21 de dezembro de 2018

Ótima sexta rapaziada nota mil!




Papai está indo colocar a ração dos guris peludos. Mas o que será que isso quer dizer?
(manhã de 24 de julho de 2015)

É o começo da sincronia, da chama que vem do chão e sobe lentamente pelos pés, calcanhares, pernas, quadril e chega ao peito queimando, ardendo, apertando em demasia até o estouro final que ecoa ao cérebro. São fogos de artificio lançados de um poço fundo e saindo em mil cores naquela noite de dores, deixando tudo iluminado e belo. E a veemência? Está por toda a parte, nas asas batendo de um anjo caído, nos olhos vermelhos de um dragão que bebe a água de um rio e logo em seguida cospe um fogo sem fim. E o surreal da realidade com venda nos olhos atravessa aquela avenida movimentada em passos loucos de lentos, andando de lado e de marcha à ré. O liquido escorre de todos, o sangue nunca foi pouco; a avareza esconde tesouros que são achados tão facilmente aos de alma pura. A notória loucura das palavras faladas, a real estatura do gigante anão que vive em outra dimensão, um mundo paralelo, um elo perdido senão o elo de sempre nas mentes confusas. É o final da sincronia, ela está em sincronia então não há mais nada a ser feito. Deixam os relógios atrasarem, o arroz queimar, o ar rarefeito e os trejeitos do cavalheiro nu; para que tudo comece novamente, para que os dentes cariados sejam tratados e as rugas nos olhos nos mostrem vivência. É o fim, é o começo, é a memória do que se esquece em cada amanhecer. Abro a manhã e vejo tudo novamente; o cenário não está de outra forma... Eu é que vejo com outros olhos; com olhos curiosos, duvidosos e nada eloquentes.

André Anlub

Natal é simples, ou deveria ser...
O amor espalhado por igual
feito semente voando ao vento.
Cresceu a árvore com mais frutos do que outra
é só alma solta que quer ser repartida.
Espalha-se a vida por solos vizinhos
divide-se o pão e multiplica-se o vinho...
Nada jamais ficará à toa
com amizade, carinho e doação...
Há uma mão estendida e um doce coração
há milhões! Só fazer acontecer.
União deve ser palavra intensa e gigante
que nos cobre e faz montante
nos aquece em comunhão.
Natal é simples, ou deveria ser...

André Anlub®


20 de dezembro de 2018

Excelente quinta


(releituras)

Vou degustar outros ares,
Novos mantras e músicas,
Devorar os segredos,
E digerir o dom.

Vou esculpir o vão
E redesenhar velhos mares,
Fazer da vida um folguedo
Num real sonho bom.

Vejo o ser montanha russa,
Dando tapa na fuça da depressão.
Vejo a beleza em rubores de fúcsia,
Sendo cor ou sendo flor,
Sempre adoração.

Falam de bailarinas,
De estrelas cadentes e flores.

Falam de amores,
De destinos, esquinas,
Borboletas e odores.

Mas poucos falam do artista,
Em seu mergulho no meio,
Sem medo e sem freio,
Num oceano de caos.

E ao unir os extremos,
Teremos, sem pressa,
A composição de um poeta,
Que beija na cópula,
O corpo e a alma
Do bem e do mal.

Ficaríamos a eternidade,
Ponderaríamos em múltiplos dialetos: 
Esperanto, mimica, outra louca,
Canto dos anjos, sinais de fumaça,
Em puras línguas e raças,
Dos baldios ou espertos
Até além da imortalidade.

Mas salivas não seriam gastas à toa,
Expondo as qualidades extremas
Da força da inteligência,
O poder do ventre e da cria
Ecoando ao vento e ao sempre.

A voz que nunca é pendente,
Nesse momento presente
Agarra a unhas e dentes
O direito de expor ao planeta
O que das mulheres pertence.

André Anlub



19 de dezembro de 2018

Imensurável





Imensurável poeta (Vininha)

Vem o brilho em sonetos, sonoros versos
Excesso em talento, boteco e afeto.
Vem à letra na essência expondo a maravilha
Na trilha do fulgor, garota de Ipanema.

Surgem poemas libertinos, divertido menino
Há partituras com antigos - novos amigos.
Surgem emoções que fervem no imo
E no pacto da vida - do cego ao lince.

Imensurável Marcus Vinícius
Escrevia o rito e o reto em tortas linhas.
Poetinha, poeta, escritor de aço
Compositor, dramaturgo
Diplomata, jornalista.

Foi-se a chama, ficou o legado
Engrenado em livros de poesia viva.
Há o eco em noites que a leitura cura
Há doce loucura de um imortal amado.

André Anlub®

Excelente quarta aos nobres amigos


Via: pazeequilibrio

REFLEXÃO DO DIA 🧠

Aos 20: ibuprofeno. 
Aos 25: omeprazol. 
Aos 30: rivotril. 
Aos 35: stent.

Uma estranha geração que toma café para ficar acordada e comprimidos para dormir.

Oscila entre o sim e o não. ⠀
Você dá conta? Sim. 
Cumpre o prazo? Sim. 
Chega mais cedo? Sim. 
Sai mais tarde? Sim.

Mas para a vida, costumava ser não:

Aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da faculdade porque o estágio demandava muito.

Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva muito boa de promoção na empresa.

Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque ficaram até as 2 da manhã no escritório.

Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando chegavam, ele já tinha dormido, quando saíam ele não tinha acordado.

Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a se perguntar se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia.

Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias em um hotel fazenda pudessem fazer algum sentido.

Era uma vez uma geração que se achava muito livre.

Só não tinha controle do próprio tempo.

Só não via que os dias estavam passando.

Só não percebia que a juventude estava escoando entre os dedos e que os bônus do final do ano não comprariam os anos de volta.

(Nayara Hoffmann)

18 de dezembro de 2018

É mentira


Se habituar a tudo na vida: flexibilidade;
Se habituar com constância: comodismo. 

É mentira

Ouço aquele antigo e famoso soneto; 
Aquele soneto penoso, faceiro e genioso.
Criou um rolo que rola pela rua ao desígnio;
Sopro do delicado açúcar que soa e sara como seiva na sua nuca.

Vou fingir ressentimento, pirar e respirar o mais fundo possível...
Vem passando o caminhão do fumacê.
Faça como fiz: coloque seus espertos óculos espelhados
E vire um servo que serve de espelho aos cabelos despenteados dos amigos.

Lá vem ele de novo!
- enganou-se o bobo na casca do ovo.

Teve tal sujeito sem jeito para quase nada,
Mas que fez cabana na colina.
Colhia taioba e fazia um refogado supimpa.
Tal homem babava – bebia sidra e dormia cedo, sonhava muito e muito sorria...
Era gente boa, boa bica, de boa índole – dependente de sol e insulina.

Lá vai ele de novo!
- é mentira!

André Anlub

17 de dezembro de 2018

O ser 2000




Coloco nosso “amor” ente aspas
Para que em cada dia que nasça
Possa ter uma definição diferente. 

Sei o sentido da vida! 
Mas pego caminhos errados só para me divertir.

O Ser 2000

Nasceu mais uma bomba relógio
O rebento prodígio atual feito de negação
Pólvora circula nas veias desse ser biológico
Pronta entrega de emoção

Expondo tudo e todo sentimento
A todo momento, a todo lamento
O torno apertando seu cérebro
Célebre pessoa de mãos dadas com seu sofrimento

Escorre por todos os seus dedos
Essa animação que outrora desanimada
Do nada mais uma semente germina
Mas que acaba por dar em nada

Acabou o sonho e com ele vem o pesadelo
Ecoam no céu gritos de infelicidade
A normalidade é mera conjectura
O caos é pura formalidade

Hoje é um dia comum
Defecam em um povo pobre uma bomba
Um Deus qualquer para causar discórdia
Um outro para o próximo afronta.

O Ser 2000 (Parte 2)

Estou aqui e pronto
Estupefato com o fato
É assim a bola poluída
Me largaram nessa ralo.

Nasci para fazer volume
Excesso de contingente
Ta lotado de estrume no mundo
Pensando e fingindo ser gente.

E a camada de ozônio?
E a massiva perda do hormônio?
Tudo enferrujado e imundo
Onde se compram os neurônios?

Um botão para acabar com isso
Urânio solto no ar
Um sorriso, um compromisso
Flatulência da bomba H

Acabar de vez com essa bola
Jogar fora todo esse lixo
Matrimônio do errado com a escória
Terra de gente virando bicho

André Anlub®

16 de dezembro de 2018

Rabisco sem nome


Rabisco sem nome

Conforme a idade avança,
A trama da peneira vai ficando menor. 
Saímos do irracional e do voo de Ícaro
E adotamos o uso de mais lógica e pés no chão. 

Amar é lindo, sem dúvida,
E colore os dias ter amor para viver...
Mas há de se ser mais zeloso com si próprio
Pois não há mais tempo a perder.

Dança a medusa, por dentro dos oceanos,
Com sua beleza insinuante e perigosa.
Num viver obtuso, segue solitária e misteriosa.

Vai meu conforto no contorno de uma folia,
Que abraço com meus escritos, dia após dia.
É tudo, senão a realidade que não aceita mais sobejos.

Descobri-me, podei-me, me conheci e me desejo...
E em todos os sentidos perdi peso.

Um conselho é um conselho,
Mas às vezes soa como um berro...
Que lustra fatos passados e que nos distrai de atos recentes – vácuo.

Enfim, cai-se na armadilha de passar verniz na parte de baixo do taco...
Então se cria uma alva bola de neve,
De nuvem,
De névoa, 
De nervos e de erro.

Não há razão,
Mas há sonho perambulando a memória recente.
É bom,
Pois o ritmo da vida quer e requer distração.

Olho-me com gosto no espelho
E vejo que a cicatriz da testa ficou mais evidente...
Sinto que poderia até sentir-me um demente,
Mas como me conheço e é de lince minha visão,
Permito-me criticar-me,
Dar-me, ou não, razão.

Colocaram mudas já crescidas de Léia rubra,
Na varanda da imensa casa verde à frente.
O cão, o Tony, um labrador caramelo,
Passeia de um lado ao outro contente.

A vida segue, e eu sigo nela,
Sou sentinela dos meus feitos.
Costuro a mão meus farrapos,
Coloco tinta na aquarela. 

André Anlub


Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.