16 de agosto de 2019

Das Loucuras (o meu bem por ai, nas esquinas e praias)


Das Loucuras (o meu bem por ai, nas esquinas e praias)

Os amores busco na intenção mais profunda
Em territórios perigosos, porém tentadores
Escapando dos horrores da catacumba
Abraçando a mais profunda filosofia das flores.

Jogo o acaso para o alto, confirmo a fluidez
Tenho a rigidez de um pé de eucalipto.
Ambientes adversos, alarido e mudez
Levando a crer que nunca fez tanto sentido.

O profeta sempre vem com boas novas
Nessa vida vigente, e na próxima sonhada.
Tudo há de se realizar – de um medo ou de outro
Do pavor do ser tranquilo – do que se aprova.
Churrasco rolando no cemitério, mendigo dando risada
Almas criando forma e corpo num Eu absorto.

Dialetos ao contrário, pá de cal...
Um radical conta a história de uma moça ausente
Que queria tudo novo, de novo, nessa vida presente
Todos os dias, agonias, enquanto esperava o arrebol...

O museu reformado e fechado, 
Por que não inaugura novamente?
Ninguém se atura, na sua frente o espelho, ao seu lado...
Agora só há de se contentar com o seu eu incoerente.

Bossa velha, old wave, novo velho,
Bosta rolando pelo escaravelho
Guiado pelas estrelas, pelos cometas que passaram rente...
E nessa altura da mente, nesse ouro e prol,
Tudo é essa coisa que se renova num novo sol.

O amor costura o tempo, unindo o belo e o sombrio,
Num breve acalanto, surge o meu sorriso de vampiro,
Expondo os dentes para toda essa gente que admiro.

A mudança chegou, trazendo móvel velho e nova cama
Tirando-me da lama e colocando-me de gosto no frio.
Assim – chegar chegando –; assado – amou e ama.

Tudo é estalo que se acaba na última linha do fio.

André Anlub®
(16/8/19)



14 de agosto de 2019

Excelente noite a todos



ESCOLAS E DOUTRINAS DO VEDĀNTA

O Vedānta-sūtra de Bādarāyaṇa (ou Vyāsa), também conhecido como Brahma-sūtra, é o texto fundamental do sistema filosófico (darśana) do Vedānta, que é conhecido como o “ensinamento final dos Vedas”. O darśana do Vedānta se desenvolveu como um sistema de filosofia baseado no ensinamento das Upaniṣads. O Vedānta-sūtra, as Upaniṣads, juntamente com a Bhagavad-gītā, constituem a base trina (prasthāna-traya) desse sistema. 

O Vedānta lida com cinco temas principais: 1) a natureza de Brahman, a “Realidade Última”; 2) a natureza de jīva, a “alma individual” e sua relação com Brahman; 3) a natureza de prakṛti, a “natureza material” e sua relação com Brahman; 4) a natureza de sādhana, o “meio” de se alcançar o Brahman; e 5) a natureza de sādhya, a “Meta Suprema”.

Geralmente quando se fala do Vedānta, todos logo pensam no Vedānta Advaita de Śaṅkara. Mas esse equívoco – resultante da escassa informação disponível sobre a história do pensamento indiano e da generalização sectária feita por mestres hindus nos meios acadêmicos – nos impede de ter uma visão clara e fiel da tradições védicas e dos grandes ācāryas (mestres tradicionais) que se estabeleceram e se destacaram com base na sua exegese teológica do Vedānta sūtra. 

Esses sūtras foram interpretados por diferentes comentadores, que, com sua exegese, estabeleceram a autoridade das diferentes escolas ou tradições (sampradāyas) do Hinduismo. A seguir apresentamos as escolas mais importantes e conhecidas:

1) Smarta de Śaṅkara, com a doutrina do Advaita (“não-dualismo”).

2) Śaiva de Bhāskara, com a doutrina do Aupadhika-bhedābheda (“diferença e igualda-de condicional”).

3) Śrī-vaiṣṇava de Rāmānuja, com a doutrina do Viśiṣṭādvaita (“não-dualismo qualifica-do”). 

4) Brahmā-vaiṣṇava de Madhva, com a doutrina do Dvaita (“dualismo”).

5) Rudra-vaiṣṇava de Viṣṇu-Svāmi/Vallabha, com a doutrina do Śudhādvaita (“não-dualismo purificado”).

6) Kumāra-vaiṣṇava de Nimbārka, com a doutrina do Svabhavika-bhedābheda (“dife-rença e unidade inerente”).

7) Gauḍīya-vaiṣṇava de Śrī Caitanya/Jīva Gosvāmī/Baladeva Vidyābhūṣaṇa, com a dou-trina do Acintya-bhedābheda (“diferença e unidade inconcebível”).

13 de agosto de 2019

Excelente final de tarde aos caros amigos






Coração partido

Foi-se, que agora a foice veio com destreza,
Separando o belo da realeza; talhando a beleza em duas partes.
Viu-se derramar um sangue azul, quase turquesa;
Ouviu-se o doce cantar da ave, quase em alarde.

Nacos, fragmentos, lamentos, nada parcos...
Espalhados ao chão como colcha de retalhos.
A luz adentrava acanhada, cabisbaixa e em silêncio,
E por um momento o girar do mundo estacionava.

Perdido, em derradeiro suspiro, o coração fez-se em eco,
Voltado à saudade, abraçando imagens de contentamento.
Foi-se tal tempo, mas há de vir/ver o novo e leal tempo...
Rescindindo o vil silêncio; reacendendo o vão cego. 

Memórias que abrem uma janela e colam seus bocados,
Estancando o sangue na esperança do vindouro;
A prata tornando-se ouro, diante disso torna-se nada...
Achado, em novo encargo, vê-se reconstituído, fortificado.

André Anlub


12 de agosto de 2019

Um ser imbatível




Um ser imbatível

Avise-me quando tiver um tempo,
Caso eu não esteja, por favor, deixe recado.
Passo por maus bocados sem a menor notícia sua,
Vivo um grande tormento olhando os velhos retratos.

Para o meu conforto tenho seus poemas tatuados,
Ás vezes os leio a esmo para desmanchar possível mácula.
Vejo uma fábula que outrora romance barato,
Erguer-se das cinzas, renascer do cálido aborto.

Agora vago tão-só, sem rumo, em nuas noites sem lua,
Em garrafas de gargalo torto, vivo com a vida nas mãos.
Cambaleando na esperança do zero multiplicado por doze.
Na dose dos passos brandos, gasto meu quinhão.

É, sou impostor vivente, fantasioso e sensível,
Mas é vantajoso passar o inverno nessa novela.
Pinto com aquarela a imagem de um deus no céu,
Escrevo no papel minha quimera de um ser imbatível.

E digo mentiras, mas tambem essa grande verdade:
Não há nada mais indomável 
do que uma mulher sem vaidade.

Andre Anlub



Ótima semana



Cada novo dia

As vertentes da vida não espantam,
Descrevendo e despontando ao mesmo tempo
Inúmeros caminhos – diversas situações
- Algumas incógnitas e outras corriqueiras,
Mas assim bem desse jeito estará sempre bom...
(que assim seja).

Ficaram de expor aos enamorados o bendito endereço,
Aonde mora, em qual rua, cidade, país e planeta,
O endereço daquele que sabe tudo sobre as paixões.
Ah, tolos: acreditaram – acreditamos.

Sorriu aquela criança afobada
Correndo atrás de sua pipa,
Quando o vento parou e a pipa caiu;
No outro lado do globo também sorriu o adulto insano,
Com o vento soprando muito forte, cingindo sua vida,
Levando seu barco através do oceano 
E concluindo seu plano de finalizar o delírio.

Nas pontas dos raios do sol residem os diamantes,
São mistérios que tornam o viver mais venturoso;
Chegam à nossa alma desfazendo os esboços,
Iluminando soluções e colocando desenhos nos íntimos.

No brilho da lua há o domínio do soluto em um minuto,
Deixa a impressão de fleuma nas naturais brumas internas;
Afasta os temores do à toa, do naufrágio, 
Da morte e talvez até dos vivos.

No brilho do sol e da lua existe a lucidez de um menino,
De um ou dois meninos, de dois ou todos eles...
(o menino da pipa e os meninos de todos);
Mesclam com discernimento a loucura da alegria
Com a batalha de viver cada novo dia.

André Anlub®


Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.