11 de março de 2021

O passado que passou e foi tarde


O segredo é parar de bater o pé falando que o tempo voa e começar a bater as asas voando mais alto que ele.

.O passado que passou e foi tarde


Fita uma rota, faz uma bola

amassa, arremete, amarrota.

Na lixeira dos olhos no mundo

vendo tudo e uma untuosa esmola

que pelos dedos escorre.


Conformismo e coração rejeitado

condomínio de um domínio absoluto.

Há coisas especiais que se ama e preza.

Há verdades, há reles coitados.


Já foi, é ou será cedo

assumindo tal culpa, nesse sol nascendo.

Admito: estou envergonhado

e avermelhado com tamanha beleza.


As pegadas são honestas

prolixas, mas reais.

Nas folias que me aceitei de palhaço

no meu coração ficaram dois traços

um xis de açúcar e sal.


Enfim, já foi o passado

ficou a lembrança

das derrotas e talhas 

distintas batalhas

lapidando o brilhante

da paixão como herança.


André Anlub®

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Corações inteligíveis


Nesse amor descolado, desnudo

Das mais gostosas traquinagens

Organizando as engrenagens

Desorientando meu mundo.


Acordo afogado no pranto

Praticamente um tsunami violento

Que fez-me lembrar dos tantos encantos

Que migraram para o desejo vagabundo.


O tempo se esgota, é a gota d’água

Que desagua na grota e no vento

Pois invento a lorota da mágoa

Por não encontrar meu contentamento.


Perco a razão do vivente

Mas no convívio, dentro de um conto

Lapido do meu jeito o sonho

E à francesa saio pela tangente.


Ah, sei que o seu pensamento é só meu

E em um breve instante, em branco

Escorrem os pigmentos mais francos

E colorem todo o nosso apogeu.


André Anlub

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Num dia quente de verão

Brota um amor quente

Que faz quentes a alma e o coração... 

E só assim "fico frio"!


Hora do recreio


Quem será o guardião desse coração:

Tão intenso, raro e quente.


Nesse vai e vem do povo a cólera passa rente...


Tentando roubar o puro, 

Esconder o tesouro, 

Cavando um túmulo

E matando os loucos.


Tudo se transforma na fala

Da saliva da ponta da língua.

Na palma da mão que entorna a raiva,

Perdendo-se no céu anfitrião.


Sendo o alicerce mais forte,

Fez-se o castelo - nasce o coveiro...

Que rompe vis elos,

Enterra as contendas.

Encarcera o faqueiro que insiste no corte.


A verdade mostra para que veio

E o ópio evapora na veia.

Surge a sorte pisando na morte,

Tornando o instante um instante perfeito.


O som é mais ameno,

No feliz badalar dos sinos

Para a hora do recreio.

8 de março de 2021

Excelente semana aos amigos

 



Incidente em um supermercado de Nova Jersey - tweet ontem por Michael Perino @ProfessorPerino

“No supermercado hoje, encontrei uma senhora idosa parada em frente a uma prateleira alta segurando compotas Bonne Maman. Ela estava tendo problemas para encontrar o sabor que queria porque os potes estavam colocados de volta na prateleira.

Ela não conseguia ler os rótulos. Ela mal conseguia alcançá-los. Eu me ofereci para ajudar.

Depois que entreguei a ela as geléias de framboesa, ela me agradeceu, fez uma pausa e perguntou: "Você sabe por que compro esta marca?"

Eu ri e respondi: "Porque é gostoso?"

"Sim, tem um gosto bom." Ela pausou novamente. “Eu sou um sobrevivente do Holocausto.”

Esta não era a conversa que eu esperava em uma corrida ao supermercado de domingo. “Durante a guerra, a família dona da empresa escondeu minha família em Paris. Então agora eu sempre compro. E sempre que vou à loja, meus netos me lembram: ‘Bubbe, não se esqueça de comprar a geléia’ ”.

Eu disse a ela que esse foi o melhor motivo que já ouvi para comprar um produto de qualquer empresa. E então nós dois sorrimos por trás de nossas máscaras e seguimos nossos caminhos separados. ”

*

Outra pessoa no Twitter investigou a história e, de fato, a cidade de onde vem a Andros Company, criadora de Bonne Maman, escondeu e salvou famílias judias na 2ª Guerra Mundial. Chamava-se Biars sur Cere, que então contava com cerca de 800 aldeões.

De um artigo, “Você tem que entender como era então. Havia cartazes nas paredes, dos nazistas e dos colaboradores, e eles diziam que se você for encontrado para ajudar um judeu, um maçom, um comunista, um socialista ou um pervertido, você será morto imediatamente. ” Apesar do grande perigo em ajudá-los a colocar os aldeões, eles ainda mantinham as crianças seguras ”.

Um bom motivo para comprar produtos Bonne Maman. E um lembrete comovente de que quando cuidamos uns dos outros, isso pode mudar vidas e que existem pessoas boas e altruístas no mundo.

7 de março de 2021

Lembranças...

 




Ainda no círculo de fogo

As tatuagens explodem em queloides feitas de dragão,
Abuso de tal absurdo dentro de um pesadelo fecundo.
A vida em lacunas estreitas formando vias de mão e contramão;
Fantasioso irmão monozigótico – hábil jagunço moribundo.

O círculo se fecha, a flecha circunda o coração;
Não há armadura que resista, visto que o soldado está desnudo.
A emoção se faz em festa e observa o circo em combustão;
Brota abrupta a confusão: dar à vida o que releva, ou dar à alma a nutrição?

Par ou ímpar; pega ou larga; prega ou praga...
Qualquer bicho, mesmo com fome, fugiria com o horror.
A boca abre, os olhos fecham, a mente alarga;
Vem visões derradeiras de holocaustos... mentiras de pescador.

O círculo se fecha tanto que o fogo se torna chama;
É hora da pausa, o minuto da fleuma, o segundo da cama.
Meditação e foco – abstinência e dissolução – trégua e afã...
Na questão do tempo, a dor de hoje será a mesma amanhã. 

André Anlub
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Das fagulhas

As fagulhas da vida
Acendem as fogueiras mais esquecidas
Aquelas que pareciam extintas
Renascem reabrindo feridas.

Com o andar certeiro e sereno
Atravessa-se a estreita ponte;
Olhos firmes através do nevoeiro
E nas mãos um livro de poesias.

Dentes que querem morder;
Pesadelos que querem morrer;
Os músculos não são minúsculos;
Ainda resta muita coisa a fazer:
Sinto e conto os segundos...

Estabelecido os limites,
Os lamentos derramam-se aos litros;
Criando inícios,
Possíveis meios e novos fins.

Há enfim o vulcão
Que explode por dentro e queima por fora...
Foi-se a aurora:
Põem-se ao por do sol as sublimes asas... 
E que asas.

Tempos de açúcar e sal,
Mel e alguns temperos destemperados...
Mas a solução na contramão do tempo,
Sem lamento ou consentimento.

Atrelado no meu sonho de ter um barco
Há um poder colossal;
Ponho no papel – em primeira pessoa –,
A brincadeira que faço com as palavras.

André Anlub








Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.