23 de novembro de 2019

Notou o Natal no naco do nervo e na nuvem


Das Loucuras 
(notou o Natal no naco do nervo e na nuvem) 

Peixes belos e pequenos
Que entram nas facas;
As espinhas enormes;
A carne macia – bacalhau e salmão.
O enfoque no aquário,
Casaco no armário e estante e livros.

Na loucura parca – como Carpas –,
Coloca-se o fermento – vira tubarão...
Predicados, borbulhas, atitudes – todos vivos;
O mundo é o aquário, o vidro é castração.

Como tarântula, pernoita, perambula
Mirando o norte se acha tudo;
Tendo tudo se deleita com a sorte.

Fugindo da morte vê-se o absurdo;
Mas ela segue na saga, cega,
Suga e ainda se veste de gótica.

As cinzas já estão reconstituídas
Se fortalecendo a cada velinha e velhinha
Nada desiludidas...

Dia de luz, mas sem festa de sol;
Sonha só com o seu azeite espanhol...
Noite de Natal, noite naftalina...
Opa ela errou, que fiasco! 
Dá uma garfada no peito de peru
E diz sem asco:
- É natalina, uvas e vinhos! 

André Anlub
(28/12/17)

21 de novembro de 2019

Excelente noite de quinta


Não te apaixones por uma mulher que lê,
por uma mulher que tem sentimentos,
por uma mulher que escreve...
Não te apaixones por uma mulher culta,
maga, delirante, louca.
Não te apaixones por uma mulher que pensa,
que sabe o que sabe e também sabe voar;
uma mulher que confia em si mesma.
Não te apaixones por uma mulher que ri ou chora,
que sabe transformar a carne em espírito;
e muito menos te apaixones por uma mulher
que ama poesia (estas são as mais perigosas),
ou que fica meia hora contemplando uma pintura
e não é capaz de viver sem música.
Não te apaixones por uma mulher
que está interessada em política,
que é rebelde
e sente um enorme horror pelas injustiças.
Não te apaixones por uma mulher
que não gosta de assistir televisão.
Nem de uma mulher que é bonita, mas,
que não se importa com as características
de seu rosto e de seu corpo.
Não te apaixones por uma mulher intensa,
brincalhona, lúcida e irreverente.
Não queiras te apaixonar por uma mulher assim.
Porque quando te apaixonares por uma mulher como esta,
se ela vai ficar contigo ou não,
se ela te ama ou não,
de uma mulher assim,
jamais conseguirás ficar livre. 

(Martha Rivera-Garrid)


Das Loucuras (zeitgeist)


Das Loucuras (zeitgeist)

E a lava corre quente, venenosa e ligeira
Pelas veias e artérias do mundo
Uma leva nada leve segue esse fluxo vagabundo
Achando todas as críticas, besteiras.

O chá preto e a mente em branco
O banco lhe cobrando taxas
As tachas perfurando o cano
O que se passa com as uvas-passas?

Aquele olhar meio de lado
Pelado, o meio-ambiente agoniza
Pois ninguém quer sofrer calado
Feito a natureza que o homem aterroriza.

Ao enforcar o outro grita que a paz é o intento
Mesmo com a lupa nunca vê a saída
É preconceito nascendo em qualquer vento...
Na venta o cheiro de pólvora da bala perdida.

O chá branco e a mente é preta
Penteando macaco e o tal cabelo em ovo
O que há de novo, que nesse fronte há treta
O que há de velho, que é nas costas do povo.

E a lava resfriou novamente
Transformou-se em estrada para um novo pouso
Alguém lá em cima vai salvar o planeta,
Já estava na hora de no fazer contente.

André Anlub®
(21/11/19)

20 de novembro de 2019

O ser notívago


O ser notívago

Avenidas vazias,
Mãos e contramãos de molambos.
Pelos mausoléus de fantasmas
Passam colecionadores de isqueiros inúteis...
Catando lixos, latas e vidas ocas.

Sem pressa, arrastando correntes
Levando seu corpo moribundo
Andam se esquivando de nada
Balançando ao vento.

Ao som de motores noturnos,
À luz dos postes e faróis...
Muitas vezes os remetem à vida de festas, 
Uma existência regada a drogas
Que foram trocadas por comida e sexo.

Expectativas são contratempos de eras
E momentos que não passam.
Das bocas as mais puras conjecturas,
Dos olhos as bulas de remédios de leituras
Desenfeitam qualquer paisagem,
Enfeiam o que de pior que há.

Na fantasia de um deles
Surge um pássaro de bela penugem
O canto: variação de tenor e gênero lírico
Sublime delírio
Com o toque de um panorama,
O inverno senta na primeira fila.

Não existem sapatos,
Pisa descalço em uma linda grama verde
Entre seus farrapos e uma velha esteira
Acabou o artefato, passou a loucura...

Chega enfim o “canto” de uma britadeira.

André Anlub

Joaquin Phoenix celebra o sucesso de Coringa

Joaquin Phoenix celebra o sucesso de Coringa: ‘É sobre o poder da gentileza’: O ator de 45 anos revelou que 'não é a bilheteria, mas a recepção' do público que realmente importa

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19 de novembro de 2019

Amazonia

No desmatamento atual, Amazônia chega a 'ponto de não retorno' em até 30 anos, diz pesquisador referência sobre clima
André Shalders - @andreshalders
Da BBC News Brasil em Brasília


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Dueto



Não vacila o versuto, verossímil e versado. 

Fato Consumado

Hoje acordei com a paleta cinza
Algo que mexia me fez de enigma
Um vibrar de cor em alto-relevo
Um afago imenso em minha autoestima

Deixo a sensação me dominar
Sinto o sangue fervendo
Tremo, não dá para segurar
É minha inspiração ao extremo

Minha mente se expande
Coração aquece e inflama
As mãos te tateiam, insanas
E a alma se desprende...

Um ritmo frenético aflora
O antes, o depois, o agora
Tudo unido nesse objetivo armado
Pode considerar um fato consumado 

As mãos agora seguras
Agarram-se ao verbo criar!
E a tela que se fazia de nua
Abraça-me em um eterno amar

André Anlub e Márcia de Sá

18 de novembro de 2019

Do Próprio Veneno (2009)



Do Próprio Veneno (2009)

Arranca o meu coração e coma
Beba minhas lágrimas de dor
Me pisa já que estou deitado na lama
Sempre fez da minha vida um horror

Vem com uma pedreira nas mãos
Com sua dinamite e punhal
Os arqueiros, guerreiros e canhões
Para sua vitória final

Porque não desiste e me deixa
Tem que rir e me fazer sofrer
Bater, cuspir e pisar na cabeça
Dizer que sou impotente a seu ver

Nunca foi feliz ao meu lado
Já me traiu com outra mulher
jamais teve comigo um orgasmo
Nem um momento de prazer qualquer

Disse que nosso filho não é meu
Mesmo eu vendo que se parece comigo
Sei que nessa taça o veneno me deu
Mas esperto eu a troquei contigo.

André Anlub®


17 de novembro de 2019

20 obras de arte marinhas russas de tirar o fôlego!



Das Loucuras (o voo e o pouso da coruja de Atena)


Das Loucuras (o voo e o pouso da coruja de Atena)

E a inspiração mergulha profundamente num cio...
A infalibilidade da coruja ao perceber sua essência,
Na metáfora proposital da “inteligência vazia”,
Deixa todos como num sonho – invídia –, a ver navios.

Segue sua vida na humildade da experiência,
Hoje se vai, ao contrário de um passado “dia do fico”...
Assimilando a lógica e logicamente, assim, mirando
E calando modestamente o bico.

O voo pela vida não é alto, pelo contrário,
É extremamente profundo.
Entra num túnel confuso, arbitrário,
Flerta com o mundo, o submundo e o sobre mundo do tudo. 

A coruja é faceira de infinitas faces,
E fazes que fizeram, fazem e farão feitos infindos.
Abre as asas e defeca nos trastes,
Agarra com suas garras e beija os bem-vindos.

Ao som de Charlie Parker passeia no parque,
Delicia-se com a delicia de ser quem é – à vontade!
Tudo que ensinarem está de bom tamanho – é de praxe...
É receptiva ao aprendizado; é devoradora de detalhes.

O pouso bem suave numa jam session é seu lema,
Seus ouvidos agradecem todo esse afago.
Por hoje basta de sacanagem, capricho ou moralidade...
Amanhã lubrificará as engrenagens para o Sistema.

André Anlub®
(18/5/19)

Viva a ignorância! Como rir, chorar e enriquecer no mercado da miséria intelectual

Viva a ignorância! Como rir, chorar e enriquecer no mercado da miséria intelectual: É preciso reconhecer a vitória da ignorância: a partir dela é possível potencializar tanto o mercado quanto a adesão acrítica a um regime político

Das Loucuras (Tarde de sábado)



Das Loucuras (Tarde de sábado)

O estreito furo do observador
A galinha ciscando no quintal
Tal de etc. de afago e dor
Enquanto a enfermeira prepara o mingau.

O que há dentro de nós?
Uma guerra sem fim;
Uma festa uníssona...
Aquele algo além do passível, enfim:
Tudo que se faz combustível.

É como se os verões quisessem sair,
Alavancando novos rumos,
Flertando com o ir e o vir,
Um futuro além de seus túmulos.

Então, enquanto o incenso invade a casa
Falsificando o cheiro puro do jasmim.
Para recomeços sempre será tarde criar asas
Se a cicatriz não se torna tatuagem assim.

Inícios, recomeços, medos, a rocha frágil, veeiros...
A roupa rasgada lavada; o pássaro preso ao viveiro.
De dia aquele clarão que põe à prova a coragem,
De noite a engrenagem que se quebra na cegueira do covarde.

Pés pisando em pequenos cascalhos,
A maresia, a adrenalina, a música e a sacanagem.
O pensar vago enquanto vagueia nas imagens
Numa bela praia do acaso;
Numa pintura de tarde de sábado.

André Anlub®
(27/3/19)






Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.