20 de maio de 2017

Dos puros ares


Dos puros ares

Te encontrei em um dia frio
no desvio que peguei na vida.
Enfim fechei a penosa ferida 
e a paixão tomou conto do ar.
E esse ar de ingênuo sonhar
penetrou pelas quentes narinas
invadiu meus pulmões, fez inflar
chegando na corrente sanguínea
como um rio que desagua no mar.
Não tem mais vil acordo
e no meu sangue que estanca
acordo da vida vazia
corto a corda da forca fria
e flerto com a flâmula branca.


19 de maio de 2017

Se expondo no círculo de fogo


Se expondo no círculo de fogo

Foi chama larga, longa, soava e suava na nave infinita...
A comunhão e o circo estão armados – e agora é pra já.
O incendiário e sua gasolina e seus fósforos e suas testemunhas,
São presságios de um tempo ruim, todavia laconicamente – sarava.

Reflita em tudo que faz disso normal; concentre-se e repense o intuito...
Nada boa essa pisada firme, homem na lua.
Nada bom esse meteoro no início do tempo em contradição.

O fogaréu surge na resistência da resiliência do corpo em chorume,
Andando e tateando torto como boi sambando no estrume,
Como morcegos sedentos na alma fervente de uma aflição.

Peito estufado, estafado; mão segurando a corda para a forca,
Olhar ingênuo, andar calmo, matreiro e a liberdade berrando.
Dá as caras, as cartas, faz aposta na pista; palpites errados...
Peito lotado de ar fresco; mente lotada de peçonhas e carrascos.

Na boemia dos sorrisos os copos transbordando dançam...
Gente saindo – chegando, as vozes ficam baixas e altas – todo ouvidos.
Será que brota compaixão nesse chavão vadio e malfeito?
Apressado, exprimido, voos altos e baixos – oprimido.

André Anlub
(19/5/17)

18 de maio de 2017

Mais sobre tal arrepio


Mais sobre tal arrepio (25/2/14)

Diga-me tudo sobre o tempo
Sobre nosso amor
E os ventos que levam e trazem.

Se quiser que eu cante
Ou monte num elefante
E vá desbravar o entrave.

A viagem está só no meio
Em sua melhor parte.
Onde na paisagem não há feio
E parece única e conhecida
Mas é lua e novidade.

Os dias são sempre belos
Se libertamos os olhos
Para os aspectos.

Espertos andam sempre lentos
E em certos momentos
Abrem os seus velcros.

Podíamos perpetuar o amor
E passar os anos
Quiçá as décadas
Por que não milênios?

Vejo em equivocado intento
Pessoas engomadas
Com ouro nos dentes
Mas companheirismo em lata.

Agora o vento bate as portas
Fecha as janelas
Tapa ligeiro as frestas.

Tudo agora leva a crer
Que o breu fará morada
Mas não aconteceu.

A luz da nossa história
Iluminou com glória
Toda a madrugada.

Bonjour


Uma linda nebulosa me persuade
Fico com receio de satisfazer meu arroubo
Mas meus pés nesse solo quente que arde
Não conseguem permanecer sem meu voo

Logo que começaram a reciclar o lixo
certos indivíduos
inúteis e presunçosos
perderam um adjetivo.

A cobiça gasta seu tempo e cansa seus olhos
pois os deixam perdidos
em um frenesi baldio.

Papo reto:
viver não é o bastante
queremos por perto os afetos
sexo, chocolate, diamante
mesmo que por um instante
só para querermos de novo.

17 de maio de 2017

Tempos e tempos



Existe o mundo como enorme tela branca, à qual tem que curvar-se para pintar perto do chão e todos observarem, ou subir a extensa escada para o pincel alcançar o limite onde a visão é parca. A tela onde alguns pintam a pobreza, outros o conforto, alguns criticam – não gostam, atrapalham as pinturas; tentam lavar com água e sabão enquanto a própria consciência fica aguardando o esfregão. Eles existem e coexistem, mas muitos deles nem sabem o que é pintar.

É um novo tempo, e a mais nova maquiagem,
da engrenagem que a ferrugem não come.
A bondade sendo real ou miragem
é o mal travestido em nós (bicho homem).

Essa minha metafórica escuridão saiu do incoerente ostracismo,
viu a luz do dia e subiu até a nuvem mais supina; fez vigília,
até que do nada resolveu tornar-se poesia, arco-íris.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.