5 de maio de 2012



Ser modesto e ser medonho

Os olhos vêem, o coração sente
Palavras soltas, versos obscenos
A língua passa por entre os dentes
As mesmas cenas passam a minha frente.

Não me amofino, restou só eu
Absolvido por um talvez
Na sua vez, uma ré sofrida
Que nessa vida pagou o que fez.

Todas as sombras são desejos
O seu jeito quase assombra
Unicórnio com dois chifres
Eu quero é mais... Aceito a honra.

Nesse mundo alheio
Ser um ser bem pequeno
Um pingo d'água, uma semente
Vagamente um grão de areia .

O que restou da mágoa
Por entre o concreto e o abstrato
Estar perto ou em um sonho
Ser modesto e ser medonho.

Um gambá ou ser um gato
Em todo canto procuro
Bem longe e próximo do mundo
Ser parte do seu rebanho.

André Anlub

Um poema clássico meu



NOSSOS LITÍGIOS

Pelos nossos próprios litígios
Tentei organizar nossas vidas
Apagando insensatos vestígios
E acendendo e excedendo as saídas.

No doce ninho, que mesmo em sonho
Onde criamos rebanhos, rebentos
Em águas límpidas que fazem o banho
Depurando, em epítome, nossos momentos.

Amontoando em vocábulos incertos
Vejo e escrevo, em linhas tortas, n'alma
Optando por esse amor na justa calma
Nas brigas que expulsam demônios e espectros.

Mas na sensatez do amor verdadeiro
Vi-me lisonjeado por ser o primeiro
O real, fiel e o ardente.

Sou o qual lhe agarra a unhas e dentes
Sendo o mais perfeito, da paixão, mensageiro
Andando feito ébrio a passos doentes.

Mesmo se somassem todos os números e datas
Secassem todas as águas do planeta
Encharcando sua face que no ápice da tormenta
Sempre responde com lisura imediata.

O ardor do âmago do seu ser
Acabou escrevendo minhas linhas
Nesse bem querer de minhas rinhas
Só, e mesmo cego, posso lhe ver.

André Anlub

Nosso Amor

Sendo mais sensato e apregoando com ênfase o meu amor
Vejo-me mais feliz e completo, caminhando na trilha de gigantes
Sinto-me brioso no melhor sentido que faz a vida
Sentimento vindo e não indo, lindo... Como já foi um dia!

No adereço implícito dessa paixão sublime
No adjunto das minhas ações e sensações... Esconde-se um menino
De pés descalços, sujo de barro se sente um deus
Extremamente feliz e compreendido.

Mas se há perigo, se há ciúme... A calentura
Minha sepultura se intensifica e grita meu nome
Falsa semeadura, enterrando bem fundo os versos meus
E no espelho vejo-me embaçado e pequenino.

Mesmo apoucado sou passarinho que voa alto
Sem exageros - com muito afeto - sem desatinos
Conquisto-lhe, debicando a mais pura lealdade.
Tudo entre nós se torna pleno e primazia, se torna de fato.

André Anlub

Imagem: Art Emma Hack

Dia Nacional das Comunicações



Por nada não

Pingos que caem ao chão
Nuvens nublando o tempo que se arrasta
Em um céu total e ampliado...
Amor de irmão
Ouço sons que outrora eram de pássaros
Vejo rastros de coloridos animais
Voando entre suas pernas e braços
Aquecimentos e afeições...
Amor de mãe.
Na infância maravilhosa pulando cordas
Nas bordas das encostas crio asas
Palavras e desculpas inexistem
Bordões escritos em ovos fritos
Suas surdas calúnias de salto alto
Atravessam a avenida em um domingo
Pelos sorrisos de crianças que nunca se perdem
Semblante belo, imponente e irrestrito...
Amor de filho.

André Anlub

4 de maio de 2012


Fábula dos Piratas Parte III

Mar é moradia

Avança por mares revoltos
Reafirma sua total identidade
Navegador guerreiro, punhal nos caninos
Amante de tempestades e estorvos
Vento intenso e leme solto.

Olho ímpar e rubro no horizonte
Seguido por gaivotas e morcegos
Pernas magras de carne e cicatriz
No ombro, um incorrigível atroz falante.

Um náufrago o observa com ansiedade
Faz moradia numa ilha equidistante
Deu-lhe um susto farta bandeira de caveira
Sepultou sua esperança de três anos.

A solidão é uma amiga em comum
Veio a coragem de acender uma fogueira
E na fumaça o pirata avista a ilha
Dá meia volta, pois o mar é moradia.

André Anlub

O Gol contra do Futebol

Levo o futebol na brincadeira, não vou à estádios dar dinheiro pra cartola nem jogadores milionários, não compro camisetas nem bonés!

Já usei o futebol como uma bela desculpa para beber minha gelada e trocar ideias com os amigos!

Mas de uns tempos para cá os torcedores criminosos aumentaram!

As brigas, que em épocas remotas eram no braço e pedaços de pau mas quase sempre justas e com números de torcedores parecidos para os dois lados, atualmente é como o filme “300”, quiçá até em covardias maiores... Mas nada igual ao filme, a minoria sempre perde e normalmente com mortos e muitas vezes com uso de armas de fogo!

Qual é o idealismo de quem participa de uma barbárie covarde dessa?

André Anlub


Carro-chefe da vida

Dizem que vive de pão e água
É intocável e onipresente
Seguidora do fluxo da vida
Violentamente inocente.

Pai e mãe da maioria dos desejos
Manifesta os sabores e dissabores
Inexauríveis amores e desamores
De calibre incoerente.

Pula pelos corações inflamados
Cutuca, grita e devora
Delibera-se nos canteiros que aflora
Corrente casta invisível.

Do atual lirismo à nostalgia inerente
Em serenatas e poesias...
Faz-se mais que presente.

André Anlub
---------------------------------
Flagship of life

They say he lives on bread and water
It is untouchable and ubiquitous
Follower of the flow of life
Violently innocent.

Father and mother most desires
Expresses flavors and disappointments
Inexhaustible loves and hates
Gauge incoherent.

Pula inflamed the hearts
Nudges, yell and devours
Decide on the beds which outcrops
Current caste invisible.

From current nostalgia inherent lyricism
In poetry and serenades ...
It is more than this.

Andre Anlub

Tonico & Tinoco - Chico Mineiro (RARIDADE)

Morre em São Paulo, aos 91 anos, o cantor sertanejo Tinoco.

3 de maio de 2012


Memórias da Guerra (Parte III)

Guerra de Troia

Pelos livros, pelo filme, ela é muito conhecida
Descrita pelo poeta épico Homero no romance “Ilíada”
Foi um conflito bélico entre gregos e troianos
Motivado pelo rapto da rainha de Esparta.

Como dizem que na guerra, morre ou mata
Os gregos atacam troia para recuperar Helena
A paixão de uma pessoa que o fez seqüestrá-la
Páris, príncipe de troia, criou toda essa tormenta.

A guerra dura dez anos com troia sitiada
Abaixam-se as armas e os gregos usam a cabeça
Pensando em ganhar a guerra demonstrando sossego
De repente surge uma idéia, um pouco inusitada
Ulisses cria o “cavalo de tróia”
Realmente um presente de grego.

Dentro do falso ventre da estátua
Estavam muitos sedentos soldados
Com sede que não seria de água
Saíram matando adoidados.

Helena retorna a Esparta
Morrem Heitor e Aquiles
Heróis, inimigos de espada
Por causa de um rabo de saia
Na guerra “se morre” e se mata.

André Anlub
-------------------------------------
Memories of War (Part III)

Trojan War

For books, the film, it is well known
Described by the epic poet Homer in his novel "Iliad"
It was an armed conflict between Greeks and Trojans
Motivated by the kidnapping of the Queen of Sparta.

As they say that in war, dies or kills
The Greeks attack Troy to recover Helen
The passion of a person who did kidnap her
Paris, Trojan prince, created all this storm.

The war lasts ten years besieged Trojan
To lower their weapons and the Greeks use the head
Thinking about winning the war showing quiet
Suddenly, a thought, a little unusual
Ulysses creates the "Trojan horse"
Truly a Greek gift.

Within the false belly of the statue
Many soldiers were thirsty
Headquartered would not be water
Went adoidados killing.

Helena returns to Sparta
Killed Hector and Achilles
Heroes, enemies of the sword
Because of a woman's skirt
In the war "to die" and kills himself.

André Anlub

Imagem: web


Memórias da Guerra (Parte IV)

Gengis Khan – Conquistador Mongol


Nasceu com o nome de Temudjin
Virou o senhor dos senhores
Entre muitos sonhos e lendas
Um lobo cinzento devoraria o planeta.

Eram mitologias xamânicas respeitadas
E por um breve e próspero período
Houve um controle sobre uma Mongólia unificada.

Treinado desde jovem como arqueiro montado
Com grande habilidade como todos os mongóis
Comandava o cavalo apenas com os joelhos
E as flechas voavam com uma fúria atroz.

Foi escravizado e levado até a China
Foi comprado pelo imperador chinês
Mas um belo dia ele foi resgatado
Por vários clãs ele foi apoiado.
E criou as “leis dos mongóis” para ter sua vez.

Na batalha contra Jamukha teve um temporal
Todos os mongóis tinham medo de raios
Mas ao ver que Temudjin não temia o tal
Jamukha rendeu-se nessa batalha final.

Ele virou Gengis Khan aos quarenta e cinco anos
Expandiu a Mongólia até não poder mais
Morreu satisfeito e com um filho sagaz
Que depois da Muralha da China, chegou à Sibéria
Dizem que fez a guerra para depois vir à paz.

André Anlub
-----------------------------------------------

Memories of War (Part IV)

Genghis Khan - Mongol Conqueror


Was created with the name Temudjin
Became the lord of lords
Among many dreams and legends
A gray wolf devour the planet.

They were respected shamanic mythologies
And for a brief period and prosperous
There was a control over a unified Mongolia.

Trained from a young age as mounted archery
With great skill as all Mongols
He commanded the horse only with the knees
And the arrows flew with a fury atrocious.

He was enslaved and taken to China
It was bought by the Chinese emperor
But one day he was rescued
For several clans, he was sustained.
And it created the "laws of the Mongols" to have their turn.

In the battle against Jamukha had a temporal
All Mongolians were afraid of lightning
But seeing that this did not fear Temudjin
Jamukha surrendered that final battle.

He turned to Genghis Khan forty-five years
Mongolia has expanded to no end
He died happy and witty with a child
That after the Great Wall of China, arrived in Siberia
They say they did after the war to come to peace.

Andre Anlub

2 de maio de 2012



Um Moinho

A travessia é dura
Dia de chuva, noite de frio
Dias bem quentes, noites sombrias.

Nesse caminho confuso
Nessa estrada sem placas
Entre o reto e o obtuso
Todos afogam suas mágoas.

Com a bota furada
Pisando em barro ou em pedra
Pronto em pé ou na queda
Tiro o melhor na caminhada.

Se encontro uma rocha grande
Serve para descansar
Se encontro um mar
Sou filho de navegante.

Se a fome quiser ser minha sombra
Como um pedaço de pão
Se não saciá-la
Posso matar um leão.

Tudo posso e tenho
Se a força não me faltar
Como um moinho de água
Que mesmo se o poço secar
Usa o vento pra roda......
Nunca parar de girar.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.