27 de dezembro de 2010



Cotidiano

Com idade de ser um homem feito
E com defeito que carregamos no peito
Faço uma rima com carinho e verdade
E não imagino como seria de outro jeito

E não aceito essa tal desigualdade
Com respeito durmo tranqüilo no meu leito
E acordo as cinco horas com muita vontade
Faço um verso para alegrar o meu dia

Vou correndo pra bendita labuta
Não vou xingado igual uns filhos da truta
Vou contente sabendo que mesmo tardio
O meu salário aparece no bolso

O meu esforço jamais é a esmo
Minha índole continua um colosso
Por um momento paro e escrevo
Por um segundo paro e te ouço

Me dá um abraço e me deseje bom dia
Pego a marmita e encho de novo
Carne moída e um bocado de ovo
Para dar sustância e também energia

Logo às seis horas largo esse batente
Vou ao dentista arrancar mais um dente
E chego em casa com uma fome danada
Marco presença com minha doce amada.

André Anlub

15 de dezembro de 2010

Curriculum Poético



Curriculum Poético

Começo pelo modo mais fácil
Entrego o meu ser por inteiro
Espero uma solução instável
Busco o dito amor verdadeiro

Nunca fui exigente demais
Também não sou perfeccionista
Visto a camisa da paz
Não vivo a vida seguindo uma lista

Não traio e não suporto traição
Atraio para mim uma forte energia
Dispenso qualquer tipo de apresentação
No sexo faço a dois a minha orgia

Amo a natureza em geral
O mar, sol, lua o sul e o norte
Penso que recíproca é uma coisa normal
Não temo, nem subestimo a morte

Dinheiro para mim não é tudo
Contudo, tê-lo não faz mal a ninguém
Grandeza muitas vezes é absurdo
Humildade sempre receberá nota cem

Não sou nenhum vegetariano
Amo um bom filé mignon
Faço aniversário todo ano
Não minto minha idade em vão

Não me importo com cor, religião ou time
Sou uma pessoa fácil de conviver
Não me chateio se falam que meu verso não rima
Mas fico triste se a pessoa não ler

André Anlub


Inocente e Réu

Onde andei, por caminhos difíceis, sombrios e íngremes
Descobri a esperança, o renovar de cada andança, caridades e crimes
Passeando e observando no caminho, pássaros que vão e vem com gravetos no bico
Lembro de outras épocas, ninhos de cantos e gemidos.

Uma vida de baixos e apogeus.

Sinto saudade, sinto o perdão que outrora não conhecia
Aprendi, durante esses anos vividos, a amar e saciar a quem me sacia.

Doar-me mais e cobrar menos, a ser moderno amando o eterno, ser bom aprendiz
Aprendi a controlar minha raiva, ter paciência, pisando em ovos passando feliz.

Nesse caminho, a luz de fogos, declamo mansinho os versos teus
O vento mexe as margaridas, campos de trigo, a minha vida, baú de amigos.

Em outra vida eu fui um rei, ou fui um príncipe, bobo da corte ou um plebeu
Quem sabe hoje eu te visito e faço um bolo aos sons antigos.
Só tu e eu.

Na paisagem de tua janela, de frente ao lago, o pôr do sol
E no crepúsculo, ouvindo os sapos, os violinos, clave de sol
Sinto o toque divino, no verde e no azul piscina do céu
Vejo que ainda sou menino, sou desde pequeno, inocente e réu.

André Anlub

27 de novembro de 2010



Diamantes de Sangue

Como um presente esperado
Nas mãos, aquecidas com luvas
Estendidas e espalmadas
Lisas e leves como plumas.

Alcançam um inferno estrelado
Abafam gemidos e gritos de dor
Que por fim, pensa que toca o amor
Coroam um rei e seu reinado
Ouvindo o mais terrível louvor.

Um diamante vindo da África
De suor, de sal e sangue
São pedras, a saga de uma gangue
Que alimentam, com a fome, sua máfia.

O povo, com humildade e inanição
Comete em si próprio, eutanásia
Perde o orgulho para a ambição
Não vê que de certas bocas saem falácias
E anda, por pura vontade, na contramão.

E assim, mais uma vez explorado
Sem arma, comida e força
Um continente, que o contente ficou atolado
Tem o tamanho, a dimensão da sua forca!

André Anlub

15 de novembro de 2010



Uma Carta

Olhem a carta que ela escreveu para mim:
Termino aqui nossa relação
Abra a geladeira que irá ver que comi todo o pudim
Dei para os pombos todo o pão
Joguei óleo queimado no seu jardim

Pintei com esmalte todos os seus quadros
Rasguei as fotos das suas ex
Pintei de rosa seus armários
Você nem reparou, já faz um mês

Apaguei seus contatos de e-mail
E todas as músicas do mp3
Eu quero mesmo criar devaneios
Faria tudo isso outra vez

Coloquei roupa de bailarina no seu Pitbull
O Saddam ficou uma gracinha
Pode me mandar tomar cajú
Porque ainda desfilei com ele na nossa pracinha

Joguei no seu carro o resto do saco de polvilho
Fiz um bigode na foto da sua mãe
Xinguei o operador do pay per view
Já não vai poder mais ver o brasileirão.

To be continued.......

André Anlub [Poeteideser]

25 de outubro de 2010



Inquilino
Pela sutileza do olhar de Rosa, já sabia o que queria, não devidamente falado, não claramente pensado, mas sempre demonstrava com o olhar o que antes pensara. Um domingo como qualquer outro, frio lá fora, as árvores cobertas com uma fina camada de orvalho balançavam com o vento forte e gelado que vinha do sul. Aqui dentro, nessa casa velha de madeira e forno a lenha, a temperatura era mais amena, enquanto houvesse lenha haveria calor, os cupins comendo as paredes, uma velha escrivaninha no canto da sala brilhava porque recebera um presente meu, uma lata de verniz que achei no porão; fez a mesma que outrora estava sem vida, ficar linda, com jeito pueril, uma anciã tornando-se novamente criança.
Entardeceu, nuvens negras no céu, eu e Rosa no ostracismo nessa casa, sem recursos, com inúmeras goteiras, o que poderia mais acontecer, nos perguntávamos. Lá de fora ouvimos um som estranho um pouco abafado e sem direção, o som foi aumentando, ficando bem mais perto e mais grave, claro e objetivo, era um urso pardo, grande, e pelo cair de suas babas, faminto; corremos para o porão, não havia luz no âmbito, nem pela janela entrava algum filete de luz, a mesma havia sido coberta por pedaços de galhos e árvores que caíram.
A porta da sala foi-se abaixo, o urso havia entrado, foi de encontro a nossa mesa, esbarrou no rádio que caiu e ligou, ficamos todos ao som de uma música calma e bela. Não dando atenção ao ocorrido comeu o resto de provisões que tínhamos, e depois se deleitou, dormindo, com o calor da lareira e ao som de Carole King.

André Anlub (28/6/09)

26 de setembro de 2010



POLITICAGEM (Parte 1)

Se liga que vou te contar agora
Como acontece essa triste estória
O lado mais pobre um trabalho árduo
O outro lado representa a escória

Uns morrem de fome numa fila
Outros compram porcelana
Uns se perdem da família
Outros brigam por herança.

Viver com dividas não é vantagem
Você é quem paga essa politicagem
É vereador, deputado, senador ou presidente.
E o povo ta doente ta sem dente ta demente

Politicagem os babacas e as bobagens.
Cara de pau, ipê, jacarandá
Até onde essa zona vai parar.

Pra tudo ele tem resposta
Sempre uma proposta
Sem jeito, indecorosa

Sobe em um palanque
Um terno, uma gravata
Com um sorriso
Preparando a mamata.

Estende as mãos
Estende os braços
Se desfaz em pedaços
Tudo vai resolver.

O mundo ficar quadrado
O inferno, congelado.
É só ele prometer.

Já sabem de quem eu falo ?
Mas é melhor, eu me calo
Se não, vão me prender.
Vou indo sem rumo sem graça
Andando por toda praça
Até desaparecer.

André Anlub


POLITICAGEM (Parte 2)

É um pais que reina a violência
Um governo uma indecência
Discursos sem coerência
Sem jeito nem vontade de mudar.

Vai chegando a época
Aparece a solução
Para fome os buracos o transito,
É eleição!

Aumento de salário,
Acabar com as filas
Escola para as crianças
É ilusão para as famílias.

Invadem os rádios, os postes e a tv
Depois o sujo o porco é você

Enganam o povo, falam mentira
Estão loucos pra mudar lá pra Brasília

Ms essa história não termina aqui
sem um emprego virando faquir
faça uma greve ou vá para as ruas
saia da lama
a escolha é sua..

E assim levamos a vida
Abrindo e fechando a ferida
Lutando pra isso acabar

Durmo assustado também
Rezando esperando alguém
Pra tudo melhorar, amém...

André Anlub maio/2002



NÓDOA (Integra)

Passou percebido como um terremoto
Teceu vários olhares
Sons inóspitos para alguns
Agradáveis para milhares

Rebeldia de uma meretriz
Capitalista convencional
Compra, comprará, comprou, quem quis
Absolutamente fenomenal

Mulher perfeccional e pérfida
Adjunta de tudo e todos que te convém
Sua índole muito maléfica
Fazia do mais importante um ninguém

Seguia com o nariz apontando para o céu
Fazia de qualquer Deus um réu
Mais bela, inteligente e realizada
Dona do tudo, quase tudo e do nada

Sempre foi uma rainha que não transige
Não precisava de um rei só
Não tinha dó, nem ré, mi, nem lá......
Quando morresse viraria ouro em pó

Essa rosa linda do jardim
Teu perfume surreal
És oferecidas para mim
Em uma crise existencial

Subjugava teus valores decorrentes
Não te importas com a dor
Nunca és coerentes
Somente de tua própria vertente

Engoles o mundo e arrotas
Esnobe como sempre és
Abre tuas idéias, comportas
Perfeitas da cabeça aos pés

Ergue muralhas de beleza
Sem fim e nem comparação
Melhor que a mãe natureza
Tens o universo nas mãos

Quando morreres virarás pó de ouro
Todos no mundo irão chorar
Pois perderam o maior dos tesouros
Nódoa, dona de tudo que há.

André Anlub


Um Moinho

A travessia é dura
Dias de chuva, noite de frio
Dias bem quentes, noites sombrias

Nesse caminho confuso
Nessa estrada sem placas
Entre o reto e o obtuso
Todos afogam suas mágoas

Com a bota furada
Pisando em barro ou em pedra
Pronto em pé ou na queda
Tiro o melhor na caminhada

Se encontro uma rocha grande
Serve para descansar
Se encontro um mar
Sou filho de navegante

Se a fome quiser ser minha sombra
Como um pedaço de pão
Se não saciá-la
Posso matar um leão

Tudo posso e tenho
Se a força não me faltar
Como um moinho de água
Que mesmo se o poço secar
Usa o vento pra roda......
Nunca parar de girar.

André Anlub

22 de setembro de 2010



O DONO (Íntegra)

Pulando de nuvem em nuvem
Jogando bola com o sol
Pintei o arco Iris de preto
Mostrei a língua pro furacão
Usando um vulcão de privada
Canal do Panamá de piscina
Posso estar em qualquer estrada
Posso dobrar qualquer esquina
Eu uso a Itália de bota
Bebo a Via Láctea no café
Sou Deus que troca Venus pela lua
E depois me escondo onde quiser
Tudo eu posso e faço
Tudo com minha criação
Poeta da tinta do espaço
Sou dono da minha imaginação
Buscando plenitude e paz no dia a dia
Nas águas límpidas do saber viver
Achando sempre muito mais
É assim que tem que ser
Choro por muitas vezes sem motivo
Posso chorar por você
Estendo a mão a qualquer inimigo
Simplesmente por não querer vê-lo sofrer
A luz e o sol se completam
Mesmo sem se tocarem
Faço inimagináveis incógnitas
Sou vultos por todos os lugares
Quebro a barreira do som
Posso fazê-lo ou não
Mas mostro o poder maior
Que é grande nesse meu dom
Falo em línguas estranhas
Olhe por todos os ângulos
Dono de todos os tesouros
Mestre de todas as façanhas
O som das ondas é meu grito
Refugio das manhãs tristes
Um vulcão que sangra com meu sangue
Dias mais que felizes
Deito-me devagar vendo a terra tremer
Sempre ao levantar, meu suor, orvalho
Piso na neve para fazer planícies
Com poesia choro chuvas sem querer
Na escuridão de um fechar de olhos
Pensamentos voam como falcão
Vagueiam em um amor que nunca existiu
Falhas de canyons, rachaduras do coração
Estar irritado é impossível
Extinguirá a vida e o mundo
Sou totalmente previsível
Nunca serei um moribundo
Acordei um pouco cansado
Pensei em apagar o sol
Dei um sorriso mal humorado
Fui caminhar dormindo acordado
Bebi toda água do rio Negro
Usei uma nuvem como espuma de barbear
Subi no cume do Everest buscando sossego
Mas já havia gente por lá
Com uma pirâmide palitei meu dente
Usei o lago Ness como espelho d’água
Fui para o Aconcágua, mas também havia gente
E lá rio Tamisa afoguei minha mágoa
Posso ser o dono, mas mesmo assim sou gente
Crio o universo, mas também me enfastio
Vou já indo para Marte como um indigente
Gritar feito louco como uma gata no cio

André Anlub

10 de setembro de 2010




Na Fazenda

Gosto de dias nublados, com cheiro de mirra
De sentir em mim, leve brisa e preguiça
Por tanto apareça e me faça uma surpresa
Venha no próximo trem, você, minha sina.

Faço um café e massa de pão
Vou ordenhar algumas vacas e preparar queijo minas
Pegar alguns ovos e fazer omelete
Ponho a mesa e acendo o fogão.

Eu sei que vou repetir que você me fascina
Eu busco na minha vida, carinho e perdão
Carinho pela carência e perdão pelo passado
Às vezes eu penso que o amor sempre chega atrasado
Mas vejo a minha idade com o mundo nas mãos

Nas mãos também tenho a faca e o queijo
E cada pedaço que como faz falta o doce do beijo
É o sabor que faltava de uma goiabada
Então espero você chegar minha quimera amada

As rosas e margaridas clamam seu nome
O orvalho começa a cair como uma lágrima divina
Começa uma leve chuva como purpurina
Mas logo as nuvens negras, dissipam e somem

E sua mão abre o portão chamando meu nome.

André Anlub

4 de setembro de 2010



Teus Cantos

Quero agora tocar-te
Teu corpo de seda
Teus lábios de veludo
Quero voar em teus olhos azuis
Trocarmos de línguas
Fazer-te um filho
Ou só ficar no tentar.

Quero meditar contigo
Ser o primeiro e o último
O maior e o melhor
O mais amado
O menos temido
Quero chamar-te de meu amor
Por entre carícias, pernas e braços
Relevos e aperitivos
Amar-te sem fim

André Anlub

29 de agosto de 2010




Daí a César o que é de César

Experimentar o néctar da vida e poder sentir a pureza.
Com toque de plumas, sons harmoniosos.

Uma vida é um desabrochar, sabor doce do mel, um fel de todo amar que deflagra na emoção do sentir.
A auto piedade é companheira íntima do flagelo, e nesse doce, nesse marmelo, não entra a calda do reprimir.

Acrescento no arco-íris, ao lado do amarelo, um azul petróleo que faz exprimir.
Denota o lado escuro de uma bela cor
No trajeto, o inicio e o fim.

Em outras palavras......

Que em toda beleza pode existir algo ruim!
Tudo é valido, do ponto que se vê

Aproveite o sol que resseca uma folha
Aproveite a lua que inspira você.

André Anlub

12 de agosto de 2010



Somos Homens como outros quaisquer

O homem sempre deixa, e deixará, sua marca no mundo
Uns com massa no encéfalo, outros com punhos de aço
Muhammad Ali, Cassius Clay, Popó ou Mike Tyson
Sigmund Freud, Buda ou até o velho Picasso

Voltamos no tempo, na memória, e vamos mais fundo então
Jesus Cristo, Moiséis, Lutero e um tal de Rei Salomão.
Alguns homens apenas viveram, outros foram gigantes
Buda, Thomas Jefferson, Davi, Alexandre o grande

Homens com garra
Homens com fé
Homens guerreiros
Outros homens quaisquer

Não desmerecendo os homens mais atuais
Que a força ou o dom vieram ao nascer
Fazer poesias, pintar, lixeiro, qualquer que seja a labuta
O importante é ser humilde, honrado, honesto e crescer.

Fico de pé, bato palmas e uma lágrima cai
Com a amizade e o amor, para frente sempre se vai
Não importa o tamanho, ou a frequência, das pedras no caminho
Devagar se chega longe, e acredite, nunca sozinho!

André Anlub (11/08/10)

7 de agosto de 2010




O Desenho

Apenas desenhei seu rosto
Com sombra e luz
Com ar de desgosto
A melancolia que lhe conduz

Comecei pelos cabelos
Completamente lisos
Tom de fogo na madeira
Deixam de paixão vários vestígios

Os olhos de pantera
Brilhantes e verdes
Esfaqueiam de repente
Meu desejo, minha quimera

Boca que não tem igual
Toque de refúgio sensual
Se movem em câmera lenta
Cria um desenho na beleza que ostenta

Depois de pronto fui ao extremo
Beijei ardentemente sua face de papel
Tintas me borraram todo o rosto
Fui de palhaço ao céu

André Anlub

31 de julho de 2010

POESIAS DE POETAMIGOS




Vestígios

A sombra segue a marcha das estações
sem notar se é outono ou inverno.
Acompanha-me, servindo-me companhia,
numa insensatez absoluta e verdadeira,
que inspira toda a realidade...

É a existência que em si inicia e se expira.
Remate e principio de uma extensa espera,
ora jardim, ora brejo, às vezes deserto.

São vestígios das divergências
de todos os sentimentos disfarçados e universais

São meus dedos roçando-lhe a boca
de palavras frívolas e sofrimento.

É o extenso olhar que nenhuma pessoa
compreende e, que mesmo assim,
não se entrega...

Marinete Fátima Silva
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Laços

Sejamos o silêncio,
palavras que ressuscitam
escorrendo pelo tempo sua efemeridade

Sobre a ausência e a solidão
nossas almas se entrelaçam
e partem tal nômades
em busca das verdades únicas e eternas

Carregam a nostalgia da perfeição
os sonhos ganham asas e luares,
somos a noite antes do principio e do fim

Meu olhar ajoelha-se ante tua luz
a voz emudece sob teu canto
somente o amor cresceu;
qualquer sentimento curva-se
diante da beleza majestosa desse encanto.


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 01/08/10
Código do Texto: T2411518



UM RESUMO

Como um feixe de luz na alma
Prisma de paz e harmonia no coração
Decorei com palavras minha vida
Sobretudo sobre a verdade e a emoção

Sem palavras, com argumentos
Com intenções, sem pretensões
Sem cenas, com acontecimentos
Com e sem acomodações

Vou levando iluminado e iluminando
Voando, nadando ou andando
O importante é chegar
Em algum plano e lugar

Com calma e paciência
Inteligência sem demência
Muita inspiração e imaginação

Escrevo nas linhas os poemas
Os sentimentos, histórias e momentos
O âmago da minha emoção

André Anlub [Poeteideser]

29 de julho de 2010



O Ser 2000 (Íntegra)

Nasceu mais uma bomba relógio
O rebento prodígio atual feito de negação
Pólvora circula nas veias desse ser biológico
Pronta entrega de emoção

Expondo tudo e todo sentimento
A todo momento, a todo lamento
O torno apertando seu cérebro
Célebre pessoa de mãos dadas com seu sofrimento

Escorre por todos os seus dedos
Essa animação que outrora desanimada
Do nada mais uma semente germina
Mas que acaba por dar em nada

Acabou o sonho e com ele vem o pesadelo
Ecoam no céu gritos de infelicidade
A normalidade é mera conjectura
O caos é pura formalidade

hoje é um dia comum
Defecam em um povo pobre uma bomba
Um Deus qualquer para causar discórdia
Um outro para o próximo afronta

Estou aqui e pronto
Estupefato com o fato
É assim a bola poluída
Me largaram nessa ralo

Nasci para fazer volume
Excesso de contingente
Ta lotado de estrume no mundo
Pensando e fingindo ser gente

E a camada de ozônio?
E a massiva perda do hormônio?
Tudo enferrujado e imundo
Onde se compra os neurônios?

Um botão para acabar com isso
Urânio solto no ar
Um sorriso, um compromisso
Flatulência da bomba H

Acabar de vez com essa bola
Jogar fora todo esse lixo
Matrimônio do errado com a escória
Terra de gente virando bicho

André Anlub

25 de julho de 2010

DIA 25/7 DIA DO ESCRITOR




O 25 de julho foi definido como dia nacional do escritor por decreto governamental, em 1960, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de seu presidente, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, Jorge Amado.

MINHA ESCRITA (Íntegra)

Peguei a caneta
Minha lança verdadeira
Comecei a rabiscar
Coisas sérias, besteiras
Algo triste, algo alegre
Frases simples, outras não.
Dia a dia me persegue
Sublinhando a solidão

De tanto escrever verdades
De tanto nelas acreditar
O papel é paisagem
A tinta um pássaro a voar

Junto as letras, formam idéias
Junto idéias, meu viver
Os meus passos, centopéia
Me levaram a escrever

Uma paixão inofensiva
Difundida no querer
Muitas vezes explosiva
Jeito alegre de sofrer

Sofrimento prazeroso
Pessoal e corriqueiro
Muitas vezes saboroso
Doce, brigadeiro

Nas vogais, nas consoantes
Nos acentos, nos acertos
Bem melhor do que era antes
Apagou o meu sofrimento

Minha imaginação me ama
Ela me dá as mãos e me acode
E minha melhor amiga e me ajuda
Minha esperança e cura

Não imagino viver sem ela
Não suportaria sua ausência
Minha paisagem do infinito na janela
Cores e letras das criações do conjunto na cadência

De tempo ao tempo
Tá rápido, tá lento
Talento nato, trapo
Tento

Escuro, curo com ar puro
Procuro em um puro ar que cura
Arquitetura

Eternamente clara
Compara ou sem
Eterna e rara
Raramente

Escrevo meu trampo
Saem palavras, sentinelas
Exponho firme as idéias
E na mente semeando os campos
Belas sementes
Feios enganos
Insanos

De repouso entre um suspiro e outro
Acamado entre o amar e ser amado
Coração bate forte sendo fraco
Pensamentos voam soltos, indo alto

Minha escrita está submersa em azul anil
Com sentimentos verdadeiros e inventados
Vagueia entre o real e o senil
Persegue o concreto e o abstrato

Língua solta e comprida
Profere idiomas mal falados
E alados levam poemas declamados
Aos ouvidos que se deixam ser ungidos

Uma dor quase sempre vira escrita
Escrivaninhas, com papiros, suas penas, velhas tintas
O que não se limita, muitas vezes quer ser lido
E o que é lido no respeito não se imita.

Segue assim até nascer do branco pó
O rebento que do chão fica de pé
Que se engasga com as empáfias, o alento
Por um momento ri de todos ao redor.

André Anlub

21 de julho de 2010


Uma oração sem fé

Cheguei cedo ou chegaste tarde
Que tal ajoelhares e fazeres uma oração
Pode ser São Jorge ou qualquer outro Santo forte
Não fales alto ou faças alarde, me dês a mão

Nunca peças o que não queres
Não venhas a ter o que não vais usar
Afogares-te nas ostentações
É os pior dos desperdícios

Se és meu amigo digas a verdade
Uma flor fere sem querer?
Com sua beleza e sensibilidade
E seu espinho para proteger

A fé é quase nada se andar sozinha
Tem que estar acompanhada com a bondade
E a sorte também será bem vinda nesse pacote
Quem atirar a pedra para cima, poderá senti-la ao descer.

Sem fé tua oração é mera conjectura
E nesse momento não cabe a essa realidade
Palavras cruas, diamante bruto
A semente mais pura que nunca irá nascer.

André Anlub [Poeteideser]

PINTURA INCRÍVEL



PIADAS SOBRE RELIGIÃO (JÔ SOARES)

20 de julho de 2010


Isso é um Amigo

Um olhar fixo, diretamente
O sentimento amigo coerente
Abrigo concreto que podemos contar
Puro e certo, sempre e em qualquer lugar

Abras as portas para o destino
Tenho um escudo forte que é a amizade
Sem ter medo dos perigos no caminho
A situação está totalmente controlada

Não há mais tempo ruim
Não mais há sofrimento
Se há sempre alguém pronto para me ouvir
Se sempre há alguém em pronto atendimento

André Anlub

18 de julho de 2010



INTERIORZIM

Fogão a lenha e tutu
Feijão, arroz e angu
Som bom de viola
Criançada vindo da escola
Feijoada no final de semana
Um suco misturado com cana
Um grilo e sapo pra gente ouvir
Uma boa rede pra dormir
Fogueira a noite
Muito mosquito a zunir
Todos na mão um açoite
Um barulhim de grilo pra deitar
Uma companheira pra acompanhar
Aos sonhos abandonada
Entre pesadelos e tormentos
Indo do tudo ao nada
Entre o inferno e o firmamento
Noites frias, noites quentes
Poesias com um tom de amor
Pensamentos, varias mentes
Nos unimos nesse fervor
Para evitar ter tédio
Me encontrei na brincadeira
A infelicidade tem remédio
É só não se preocupar com besteira
Viver simplesmente a vida
Não falar asneira
Qualquer porta é a saída
Não magoemos ninguém
Para não sermos magoados
Na vida ninguém é de ninguém
Assim todos seremos respeitados
Provo um beijo de amor
Mas o seu me apetece mais
Nunca quis o de outra
De outra pessoa jamais

André Anlub

15 de julho de 2010


Somado Ao Mais Do Múltiplo Do Resto (Íntegra)

Beija-me com todas as forças
Diga-me que sou eterno
Nunca me esconda que é moça
Quero viver amor paterno

Sempre no sossego da calma
Desnudo de satisfação
Negas a libido que alcança
Filha da disposição

Tudo somado ao mais do múltiplo do resto
Incesto que nunca ocorreu
És o meu por isso confesso
Embriaguei-me de um sangue teu

Seco por fora e por dentro
Molhado pela imaginação
Sorrindo de puro desprezo
Chorando bicas de solidão.

Um ostracismo ímpar
Incontestável peso na consciência
Ciência que nunca será resolvida
Pode chamar Freud e a realeza

Minhas palavras podem ser falácias
Mas são farmácias para te curar
Não há no ar remédio mais poderoso
Bebido, eleva em demasia sua grandeza

Nem sempre procurei em ti só beleza
Quero abrigo, anseio, sinceridade
Dispenso a atração carnal
Só atrai mais ansiedade

Por fim peço sua sola na minha face
Cuspa-me, me bata e arranhe
Que eu apanhe até perder a força
E que meu afeto eu mesmo disfarce.

André Anlub

VIDEO DA SEMANA
VIRTUAL INSANITY (INSANIDADE VIRTUAL) - JAMIROQUAI

11 de julho de 2010


..................... Mas Que Carimbo e Que Selo! ................



ALGUMAS FRASES MINHAS e MODIFICADAS


"A Amazônia nosso ouro
Tem gente de olho
Mas vem tentar Gringo, pra tu vê.
O tio Sam, mandamos lá pra PQP.
Bin Laden está vivo, de pré "potência" nem lembro
Um atentado mora ao lado, 11 de setembro." (André Anlub)

"Só o amor constroi, mas todos temos que estar preparados para os castelos de areia!" (André Anlub)

"Descobri porque tempo é dinheiro, o tempo é curto e voa!" (André Anlub)

"Não Acredite em Tudo Que Lhe Falam, Eu tenho boca desde que nasci e nunca fui a Roma" (André Anlub)

“Para realmente um bom entendedor, um olhar basta” (André Anlub)

“Arrogância, prepotência e rumores podem causar tumores” (André Anlub)

“A Vida pode até ser uma Competição, mas muito mais importante que chegar na frente, é percorrer feliz o Caminho!” (André Anlub)

"Na vida e no esporte que vença o mais forte, mas às vezes vence quem tem mais sorte!"
(André Anlub)

"Não sei se Deus ajuda a quem cedo madruga, mas com certeza atrapalha quem acorda tarde (André Anlub)"

“A meu ver, tudo vale a pena quando a alma é boa, mesmo sendo pequena” (André Anlub)

"Não me importo se não agrado a Gregos e Troianos, contanto que eu agrade a destros e canhotos”(André Anlub)"

Sou uma pessoa de atitudes, Do mundo quero sempre mais, Tenho defeitos e virtudes, Um pé na frente e outro atrás (André Anlub)

“Eu hoje aprendi a engolir sapos para no futuro pisar em brejos!” (André Anlub)

“No amor e na guerra vale tudo, na Poesia não é diferente, todos os 3 fazem parte do nosso mundo basta ser sábio e não ser prepotente” (André Anlub)

“A Fé pode mover montanhas, mas a religião pode corroer as entranhas” (André Anlub)

"Existem pinturas e esculturas que não precisam de explicação, assim como a música instrumental não precisa de letra" (André Anlub)

"Gosto muito de escrever, gosto de poesia, gosto de pintar, tocar bateria, gosto de viver, longe de vida vazia, Faço das artes, minha orgia."
(André Anlub)

"São completos fingimentos
Os que amam no ostracismo
É como inferno e o firmamento
O apartheid e o racismo"
(André Anlub)

"De Médium, Psicólogo, Poeta e Louco, todos nós temos um pouco" (André Anlub)

"Pegue um bom livro
Se deite com sua paixão
Leia e feche o mesmo livro
Faça amor de montão"
(André Anlub)

"Felicidade não precisa sair pela boca, basta ficar na alma e no coração" (André Anlub)

"Sementes de Criatividade brotam do chão
Formam cores e palavras na mente
Puros frutos da imaginação
Cujos os ventres contém novas sementes" (André Anlub)


"Com tintas, telas e a caneta
Levo minha vida feliz
Com o tempero da alegria
E a humildade de ser sempre aprendiz." (André Anlub)

"Vou puxar a brasa para minha sardinha para depois essa sardinha ir para o meu pirão" (André Anlub)


“Ultimamente perdi a paciência até para jogar paciência, haja paciência, quero paz não há ciência!”(André Anlub)

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10 de julho de 2010


Amantes de eras


Pelas eras já passamos
Encontrando-nos e nos perdendo
Tantas vidas já vivemos

Abraçados pelo amor das cores
Do Egito nós viemos
E dos faraós fomos pintores


O Deus Rá nunca chora
De nós, ri agora
Pelas belas miragens
Andando por todo deserto
É certo que vemos em tudo, aurora

*E o sol se faz eterno no mundo
Observa nossa passagem abstrata
Um amor perseguindo o destino
Tantas telas pintadas de nada

A beleza de um sol poente
Expoente da imaginação
Tudo é belo numa boca sorridente
Quando a gente constrói com coração

Nossas mãos se enlaçam com o futuro
De um passado que há tanto nos uniu
Somos pintores de sonhos
Poetas de versos anil

E enriquecidos por esse dom
Abençoados por uma força maior
Fazemos o bem e o bom
No intuito de uma criação

O resto sabemos de cor...

Márcia Poesia de Sá e André Anlub

7 de julho de 2010



UMA MEMÓRIA ESQUECIDA

Adormeceu por engano
Focado no sigilo da mente
Sangue escorrendo no cano
Memórias de um indigente

Sorriso falso nos lábios
Na boca a falta de dentes
Um cicatriz na sua face
Corta um de seus olhos azuis

O cabelo caindo em maços
Por dentro estava em prantos
De repente se aprofundou tanto
Passou a falar esperanto

Já no limite do querer
Não reconhecia ninguém
Sua boca vazia que pronunciava ao vento
Do inferno ao firmamento
Do rodízio de almas contento

Um universo sombrio
Achou bem escondido
O calor ao invés do frio
Casas antigas de pedra
Calhas entupidas de folhas
Árvores cortadas a esmo
Ruas com um toque de medo

Mulheres nuas sendo violentadas
Sempre acontecendo ao relento
Donas do tudo e do nada.
Tudo no absoluto segredo

André Anlub

4 de julho de 2010


Enxugando os Prantos


Toda a paz do mundo caindo em gotas de chuva
O amor em plena abundância
Renovada a fé e a esperança
Saúde dando aos montes em cachos de uva

O ciclo de felicidade dando voltas no infinito
A cada segundo sorrisos e gargalhadas
Desarmadas todas as facções e exércitos do planeta
Todos os soldados com roupas de banho fazendo um churrasco

Só com uma luneta posso ver o mau que está no nada
Crianças sem fome ou sede e com grande futuro
Drogas, maldade e a raiva morrendo afogada
Vão-se abaixo preconceitos e muros

Pessoas que estavam perdidas sendo encontradas
Hinos de todos os países poeticamente cantados
Fazendo assim valer gastar toda a saliva
Presídios se tornando museus e teatros

Retratos e pinturas só de natureza viva
Guernica se transforma em um belo abstrato
A censura se foi e desceu do seu salto
Não existe rabisco, toda arte provém de um traço

Todos tem, na vida, o direito de subir em um palco
Poetas aparecem por todos os cantos
O ego e auto-estima do homem se perde no alto
Poesias trazendo alegria e enxugando os prantos

André Anlub


PLEONASMO, SHOW DE BOLA!

3 de julho de 2010

"A ARTE EM VÃO OU EM VAN” 
( Música que Fiz, Homenagem ao Pintor Vincent Van Gogh )

Artes plásticas, paixão eterna
Eternamente o seu tesão
Pincel, tinta e uma tela
Uma aquarela no coração

"Se não gostas de arte, bom sujeito não és
És ruim da cabeça, ou não tens mais pincéis"

Um maluco beleza, era o irmão do Théo
E com muita grandeza, agora pinta no céu.
Um Talento perdido, uma "Noite Estrelada"
Um sentimento escondido, uma visão amarelada

Uns dizem que era doido e não era bem quisto
Mas que tinha um talento que nunca antes foi visto

Via a arte como ninguém, fazia parte do seu alguém
Eram "Batatas" eram os "Campos"
Eram também muitos enganos

Só quem o ama sem sequer lhe conhecer
E que pode na vida tentar descrever
Uma meta, futuro, ele não tinha
Mas a perda para as artes, ninguém imagina.

A sua morte, pura especulação
Se foi suicídio não importa mais não
E assim se fala mais uma vez
Que para nossa arte grande feito se fez.

 André Anlub

1 de julho de 2010

AMOR ENFERMO

Quando por fim chegou a mim
Veio de uma forma tão ímpar
Voou alto nas nuvens,
Uma estrela pariu
Desvendou meu enigma

Simplesmente surgiu
Fácil demonstrar o que sinto
Mais fácil ainda é fazê-lo crescer
Amor, sentimento infinito
Acabou de amadurecer

Sem meu escudo e armadura
Frágil a sua mercê
Submetido a sua postura
Ajoelhado com muito prazer

Te amo, te quero, te tudo
Sou seu e de ninguém mais
Um ser absoluto
Incompreendido jamais

Faço em você o meu leito
O deleite do leite que alimenta
Faço por que te quero imensamente
Faço por que me rejeita.

André Anlub

30 de junho de 2010



Um Futuro Ser Completo


Saber viver, saber esperar
Tudo no contra tempo da situação
Montar no mundo e cavalgar
Largar o cogente por só querer
Se o tempo é sua Nêmesis
Levante e corra em qualquer direção
Saia do ostracismo de um abrigo
Essa  solução é só enganação

No adjunto de tudo que te faz feliz
Vale a pena o tempo perdido
Se por um lado desce ralo abaixo
Por outro alimenta sua alma
Com sabedoria, tempo e muita calma
O mundo estará em suas mãos
Com paz, integridade e humildade
Tornar-se-á muito mais do que aprendiz

Ser um monge na pura meditação
Paira o silêncio ao se encontrar
Passeando ao redor do espaço tempo
Sem sequer ter hora para chegar

Totalmente de bem com sua vida
Sabiamente convida ao vivo o bem
Com sua mente muito bem na vida sã
Para conviver sabiamente com sua vida zen.

André Anlub





PERDIDO NO ESPAÇO
.
Viajo por entre galáxias
Estrelas cadentes
Buracos negros
Na velocidade da luz
.
Espelho-me em grandezas
No infinito
No belo, bonito
Em muitas certezas
Inclusas no tempo e na imaginação
.
Contudo me acho
Perdido no espaço
Sem pé nem cabeça
E com muita incerteza
De um ser que retorna
De volta ao chão
.
Vejo-me inseguro, tonto em perigo
Meu próprio inimigo
Poeira estrelar
Em um eco obscuro
Anéis de Saturno
Construo um abrigo
Em um planeta vazio
Chamo de meu lar
.
André Anlub [Poeteideser]

A ARTE NA MADEIRA, SENSACIONAL!

28 de junho de 2010


ARMAGEDDON

Nunca um céu se fez de feio
Nunca houve uma cor de fogo
Muitos galopes se ouviam à distância
Eram quatro homens ao todo
Ventos fortes surgiram num estalo
Tsunamis do além
O mundo esvaindo-se para o ralo
Uns orando para outrem
Os pecados vindo à tona
Abandono dos vinténs
Correria, fogo e ferro
Almas perdidas vagueiam
Feridas se abrem
O belo se faz feio
É a tristeza que invade
O fim não está próximo
Já chegou e fez moradia
O dia não mais existe
Faces de melancolia
Cães sem dono vagando nos destroços
Idosos tentando se equilibrar
Pessoas fazendo menções aos mortos
Cogumelos de podridão a brotar
Uns saqueavam o comércio
Outros deixavam para lá
Olhos ficando cegos
Elos a se quebrar
Todos no mundo são réus
A bola se partindo em duas
Os cavaleiros sorrindo no céu
Sempre acha quem procura

André Anlub

HOSPÍCIO


Salientaram no hospício
Ninguém iria comer
Injeções na testa
Mais que um sacrifício
.
Uma doutrina errada
Condições terríveis
Faces amarguradas
Pessoas mais que sensíveis
.
Não tinham valor algum
Exclusos da sociedade
Pessoas novas e de idade
Somavam um mais um
.
Indigentes, obscenos
Cenas do dia a dia
Pretos, brancos, morenos
Sujeitos a revelia
.
Desprezados pela verdadeira família
Inúteis sem poder reciclar
Cães expulso da matilha
Sem ter mais em quem amamentar
.
Aos montes iam se definhando
Em um frenético vai e vem
Homens mortos andando
Passos calmos pro além.
.
André Anlub (23/7/09)






27 de junho de 2010


UM RESUMO

.

Como um feixe de luz na alma

Prisma de paz e harmonia no coração

Decorei com palavras minha vida

Sobretudo sobre a verdade e a emoção

.

Sem palavras, com argumentos

Com intenções, sem pretensões

Sem cenas, com acontecimentos

Com e sem acomodações

.

Vou levando iluminado e iluminando

Voando, nadando ou andando

O importante é chegar

Em algum plano e lugar

.

Com calma e paciência

Inteligência sem demência

Muita inspiração e imaginação

.

Escrevo nas linhas os poemas

Os sentimentos, histórias e momentos

O âmago da minha emoção

.

André Anlub [Poeteideser]

26 de junho de 2010

O Ser Quase Sábio


Dos três métodos para ter sabedoria
Como Confúcio dizia
O primeiro é por reflexão
É o mais nobre
Esse para mim não existia
O segundo é por imitação
É bem mais fácil
Mas digo não
O terceiro é o meu jeito
É também o meu fardo
É por experiência
Com certeza o mais amargo

Sabedoria não nasce em árvore
E eu com meus poemas
Papéis, papiros e rabiscos
Bloquinhos, lápis, problemas
Tudo isso esquecido
Na imaginação de uma cena

Um fogão a lenha queimava
Era uma bela manhã
O café já pronto na mesa
O trem passava apressado
Cheiro de chá de hortelã

Um dia começa bem cedo
A pressa de uma nova jornada
A cada renovar de uma vida
Portas se abrem, saídas
Espantam a depressão
Curam recentes feridas
Libertam almas caídas
Estende a palma da mão

Nela existe a resposta
O amor de um coração
É o sim e o não da questão.

André Anlub

Minha Escrita II

De repouso entre um suspiro e outro


Acamado entre o amar e ser amado

Coração bate forte sendo fraco

Pensamentos voam soltos, indo alto

Minha escrita está submersa em azul anil

Com sentimentos verdadeiros e inventados

Vagueia entre o real e o senil

Persegue o concreto e o abstrato

Língua solta e comprida

Profere idiomas mal falados

E alados levam poemas declamados

Aos ouvidos que se deixam ser ungidos

Uma dor quase sempre vira escrita

Escrivaninhas, com papiros, suas penas, velhas tintas

O que não se limita, muitas vezes quer ser lido

E o que é lido no respeito não se imita.

Segue assim até nascer do branco pó

O rebento que do chão fica de pé

Que se engasga com as empáfias, o alento

Por um momento ri de todos ao redor.

André Anlub






O oásis de cada dia

Deseje-me sorte em voz alta

É como carregar o embuste no colo

Cegue-me com areia nos olhos

Envenene-me coma saliva mais farta

Consigo a solidão de um espinho

Tenho a companhia de uma flor

Sou seu brinquedo de menino

Esquecido em qualquer gaveta

Com uma etiqueta, escrito “dor”.

Lua e estrela, combinação astral.

Brilho e beleza, só falta você.

No espelho d’água, trilogia perfeita

Tudo absolutamente normal

É a delicadeza que constrói você, seu quebra cabeça

É a pureza que circula por dentro

Na certeza de estar certa na seta que acerta o alvo

Tudo no seu devido momento

Agora vou indo com seus votos e coragem

Embriagado de otimismo e muita energia

Em uma vida que passa a minha frente como uma miragem

Buscando o oásis nosso de cada dia

André Anlub

25 de junho de 2010

O SER 2000 (parte 1 e 2)


Nasceu mais uma bomba relógio
O rebento prodígio atual feito de negação
Pólvora circula nas veias desse ser biológico
Pronta entrega de emoção

Expondo tudo e todo sentimento
A todo momento, a todo lamento
O torno apertando seu cérebro
Célebre pessoa de mãos dadas com seu sofrimento

Escorre por todos os seus dedos
Essa animação que outrora desanimada
Do nada mais uma semente germina
Mas que acaba por dar em nada

Acabou o sonho e com ele vem o pesadelo
Ecoam no céu gritos de infelicidade
A normalidade é mera conjectura
O caos é pura formalidade

hoje é um dia comum
Defecam em um povo pobre uma bomba
Um Deus qualquer para causar discórdia
Um outro para o próximo afronta

Estou aqui e pronto
Estupefato com o fato
É assim a bola poluída
Me largaram nessa ralo

Nasci para fazer volume
Excesso de contingente
Ta lotado de estrume no mundo
Pensando e fingindo ser gente

E a camada de ozônio?
E a massiva perda do hormônio?
Tudo enferrujado e imundo
Onde se compra os neurônios?

Um botão para acabar com isso
Urânio solto no ar
Um sorriso, um compromisso
Flatulência da bomba H

Acabar de vez com essa bola
Jogar fora todo esse lixo
Matrimônio do errado com a escória
Terra de gente virando bicho

André Anlub


O HUMOR DE MHEL MARRER

Pessoas Inteligentes


Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia como idiota da aldeia.
Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates, esmolas.
Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 REIS e outra menor,de 2.000 REIS.
Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
'Eu sei' - respondeu o tolo assim: 'Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganharminha moeda.

'Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm umaboa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa não é o que pensamde nós, mas sim, quem realmente somos.

O maior prazer de uma pessoa inteligente é bancar o idiota, diante de umidiota que banca o inteligente.

Arnaldo Jabor

Do Próprio Veneno

Arranca o meu coração e coma
Beba minhas lágrimas de dor
Me pisa já que estou deitado na lama
Sempre fez da minha vida um horror

Vem com uma pedreira nas mãos
Com sua dinamite e punhal
Os arqueiros, guerreiros e canhões
Para sua vitória final

Porque não desiste e me deixa
Tem que rir e me fazer sofrer
Bater, cuspir e pisar na cabeça
Dizer que sou impotente ao seu ver

Nunca foi feliz ao meu lado
Já me traiu com outra mulher
jamais teve comigo um orgasmo
Nem um momento de prazer qualquer

Disse que nosso filho não é meu
Mesmo eu vendo que se parece comigo
Sei que nessa taça um veneno me deu
Mas eu troquei a mesma contigo.

André Anlub


Folhas Amassadas

Toquei a sua face e enxuguei o seu pranto

Limpei seus lábios que mordeu e sangrou

Desfiz as tranças feitas para me salvar

Descer do nosso castelo em chamas

O farto fogo que você ateou

Tudo muito claro, poesia em jogo

Mais uma vez do jeito que almejou

As rimas muito falhas, folhas amassadas

Parecem às toalhas sujas que por fim deixou

O vento bate a porta, a torta ficou pronta

A chave cai ao chão, o fogo apagou

Demonstro minha fraqueza, alguém logo me aponta

Procuro em todo canto o que você já achou

Seus dedos tocam minha face de coitado mor

Esnoba-me bem baixinho ao pé do ouvido

Trata-me infeliz como qualquer individuo

Na sua vida sempre sou de ruim a pior

Os poemas saem sujos, magníficos detalhes

Bandeiras perfuradas pelas flechas dos cupidos

Carrancas dos navios, belos entalhes

Guerreiros Nórdicos, não lhe darão ouvidos

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.