25 de janeiro de 2019

Das Loucuras (da lama ao caos, à natureza sofrida, e no cais nada de vida)


Hoje Brumadinho sofre com a ganância!

Das Loucuras (da lama ao caos, à natureza sofrida, e no cais nada de vida)

O ás está na manga,
Mas ele manja no pé as melhores mangas.
Não precisa competir com irmãos;
Compete a ele decidir o que faz.
Os pés e o viver cheios de calos,
E a sua Caloi não roda mais;
A prancha de surf amarelou,
E ele amarelou para as grandes ondas.

É estranho e faz estrago,
Dá um trago para escrever a linha seguinte;
É loucura, pois o cura de fato,
O faz quase incolor, inodoro e insípido.
Dá palpite nos próprios atos,
E é fato que dá alpiste aos patos.
Joga falas no ralo,
Mas tira proveito dando ouvidos ao requinte.

Estado de lamento é a lama do momento,
É mosquito, é febre, é sofrimento...
É a mente emprestada,
É a empreitada sem cabimento:
Empresa que trouxe e traz tormento.

No vale tudo versus a Vale,
Não há limite de punição que se invente.
Vale a pena penar, lutar, abancar com afinco
E embarcar nesse barco...
Juntar-se à Mariana, ao Rio Doce,
Ao povo sofrido e ao meio-ambiente.
Um duelo doloroso, nada decente...
Com a faca nos olhos e nos dentes à Samarco.

André Anlub®
(27/1/18)

24 de janeiro de 2019

Flor de lis, de lírio e lírico


Flor de lis, de lírio e lírico

Chegando do silêncio veio como tempestade
E mordia suas ideias
Tirava os laços dos futuros presentes
Mostrava o onipresente
Que ao botar pra fora os dentes
Provava não ser um Oni, enfim:

Nomeada como imperatriz de amores
Que ganha de súbito
Sua coroa, trono e sonho
Se aproximando do súdito
Com suas suntuosas flores.

Ouço você falar em público:
- o que seria mais certo - onde estaria o erro - qual a importância disso

A resposta vem com o ar fecundo 
Quebrando o coeso silencio
Queimando mil brancos lenços
Prevendo o fim dos futuros lamentos.

A resposta bateu de frente
Com seu cheiro de alfazema
Com seu humor de hiena
E interpretação eloquente.

Na tela do cinema da esquina
Já se viu esse filme antigo
De um multicor lírico
Com tons de pura boemia.

Sim, é poesia!
Faz crescer as flores
E nasce nas flores crescidas.

André Anlub®




22 de janeiro de 2019

Das Loucuras (Nocaute tático, técnico, tântrico)


Houve um tempo
Que a vida era quente
Saborosa, bem passada
Ou no ponto,
Ou al dente...
Eloquente
E totalmente
Do nosso jeito.

Das Loucuras (Nocaute tático, técnico, tântrico)

Potências ao máximo e socos drásticos
Formam hematomas em caixa-alta.

O amor é bom de tapa,
Faz tipo e é ótimo de gancho...
E aproveitando o gancho
Deixa o recado:
Fique de olhos abertos,
Mexa as pernas e a guarda alta.

O boxe é baile,
E na folia da vida só dança
Quem anda distraído.

Na paixão passageira, deu bobeira,
Passou do ponto é dor de cotovelo.

Ônibus errado, calote, skate,
Moto, magrela, lambreta...
Com qualquer coisa se chega ao júri
Para tentar ser absolvido.

Jovem homem alarmado,
Com uma enxaqueca esperta
E nocauteado na esquina.

Já estava cansado,
Vem apanhando há tempos
De amores adoidados.

Foi numa noite enluarada,
Onde o lobisomem deu-lhe uma aspirina.

Ele desvendou os segredos
Guardados a sete mil chaves:
O mistério dos vampiros,
Dos curupiras, das picuinhas,
Das purpurinas, dos bobos...

Tornou-se um louco transviado
Na Transilvânia de ursos e lobos.

Agora já está tudo em ordem,
Volta à sua vidinha resguardada
De infeliz estada e estratagemas.

Disfarça-se de afável,
De boa gente e feliz, 
De desaprovado e amargurado.

Potências ao mínimo
E socos e chutes fracos,
Em sacos cheios e ocos.

Vivência no instinto,
Se entrega inteiro
Com aliança de algema
E cordão que é corda no pescoço.

André Anlub

21 de janeiro de 2019

São Paulo (ÉssePê)


Não mais tema
pois ainda há tempo.
Destampe o tempero
e derrame-o de jeito 
no intento.
Agora é a hora...
abra os braços
lance os laços 
dos mais tenros e ternos 
abraços!

São Paulo (ÉssePê)

De tudo que leio
Que vejo e escuto
Nada e nem tudo
Pode descrever-te.
Sampa é só flerte
É paixão, poesia
Cultura, boemia
Endereço e adereço.
Sampa de apreço
Será que te mereço?
Pois me perco em teu ritmo
Teus ecos, teus signos
Nas noites em delírios.
Sampa da arte
Moderna e eterna
Museus e histórias.
Cidade mutante
Bravos bandeirantes
Lar dos retirantes
Alçada na glória.

André Anlub®



20 de janeiro de 2019

Tapete vermelho do amor


Agora mesmo a alegria passou por uma rua
Estava nua, fula, atormentada e vadia
Ela soprou uma brisa, apagou algumas velas
Espalhou a fumaça dos charutos e incêndios
Atrapalhou as preces, os cantos nos terreiros
Atrapalhou enterros e desacelerou as pressas.

(Fragmento de "Mesmo assim")

Tapete vermelho do amor

Saiu a lista dos apaixonados do ano,
Nem sicrano, nem fulano...
Meu nome estava lá!
Foi magia; em primeiro lugar – quem diria.
- Mas por favor, não vão me alugar...

Já era de praxe,
Peguei pesado no sentimento;
Amei além da imaginação.
Não teve um sequer momento
Que eu não tenha acertado na mão.

Fiz o bê-á-bá certinho,
O arroz com feijão;
Rezei conforme a cartilha
E para não perder-me na trilha,
Segui cada pedaço de pão.

Comecei como Homem de Lata:
‘Levei na lata’, fiquei em frangalho;
Nunca levei jeito para o Espantalho
Sobrou muita coragem para Leão.

Por causa da inspiração
Deixei de me acabrunhar num fosso;
Tornei-me de cerne, carne e osso
E fiz da poesia oração.


André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.