28 de julho de 2018

Das Loucuras (leva trabalho para casa, mas não leva o estresse para a rua)

  

Das Loucuras (leva trabalho para casa, mas não leva o estresse para a rua)

Não faça loucuras! 
As aberturas estão ai, expostas.
No meio da rua encontraram o “u”...
Alguém pelado atropelado com as pernas à mostra. 

É muito natural! 
Sabendo que a natureza está sendo arrasada.
No meio da mata existe um igarapé...
Boa-fé de um nome gentil para uma água profanada.

Tempos distantes em termos premeditados,
Eles se dizem errantes, e isso é pura sinceridade.
Nuvens chegando, cruel tempestade...
Bocas selvagens pronunciando ocos ditados.

Então faça doidices!
As portas estão escancaradas, só falta o ibope.
No meio da lua acharam a tal bandeira...
Groselha grosseira que na verdade é xarope. 

É pouco artesanal!
O mecanismo do mundo grita carente de graxa.
Uma má-fé ecoa, em garrafas de pinga boa e xícaras de café...
É tão bobo, besta, birrento, burro e banal...
Falsos sorrisos ao mundo, de almas há tempos sem graça.

André Anlub
(28/7/18)

27 de julho de 2018

Os fantasmas do círculo de fogo



Os fantasmas do círculo de fogo

E assim desmancha-se na nuca o que nunca foi inteiro;
Nada raro no reino, faro costumeiro e matreira abstenção...
Fez um ano já acabado – de cabo a rabo – em pleno final de Janeiro, 
Mas com possibilidade de alargar o círculo da postergação.

Algo aderiu ao convite de um ouvinte obsceno – alma nua;
Inexistentes vozes que dizem: adoro nozes – mudo assunto que muda.

Na permuta e na pergunta, na barganha e na “bagaça”
Quebrado eu sou pleno, um uísque, Leminski...
Fogueira no inferno, inflamo antenado e atraente:
Geleira desnuda, chalé no Chile, versos de Neruda.

Invenções reinventadas, mais do mesmo no submerso;
Desembrulho algumas caixas e me acho inteiro dentro.
Pássaros passam, o tempo pulsa, nuvens dispersam – e dai?
Ir e vir, gordos e magros, ruas e seus buracos – ser e insistir. 

Assustam-se os fantasmas, venço a batalha, mas eles persistem;
São guerreiros, os derrubo de jeito, mas levantam novamente.
Nada atraente é ser o enfermeiro de sua própria doença,
Em uma névoa eterna, plena e descrente. 

André Anlub
(30/6/17)

Das Loucuras (bife do oião, picles e salsão)


"chico.alencar Hoje Marielle completa 39 anos de vida. Uso o verbo no presente por puro inconformismo. Até hoje, passados mais de quatro meses, não parece pertencer à realidade não ouvir mais seu verbo candente e não tê-la companheira, militante do tempo presente. 
Mas é preciso aceitar o absurdo da ruptura drástica da forma, o espanto de não celebrar com ela seu ingresso no quadragésimo ano de sua caminhada terrena. Os canalhas, os covardes, os estúpidos que a executaram, junto com Anderson, são produtos do sistema que estimula o ódio, a competição sem limites, a eliminação física do diferente. De quem não aceita a ordem injusta do patriarcado, do negócio que precifica até o afeto e corrói a harmonia, da política que se alimenta da mentira e da hipocrisia. 

Aqui de Paraty, relembrando a "data querida" que também traz agonia, Hilda Hilst — homenageada da Flip — do além nos visita, e atiça, abraçadinha à Mari, nosso dever de prosseguir: "E no entanto, refaço minhas asas a cada dia. E no entanto, invento amor como as crianças inventam alegria". ❤️🌻💛🙏🏽 Ilustração: @portilhoartes"


Das Loucuras (bife do oião, picles e salsão)

Já testei de tudo: barcos em águas de céu
Cerca de um caminhão e meio, descarregando fel.
De nada adiantou, a sina está sublinhada...
Adianto ao seu agradecimento: de nada!

Tal tormenta de enorme proporção,
Na emoção pairava perpétua e quase imutável.
Uma palpável solução veio-me assim num sonho...
Digo: tudo mudou nesses santos anos.

Foram-se os olhos derramando lágrimas turvas,
Foi-se a aflição do velho homem branco.
Sentado no banco, na esquina, me vigia nua e turva,
O sentimento e seus pavorosos novos planos.

O que esperar?
Hei de saber.
Naufragar em rio, ou em mar?
O futuro há de dizer.

Em comunhão com a sina,
Assino minha total devoção:
Sou seu, sou sua, sou sofá ou esquina,
Aquilo ou isso que é latrina, também expurga, 
Um cão, uma pulga... 
Dei meu corpo e minha alma
E só pediu minha mão.

André Anlub
(27/7/18)

26 de julho de 2018

Das Loucuras (caneta convulsa)

Das Loucuras (caneta convulsa)

É poético, extremamente sagaz, sincero e quase profético;
É adequado e essencial assim como na feira ter banana e limão.
Poesia que às vezes é cubista, às vezes realista, às vezes abstrato...;
Pura arte que pode ser haicai, pode ser narrativa, pode ser abstrata...;
Tanto em um como no outro é hobby, cura, loucura e despretensão.

Fatos e focos, caneta nervosa expondo paixão e traçando uma história;
É sadio ser sábio – temperado com rebeldia – e entender o caso e a ocasião.
Dentro da cachola tem João e Maria, tem rei e rima, tem amnésia e memória...
Página virada tem que ter coisa nova, pois xerocar coisa antiga é aberração.

A caneta é frenética: o suor faz o pior e o melhor irem para a varanda do externo.
A lágrima é estética: cai fácil pela face e nasce um sorriso no canto da boca.
Faca louca que corta a ideia e alegra a mente: tão somente o calor no inverno.
Vaca louca, dando leite, queijo, pondo a mesa: ceia certa na barriga oca.

É pandeiro: letra que faz o samba que mexe o corpo e engorda o bolso;
Na cadencia das estrelas nada cadentes, até os cães largam o osso.

É paradeiro: se despede, guarda a tinta e o intento, pois já pintou o sete;
Na cadeia das artes o prisioneiro tem prazer em sonhar e ser o próprio servo.

André Anlub
(3/8/17)

25 de julho de 2018

(manhã de 24 de julho de 2015)



O desafinar da poesia

Malucos são os que tempo perdem
Nas ingênuas redundâncias da vida.
Loucos nas frias vielas imaginárias,
Procurando a boemia das letras mal resolvidas.

Para uns a criatividade à toa usada,
Que se foi como palavra torta,
Reaparece (eca), eco já escrito,
Falsa novidade numa maquiagem mórbida.

Mas não nos cabe nem o justo julgamento,
Pois jumentos tem sua breve serventia...
Na ladeira desce o ego, valentia.

Contudo, naquele por do sol ao longe,
Vê-se a luz no fim do dia
Refletido na gota do pranto etílico,
Que cai por baixo de uma máscara sombria.

Quiçá um Ícaro, pícaro, ósculo ou ácaro atual
Em um ébrio e febril exculpar.
Mas no final somente se via/ouvia/sentia (eca), 
O desafinar fanho da poesia.

André Anlub®
(01/04/13)

Papai está indo colocar a ração dos guris peludos. Mas o que será que isso quer dizer?
(manhã de 24 de julho de 2015)

É o começo da sincronia, da chama que vem do chão e sobe lentamente pelos pés, calcanhares, pernas, quadril e chega ao peito queimando, ardendo, apertando em demasia até o estouro final que ecoa ao cérebro. São fogos de artificio lançados de um poço fundo e saindo em mil cores naquela noite de dores, deixando tudo iluminado e belo. E a veemência? Está por toda a parte, nas asas batendo de um anjo caído, nos olhos vermelhos de um dragão que bebe a água de um rio e logo em seguida cospe um fogo sem fim. E o surreal da realidade com venda nos olhos atravessa aquela avenida movimentada em passos loucos de lentos, andando de lado e de marcha à ré. O liquido escorre de todos, o sangue nunca foi pouco; a avareza esconde tesouros que são achados tão facilmente aos de alma pura. A notória loucura das palavras faladas, a real estatura do gigante anão que vive em outra dimensão, um mundo paralelo, um elo perdido senão o elo de sempre nas mentes confusas. É o final da sincronia, ela está em sincronia então não há mais nada a ser feito. Deixam os relógios atrasarem, o arroz queimar, o ar rarefeito e os trejeitos do cavalheiro nu; para que tudo se comece novamente, para que os dentes cariados sejam tratados e as rugas nos olhos nos mostrem vivência. É o fim, é o começo, é a memória do que se esquece em cada amanhecer. Abro a manhã e vejo tudo novamente; o cenário não está de outra forma... Eu é que vejo com outros olhos; com olhos curiosos, duvidosos e nada eloquentes.

André Anlub






24 de julho de 2018

Do amor natural


Do amor natural

Mudando o foco para a beleza que há no natural
Nas ínfimas coisas que muitas vezes passam despercebidas
No costume que se assume no mecânico do automático
Fazendo-nos esquecer das coisas mais simples e não menos importantes.

Da grandiosidade de uma atitude humana espontânea
Do querer o bem e enfrentar o mal no dia a dia
Desligar o motor do carro e ouvir uma ave cantar
E as mãos abertas para deixar cair ao chão às pedras que iria atirar.

Não é deixar de solucionar teoremas
Nem tampouco esquecer os problemas
Somente dar um tempo e ir ao tempo de paz.

Se deixarmos o nosso viver vir e ver o enternecido 
Quem sabe consigamos acordar o amor entorpecido
Pois o ódio intransigente está inenarrável nos dias atuais.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.