20 de maio de 2022

Super Simples

 












Super Simples


Quero só proferir palavras agradáveis,

Não a expondo ao risco de ouvir injustiças

Por decorrência de eu não ter o que dizer.


Quero realizar suas íntimas fantasias,

Ter e ser suas boas e más manias,

Só pelo fato de assim poder ser sua área de lazer.


Quero que possa contar sempre comigo,

Ser sua labuta e seu domingo,

Ou até ficar bem longe... É só querer.


Quero carregá-la suavemente no colo,

Poupando-a de gastar prévia energia,

Em direção ao seu quarto de prazer...


E, no entanto, mesmo que eu não seja suficiente,

Que falte sal ou que falte açúcar,

Que falte o ínfimo arrepio na nuca,

Sempre a deixarei livre para fazer o que bem entender.


André Anlub®

18 de maio de 2022

Das Loucuras (die versagung)

 


Das Loucuras (die versagung)

Nessa terra do sempre fiz meu pomar florido,
Vendo e prevendo seu rosto risonho;
Nesse caso olha-me com carinho e ironia,
Renovo a compaixão a cada novo dia.

Pinto, escrevo e canto o desejo
Em bons e breves sonhos e lampejos...
Jogo mil sementes distintas;
Vario vadio nas músicas, papeis e tintas.

Há de se tornar verdadeiro;
Há de me diferenciar dos fantoches...
É terra do sempre, terra do nunca;
É terra do seu céu e chão, sem pretensão ou deboche.

Amor ambíguo às vezes é sólido, é só, é vivo, é morto;
Um “s.o.s” para essa ardor implacável que impacta ao não;
Estigma na alma, na calma, na aura, no conforto...
Memórias de cartas ainda não escritas, incineradas de antemão.

Vasto projeto de uma união protegida, mas assolada,
Focada em telefonemas que nunca foram desligados na cara.
Tudo é líquido e liquida nossa linguagem quase em linguafone...
A fome de estar junto junta com a falsa fama e a verdadeira tara.

Amor que circula – cicuta –, que se escuta do céu ao chão;
E é minha sombra que me assombra no tudo e no nada...
Alma lavada, corpo quase no esgoto – emboscada.
Meu pensamento em seus olhos... E lá estão.

André Anlub®
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Animal do bem e o tal

São animais indiscretos e contemplativos
na mansidão imaginária e cada vez mais.
No hipotético paraíso na zona de conforto
vai chegando, vai vivendo outros desafios
pés que não cansam de andar fora dos trilhos.

Vê-se os trilhos do bonde
no pé das frutas do conde
no entorno do misto dos milhos
com as doces e tortas espigas
do conde de monte cristo.

Na ré do trépido bonde
tudo trepida e o vinho vai longe
entorna, esguicha e mancha
a roupa de linho da moça
que o pranto fez poça
a olhos vistos.

São animais de cegos charmes
e quase sempre atrapalhados.
Na obsessão que alguém os agarre
salvando-os do fortuito afogamento
dos salgados e amargos mares.

São animais como nós
com nós nas vis ventas
que inventam o ar atroz
logo após se lamentam.

André Anlub®
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17 de maio de 2022

Dueto CLXXII











Dueto CLXXII


Trago-te um sorriso. Não te posso trazer a vontade de sorrir.

Sonhos, promessas, esmeros estão por ai... Mas deixo-te um sorriso.

Não espero que ele germine. Mas até entendo que ele seja uma semente.

Saboreia-te – deleite. Faze-me sonhar com teu prazer intenso e onipresente.

Pelo menos em minha imaginação. Trago um sorriso para minha imaginação também.

A casa está limpa – portas e janelas abertas; os cães abanam os rabos e a carne assada e os nabos estão na panela.

A simplicidade sabe tudo de ser feliz. Alguns de nós não sabemos. 

Vivemos querendo o sopro à frente do vento e apanhando da saudade, nocauteados no tempo.

Trago-te um sorriso que costuma ver essas coisas, quando não vê outras. 

Feito um rasgo na boca, os olhos se cerram, a maledicência se encerra no porvir do transbordo.

Se serve para o amanhã, serve para o agora. Porque só temos o agora. Não vou sonhar com sementes germinadas.

O jardim está pronto, a terra disponível, a água potável e o sol e a chuva são sempre bem-vindos.

Mas eu não tenho nada com isso; isso não é problema meu; nem solução minha.

Vejo-te com teu sorriso... Poderia tê-lo guardado para um dia mais conciso. Sinto-te quente... Deveria ser sempre assim, assado, ascendente...

Não buscarei meu fogo no teu. Nem roubarei a água do teu jardim para o meu. Trago-te um sorriso, apenas, não a vontade de rir.

Aqui jazem meus desejos em ti. Se vais enterrá-los, perpetuá-los, absolvê-los... Não me conte, pois cabem somente a ti.


Rogério Camargo e André Anlub 



















Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.