15 de maio de 2020

Das Loucuras (zecão, lili macarrão)



Das Loucuras (zecão, lili macarrão)

Bons tempos, os idos,
Os mesmos sem grana – falidos.
Tempos doces de ceia servido,
Que hoje só lembramos das coisas boas,
Dias de sol ou só garoas;
Energia aos montes, bebendo nas fontes.

O império numa bolha, garrafas sem rolha, 
Rei, reinado e reino de se perder no horizonte.
Alguém disse alguma coisa?
Das coisas aos montes…

E hoje?!
Naturalmente louco, o mundo aos mudos...
E na alma houve fartos furtos.

Hoje abriram a geladeira do mundo,
Comeram toda a torta de coco com calda de limão.
Faz-se muito fazendo pouco, na alma um alfaiate
Costura a boca de sino, costuma ser suficiente;
Só o ridiculamente são não entenderá a lição. 

Pisa-se no céu – ou faz ou desocupa a moita;
Rasgando o verbo como papel – memória afoita.
Censurando os olhos que não veem absurdos,
Descobriram que infelizmente faltou empatia
Na interpretação de Nero….
Aquele fogo foi sincero.

André Anlub@
(15/5/20)



13 de maio de 2020

Canguru vagabundo no fiofó do mundo





Canguru vagabundo no fiofó do mundo

Vislumbro ambientes tranquilos e meio a ermo;
E ainda com amigos ou sozinho sinto-me o mesmo.
Há ventania que não me carrega e me agrada,
Há maresia que me liberta e me afaga.

Minha janela deságua num mundo inteiro;
Minha solidão em vão é vista no nada.

Chamam-me em segredo para uma fina festa;
E sem medo usei o meu rabo de lança
Acertei o desabrigo – o inimigo que me resta;
O vi chorar na ponta da lança como criança.

Há fogueiras, zoeiras, intrigas, folguedos;
Esqueci o meu tempo no fundo de uma gaveta,
Pois dar conselho não há ninguém que se atreva,
E dancei com lobos, tolos, deuses e meus medos.

Sou um sujeito feito um feliz canguru:
Carrego uma pochete feito bolsa na cintura;
Gosto de boxe e caminho em pé ao natural;
Tenho um rabo comprido – invisível – vermelho,
E com uma afiada ponta de lança no final.

Sou um sujeito canguru em meus sonhos,
Acordei querendo ser novamente.
A distância criou meu nefasto enredo,
O meu voo levou-me a reconhecer os estanhos.

André Anlub






12 de maio de 2020

Das Loucuras (Mel, Monks, Miles, Mingus)



Das Loucuras (Mel, Monks, Miles, Mingus)

De jeito maneira ele assume a saideira ao ouvir esse som…
A resposta está no ar, é só respirar e ir nesse baile se entreter.
Em braile, seleciona os grãos do café que irá moer,
Para mais tarde abafar a onda etílica, e tentar ficar bom.

Dorme ao som dos cães, sonhando são;
Mas passa o dia na fertilidade do jazz da nata...
É seu companheiro em tempos de prisão,
Com o inimigo voando pelas ruas, surgindo do nada.

Vamos falar de som enquanto usa a poesia de remédio?
O mal há de ruir, e é salutar organizar o embate.
Dá para ouvir a vitrola trabalhar, e ver luz no blecaute...
Há mais de dois milhões de maneiras de enterrar o seu tédio.

Já no desgaste, cansado de olhar as mesmas paredes,
Sem precisar pular de um prédio; sem flertar com o vão.
Sente a síntese entregar-se ao nocaute simples das redes,
Este que cava a cova, te desova e fenece quando fornece o caixão.

O trompete é de praxe no final da tarde;
Sem alarde, não é tarde – alá ele esperando o início do breu,
Mas ainda sem possibilidade de sair música suave,
O tempo extasiado; o time entra em campo; o “time” é só seu…

Agora a sonoridade convence que soprá-la é arte,
Em qualquer debate o acordo do acorde é alívio e saudade.
Acorda, dorme, descansa, cansa – pois no viver fazem parte…
O que vem à mesa é a certeza do compromisso à liberdade. 

André Anlub
(12/5/20)


BRAHMASTRA, A BOMBA ATÔMICA DOS DEUSES
Via: AH 
Na mitologia do hinduísmo, a arma concedida pelo deus criador era capaz de dizimar civilizações inteiras 

Qual a arma mais destrutiva da mitologia? A Excalibur do Rei Arthur? O martelo de Thor? A clava de Hércules? Nenhuma delas se demonstrou capaz de destruir civilizações.

O livro Ramayana, um poema épico indiano clássico, narra a intensa luta do príncipe Rama, do reino de Kosala, contra o demônio Ravana, o rei de Lanka. A batalha foi travada na tentativa do príncipe Rama, encarnação bem humana do deus Vishnu, de conseguir resgatar a sua esposa Sita das garras de Ravana, o rakshasha (geralmente traduzido por demônio, mas literalmente comedor de homens) rei de Lanka. Ravana havia ganhado um dom dos deuses, a invulnerabilidade contra demônios, espíritos e deuses — mas não humanos.

Também havia ingerido o néctar da imortalidade — que permanecia, indigerido, em seu corpo. Após inúmeras tentativas de derrotar o rei de Lanka, o príncipe Rama encontrou uma luz no fim do túnel. Era a Brahmastra, afamada “arma mais mortal de todas as armas”, concentrando o poder do próprio Universo. A flecha atravessou o coração de Ravana e entrou no solo. Em outras versões, o rakshasha e seu carro de combate foram incinerados.

Esse foi um uso sem danos colaterais. Ainda no Ramayana, antes do confronto final, Rama havia tentando usar a Brahmastra para abrir o mar para suas tropas no caminho para a ilha de Lanka. Ele a apontara para o deus das águas Varuna, que cedeu à ameça e ajudou-o. Como a Brahmastra não tinha que ser disparada após carregá-la, Rama apontoua para o noroeste, caindo no atual Rajastão. Que é um deserto até hoje.

“A Brahmastra é semelhante à arma nuclear moderna, manipulada por energia atômica. A energia atômica opera em combustibilidade total; a brahmastra também age assim. Cria um calor intolerável semelhante à radiação atômica, a diferença é que a bomba atômica é uma arma grosseira”, afirma o religioso Abhay Charanaravinda Bhaktivedanta Swami Prabhupada na obra Srimad Bhagavatam: First Canto Creation.

A Brahmastra ainda possuía outras variantes: a Brahmashirsha Astra e a Brahmanda Astra. O primeiro armamento era designado como “a quinta cabeça de Brahma”, capaz de destruir o planeta.

A segunda é a mais fatal, capaz de destruir o Universo, que, segundo a cosmologia hindu, constitui-se em três mundos: o Svarga, que consiste nas regiões superiores; o Prithvi, a terra; e o Patala, que equivale ao submundo.

10 de maio de 2020

Mãe dos libertos




Mãe dos libertos

Lá tem tudo e é para quem tudo quer mesmo,
Tem aconchego para moleque travesso,
Também tem o avesso da escuridão.
Tem aquele odor de fruta madura
Que quando ainda verde lhe coube o flerte,
E assim, de repente, pousa contente,
Saborosamente na palma da mão.

Lá tem história com nostalgia,
Tem o poder da cria num belo cordão.
Tem lá o calor e águas de vida,
E intensa ventania, mas só quando há fervor.
Lá tem a mãe, tem a vó e a filha,
Tem a imaculada magia – reencarnação.

Existe o amor – alegria – harmonia,
Existe o sim e o certo ao ensinar com o não.
Enfim lá temos tudo na fidúcia e afetos
Aos olhos do reto (segurança e abrigo);
Onde prevalece a bonança não há oprimido,
Genitora dos deuses, mãe dos libertos.

André Anlub®

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.