26 de janeiro de 2021

Das Loucuras (nada de viver a vida “pianinho”)

 


Das Loucuras (nada de viver a vida “pianinho”)


Acorrentou-se ao mastro, engoliu a chave e tocou fogo no circo; 

É equilibrista, palhaço, mágico, atirador de facas, homem barbado...

Não se irrita pelo fato de ser leão domado pelo seu pessimismo,

Mas ficou assaz perturbado e brabo sem seu cafuné de domingo.


Pausa momentânea para higiene bucal:

É bom colocar em negrito que se deve escovar bem os dentes...

Assim como se estivesse saindo para ir ao dentista.

Dizem que respeito é bom e conserva os dentes. 

Mas meu avô sempre foi respeitoso e hoje é banguela.


De volta à perene insanidade local: 

Os motores incomodam os pássaros, a poluição ainda mais;

No tanto faz do bicho-homem, o que apraz é regalo da vida.

Volta sem jamais ter ido; foi-se sem jamais ter sido... Eras tais...

A fantasia de tempos melhores une-se ao otimismo utópico:

Mudanças na alma; entalhamento do corpo; suor com efeito de ópio.


Mais uma vez o sacrifício, de nova cruz imaginária que resta...

Fez corpos amontoados em hospícios da vida do cotidiano;

Ano a ano, sem muros e grades, com acrimônia faz-se o homem,

Dia a dia, com benevolências e males, com delírio faz-se a festa. 


André Anlub

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Animal do bem e o tal


São animais indiscretos e contemplativos

na mansidão imaginária e cada vez mais.

No hipotético paraíso na zona de conforto

vai chegando, vai vivendo outros desafios

pés que não cansam de andar fora dos trilhos.


Vê-se os trilhos do bonde

no pé das frutas do conde

no entorno do misto dos milhos

com as doces e tortas espigas

do conde de monte cristo.


Na ré do trépido bonde

tudo trepida e o vinho vai longe

entorna, esguicha e mancha

a roupa de linho da moça

que o pranto fez poça

a olhos vistos.


São animais de cegos charmes

e quase sempre atrapalhados.

Na obsessão que alguém os agarre

salvando-os do fortuito afogamento

dos salgados e amargos mares.


São animais como nós

com nós nas vis ventas

que inventam o ar atroz

logo após se lamentam.


André Anlub®

(28/05/13)



24 de janeiro de 2021

Meu mar é mais melo que marmelo

 


Meu mar é mais melo que marmelo


Quem não teve um passado negro, provavelmente a vida passou em branco. 


Dizem que a inspiração vem pelo ar,

(e é absurdamente bem-vinda, como o amor esvanecido),

E as asas invisíveis já estão batendo, em sintonia...

Distintas criações e influências passeiam pelo ar;

Dizem que surgem e vão-se como uma espécie de epidemia... voejando;

Passam por frestas de janelas, levantam e assentam folhas, poeiras,

Ouvem besteiras da larga e desumana boca da intolerância

Que um dia há de se acabar.


Seguem voando...

Incidem nos cabelos das morenas, das meninas,

Pegando carona em seus luxuosos pensamentos...

Aprofundam-se em sonhos e estacionam (provisoriamente) nas imagens, 

Nascem delas ou as inventam; criam pessoas, situações; 

Criam o mar e canoas – criam o navegante – esculpem a perfeição.


“Queijo coalho, pamonha, acerola, açaí”.

Gritou o vendedor enquanto eu resolvi rabiscar esse texto;

O açaí lembrou-me o mar.


Quero o som do mar, a visão do mar, o sabor do seu sal,

Tombar na monumental percepção de bem-estar;

(mesmo estando longe, e onde mais eu estiver, e hoje, e sempre)...

Quero seus beijos, seu toque, seu banho.


O açaí e o tudo me lembram o mar,

Lembram que o amor foi mergulhar e não voltou,

Pois se transmutou em mar...

E está bom, está de bom tamanho.


Marcas de quem Vive


Cicatrizes me lembram de que algumas memórias não foram sonhos!

Mas de certa forma foram... Mas se realizaram.

Cicatrizes gritam de que fui uma criança arteira!

Mas de que também fui um adulto... Que ama e amou.

Cicatrizes podem deixar mágoas!

Mas sempre todas foram ensinamentos.

Uma Cicatriz pode não lhe recordar nada!

Mas mostra, de alguma forma, que você sobreviveu a ela.


André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.