aroma, incenso de paz.
Sigo seu caminho, meu destino
Ouço sua voz, meu desalinho
Toco nos seus lábios, desperta a libido
Gemidos saem de minha torta e seca boca... que jaz.
Junto as mãos e faço uma oração
Peço aos deuses e anjos
Quero ser impuro se na sua presença estiver
Busco a insegurança de um ser qualquer.
Me castro... Me xingo e me nego
Vejo-me em uma sinuca de bico
Sem eira nem beira, um cego
Sem nem tribeira
Um cisco.
André Anlub
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Biografia quase completa
Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)
Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas
Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)
• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)
Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha
Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas
Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)
Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte
André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.
Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.
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Mesmo assim Agora mesmo a alegria passou por uma rua, Ela estava nua, estava fula, estava atormentada e vadia. Olhou em todas as portas, p...
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Sylvia Plath Via: Revista Prosa Verso e Arte Canção da manhã O amor faz você funcionar como redondo relógio de ouro. A parteira bateu ...
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- Que fatalidade: ao fechar seu zíper, Zappa perdeu seu Zippo; ficou com o fumo, mas sem consumo, sem fogo, sem fósforos; ficou famélico e...