9 de abril de 2021

Meu ponto final



Meu ponto final


Não ser um cidadão de posses não o torna mais frágil

Talvez alvo de preconceito idiota e um tanto tartufo

E o preconceituoso às vezes alcança sua acidez...

Tartuficando pelas ruas eles beiram o irracional e o desrespeito moral.


Sobre ser rico...

Rico na índole, a meu ver, é primordial e gigante

Rico na inteligência é admirável

Rico na demência tem mais que bactéria no ar.

Rico de espírito, metaforicamente falando, ser de aura ofuscante.


O que seria reescrever a história...

O mais importante acontecimento

A descoberta das descobertas

Ser o professor dos mestres

Ou ter uma gorda conta bancária notória?


Ganhar a vida é muito relativo

Seria para alguns viver o máximo de tempo feliz

Para muitos outros não.


Acho que escrevendo essas coisas...

Impondo-me, na escrita, limites...

Cometerei maus-tratos com minha inspiração.


E continuaria lutando mas passando mal

E não vendo as belezas que passam por sob meus olhos.

E o próximo ponto com absoluta certeza...

Seria meu ponto final.


André Anlub

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Nada habituado


Minha criança grande, meu bordão de marca maior

Na minha trajetória a vejo nos rostos de mulheres à revelia...

Geralmente moribundas nuas, com jeito de mal-amadas e sujas de rua...

Nada sensíveis e empenhando seu papel de heroína de quinta categoria.


Mas também sou assim, ou pelo menos perto disso

Jogo e rogo palavras ao nada, ao vento

Desde criança quando brincava no balanço

Jogando minhas pernas pro alto e a cabeça para baixo

Sem qualquer objetivo, tampouco fundamento.


Lembro-me de pisar mil jardins

Das pegadas nas areias das praias

Do medo de queimar-me com água-viva

Sem saber que tudo aquilo teria um fim.


Todos carregam a pedra que podem sustentar

Mas isso já foi mais que dito.

..

Até mesmo em outros planos.

Não sei se devo e quero me acostumar

Com a efemeridade desse mundo insano.


André Anlub

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Combatente amado


Esse sorriso é o meu maior retorno

Não preciso de abraço ou palavras de consolo

Basta ser sincera...

Querer-me ao seu lado.


Vou até onde posso por minha vida em jogo

Almejando vitória, valendo a guerra

Empáfias se entregam ao combatente amado

E desarmado, o amor está na fila de entrega.


André Anlub


Trago


Trago-lhe um arranjo de vidas,

Colhidas nos jardins das saídas

Nesse exato momento.


Espero alegrar o seu dia

Quebrando a evidente desarmonia

Dando luz ao asilado encantamento.


André Anlub

8 de abril de 2021

excelente quinta! se cuidem

 










Quando o além não apetece


É nossa inovação da alma

quando se dança na chuva mais gélida

sorrindo com uma boca sincera

perdoando e pedindo perdão.


Degusta-se livros em madrugadas

mesmo com o barulho interior.

E no silêncio que faz a lua na rua

medita-se sobre a divisão do pão.


Os tempos são outros

ainda há consciência 

mas persistem doenças

pragas velhas e novas

dos corpos, das almas

que se enraízam na inocência.


As derrotas nos assombram

com a perda da transparência

lembrando do inquieto vai e vem

em tempos idos de outrem.


E agora, muitos “saem e não veem”

baseados em livros não lidos

que fazem de alguns quietos

os guetos e gritos

da dor dos oprimidos

ou de um mero joão ninguém.


As lágrimas são abundantes nos olhos

mas também em rios e mares

e se não tornarem ímpares, os pares

nunca veremos além.


André Anlub®

7 de abril de 2021

Excelente quarta aos amigos leitores













Só o sol é feliz sozinho


Quero voar, mas não ver tudo de cima,

Gosto de ver de dentro, todos abraçados ao vento,

Dentro do sorriso de lua minguante.


Quero o olhar de cão manso, 

Quando quer entender o homem,

Pois desde quando me entendo por gente,

Só compreendo o mar batendo no corpo.

É sim, se encara de pé e de frente,

Com absoluta fé no abc do amor.


As conquistas estão por aí,

Do seu jeito, cada uma,

Nas qualidades, nos defeitos,

Confrontando com os rubros e anjos.

Cada passo de cada vez,

E sempre, e firme e forte.


A mão da paixão que toca,

Vai arranhando e colorindo corações,

Deixando a voz rala e turva,

Mas com a excelência de um fulgor,

Que vai esculpindo emoções.


Mas não é o amor que fala?

No que valha do tempo,

O gozar dos momentos...


Pois o mesmo cala diante de si,

E assim é agrado e é sagrado

Vendo o sol viver feliz solitário.


André Anlub®

5 de abril de 2021

Das Loucuras (detetive às avessas)


Das Loucuras (detetive às avessas)

É um trabalho de detetive, que teve que ser feito...
Daquela maneira certeira,
Mas levemente boêmia, lazeira, cervejeira;
Um litígio sem deixar vestígio;
Um desencontro pronto e premido...
Vestindo em si próprio a carapuça de bandido.

O peso que pesa mais nem sempre é o mais pesado;
Talvez o de principio nada penoso seja excomungado.
Ela quer selvageria na cervejaria ao lado...
Colarinho branco; banco assaltado; barco naufragado...
Ato iludido indevido é sacrifício real e desfigurado.

Muito “ado” remete ao tumultuado viver,
Dentro de um “crer ou não crer”.
Abre portas, fecha torneiras...
Milhões de besteiras nesse cotidiano emoldurado...

E as molduras:
Há ostentações sem nexo, outras não...
Há labirintos em sonhos, outros acordados.
Tudo colapsado na ansiedade de se colocar a mão.

Entregue às traças, todos se comportam como soldados,
Segurando e puxando os cordões...
Apitos tocam acordando o covarde,
A mando de um desmando pré-fabricado,
Vem há tempos sendo moldado em vaidade
Quando ouve de dentro do canhão as orações.

Vai vivendo empurrando a doença
Com sua fofa e farta barriga...
As lombrigas agradecem;
As ferrugens festejam,
As almas adoecem...
Pouco sem importa com o que quer que seja,
A não ser com o fim da festa, a cereja do bolo 
E seus quinhões.

Tudo aquilo, tudo isso, 
Todo fim, todo o início...
E, enfim, quem o espera?
O mais espaçoso dos caixões.

André Anlub®





-O que você pensa quando olha pra janela
-Eu penso na multidão, penso que a maioria dessas pessoas é infeliz, que são cruéis umas com as outras e que tudo acaba de repente sem você saber se fez a coisa certa ou não.

Memórias, Woody Allen


 

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.