Um grande amigo de botequim
(Minas Gerais)
Dez da noite bate o ponto,
Uma coxinha, cerveja e a cachaça;
Álcool resolve em outra dimensão a sua peleja,
Coça a carteira e só moedas, migalhas...
Mas ao olhar para a saída do bar
Avista uma sorrateira nota de cem:
- oba! duas garrafas de pau pereira,
Porção de batatas fritas,
A conta paga,
Mata meia garrafa,
Incha e cora,
Chora.
Resolve espernear,
Resolve falar sozinho,
Conversa com estranhos,
Só ele pode vê-los, mas sempre respondem.
Ele diz que são homens de branco,
Geralmente mascarados,
Ele diz que quando os vê nasce uma sensação sufocante,
Mesclada com amargura.
Tem ânsia de vomito,
Vai ao banheiro e transborda...
Volta suado e sedento,
Pede um sal de frutas,
Coloca sal nas fritas,
Oferece-me um copo.
André Anlub®