1 de setembro de 2018

Ótimo setembro a todos


Estão nos planos os santos de barro
Tem sarro por debaixo dos panos
Clamam alto para nós que somos insanos
Na cruz em chamas vai que um dia me amarro.
Vagueando por claras crenças
As prensas apertando o miolo
Escuridão de densas indiferenças
No preconceito não se reparte o bolo.

A poesia - carro-chefe da vida
Pula pelos corações inflamados
Cutuca, grita e devora
Delibera-se nos canteiros que aflora
Corrente casta invisível.
Do atual lirismo à nostalgia inerente
Em serenatas e poesias
Faz-se mais que presente.

André Anlub


31 de agosto de 2018

Dueto


Eis a nova percepção da leitura, aquele saborear sem julgamentos e “olhos de faca”.
Nem olhos de estilete são necessários: a página se abre fácil à compreensão dócil,
Surgem romances e poesias – nascem nuances policromas da própria vida;
E as mãos talvez ávidas, quase aflitas, também namoram com a calma e a distensão.
Foi-se o tempo penoso dos ventos sem fundamentos, da pequena procura sem fim e incompleta, inconsequente e em ignição.
Foi-se, mas pode ser que volte, não sei, não me prometeu nem jurou nada. Só sei que agora, entre as páginas viradas, encontro o que ele deixou.
Eis a tamanha confiança carregando os versos completos, espertos e profundos, como a aura brilhante que nota a “dúvida” voando, livre, e sabendo que ela é uma passarinha do mundo.
A nova percepção da leitura é uma leitura da percepção. Sem ela, o livro é apenas o livro, nada mais que o livro, embora um livro.
Agora fica o conselho: o Abra, o leia – abra-se, se abrace; descubra um universo que vive em folhas e descubra suas folhas em seus inversos.
Porque é neste momento que D. Quixote troca de lugar com Robin Hood.

Rogério Camargo e André Anlub®

30 de agosto de 2018

Das Loucuras (eu, você, latência, inocência, 3pc)



Das Loucuras (eu, você, latência, inocência, 3pc)

Nem sempre, no real ou num sonho, a lua lhe sorriu
Às vezes era fazia “doce”, fingia não entender.
Todas essas noites passadas ao som da passada da viola,
A paz que tanto procurava, bateu as pernas e sucumbiu.

Livre, em contato com o antigo que se faz de novo,
Fez inimagináveis viagens,
Ilustrando-as com o chafariz, os amigos e uma enorme mangueira.
Pega fogo, prega a Freira, pega figo na feira...
Mas não se atordoa nas ideias – pois há quem o faça.
Tudo dito e dentro da brincadeira que projetava ao mundo,
No entorno de sua idealizada praça.

Fez inimigos e amigos;
Fez crianças de barro e homens de fumaça...
Manifestação induzida e reduzida a sonho utópico.
Topa começar tudo do começo, refazer seu caminho,
Entregar tudo de graça às traças; ser novamente menino.

Fez que não fez um faz de contas,
Colocou o nariz de palhaço e combinou bonito...
A imagem é sua realidade nesse mundo de circo.
Cinco vezes dez – alcança a maturidade nos algarismos;
Sente a faca na tez – só a morte é se libertar de vez.

André Anlub®
(29/8/18)

29 de agosto de 2018

Esfera serena



Esfera serena

No papel que pela vida é dado,
Numa novela mexicana frenética;
Em canetas que sangram as tintas
E abraçam as ideias e abrem as janelas.

Há vivas uvas ainda nos cachos
Na esperança de tornarem-se vinho;
No absinto de um achismo moderno:
Eterno feitiço, perene façanha, farto fascínio.

A vivência dos que não veem a violência,
Na indecência do luxo de serem cegas;
Clamam em plumas, rimam e pregam...
Vozes roucas em uma aquarela sem cor.

Há pequenas películas transparentes
Nas paredes de prisões confortáveis;
Há nuvens brancas em céus instáveis,
Anunciando olhos e sonhos fugazes.

Veem-se excelências e suas essências vorazes
Cantarolando alto por todas as partes,
Canções novas de um velho compositor,
Aquele redentor que constrói novos lares. 

Em pífias poses do desconforto do pleito,
Fazem-se modelos de suas próprias fotos;
Criam fatos, criam fetos, creem em feitos...
Dentro do falso globo sereno e perfeito.

André Anlub
(27/05/17)

26 de agosto de 2018

*segue a vida



Via Revista Culta
Leia o conto ‘Último solo’, de Cortázar, inédito em português

Tradução de Cassiano Viana
15 de agosto de 2013


O escritor argentino Julio Cortázar (Foto: Ulla Montán)

  Notório amante de jazz, Cortázar deixou este conto inacabado sobre Bix Beiderbecke - um dos grandes jazzistas dos anos 1920. Inédito, foi publicado em 2003 na Espanha, no primeiro volume de  suas Obras completas. O autor de O jogo da amarelinha dizia que seu ideal em literatura era escrever como o saxofonistas Charlie Parker tocava. Sou panamenha e há tempos vivo com Bix. Escrevo e passo para a linha seguinte: ninguém irá acreditar, se acreditassem, seriam como eu e não conheço ninguém assim. Não exatamente eu, mas ao menos como eu. O que é uma vantagem, porque dessa maneira posso escrever sem que me importe que leiam ou não, que ao final queime isto com o último fósforo do último cigarro, ou que o deixe abandonado na rua, ou que o dê para qualquer um, para que faça o que der na telha; tudo estará distante, tão distante de mim e de Bix. Escrevo porque não há mais o que fazer e porque é certo ou parecerá certo para alguém que seja como eu. Existem, esbarro neles perto ou longe na vida. 

- continua no site da Revista

Ótimo domingo aos nobres amigos



Debaixo da minha árvore

Ao pé da grande jaqueira,
Ao pé da letra,
Ideias alegres – pernetas –,
Tal qual saci Pererê.

Sou contador de histórias – voo nos meus mistérios...
Atento que o tempo é o verdadeiro remédio.

Será que não vai chover? 
Quem regará a grande jaqueira?

Nada de tempo fechado, 
Nada de nuvens escuras;
O conto que eu conto, que conta aventuras...
Não há chuvas no meu entender.

Abrirei um parágrafo que caiba uma pequena tempestade,
Para alegrar minha árvore, satisfazer todo o verde,
Incluindo o meu flerte que se faz de enfeite ao transparecer.

E caem as águas da chuva,
Agitando as folhas que parecem dizer “sim”;
Molham meu corpo e meus aforismos;
Molham as escritas: poesias e prosas...
Regam as rosas do jardim do viver.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.