6 de março de 2021

Líquido sagrado de Baco



Alice Phoebe Lou 



 Líquido sagrado de Baco


Rigoroso esse tempo bom na tela do céu azul,

Enorme pingo quente dourado, 

Mas amargurado ele caminha sem norte (também sem sul).


Só esperou o cair da noite e foi-se frenético abraçar a boemia:

Nas mesas bambas dos piores bares sentiu-se bem, satisfeito,

Era aquilo ali (Alá, a luz, além) que ele queria.


Com as paredes descascadas e encardidas, 

Banheiros de intolerável cheiro ruim;

A meia luz...

A farra no garrafão de vinho barato que esvazia:

Todo feio se faz tolerável;

O detestável é a alegoria da vida.


Com três palitos de dente se faz um xadrez psicológico,

De deixar Freud confuso e Confúcio fã de Pink Floyd.


O que eu faria em uma atmosfera assim? 

Além do porre corriqueiro:

De janeiro e meu aniversário;

De ver estranhos saindo do armário;

De tudo que é falso tornar-se verdadeiro.

O que eu faria?


Largaria o último copo e voltaria ao primeiro,

Desde onde a mente vai demudando,

O tom de voz aumenta, palavrão atroz vira salmo,

E enterra-se qualquer tormenta.


O que eu faria?

Vou voando – bem calmo ao terreno estrangeiro.

A insanidade das horas perdidas no líquido sagrado de Baco:

Com uma mão vai afundando o barco

E com a outra fornece o salva-vidas.


André Anlub®



5 de março de 2021

Das Loucuras (as moscas sabem quando as mãos estão ocupadas)

 



Das Loucuras (as moscas sabem quando as mãos estão ocupadas)


É uma ordem: baixem agora as armas de fogo;

Peguem as facas e através da fumaça procurem os pescoços.

Antes: vejam se é de ouro e tirem o cordão;

Antes: vejam se é um totem e retoquem a tatuagem.


Nessa engrenagem do Sistema em abrolhos,

O mundo tira bastante sarro com a nossa cara...

E sai caro, pois é claro, como o branco dos olhos,

Que ele está meramente numa sacanagem rara. 


As moscas procuram o sumido saco de pão,

Pois um quilo de queijo coalho deu mofo.

Estamos além da fenda do fundo do poço...

No ponto de vista vasto de alguém no Japão.


É uma ordem: sem dó, nem ré, tasquem fogo...

Hasteiem essa imundice de bandeira sem emblema;

Trapo sem ideologia, sem noite nem dia, sem cor, sem rumo...

A cada novo engano, a cada novo problema, uma anátema!

Entramos pelo cano – entupidos nos esgotos de Ipanema.


As moscas procuram o suor!

Pois a cada dia que passa a pele está mais ressecada...

Desidratada... vai de mal a pior.


As mãos procuram as moscas!

Em sopapos estrepitosos; em só papo furado...

Os ditosos as esmagam sem dó.


É uma ordem: vamos todos assistir uma ópera...

Quem sabe assim uma divindade médica opera,

E novamente nos tornamos pó.


André Anlub




28 de fevereiro de 2021

Luto!

 Hoje partiu um grande amigo poeta, antologista, incentivador, rabisqueiro...  Minha primeira Antologia Poética que participei (2011), foi por convite e organização dele!







Excelente domingo

 Via: Iconografia da História (facebook)




"A aptidão das mulheres para derrubar ditaduras: Quem foi a "Guerrilheira de Waswalito”, protagonista da famosa fotografia que misturava amamentação e fuzil


Durante os anos 80, período da Revolução Sandinista, que depôs o ditador sanguinário Anastasio Somoza, governante da Nicarágua, o fotógrafo Orlando Valenzuela captou uma foto que correu o mundo, demonstrando a coragem e aptidão das mulheres para combater ditaduras.

A imagem ficou conhecida como a “Guerrilheira de Waswalito” e mostra a guerrilheira Blanca López, amamentando o filho com um fuzil nas costas, horas antes de um confronto armado contra tropas governistas.

A cena só pôde ser registrada, pois as revolucionárias impuseram a livre amamentação em qualquer lugar, já que a ditadura de Somoza havia proibido a prática em público.

Blanca tinha 14 filhos, morava em uma propriedade rural e pobre no interior nicaraguense e combateu durante 3 anos no exército rebelde, que, posteriormente, derrubou o governo ditatorial da família Somoza."

Texto - Joel Paviotti

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.