24 de novembro de 2018

Ótimo sábado a todos



Remédios para uma cabeça triste:
Uma maçã com “amanhã” pela manhã,
Um copo raso de “acaso” no ocaso
Uma jarra de fantasia com “ironia” ao fechar do dia.

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Sujeito de tão extrema incoerência,
Que mesmo quando bateu as botas
Ressuscitou para dizer ser ateu.

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Só o amor constrói:
Às vezes imponentes casebres de madeira;
às vezes impotentes castelos de areia.

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Chegou manso, 
com aquele papo de ouro:
conquista, envolvimento, apreço
Se não deu, dá um tempo 
e tenta de novo
naquele clima fresco, 
aquele vinho bom
lareira acesa 
e sentimento em “blow”.

André Anlub®

23 de novembro de 2018

Universo ou Ilha


Universo ou ilha

Os tempos antigos o deixaram saudosista
Feito um artista naquela casa, abandonado
Vivendo com a pensão do sentimento do altruísta...
Mixaria, moedas, merendas, sopa fria e pão mofado.

O machado não mais corta a árvore - ai de você mau-olhado
A melhor jogada é o blefe: bife de fígado acebolado
A semana se repete, mas nunca começa no mesmo dia
Se com sol é fria, no inverno faz-se o inverso da melancolia.

Não há mais sossego – dão-se logo as graças
No lago o apreço – doam-se lindas as garças.

Saltos ornamentais – em devaneio;
Loucos poemas – palavras soltas de Simone;
Poucos trompetes em melodias – do início ao meio
Belos pianos de Nina – esse é o nome.

Há pegadas de um rato de casa à ratoeira,
Que deixa o queijo e rouba a armadilha.
Há mãe com a filha em ditame que não é besteira,
Sem eira ou beira, sem universo ou ilha.

André Anlub


Um Moinho


Um Moinho

A travessia é dura:
Dias de chuva,
Noite de frio,
Dia bem quente,
Noites sombrias.

Nesse caminho confuso,
Nessa estrada sem placas;
Entre o reto e o obtuso,
Todos afogam suas mágoas.

Com a bota furada,
Pisando em barro ou em pedra;
Pronto em pé ou na queda,
Tiro o melhor na caminhada.

Se encontro uma rocha grande...
Serve para descansar;
Se encontro um mar...
Sou filho de navegante.

Se a fome quiser ser minha sombra...
Como um pedaço de pão;
Se não saciá-la...
Posso matar um leão.

Tudo posso e tenho
Se a força não me faltar;
Como um moinho de água
Que mesmo se o poço secar,
Usa o vento para a roda
Nunca parar de girar.

André Anlub®

22 de novembro de 2018

Ótima quinta trupe poética! - Feliz dia da Música


O psicopata de si próprio é tão amargo quanto o mundo que o cerca.
(Tarde de 21 de junho de 2015)

Eis aqui o sabichão, o homem da hora, o dono não só do pedaço, mas da coisa inteira; detentor de grande imaginação ele pensa ser dono, ou pelo menos conhecer, toda a sua completude. Não sabe que é nada além de um minúsculo, ínfimo e insignificante ponto nessa rua, dentro desse bairro, dentro da cidade... e por ai vai... Mas para não ser prolixo: ele é um naco de necas dentro do universo dentro de universos. O ser além do que é si próprio, enxergando um chifre na cabeça do unicórnio, sente-se maior que o mundo, melhor que o mundo, é dono de tudo e todos. Mas o dia fatídico chega, a manhã que nunca deveria ter ocorrido, e ele abre o visível e precioso espaço vazio, o oco, o eco, o eca, que já iria ser aberto algum dia (com ele morto), e coloca um pequeno cérebro dentro, um resquício de alguma coisa, aquele caroço de feijão ou semente de milho que sai ao defecar... Agora ele pega no tranco – então acaba a presunção e a navalha corta toda sua vida, todos os seus sonhos – seu vil e fétido ego –; corta seus pulsos e prepara a forca; agora ele descobre quem realmente é, e o pior: ainda está vivo! A sangria é enorme, tiro de quarenta e cinco em garrafão de cinco litros de vinho... O fluxo é farto, intermitente, mal cheiroso, de coloração baldia e horrível; a sensação de remorso é um osso duro de roer, é um pito de cigarro de quinta (Hollywood sem filtro), é um aperto bem apertado no peito (um nó cego); e tão forte, tão absurdamente forte, que ele morre aos poucos (aos porcos) por dentro, em uma tortura calma e silente; como um ácido com limão e vodca correndo sem pressa pelas veias, sorrindo e cantando Stairway to heaven, indo de encontro ao seu encéfalo. Agora ele fenece, e se liberta, e torna-se algo: o morto. 

André Anlub

O Baile do Prazer


O Baile do Prazer

Por um segundo se afaga o céu...

Chega de mansinho, sobe pela espinha
Parece queimar por dentro
Sedento, dou mais linha na pipa
A contento... Quero repetir a façanha.

Ao som de um bom e velho blues...

O suor invade nossa cama
O calor emana dos corpos
O silencio agora é preceito
Tentamos acender novamente a chama.

Mãos bailam inquietas pelos relevos
Lábios molhados e soltos
Não há censura, não há barganha
Momento pleno, libertino e verdadeiro.

Por um segundo bulimos com o céu...
Ao som de Celso Blues Boy.

André Anlub®
In memoriam - Celso Blues Boy - *5/1/56 - †6/8/12

Revelação

Raivoso cão sem dono 
Entre vielas escuras das artérias
Veias cavas, inerentes
Equilibrando-se por entre fluxos e refluxos
Lá vai ébrio sangue azul.

Alcança o ápice no tálamo
Como uma erupção sem controle
Arruinando meu corpo
Ovacionando a saudade.

André Anlub®

Já nem sei por onde anda
No gole, na gola, na manga
Nem sei de onde veio
Do ventre, da saia, do seio.

Nada fiz, pois encarei só o que pude
Livre arbítrio é um tiro no pé
Tratei de lixo quem me mostrou ser rude
E pra um suposto embuste sou feito de fé.

Não permita que a lamúria de ter ou não ter feito,
isso ou aquilo,
torne-se eco e volte a ser nuvem escura num
futuro próximo!

André Anlub®

21 de novembro de 2018

A escolha



Me rotulem para o bem ou para o mal, não há problema. Só não deslegitimem meus sonhos e minhas lutas.

A escolha

Milhões de besouros deslumbrados aos brados,
Nutridos e alienados;
Som hipnotizante, atemporal e famigerado.
Fotos estampadas em revistas,
Jornais e memórias,
Fazem da nossa história um pouco mais abençoada.

Mas tudo muda ao toque do botão...
Muda ou fala na opção escolhida,
Rompe-se a bolha e abre-se o inventário...
Por cada um, por cada muitos...

Não quero mais besouros pela sala,
Quero ouvir pedras rolando descendo o calvário.

André Anlub®


20 de novembro de 2018

Indo ao brio





Vem com os olhos, vê.
O encanto subiu a colina.
Primavera. Ipê.

Há lençóis em que se repousa, que se sonha, que se voa, que se doa e se pousa... Nos lençóis em que você esteja comigo, estarei aquecido, envaidecido... Em plenos amor e abrigo.

Indo ao brio

Pousa para dar pé, pausa para um café;
Asa em construção – voo em atuação;
Ao distante a verve chamando, pois...
Incitante é a vida entoando:

Ela está insatisfeita (sem motivo),
Vive questionando o próprio talento,
Diz que é como um cágado...
Está lenta:
- não consigo agora chegar, ou, talvez, me virar no improviso.

Pausa para ter fé, pousa para outro café;
Pena, papel, ideia e silêncio...
Deixou bem longe a peleja, a amnésia,
A ausência de novo pensamento...
A inércia.

Alçando voo desbancando o frio, cruza o vale e o rio,
Voa com os sãos falcões peregrinos, aves de rapina, 
Sente quão facões na espinha, rasgando a carne e a alma...
A inspiração que lhe ataca, 
Afaga, assanha... e, na manha, a eleva ao brio.

André Anlub®

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.